Fera Ferida (ATR 21494) - (2004) - João Mulato e Douradinho

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Pequena Só No Tamanho
Me apaixonei de verdade sem quantia por ela
Vivo sonhando acordado com a minha bela
A mulher que estou falando é pequenina
Mas tem tudo que eu gosto no corpinho dela

A mulher que estou amando cheguei nela no afoito
Sua estatura tamanha um metro e cinquenta e oito
Balançou meu coração no dela eu fiz apoito
Vê o que ela fez de mim com um metro e oitenta e oito

Me apaixonei de verdade sem quantia por ela
Vivo sonhando acordado com a minha bela
A mulher que estou falando é pequenina
Mas tem tudo que eu gosto no corpinho dela

Quando eu vi na minha frente me deu tanta emoção
Minhas pernas bambearam quase caí no chão
Foi ali que percebi e cheguei à conclusão
Depois de um longo beijo rolou muita paixão

Me apaixonei de verdade sem quantia por ela
Vivo sonhando acordado com a minha bela
A mulher que estou falando é pequenina
Mas tem tudo que eu gosto no corpinho dela

Pequena só no tamanho mas só bem me faz
Se uma grande é perfeita ela não fica atrás
Ela entrou em meu coração não dá chance pras rivais
Com ela é só alegria e outras coisas mais

Me apaixonei de verdade sem quantia por ela
Vivo sonhando acordado com a minha bela
A mulher que estou falando é pequenina
Mas tem tudo que eu gosto no corpinho dela

Sai Da Minha Vida
Cansei de ser escravo de você, cansei de fazer tudo que pedia
Cansei de ser xingado e maltratado muitas vezes humilhado, só Deus sabe o que eu sofria
Cansei de ser pisado por você, cansei de implorar o seu carinho
Por isso resolvi mudar de vida e você mulher fingida sai do meu caminho

Sai da minha vida de hoje em diante eu não quero mais te ver
Estou cansado de chorar e de sofrer
Meu coração já não suporta tanta dor

Sai da minha vida estou te dando a liberdade tão sonhada
Você é livre pra seguir a sua estrada 
Eu também vou procurar um novo amor

Pras Bandas De Aquidauana
Vai meu chamamé, pra bandas de Aquidauana
Vai dizer para os meus fãs que eu chego aí por esse fim de semana

Campo Grande me permita, e Três Lagoas também
É a cidade aonde mora a mulher que eu quero bem
Com permissão de vocês  preciso muito falar
A linda Aquidauana eu tenho que homenagear 

Vai meu chamamé, pra bandas de Aquidauana
Vai dizer para os meus fãs que eu chego aí por esse fim de semana

Aquidauana querida cheia de encantos mil
Pra falar de Aquidauana só quem te vê e quem te viu
Nesses meus versos tão simples, mas do coração saiu
Aquidauana é um orgulho, é joia do meu Brasil

Vai meu chamamé, pra bandas de Aquidauana
Vai dizer para os meus fãs que eu chego aí por esse fim de semana

Eu sinto que Aquidauana não é meu berço natal
Valorizo a sua gente de uma maneira geral
Encerro com chave de ouro com frase especial
Aquidauana tão bela o portal do Pantanal

Vai meu chamamé, pra bandas de Aquidauana
Vai dizer para os meus fãs que eu chego aí por esse fim de semana

Meu Licor De Mel
Eu amo uma mulher querida que leva a vida entre amores banais
Me diz que é só por profissão mas dói meu coração quando ela sai
Pro seu freguês satisfazer ela finge o prazer e só sente comigo
Lhe espero rolando em espinhos até seu carinho vir me dar abrigo

No fim da noite ela vem e sobre os meus braços cai
Com ela me sinto um rei e a tristeza se desfaz
Ela me leva ao espaço num céu de estrelas douradas
Para mim pouco tempo ela tem, mas pensando bem é melhor do que nada

Desejo e paixão me devora durante as horas que sozinho passo
Sentindo um ciúme anormal que só chega ao final com ela em meus braços
Amamos tim tim por tim tim no restinho do fim de mais uma noitada
Ela é o meu licor de mel, meu doce coquetel dos fins de madrugada

No fim da noite ela vem e sobre os meus braços cai
Com ela me sinto um rei e a tristeza se desfaz
Ela me leva ao espaço num céu de estrelas douradas
Para mim pouco tempo ela tem, mas pensando bem é melhor do que nada

Eu Quero Ela
Não sei mais aonde ir te procurar já passei pente fino pra não me escapar
Fiz barreira na estrada pra ela não passar a mulher que amo não consigo encontrar
Eu só quero ela, somente ela, não vivo sem ela, sem ela
Eu só quero ela, somente ela, não vivo sem ela, sem ela

Dei busca e apreensão por todo lugar até na internet eu fui rastrear
Se ela foi pro céu to indo pra lá tenho medo que Deus não me deixa entrar
Eu só quero ela, somente ela, não vivo sem ela, sem ela
Eu só quero ela, somente ela, não vivo sem ela, sem ela

Amor De Primavera

Se você for pra outros braços pode ir
Se você for pra outros beijos não vou impedir
No desespero de encontrar abrigo e não conseguir
Se acaso voltares e me procurar estarei aqui

Nosso amor que começou na primavera 
Foi se arrastando até o verão chegou
No outono eu senti muita saudade
No inverno muita falta do seu calor

Eu lutei tanto pra o nosso amor não terminar
Pedi ajuda mas você não quis me ajudar
Mesmo sozinho eu insisti para segurar
Nem mesmo chorando você foi deixando meu sonho acabar

Nosso amor que começou na primavera 
Foi se arrastando até o verão chegou
No outono eu senti muita saudade
No inverno muita falta do seu calor

Mal Agradecida
Mulher vamos decidir enquanto é cedo
Em poucas palavras esclarecer e encerrar o assunto
Você está dizendo para meio mundo não é mais segredo
Que no amor falido é tempo perdido a gente viver junto

Sei que você disse que não sabe como ainda me suporta
Que viver comigo é unir o útil ao desagradável
Disse se arrepende do dia entrou por aquela porta
Para ser escrava dentro de uma casa pobre miserável

Você não sabe e nem faz ideia o que é ser uma escrava
Juro por Deus que não esperava que você fosse mal agradecida
Se for verdade que viver comigo só lhe desagrada
A mesma porta que serviu de entrada poderá agora servir de saída 

Só Por Deus
Fui pescar no pantanal com grandes amigos meus
Peguei em Taquaritinga Filcanova e o Dirceu
Fui à Palmares Paulista num carro alfa-romeu
O Gilberto e o Vanderley já esperavam com o Tadeu
Lá na Marechal Rondon me furaram dois pneus
Filcanova já gritou essa coisa atrapalhou só por Deus

Prosseguimos a viagem com tudo o que aconteceu
Chegamos em Três Lagoas assim que escureceu
Recordei um grande amor meu semblante entristeceu
De imediato os companheiros lastimou o que ocorreu
Procurei esquecer dela o astral já suspendeu
Filcanova já me falou eu já sofri por amor só por Deus

Diverti na pescaria com o humorismo do Tadeu
Perdi a conta das pingas que o Filcanova bebeu
Sei que um tonel de cachaça não saiu do lado seu
Achou que a pinga não mata por pouco ele não morreu
Conseguiu escapar dessa só um susto ele sofreu
Filcanova já me falou a morte não me levou só por Deus

Essa foi a pescaria quem pegou os peixes fui eu
O maior peixe escapou por lerdeza do Dirceu
Peguei peixe em demasia que meus dois frízer encheu
Trouxe peixe pra família que o ano inteiro comeu
Nós escapamos com vida a viagem pra mim valeu
Filcanova ao comentar se um dia eu lá voltar só por Deus

Viola Dourada
Minha viola chorona, divina e soberana 
Seu sentimento não engana chorando nos braços meus
Seu ponteado é dolente m e lembra um amor ausente
A dor que meu peito sente é a marca do adeus

Minha viola dourada companheira idolatrada
Não pode ser desprezada como alguém me desprezou
Viola vem do sertão nunca me deixou na mão
Não merece o perdão alguém que me abandonou

A viola me acompanha numa saudade tamanha
Meu pobre peito se arranha e eu também chora por ela
Meu coração sertanejo se enchendo de desejo
O tempo passando eu vejo que fui o capacho dela

Sou um bravo violeiro eu luta o ano inteiro
Um amor em desespero sinto minha alma doer
A alegria da vida agora ela foi destruída
Minha viola querida meu grande amor é você

Rolinha Aventureira
A rolinha foi embora tudo aqui entristeceu
Ela saiu dos meus braços pra curtir um gosto seu
Gorjear em outro ninho para o sofrimento meu
Eu fiquei aqui sozinho com desprezo que me deu
Se ela tiver que ser minha já entreguei nas mãos de Deus

Mergulhei numa tristeza com o que me aconteceu
Procurei novos amores, mas nada disso valeu
Vi a morte me rondando querendo destruir eu
Já perdi coisas na vida que às vezes me surpreendeu
Se ainda estou aqui agradeço muito a Deus

Quem ama sempre perdoa mesmo se muito sofrer
Você está perdoada dos erros que cometeu
Quantas vezes te falei quem te ama muito sou eu
A prova está aqui de quem nunca te esqueceu
Hoje estou amando a sobra de um amor que era só meu

A rolinha aventureira está de novo nos braços meus
Deixou todas as venturas voltou pro velho apogeu
O que ela andou fazendo o ciúme me corroeu
Todas vezes que lembrei o meu coração doeu
Mas ela voltou pra mim estou feliz graças a Deus

Vida Mansa
Para chegar em São Paulo muitas passadas eu dei
Do lugar aonde eu vim se ter que voltar eu sei
No facão abri picada minha marca lá deixei
Sei contar pedra por pedra, que nelas eu tropecei
Não contando os espinhos que descalço eu pisei
Hoje estou com a vida mansa foi lutando que amansei

Andando no acostamento por mendigo eu passei
De folhas fiz minha cama nos lugares que eu pousei
Do lado de uma serpente muitas vezes acordei
Comendo raízes do mato a dor da fome eu matei
Hoje dou muito valor no suor que derramei
Não vai ser de mão beijada levar o que conquistei

Mentiras saiu na frente com a verdade eu enfrentei
Querendo enganar meus fãs combati não aceitei
A arma foi minha viola que nos braços eu levei
O inimigo foi pro chão nos meus versos derrubei 
Ta num beco sem saída seu topete eu podei
Eu vim pra fazer justiça pra quem violar a lei

Falsidade e língua quente no caminho eu enfrentei
Criticando o meu trabalho na profissão que abracei
Estão cobrando de mim o que eu sou eu já provei
O que marcou o meu nome são coisas que eu criei
Eu só devo a Deus do céu e os fãs que conquistei
Onde encontrei minhas forças pra chegar onde eu cheguei

Paulista De Fibra
Paulistinha nascido em São Paulo atrás de trabalho saiu procurando
Foi descendo a linha noroeste à Mato Grosso era seu plano
Embrenhou naquele sertão e aos poucos foi ambientando
Pra não ver os seus filhos com fome qualquer serviço foi enfrentando

Há um ano que ele estava ali um certo dia ouviu alguém falando
Que uma onça de uma mão torta e os bois de um fazendeiro estava acabando
Paulistinha gostou da conversa para perto foi aproximando
Fazendeiro dá uma fortuna a quem matar a onça que está te quebrando

Paulistinha correu para casa pra sua mulher ele foi falando
Foi na horta e pegou umas pimentas num litro com azeite foi preparando
A mulher ainda lhe deu conselho ele fez que não estava escutando 
Curtiu ela uns trinta dias e lá pra fazenda de pé foi chegando
Foi falando para o fazendeiro vim matar a onça que está te irritando
Caçadores com carabina a pintada está papando
O senhor com este pobre litro é mais um essa noite ela estará jantando

Paulistinha chegou lá no mato na árvore de espera foi se ajeitando
Dali a pouco foi chegando a onça em sua direção foi aproximando
Paulistinha destampou o litro e na cara dela foi derramando
Ela não suportou o ardor e com suas unhas os olhos foi furando

Fazendeiro voltou no outro dia pra ver lá na mata o que estava passando
Avistou o paulistinha de fibra no rabo da onça estava segurando
Recebeu aquela fortuna sua vida foi arrumando
Quem falou que paulista é burro pede esculpa pelo engano

Fera Ferida
Pra esquecer um grande amor meu estado tive que deixar
Fui morar nos confins do sertão e lá ouvia a onça urrar
Lá vivi um bocado de anos com a intenção aqui não mais voltar
Mas aqui eu deixei bons amigos a saudade me fez regressar

Triste hora da minha partida eu não gosto de alembrar
Por eu não ter pai e nem mãe, mas mãe de amigo veio preocupar
Joguei minha mala nas costas pro caminho comecei andar
Lá na frente eu olhei pra trás coração apertou eu tive que chorar

Quando um está magoado é melhor dele não duvidar
É igual uma fera ferida deus o livre se nele tocar
A mulher que arruinou minha vida só te peço pra Deus lhe ajudar
Que ela tenha sempre um caminho e no meu não precisar passar

Existe um velho ditado nunca vamos deixar de falar
Pra andar mal acompanhado é melhor sozinho ficar
Tem mal que vem para o bem todo mal eu deixo pra lá
Hoje vivo de bem com a vida, mas virou história para contar

Vivendo No Sertão
Lá onde eu moro sou levo a vida se estou mentindo vai lá pra confirma
Levanto cedo vou a pé até o pasto trago as vacas no curral pra ordenhar
Atrás do rancho onde fica minha horta com regador eu começo a aguar
Dalí eu tiro os meus legumes sem veneno lá não tem química pra me intoxicar

Saiu da horta vou até o paiol de milho e as galinhas começam me acompanhar
Daí por diante a porcada já descobre lá no chiqueiro todos começam a roncar
Eu trato deles e preparo o meu almoço jogo nas costas e começo a caminhar
Na frente vai meu cachorro fiel vendo perigo volta pra me avisar

Chego na roça vou cuidar da plantação com minha enxada eu começo a carpina
Só largo dela quando o sol vai descambando aí eu volto pro rancho pra descansar
Tomo meu banho e sento lá no terreiro olho pro céu apreciando o luar
Pego a viola e canto moda sertaneja que em muitas rádios não escuto mais tocar

Vivo entretido não vejo o tempo passando só vou dormir ao cozinhar meu feijão
Eu devo a Deus por me dar muita saúde é trabalhando que eu ganho o meu pão
Cultivo a terra que me dá esta fartura adoro muito mexer nela com a mão
É um paraíso no lugar aonde eu moro tenho mais vida vivendo no meu sertão

Músicas do álbum Fera Ferida (ATR 21494) - (2004)

Nome Compositor Ritmo
Pequena Só No Tamanho João Mulato / Lucy Alves Rojão
Sai Da Minha Vida João Mulato / João Schneider / Kátia Maria Balanço
Pras Bandas De Aquidauana João Mulato / Toninho Fernandes Rasqueado
Meu Licor De Mel João Mulato / Praense Carrilhão
Eu Quero Ela João Mulato / Roseli Barbosa Toada Balanço
Amor De Primavera João Mulato / Bento Guidini Guarânia e Toada Balanço
Mal Agradecida Benedito Seviero / João Mulato / Nene Dias Guarânia
Só Por Deus João Mulato / Vanice Carvalho Cururu
Viola Dourada Martins Neto / João Mulato Pagode
Rolinha Aventureira João Mulato / Roseli Barbosa Querumana
Vida Mansa João Mulato / Chicão Pereira Pagode
Paulista De Fibra João Mulato / Toninho Bauru Querumana
Fera Ferida João Mulato Rojão
Vivendo No Sertão João Mulato / João Miranda Toada Balanço
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