Novos Sucessos (CABOCLO-CONTINENTAL CLP 9070) - (1969) - Jacó e Jacozinho
Talvez Sim, Talvez Não
Talvez sim, talvez não, não é certeza de eu te dar meu coração
Talvez sim, meu bem, talvez não, viu, não é certeza de eu te dar meu coração
Tu vive sempre a procurar um novo amor
Eu não tenho um coração pra fazer dele um sofredor
Eu sei de muitos que por ti sente paixão
Talvez eu seja mais um queres por na correção
Talvez sim, talvez não, não é certeza de eu te dar meu coração
Talvez sim, meu bem, talvez não, viu, não é certeza de eu te dar meu coração
Somente uma que eu amei nesta vida
Por capricho ela deixou com a alma dolorida
Agora vivo conforme diz o ditado
Já não vou na tua onde contigo estou acordado
Talvez sim, talvez não, não é certeza de eu te dar meu coração
Talvez sim, meu bem, talvez não, viu, não é certeza de eu te dar meu coração
Doce De Coco
Menina linda você é um doce do cocoÂ
Por sua causa, já estou ficando louco
Menina linda você é um doce do cocoÂ
Por sua causa, já estou ficando louco
Desde o dia em que eu te vi fiquei louco de paixãoÂ
Eu lhe dei o meu amor e ganhei teu coração
Desde o dia em que eu te vi fiquei louco de paixãoÂ
Eu lhe dei o meu amor e ganhei teu coração
Menina linda você é um doce do cocoÂ
Por sua causa, já estou ficando louco
Menina linda você é um doce do cocoÂ
Por sua causa, já estou ficando louco
Se eu ficar longe de ti a saudade me devoraÂ
Meu bem eu te amo tanto te peço não vai embora
Se eu ficar longe de ti a saudade me devoraÂ
Meu bem eu te amo tanto te peço não vai embora
Menina linda você é um doce do cocoÂ
Por sua causa, já estou ficando louco
Menina linda você é um doce do cocoÂ
Por sua causa, já estou ficando louco
Fique bem perto de mim não me deixe mais sozinhoÂ
Sem você eu morrerei não vivo sem teus carinhos
Menina linda você é um doce do cocoÂ
Por sua causa, já estou ficando louco
Menina linda você é um doce do cocoÂ
Por sua causa, já estou ficando louco
João Bobo
Conheci numa cidade há muito tempo passado
Um bobo que andava rindo e o pobre era retardado
A molecada vadia não dava paz pro coitado
Por mais que dele judiasse nunca ficava zangado
Mas nem sempre um demente tem os nervos controlados
Vinte anos de chacota suportou nesse povoado
Por quarto estudantes um dia João Bobo foi rodeado
Ameaçaram lhe bater só pra ver ele zangado
João Bobo pegou uma pedra e atirou num dos malvados
Seu agressor desviou tirando o corpo de lado
A pedra pegou em cheio no filho do delegado
E o pobrezinho morreu dali minutos passados
Aquele bobo foi preso pra mais logo ser julgado
No dia do julgamento foi surpresa pros jurados
Entrou pelo fórum adentro um mocinho bem trajado
Apresentou pro juiz carteira de advogado
Terminada a acusação o réu ficou arrasado
O juiz deu a palavra ao mocinho advogado
MeritÃssimo juiz e senhores jurados
MeritÃssimo juiz e senhores jurados
MeritÃssimo juiz e senhores jurados
Silêncio o senhor não tem argumentos para defesa do réu
É neste ponto senhor juiz que eu queria ter chegado
O senhor não tolerou três vezes ser pronunciado
Chamando a sua atenção e dos senhores jurados
Vinte anos esse bobo suportou no povoado
Insulta de toda espécie e nunca ficou zangado
Ouçam a voz da consciência julguem senhores jurados
Foi essa a primeira causa do mocinho advogado
Vitória bem merecida por ele foi alcançada
Ai João Bobo foi libertado
Cavalo Enxuto
Eu tenho um vizinho rico fazendeiro endinheirado
Não anda mais à cavalo só compra carro importado
Eu conservo a minha tropa o meu cavalo ensinado
O fazendeiro moderno só me chama de quadrado
Namoramos a mesma moça veja só o resultado
Um dia a moça falou pra não haver discussão
Vamos fazer uma aposta a corrida da paixão
Grã-fino corre no carro você no seu alazão
Eu vou pra minha fazenda esperar lá no portão
Quem dos dois chegar primeiro vai ganhar meu coração
Ele calibrou os pneus apertou bem as ruelas
Eu ferrei o meu cavalo que tem asas nas canelas
O grã-fino entrou no carro pulei em cima da sela
Ele funcionou o motor, fechou bem as janelas
Chamei o macho na espora bem por baixo das costelas
Eu entrei pelos atalhos pulando cerca e pinguela
Quando terminou o asfalto ele entrou numa esparrela
Numa estrada boiadeira toda cheia de cancela
Cheguei no portão primeiro dei um beijo na donzela
Quando o grã-fino chegou eu já estava nos braços dela
O progresso é coisa boa reconheço e não discuto
Mas aqui no meu sertão meu cavalo é absoluto
Foi deus e a natureza que criou esse produto
Essa vitória foi minha e do meu cavalo enxuto
A menina hoje vive nos braços desse matuto
Rosa De Ouro
No triangulo mineiro numa certa povoaçãoÂ
Morava um fazendeiro o mais rico da região,Â
Tinha somente uma filha de muita estimaçãoÂ
Por nome de Margarida linda sem comparação,Â
Por ela ter muita riqueza se valia da beleza pra fazer ingratidão.Â
O capataz da fazenda por ela sentiu paixãoÂ
Suplicando o seu amor foi pedir a sua mão
A fazendeira orgulhosa sorriu da sua intençãoÂ
Deu a conta ao capataz para servir de lição
Dizendo que era nobre nunca viu um homem pobre servir para ser patrão
O tempo foi se passando movida por ambiçãoÂ
Margarida organizou um torneio de tradição
Comprou um burro famoso por nome de furacãoÂ
Dava uma rosa de ouro e também seu coração,Â
Para um peão de vulto que parasse dez minutos no lombo do tal burrão.Â
Aquela rosa de ouro arrastava a multidãoÂ
Todos os peão que montou o burro jogou no chão
O capataz tendo a noticia veio de outros rincãoÂ
Mostrou no lombo do burro ser o rei da profissão
O torneio foi decidido o burro tombou vencido na espora do campeão
Margarida arrependida chorando pediu perdãoÂ
O capataz comovido falou com educação,Â
Aceito a rosa de ouro para a minha coleçãoÂ
Casar com dama de luxo é ter muita pretensão,Â
Além disso eu sou casado tenho lá no meu reinado a rainha deste peão
Justiceiro
Eu vim de longe de onde a chuva é coisa rara
Onde a gente sofre e cala dia e noite sem parar
Eu sou de um povo que não deixa pra depois
Sou de onde agarra o boi a unha no carrascal
Não tive escola não escrevo sou grosseiro
Porém eu sou brasileiro deste céu azul de anil
Durmo em baixeiro estendido no pedregulho
Mesmo assim eu me orgulho de ser filho do Brasil
Perdi meus pais cresci no mundo sozinho
Andei por muitos caminhos sempre escolhendo o melhor
Passando fome fui vivendo e aprendendo
Devagar fui entendendo que a verdade é uma só
Topei com a onça certo dia na cancela
Perseguindo uma vitela cuja mãe tinha morrido
Só sei dizer que a nossa luta foi tão feia
Sangue que manchou areia foi do animal vencido
Como a serpente que ninguém chegava perto
Na tocaia do deserto quatro homens fui topar
Quatro sujeito, quatro cabras indecentes
Tombaram na areia quente sem ter tempo pra rezar
Segui um rastro de um sujeito macumbeiro
Que tinha dez cangaceiros mais velozes do que um puma
Cruzei fronteiras sem temer nenhum fracasso
Na justiça dos meus braços desordeiro não se apruma
Você seu moço que só vive na cidade
Não conhece a verdade que se passa no sertão
Aonde o homem faz a lei na pura bala
Onde a gente nem não fala pra não perder a razão
Fui cara a cara peito a peito frente a frente
Eu vi tombar dois valentes dois caboclos valentões
Brigaram tanto por causa de um ordenado
Um deles era o empregado e o outro era o patrão
Quem fere a ferro com ele vai ser ferido
Por Deus nada é esquecido liberdade, paz e amor
Só a justiça vence no juÃzo final
Quando tudo for parar na balança do Senhor
Chuva De Arroz
Parabéns, parabéns, parabéns lhe dou neste momento
Parabéns, parabéns pelo teu feliz casamento.Â
Se vocês hoje são casados porque foi o destino quem quisÂ
O amor quando é sincero ele vai criando raiz
Veja o noivo como está sorrindo olha a noiva como está felizÂ
Eles receberam a benção no altar da nossa matrizÂ
Eles receberam a benção no altar da nossa matrizÂ
Parabéns, parabéns, parabéns lhe dou neste momento
Parabéns, parabéns pelo teu feliz casamento.Â
Aliança no dedo da noiva foi o noivo feliz quem poisÂ
Quando eles voltaram pra casa receberam a chuva de arrozÂ
E dançaram a valsa dos noivos e o bolo cortaram depoisÂ
Viva o noivo e viva a noiva viva, viva a famÃlia dos dois
Viva o noivo e viva a noiva viva, viva a famÃlia dos dois
Duas Moças
Eu não sei mais o que faço nesse mundo de ilusão, aiÂ
Duas moças no fracasso por querer meu coração.Â
Uma segue os meus passos só me faz perseguição, aiÂ
Outra vive nos meus braços delirando de paixão
Elas rezam na igreja implorando uma graçaÂ
E se o coração deseja mais depressa a vida passa
Não quero que a sorte seja para nós uma desgraçaÂ
Pois se hoje uma me beija amanhã outra me abraçaÂ
Uma vive aqui perto outra vive mais distante, aiÂ
Estão de braços abertos me esperando a todo instante
Já estou mais do que certo que não vamos adiante, aiÂ
São dois corações incertos duas almas delirantes
Vou pedir um longo prazo ao pai de cada meninaÂ
E quanto mais eu atraso o nosso drama terminaÂ
São duas flores num vaso de porcelana da chinaÂ
Mas não sei com qual me caso eu não sei a minha sina
Minha Esposa Vale Ouro
Minha esposa vale ouro ela sofre e não reclama
Eu não sou um bom marido mesmo assim ela me ama
Coitadinha pula cedo e me traz café na cama
Eu devo à minha esposa minha glória e minha fama
Quando eu volto pra casa oh meu Deus quanta beleza
Abraço mulher e filhos a minha maior riqueza
Abraço mulher e filhos a minha maior riqueza
O meu lar é um paraÃso não tem tristeza não te choro
Foi feliz no casamento tive sorte no namoro
Minha sogra é uma santa meu sogro é um tesouro
FamÃlia da minha esposa é gente que vale ouro
Quando eu volto pra casa oh meu Deus quanta beleza
Abraço mulher e filhos a minha maior riqueza
Abraço mulher e filhos a minha maior riqueza
Minha vida é uma rede o destino me balança
Estou com a vida feita não vou precisar de herança
Eu sou um homem feliz desde quando pus aliança
A minha maior riqueza minha esposa e as crianças
Â
Quando eu volto pra casa oh meu Deus quanta beleza
Abraço mulher e filhos a minha maior riqueza
Abraço mulher e filhos a minha maior riqueza
Casa Pequena
A morena mais bonita é lá da casa pequenaÂ
Eu estou apaixonado tenha dó de mim morena
Ela é grande na beleza perto dela eu sou pequenoÂ
Parece um botão de rosa molhadinho de serenoÂ
Nunca vi na minha vida tão bonita criaturaÂ
Ela não é estrangeira ela é brasileira pura
Pro amor não tem distancia nosso sangue se misturaÂ
A morena vai ser minha não adianta, está segura
Minha obrigação agora é leva-la nas alturasÂ
Da cabeça até os pés ela só tem formosura
O cabelo é todo preto é da cor da noite escuraÂ
Tem vinte de tornozelo e sessenta de cintura
A morena vai ser minha eu não quebro a minha juraÂ
Com ela nos meus braços termina minha amargura
Os sRojãoeus lábios tem açúcar ganha da manga maduraÂ
Vou beijar aqueles lábios e sentir sua doçura
Os Filhos Da Bahia
Dois irmão de muita de muita vida da famÃlia despediaÂ
Afim de ganha dinheiro pro sertão os dois seguiaÂ
No sertão do amazona onde a justiça não iaÂ
Lugar que um filho distante chorava e o pai não viaÂ
Além daquele sertão era ordem do patrão só bala que resolviaÂ
La naquele fim de mundo o trabalhador sofriaÂ
Igualzinho um cão sem dono a cor da nota não viaÂ
Quem falava em dinheiro só bala que recebiaÂ
Os capanga da fazenda deste jeito respondiaÂ
Aqui a bala domina a boca da carabina é a nossa tesoraria
Os dois irmão de coragem um para o outro diziaÂ
Mais vale quem Deus ajuda todo santo tem seu diaÂ
Só Deus e nossa coragem é a nossa garantiaÂ
Entramos numa trucada vamos jogar sem maniaÂ
O capital dos dois mano era sangue de baiano na veia dos dois ferviaÂ
Os dois irmãos combinado dois anos ali viviaÂ
Com um sorriso nos lábios mas por dentro remoÃaÂ
Foi feito um grande levante os dois irmãos dirigiaÂ
Pegaram o capanga unha na raça e na valentiaÂ
Naquele mundo esquecido pra quem já estava perdido qualquer negócio serviaÂ
Virou uma praça de guerra foi só bala que tiniaÂ
Trabalhadores venceram a escravidão caÃaÂ
Receberam o seu dinheiro patrão pagou o que deviaÂ
Cada um seguiu seu rumo levando Deus como guiaÂ
Acabou a escravidão quem pôs a lei no sertão foi dois filhos da Bahia
Flor Do Mato
Arriei meu pingo amigo que adivinha o meu desejoÂ
Faz tempo que eu não vejo a prenda que eu amo tantoÂ
Aquele rostinho santo que mora junto ao regatoÂ
Minha linda flor do mato gaúcha dos meus encantos
Pendurada na garupa levo minha viola amigaÂ
Companheira de cantiga de alegria e de tristezaÂ
Suas cordas com certeza quebra um silêncio enormeÂ
Do leito aonde dorme sonhando minha princesa
Quando chego no terreiro do seu rancho entre a mataÂ
Canto um verso em serenata pra minha prenda querida
Que desperta comovida no leito fica me ouvindoÂ
Está chorando e sorrindo gaúcha da minha vida
Quando minha voz se cala sorrindo ela levantaÂ
E representa uma santa que aparece na janela,Â
Meu corpo se une a ela num feliz e longo abraçoÂ
Do tamanho do espaço que eu passei distante dela
Músicas do álbum Novos Sucessos (CABOCLO-CONTINENTAL CLP 9070) - (1969)
Nome | Compositor | Ritmo |
---|---|---|
Talvez Sim, Talvez Não | Letinho | Corrido |
Doce De Coco | Bambico / Moacyr Dos Santos | Cana Verde |
João Bobo | Zé Godoy / Carreirinho | Toada Balanço |
Cavalo Enxuto | Moacyr Dos Santos / Lourival Dos Santos | Pagode |
Rosa De Ouro | Quintino Elizeu | Moda De Viola |
Justiceiro | Léo Canhoto | Rojão |
Chuva De Arroz | Bambico / Moacyr Dos Santos | Rancheira |
Duas Moças | Zé Do Rancho / Zé Cocão | Cururu |
Minha Esposa Vale Ouro | Lourival Dos Santos | Rojão |
Casa Pequena | Moacyr Dos Santos / Lourival Dos Santos | Polca |
Os Filhos Da Bahia | Moacyr Dos Santos / Lourival Dos Santos | Rojão |
Flor Do Mato | Benedito Seviero / Luiz De Castro | Milonga |