Onde Eu Moro (CHANTECLER CH 3099) - (1966) - Liu e Léu

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Onde Eu Moro
Eu moro em um lugar verde azulado 
Junto ao céu arroxeado onde o sol vai se esconder
A casa é bem modesta sem pintura 
Mas é uma gostosura de lugar pra se viver
Aurora vem raiando perfumosa 
Até as flores ficam prosa principiando a se mexer 
De noite o clarão da lua cheia 
Deixa cor de mel de abelha os pingos de orvalho a tremer
De noite o clarão da lua cheia 
Deixa cor de mel de abelha os pingos de orvalho a tremer

As plantas são é como a natureza 
Cresce e dá que é uma beleza nem precisa socorrer
A voz sai da garganta de repente 
Pois o coração da gente vive alegre como o que
Canta passarada à gente escuta 
A cachoeira lá na gruta o galinho garnisé
O vento é como as cordas da viola 
Tira acordes que consola resvalando no sapé
O vento é como as cordas da viola 
Tira acordes que consola resvalando no sapé

Rainha Do Paraná
Quando chega a primavera eu vejo a minha tapera toda enfeitada de flor
A rosa me faz lembrar do porto Paranaguá aquele ninho de amor
Da igreja do Rocio onde o romeiro pediu uma graça e alcançou
Não há nada mais divino que o rocio cristalino da noite que serenou 

Era o mês de novembro diz a história eu me lembro a natureza floresceu
Num lindo campo de rosa uma santa milagrosa certa noite apareceu
Ali ergueram um santuário onde a Virgem do Rosário aos aflitos atendeu
Com o orvalho que caiu Santa Virgem do Rocio este nome recebeu

Quando chegam os marinheiros nossos irmãos brasileiros no porto Paranaguá
Ao deixarem o navio vão à igreja do Rocio suas benções implorar
Pedindo felicidade que acalme as tempestades que desabam sobre o mar
Pedem paz e proteção pra que nunca falte o pão na mesa de um pobre lar

Santa virgem do Rocio quem te vê e quem te viu nunca mais esquecerá
Os teus milagres profundos que aos filhos deste mundo vós não cansa de mostrar
Pela graça recebida a lembrança prometida o romeiro vai levar
Pra Senhora Imaculada que um dia foi proclamada Rainha do Paraná

Chora Moreninha
Hoje faço a despedida de você querida sei que vai chorar
Deixo um lencinho branco pra seu triste pranto nele enxugar
Chora moreninha chora que eu vou me embora para não voltar
Chora moreninha chora que eu vou me embora para não voltar 

Eu desse seu cabelo guardado com zelo um cacho levar
Quando estiver distante a todo instante de ti me lembrar
Chora moreninha chora que eu vou me embora para não voltar
Chora moreninha chora que eu vou me embora para não voltar

Levo no meu coração a grande paixão que vai me judia
Lembrança desse seu jeitinho desse seu rostinho desse seu olhar
Chora moreninha chora que eu vou me embora para não voltar
Chora moreninha chora que eu vou me embora para não voltar

A Volta Que O Mundo Dá
No estado de São Paulo lá em Guaratinguetá
Um casal de namorados jurou de não separar
Mas o malvado dinheiro fez a jura se quebrar
O pai falou para a filha seu namoro vai parar
Nós somos família nobre o seu namorado é pobre não vamos se misturar 

Rapaz que não tem dinheiro no meu lar não vai entrar
Caboclinho do pesado suspirou pra não chorar
Retrucou assim dizendo dinheiro eu posso ganhar
Minha mão ta calejada meu defeito é trabalhar
Se fosse como eu queria nosso pão de cada dia eu não deixava faltar

Um sujeito engravatado um dia baixou por lá
Contando tantas vantagens fez o velho acreditar
Eu sou filho de um ricaço meu trabalho é estudar
Levando a moça no tapa quatro anos sem casar
O cara de posição não passava de um ladrão que a polícia foi buscar

O ladrão deixou uma filha o avô quem vai criar
E a mãe ficou solteira não adianta reclamar
A menina todo instante para a mãe vai perguntar
Mãezinha cadê meu pai quero ver onde ele está
Nesta hora a mãe se cala a verdade ela não fala porque a coragem não dá

O amor é coisa séria nunca vi ninguém comprar
Muitos pais sem coração tem filhas pra negociar
Procura quem tem dinheiro para as filhas namorar
Desprezar o caboclinho que deviam respeitar
Caboclinho do pesado hoje tem seu lar honrado é a volta que o mundo dá

Não Chores
Não chores meu grande amor
Não chores que eu voltarei
Os teus prantos são de dor eu sei
Enxugue os olhos teus aperte a minha mão
E deixe de chorar meu coração

Distante os meus olhos rasos d´água
Vai chorar a mesma mágoa
Vão sentir a mesma dor
Vejo agora nessa triste despedida
Tuas lágrimas vertidas 
Confirmaram o teu amor 

Velha Querência
É um mistério nossa vida nesse mundo
Nos momentos mais profundos que a gente tem que passar
A negra sorte surge sempre no instante
Maltratando um semelhante destruindo um pobre lar 

Há muito tempo eu vivia lá na roça
Morando numa palhoça naquele velho sertão
Nunca pensava que uma triste despedida
Transformasse a minha vida nesta negra solidão

Passou-se o tempo eu perdi a mocidade
Recebendo a crueldade que o destino me ofertou
Quanta saudade relembro aqui sozinho
Aquele velho ranchinho onde eu era morador

E hoje eu vivo bem distante da querência
Minha velha residência ficou longe daqui
Pra aliviar esta minha dor tirana
Quero voltar pra choupana pro sertão onde eu nasci

Filho De Boiadeiro
Cavalgando na longa estrada meu cavalo é meu companheiro
Vou tocando a minha boiada meu destino é ser boiadeiro
Quantas vezes eu choro sozinho soluçando de tanta saudade
Por lembrar que meu velho paizinho Deus levou para eternidade 

Ai, ai, ai
Parece que lá bem distante ainda eu vejo meu pai
Montado a cavalo gritando com os bois tocando o berrante

Apesar de eu ser um menino já conheço o Brasil inteiro
E assim cumprirei meu destino, pois meu pai também foi boiadeiro
Amanhã vou rever a casinha lá naquele imenso sertão
Beijarei minha doce mãezinha pedirei sua santa benção

Ai, ai, ai
Parece que lá bem distante ainda eu vejo meu pai
Montado a cavalo gritando com os bois tocando o berrante

Não Vá
Não vá não me deixe não para não chorar o meu coração
Não vá não me deixe não para não chorar o meu coração

Morena você se esquece que o amor não é brinquedo
Coração triste padece quando ama em segredo 

Não vá não me deixe não para não chorar o meu coração
Não vá não me deixe não para não chorar o meu coração

Coração de aço duro que sorri do sofrimento
O meu amor é tão puro e o teu é só fingimento
Não vá não me deixe não para não chorar o meu coração
Não vá não me deixe não para não chorar o meu coração

Não me deixe meu amor eu não vivo sem você
Vai ser grande a minha dor se um dia eu te perder

Não vá não me deixe não para não chorar o meu coração
Não vá não me deixe não para não chorar o meu coração

O Grande Companheiro
Dizem que violeiro goza mais violeiro é quem padece
É violeiro que faz moda dos causos que acontecem
Quem escutar os meus versos lágrimas dos olhos descem
Perdemos um grande amigo que o sertão jamais esquece
Muita gente não agüenta coração mole arrebenta
Coração duro amolece

Nosso grande Teddy Vieira que todos queria bem
Não reside mais na terra foi morar lá no além
O sertão de ponta a ponta chora comigo também
Nos quatro cantos da pátria não quero magoar ninguém
Mas vou usar de franqueza campeando com vela acesa
Um outro Teddy não tem

Na música sertaneja Teddy foi um defensor
É duro seguir na luta sentindo tamanha dor
Ele dava a mão a todos violeiro e compositor
Tem muita gente de fama que subiu com seu favor
Um grande amigo do peito nunca teve preconceito
Nem de raça nem de cor

Na suas veias corriam sangue puro brasileiro
Era sangue de caboclo era sangue de violeiro
Os versos que ele deixou valem mais dinheiro
Morre o homem e fica a fama é um ditado verdadeiro
Embora muito custo nós vamos erguer um busto
Deste grande companheiro

Adeus meu parceiro de composição
Adeus companheiro do meu coração
O velho berrante chorou no sertão
Tocando silêncio da imensidão

Eu Sou Caboclo
Eu sou caboclo nascido em tapera arisco que nem fera que não cai no laço
Sem divisa de qualquer fronteira me criei igual a águia que domina o espaço
Barrar meus passos é dar com os burros na água é ver o diabo de mágoa na casa a rolar
Porque eu vejo a viola em caco sem tirar ela do saco antes de apear 

Jogo meu laço por cima e por baixo tanto pulo como abaixo em ocasião de apoio
Se o pantaneiro é brabo eu sou maneiro o potro rincha eu solto a chincha e no braço eu seguro
Enfrento a morte se me for preciso nem pro chão aonde eu piso não devo favor
Quem vem do berço com destreza é forte tem fé não precisa sorte vence é com suor

Só temo a Deus que risque o céu com raio faz o negro ficar baio o branco furta cor
O resto eu topo cara a cara peito a peito imponho justiça e respeito seja lá quem for
Meu sentimento é não ser poderoso como eu sou forte e brioso teimoso e ligeiro
Pra na escrita por pingo no i pra ver a terra onde eu nasci livre de aventureiro

Sinto orgulhoso de ser brasileiro não temo o estrangeiro e faço respeitar
A imensidão do meu verde amarelo pois um outro rico e belo no mundo não há
Vejo distante fome dor e guerra e a paz da minha terra sempre mais gentil
Sem preconceito de cor raça e culto um Deus, um hino uma bandeira e viva meu Brasil
Sem preconceito de cor raça e culto um Deus, um hino uma bandeira e viva meu Brasil

Chorei De Dor
Chorei, chorei, chorei de dor
Chorei de dor ao perder o meu amor
Chorei, chorei, chorei de dor
Chorei de dor ao perder o meu amor

Aquela ingrata me deixou aqui sozinho sem amor e sem carinho nesta negra solidão
Ela hoje vive arrependida por destruir minha vida e ferir meu coração 

Chorei, chorei, chorei de dor
Chorei de dor ao perder o meu amor
Chorei, chorei, chorei de dor
Chorei de dor ao perder o meu amor

Eu fui sincero ela não compreendeu o desprezo ela me deu sem ter pena e sem ter dó
Hoje to sabendo que ela chora mais é muito tarde agora eu prefiro viver só

Chorei, chorei, chorei de dor
Chorei de dor ao perder o meu amor
Chorei, chorei, chorei de dor
Chorei de dor ao perder o meu amor

Vaidosa
Eu não quero mais amar só pra não sofrer desgosto
Esquecer pra toda vida eu agora estou disposto
Um homem que tem vergonha traz estampada no rosto
Embora eu não ser nada e você de alto posto 

Eu conheço um certo alguém que a muito tempo te ama
Se nós dois continuar o peito dele reclama
Você falando com ele meu viver você difama
Tome cuidado menina para não cair na lama

A tempo eu venho notando que você não me quer mais
Por capricho e por maldade só quer me passar pra traz
Se pinta e fica vaidosa nem conta de mim não faz
Palhaço também se pinta e faz um grande cartaz

Pode seguir seu caminho nosso amor já se acabou
Faz de conta que eu morri entre nós nada passou
No portão da sua casa só a saudade ficou
São os versos apaixonado deste bobo que te amou

Músicas do álbum Onde Eu Moro (CHANTECLER CH 3099) - (1966)

Nome Compositor Ritmo
Onde Eu Moro Edward De Marchi Toada Balanço
Rainha Do Paraná Nízio Cururú
Chora Moreninha Tuta / Léu Samba Caipira
A Volta Que O Mundo Dá Lourival Dos Santos / Zé Batuta Moda De Viola
Não Chores Tuta Rasqueado
Velha Querência Biguá / Benedito Seviero Cururú
Filho De Boiadeiro Nízio / Nestor Corrido
Não Vá Tuta Cateretê
O Grande Companheiro Lourival Dos Santos / Moacyr Dos Santos Moda De Viola
Eu Sou Caboclo Edward De Marchi Xote
Chorei De Dor Tuta / M. Alice Cateretê
Vaidosa Teddy Vieira / Zé Cocão Cateretê
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