Peão De Rodeio (RGE 65232) - (1996) - João Mulato e Pardinho

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Eu Chego O Aço
Meu bem eu estou voltando decidido pra ficar
Eu vou botar pra correr que estiver no meu lugar
Eu vou botar pra correr que estiver no meu lugar

Hoje o pau vai comer solto no lombo de um folgado
Deus o livre se eu ver outro homem ao seu lado
Por você enfrento tudo não tenho medo da morte
Pra completar brigo bem e ainda dou muita sorte

Meu bem eu estou voltando decidido pra ficar
Eu vou botar pra correr que estiver no meu lugar
Eu vou botar pra correr que estiver no meu lugar

Houve desentendimento, mas são coisas passageiras
Paixão eu te amo tanto não vamos fazer besteira
Quero brindar nosso encontro com muito beijo e abraço
Ninguém leva esta morena porque eu chego o aço

Meu bem eu estou voltando decidido pra ficar
Eu vou botar pra correr que estiver no meu lugar
Eu vou botar pra correr que estiver no meu lugar

A Nossa Lua De Mel
Quando eu canto guarânia, polca, rasqueado e chamamé
A saudade no peito expande me lembro de Mato Grosso, alô Campo Grande

Meu bem estamos partindo pra nossa lua de mel
Sem cartório e sem igreja, aliança sem papel
Não vai precisar grinalda, vestido branco e nem véu
Pode ser a qualquer hora num quartinho de motel

Deixem que falem depois que nem por isso nós dois
Não vamos ganhar o céu
A nossa lua de mel vai ser diferente já somos maior de idade
A nossa felicidade só vai depender da gente

Assisti um casamento com todos os requisitos
Perante os convidados foi tudo muito bonito
Com tanto luxo e riqueza e nem assim foi bendito
O casal se separou entre brigas, choros e gritos

Juramento deu em nada e também a papelada
Com tudo que foi escrito
A nossa lua de mel vai ser diferente já somos maiores de idade
A nossa felicidade só vai depender da gente

Muita gente se casando mostrando tanta grandeza
Gastando uma fortuna numa festa de nobreza
Mas veio a separação, a vergonha e a tristeza
Casal está separado arrependido com certeza

Casamento já acabou pelo tempo que durou
Não pagou nem a despesa
A nossa lua de mel vai ser diferente já somos maior de idade
A nossa felicidade só vai depender da gente

Por Que Fugiste De Mim?
Porque fugiste de mim, por quê?
Se o amor de minha vida é você
Outro amor outra aventura eu não quero
Nem que eu morra de saudade, aqui te espero

Hoje te busco nas noites pelo radar da paixão
Você foge dos meus braços, mas não do meu coração

Não vai ser fácil pra mim esquecer
Os momentos que passei com você
O nosso caso, amor foi tão sério
Mas pouco tempo durou este meu império

Hoje te busco nas noites pelo radar da paixão
Você foge dos meus braços, mas não do meu coração

Eu Não Vivo Sem Ela
Meu Deus tem há dó de mim, 
Por que sofro assim se ela não me quer
Me dê muita força e coragem 
Pra agüentar o desprezo desta mulher

Me vejo a todo momento 
E levo o pensamento olhando pro céu
Fazia tudo por ela 
E o problema dela é ser muito cruel

Se um dia me procurar arrependida querendo voltar
Vou estar de bar em bar bebendo sozinho pra desabafar
Toda noite na madrugada eu volto pra casa e na minha janela
Eu rezo e peço pra sorte pra que ela volte eu não vivo sem ela

Minha Ex-Mulher
 Ontem à noite encontrei de novo minha ex-mulher
Toda sorridente passou abraçado com um outro amante
Ela é do tipo que pra conseguir tudo o que quer
Faz o absurdo para agradar seu acompanhante

Sei que ela tem uma legião de mil pretendentes
Tem a vida livre além do divórcio se livrou de mim
Vai aonde quer, sai com quem quiser é independente
Liberdade é tudo, mas não precisava exagerar assim

Ela exagera leva uma vida desregrada e louca
Troca de marido como troca a roupa
Usa e abusa do charme que tem
E liberdade que ela usou em dose excessiva 
Transformou a minha exclusiva 
Em dama de todos mulher de ninguém

Amor Bandido
Chorei, sofri quando seu carinho meu bem perdi
Chorei, sofri quando seu carinho meu bem perdi

Você foi embora pro mundo afora sem compaixão
Me deixou sozinho, sem seu carinho na solidão
Hoje arrependida pede guarida ao meu coração
Isso por saber que eu a você não sei dizer não

Chorei, sofri quando seu carinho meu bem perdi
Chorei, sofri quando seu carinho meu bem perdi

Esse seu carinho, esse seu jeitinho entristecido
Faz amolecer e até derreter coração traído
Sem você meu bem a vida não tem mais nenhum sentido
Para a dor findar tenho que aceitar seu amor bandido

Chorei, sofri quando seu carinho meu bem perdi
Chorei, sofri quando seu carinho meu bem perdi

Carro Pesado
No leito de um hospital com tristeza acompanhei
Os últimos dias de vida do violeiro que jamais esquecerei
Sentindo o fim da missão e o começo de outra vida
No silêncio do seu grito, li na pluma do infinito 
Esta mensagem na aurora da partida

O carro da minha vida está afundando
Corroído pela vida em sua missão
A porteira da esperança está fechando
Pelos bois do meu destino sem ter ação

Nem os gritos do carreiro me faz sair
Do lamaçal que entrei cheio de ilusão
Não agüento mais puxar o carro pesado
Que afunda lentamente no estradão

Na curva do desengano eu estou parado
Com a ganga infinita da ingratidão
No vai e vem dessa lida não resisti
As pancadas da maldade do ferrão

Meus passos silenciaram por toda a vida
No aboio do carreiro e do cocão
O canzil da natureza não desatou
Venho rangir por socorro ao ventre do chão

O seleiro da memória vai ficar cheio
Com poeira da saudade na solidão
E no carreador da vida meu velho carro
Vai cantar lá no curral da imensidão

Na curva do desengano eu estou parado
Com a ganga infinita da ingratidão
No vai e vem dessa lida não resisti
As pancadas da maldade do ferrão

Olho Gordo
Gosto de boa amizade, de viola e poesia 
Se o lugar é aconchegante canto até raiar o dia
Nunca se fala um não pra um fã que me aprecia
Duas coisas que detesto é invejoso e vantajoso no meio da cantoria

Olho gordo dessa gente faz pé de arruda secar
Eu ando com Deus na frente ninguém vai me derrubar
Aonde eu cheguei andando correndo não vão chegar
Pra combater invejoso e também o vantajoso meu pagode é de matar

Por ai há um vagabundo que explora meu dia a dia
Quando estava do meu lado nada fez só destruía
Na hora da obrigação o indivíduo sumia
Hoje usa o meu nome o invejoso e vantajoso não tem talento não cria

Eu que luto a tantos anos num sofrimento de cão
Muitos tão chegando agora querem dar uma de bom
Nem bem tira os pés da terra estão voando de avião
Pra chegar aonde estou o invejoso e vantajoso viram banquete de leão

No garimpo sou diamante, no truco quatro manilha
Sou o zape, sete copa, sete ouro e espadilha
Só se ganha na trucada quem tem mais sabedoria
Hoje sou barra de ouro o invejoso e vantajoso não chega a bijuteria 

Capiau   
A parede enfumaçada lá por dentro do ranchão
Carne de bicho mateiro no mormaço do fogão
Na taipa toco de brasa, lá na trempe um panelão
O tempero da comida cheira em todo o casarão
O caboclo está contente lá no fundo do sertão

A choupana é de barrote, armação feita de pau
É o castelo do caipira, morada do capiau

O bicho mateiro desce na capoeira fechada
Gavião voa de fasto preparando a emboscada
Onça ruge na montanha o boi berra na invernada
Tem capivara criando lá no meio da porcada
Capiau lá tem de tudo, nós aqui não temos nada

A choupana é de barrote, armação feita de pau
É o castelo do caipira,morada do capiau

A paca vem no carreiro o capiau ta na mira
É no baque da La Porte a caça deita e revira
Adora uma caçada, mas não dispensa um catira
Ele só anda descalço, amarra a calça com embira
Ser doutor é muito fácil o difícil é ser caipira

A Viola E A Caneta
Eu vou falar a verdade é agora na batata
Se eu estiver mentindo quero que alguém rebata
É a verdade de um caipira não sou nenhum diplomata
Tem bicho se acabando de tanto que gente mata
Por que estão poluindo o nosso rio e cascata
E pra judiar da terra tem machado e moto serra
Destruindo nossa mata

É triste ver um irmão entre ratos e baratas
Tem gente comendo lixo que está no fundo da lata
O trabalhador só perde não ganha e nem empata
O pobre está amarrado eu cheguei na hora exata
É um nó que o governo se quiser ele desata
Por que então tanta pobreza num país que tem riqueza
Muito ouro e muita prata

Minha moda deixou rastros foi lambada de chibata
Não fiz moda de amor pra cantar em serenata
Defendi o povo pobre que tem gente que maltrata
Pra confirmar o que eu disse é assim que arremata
Aqui só ganha dinheiro essa turma da gravata
Com a viola e caneta boto a boca na corneta
Pra acabar com essa mamata

Jornal Redondo
Cantador é um jornalista desde os tempo imperiais
Mandando sua mensagem nos quatro pontos cardeais
Para não sabe ler os meus discos são jornais
O disco é um jornal redondo só com letras garrafais

Quando servi minha pátria cantei Mara os marechais
Eu cantava no palácio e também nos arraiais
Sem piano e sem violino, sem guitarra e sem metais
A minha viola tinia só nas cordas verdegais

A luz era a lamparina nas casas coloniais
No casarão da fazenda tinha vela e castiçais
Era o pai que escolhia pra sua filha o rapaz
Ele casava ou morria se avançasse os sinais

Hoje eu moro na cidade onde os golpes são fatais
Se a gente escapa da bala cai na ponta dos punhais
O tal Direitos Humanos só protege marginais
É uma luta permanente o povo querendo paz

Estou vendo em liberdade filho que matou seus pais
Quem roubou nosso país se salva nos tribunais
Quem roubar uma galinha da cadeia não sai mais
Pra salvar o velho mundo só mesmo Deus é capaz

Pagode Da Hora
Mas vale esperança tarde do que o desengano cedo
Para quem já está perdido meio do mato é caminho
Fala o pagode da hora cheio de velhos ditados
Viver mal acompanhado é melhor viver sozinho

Não se deixa pra manhã o que pode fazer hoje
O que vou dizer agora eu não deixo pra depois
Lá na casa do ferreiro o espeto é feito de pau
E na casa do saci uma calça veste dois

Mas vale quem Deus ajuda do que bem cedo madruga
Pouquinho co Deus é muito sem Deus não pé nada
Quem já conseguiu fortuna roubando de quem trabalha
Um dia vai virar cinzas toda riqueza roubada

Morre o pobre e morre o rico ninguém fica pra semente
Se a morte se vender-se o que seria
O dinheiro é poderoso faz um homem falar forte
Dinheiro comprando a morte só o pobre é quem morria

Beijo de mulher casada é um caminho perigoso
Eu não quero nem saber de entrar nessa aventura
Otário que dá em cima de mulher que já tem dono
Vai comer pela raiz o capim da sepultura

Homem que vive no campo é o esteio do país
É um cerne de aroeira pra ele eu tiro o chapéu
É um herói desconhecido só ganha calo na mão
Mas Deus reservou pra ele um tesouro lá no céu

Monumento De Paixão
A saudade no meu peito dá uma angústia por dentro
Coração despedaçado na paixão que me alimento
Desde de que te conheci minha vida é um tormento
Quando despediu de mim foi embora a sorrir sem notar meu sofrimento

Me apaixonei por você não esqueço um só momento
A distância nos separa não te vejo há muito tempo
Com respondo ao meu querer não sei o meu pensamento
Mas se você me quiser pra tiver linda mulher crio asa e viro vento

Sei que sou muito pequeno perto deste monumento
Mas quem ama sonha alta além do merecimento
Mulher da pela cheirosa de beleza cem por cento
Vivo louco por seus beijos e a fúria dos desejos, juro que já não agüento

Na distância que separa até miragem invento
Para ver teu lindo rosto no azul do firmamento
Na espuma da cerveja ou nas flores do relento
Eu te vejo minha amada linda de véu e grinalda para o nosso casamento

Peão De Rodeio
Sob o galope da vida vai o peão de rodeio
Bota de cano comprido, chapéu grande galanteio
É a vida do cowboy montador de profissão
Senta no lombo do burro reza pra ser campeão

Quando a porteira se abra o locutor anuncia
O povo aplaude de pé sua feliz montaria

Neta última noitada ele não vai fazer feio
Em busca do ganha pão vai o campeão de rodeio
Dali a pouco termina todo mundo vai embora
Parece um sonho meu Deus ver a platéia que chora

Quando a porteira se abra o locutor anuncia
O povo aplaude de pé sua feliz montaria

A festa chegou ao fim os campeões vão embora
Mala pronta e pé na estrada porque chegou sua hora
A lembrança e a saudade fica no coração do povo
No ano que vem tem mais começa tudo de novo

Quando a porteira se abra o locutor anuncia
O povo aplaude de pé sua feliz montaria

Músicas do álbum Peão De Rodeio (RGE 65232) - (1996)

Nome Compositor Ritmo
Eu Chego O Aço João Miranda / Silvano Ramos Batidão
A Nossa Lua De Mel Moacyr Dos Santos / Paraíso / João Mulato Rasqueado
Por Que Fugiste De Mim? João Mulato / Waldemar De Freitas Assunção Balanço
Eu Não Vivo Sem Ela João Miranda / Silvano Ramos Samba Canção
Minha Ex-Mulher Benedito Seviero / Paraíso Guarânia
Amor Bandido Praense / Rui Rosário Batidão
Carro Pesado João Mulato / João Miranda Cateretê
Olho Gordo João Mulato / Lourival Dos Santos / Dr. J. Osmar Bianchi Pagode
Capiau Tião Do Carro / José Caetano Erba Cururu
A Viola E A Caneta Moacyr Dos Santos / Paraíso Cururu Piracicabano
Jornal Redondo Lourival Dos Santos / Zé Batuta / Toninho Bauru Cururu
Pagode Da Hora Lourival Dos Santos / Zé Batuta Pagode
Monumento De Paixão João Mulato / Praense Corta Jaca
Peão De Rodeio Poeta / João Mulato / Jacira Amaral Country
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