50 Anos De Mariachis E Grandes Sucessos Sertanejos (ATRACAO ATR 21647) - (2007) - Pedro Bento e Zé Da Estrada

A Lua É Testemunha
Numa noite serena e escura
Quando em silêncio juramos amor
Quando em silêncio me deste um abraço
Nos despedimos morrendo de dor

As estrelas o sol e a lua
Testemunham que fui tão fiel
Hoje volto e te encontro casada
Ai que sorte infeliz e cruel

Estou casada seguir-te não posso
Porque assim exige a lei
Quero ser sincera ao meu esposo
Mas em silêncio por ti chorarei

Ao estares nos braços de outro
E o remorso a ti apertar
Peço a Deus que te mate dormindo
Pois não é minha nem de outro será

Coxinilho
Enquanto eu viajava pelo sertão à fora
O meu amor ficava em casa a preparar
Um novo coxinilho para a próxima viagem
Dormindo sobre ele como era bom sonhar

Com fios de algodão por meu amor trançado
Meu novo coxinilho ficava bem macio
Para ser a minha cama à sombra de um coqueiro
No chão de alguma estrada à beira de algum rio

Coxinilho, meu leito de algodão
Coxinilho, venha forrar meu chão

Me lembro de uma vez dormindo sobre ele
Na confusão de um sonho eu me senti um rei
Com toda a criadagem rodeando o meu castelo
Eu vi que era verdade na hora que acordei

Eu era o rei da estrada e via nas alturas
Um exército de estrelas por sobre mim marchar
Seus raios pareciam milhares de soldados
Batendo continência na praça do luar

Coxinilho, meu leito de algodão
Coxinilho, venha forrar meu chão

De um simples boiadeiro ao dono de um império
Não existe diferença se a gente pensar bem
O rei dá a suas ordens igual a um boiadeiro
Que ao som de um berranteiro as ordens dá também

Depois de uma noitada dobrava o coxinilho
Por sobre o meu arreio saía no estradão
Atrás de uma boiada cantando ia embora
Sentindo nessa hora ser o rei do sertão

Coxinilho, meu leito de algodão
Coxinilho, venha forrar meu chão

Amanheci Em Teus Abraços
Amanheci outra vez em teus braços
E despertei chorando de alegria
Acariciei teu rosto com ternura
O nosso amor é cheio de ventura

Sorrindo estavas tu quando acordaste
Beijei a tua boca com ânsia louca
E silenciosamente nos amamos
Assim passaram muitas, muitas horas

Quando a noite chegou e a lua apareceu
O mundo era de prata quando te iluminou
Senti na minha alma um ciúmes que maltrata

Tua voz estremeceu quase chorando
Beijando te acalmei toda amargura
A lua em seu fracasso foi embora
E amanheci outra vez em teus braços

Penas De Minha Alma
Entre copos e copos acabei minha vida
Sempre chorando teu falso amor
Negras lembranças me trás tuas mentiras
Eu bebo agora um copo de dor

Trago pena em minha alma já não posso viver
Traíste quem te amava por isso deve sofrer
Queira Deus que te pague com a mesma traição
Assim verás como é triste zombar de um coração

Pra seguir os teus passos deixei o meu lar
Deixei pai e mãe num pranto sem fim
Por tua culpa me uni às desgraças
Ninguém no mundo tem pena de mim

Trago pena em minha alma já não posso viver
Traíste quem te amava por isso deve sofrer
Queira Deus que te pague com a mesma traição
Assim verás como é triste zombar de um coração

Tropas E Boiadas
Eu conheci no porto dos peões
Um bom vaqueiro, velho e traquejado
Com ele eu aprendi muitas lições
Daquele tempo em que reinava o gado
Eu não sabia o que era um berrante
Desconhecia uma vaquejada
Por que eu era um principiante
Neste negócio de tocar boiada

Vai, vai, vai, vai, saudade antiga, vai buscar
Quero rever, tropas e boiadas a passar
Vai, vai, vai, vai, saudade antiga, vai buscar
Quero rever, tropas e boiadas a passar

Ele contou-me das suas andanças
E das festanças na sua chegada
Moças bonitas vinha à janela
Pra ver passar a sua peonada
Falou também do caso da pintada
Atocaiada dentro do grotão
Quando se deu o estouro da boiada
Onde perdeu o seu amigo e irmão

Vai, vai, vai, vai, saudade antiga, vai buscar
Quero rever, tropas e boiadas a passar
Vai, vai, vai, vai, saudade antiga, vai buscar
Quero rever, tropas e boiadas a passar

Caro menino eu posso ser seu pai
Você começa sua vida agora
Mas amanhã quando você crescer
Irá lembrar também da minha história
História essa que está escrita
Em uma página empoeirada
Você agora é parte do meu livro
Que se intitula, tropas e boiadas

Vai, vai, vai, vai, saudade antiga, vai buscar
Quero rever, tropas e boiadas a passar
Vai, vai, vai, vai, saudade antiga, vai buscar
Quero rever, tropas e boiadas a passar

Mulher De Ninguém
Como posso ser feliz na minha vida
Viver ausente da mulher que mais amei
Com tristeza eu recordo a despedida
Daquela ingrata com quem eu tanto sonhei

E sozinho hoje eu entro em meu quarto
Esta saudade fazem meus olhos chorar
O meu consolo é beija o seu retrato
Enquanto os outros no seu rosto vão beijar

Ela teve tudo que sonhava neste mundo
O seu desejo era viver na liberdade
Dando em meu peito esse golpe tão profundo
Deixando em mim a cicatriz da falsidade

Vejo a aliança que ela ainda traz no dedo
Foi recebida de joelho em frente ao altar
A lei divina foi pra ela um brinquedo
Indo pra lama destruindo o próprio lar

Hoje ela vive de boêmios rodeada
Trocando abraços por um copo de bebida
Todos se afastam quando chega a madrugada
Fica sozinho maldizendo a própria vida

Vendo seu rosto não esconde mais a mágoa
Olha a aliança que é o espelho do passado
Chama o meu nome com os olhos rasos d’água
De pouco a pouco vai pagando seu pecado

Desejo Antigo
Quero uma rima simplezinha pra cantar
Falando em coisas que deixei lá no sertão
Quero um regato mansamente a rolar
Ver borboletas avejantes num botão
De manhazinha quando vem rompendo o dia
No pé da serra brinca alegre um tangará
E de repente tudo tudo silencia
Para ouvir a melodia do maestro sabiá
Deixa seu moço eu sonhar já que eu não posso voltar
Deixa seu moço eu sonhar já que eu não posso voltar

Quero uma casa humildezinha pra morar
E um rego d'água pra matar a minha sede
Quero uma sombra junto a um pé de um manacá
Aonde eu posso a embalar a minha rede
E uma cabocla para ser somente minha
No seu jardim eu quero ser o beija-flor
À tarde eu quero uma viola afinadinha
Uma toada e uma modinha pra cantar pro meu amor
Deixa seu moço eu sonhar já que eu não posso voltar
Deixa seu moço eu sonhar já que eu não posso voltar

O sol desmaia lá nos braços do horizonte
Pinta no peito uma pontinha de tristeza
A lua nasce a sorrir atrás do monte
Eu me extasio a contemplar tanta beleza
Uma coruja pia triste lá distante
E um curiango lhe responde com certeza
Os pirilampos vão surgindo num instante
São estrelas, são diamantes, enfeitando a natureza
Deixa seu moço eu sonhar já que eu não posso voltar
Deixa seu moço eu sonhar já que eu não posso voltar

Vinte Anos
Trago um sentimento triste sentimento
Que fere o meu peito em tão profunda dor
Velhas ilusões que me traz os tempos
De uma história negra de um maldito amor

A mulher que eu quis me deixou por outro
Eu segui seus passos e matei os dois
Eu não fui culpado porque estava louco
Louco de ciúmes, louco de amor

As leis da minha terra ditaram a sentença
Me deram sem clemência vinte anos de prisão
E aqui por entre as grades são longos os dias meus
Vendo o céu azulado onde se encontra Deus

Ébrio De Amor
Tudo fiz para viver sempre consigo
Meu desejo era fazê-la feliz
Mas a minha negra sorte traiçoeira
Foi um outro que roubou você de mim

Eu queria para sempre nesta vida
Ser o dono do seu corpo sedutor
Mas sou pobre não lhe ofereço riqueza
E você só quer me ver ébrio de amor

E assim eu vou seguindo o meu destino
Com aquelas que compreendem minha dor
Me confortam aliviando minha mágoa
Nesse ambiente infeliz e pecador

Reconheço, não mereço teu carinho
Mas de si não guardo ódio e nem rancor
O que eu sinto é vê-la sem felicidade
E você só quer me ver ébrio de amor

Mulher, a dor que trago comigo 
É como um doce castigo te amar que dá prazer
O coração não esquece o vulto por quem padece
Mais sofre, mais quer sofrer
Por isso nesta canção é o que tem o coração
Não posso ficar calado, lhe digo mulher querida
Que a dor maior nesta vida é amar sem ser amado

E assim eu vou seguindo o meu destino
Com aquelas que compreendem minha dor
Me confortam aliviando minha mágoa
Nesse ambiente infeliz e pecador

Reconheço, não mereço teu carinho
Mas de si não guardo ódio e nem rancor
O que eu sinto é vê-la sem felicidade
E você só quer me ver ébrio de amor
O que eu sinto é vê-la sem felicidade
E você só quer me ver ébrio de amor

Galopeira
Foi num baile em Assuncion capital do Paraguai
Onde eu vi as paraguaias sorridentes a bailar
E ao som de suas guitarras quatro guapos a cantar
Galopeira, galopeira eu também entrei dançar

Galopeira, nunca mais te esquecerei
Galopeira, pra matar minha saudade
Pra minha felicidade paraguaia eu voltarei
Pra minha felicidade paraguaia eu voltarei

Caminho De Minha Vida

Não vale nada a vida, a vida não vale nada
Começa sempre chorando e assim chorando se acaba
Por isso é que neste mundo a vida não vale nada

A vida é um triste caminho cheio de curva e subida
Aonde não encontramos nenhuma sombra perdida
Pra descansar um pouquinho o grande peso da vida

Caminho de minha vida não passe por minha terra
Porque naquele lugar não há ninguém que me espera
A casa de minha infância hoje é uma triste tapera

Não há mais flor no terreiro não há mais ave no ninho
Quem tanto eu amei um dia já mora em outro caminho
O peso da minha vida preciso levar sozinho

Sete Palavras
Deus amou tanto este mundo o mundo não correspondeu
Então Deus mandou os profetas, mas ninguém obedeceu
Deus mandou seu próprio filho, mas ninguém não conheceu
Quando ele perambulou teve porta que fechou na hora que ele bateu

Pra salvar a humanidade o nosso senhor nasceu
Trinta e três Anos de idade neste mundo ele viveu
Deus de infinita bondade do mundo compadeceu
Ele deu a própria vida pra juntar a ovelha querida que do rebanho se perdeu

Na hora da santa ceia beijou os pés dos discípulos seus
Em seguida ele falou vocês façam como eu
Vou pra casa de meu pai de onde a gente desceu
Um de vós vai me trair até Pedro vai fingir que nunca me conheceu

Levantou os olhos pro céu pegou o pão e benzeu
Esse pão é o meu corpo cada discípulo comeu
Esse vinho é o meu sangue cada discípulo bebeu
Judas atirou no chão aquele pedaço de pão saiu da mesa e correu

Trinta Moedas de prata foi o quanto recebeu
No horto da oliveiras levou soldado e prendeu
Jesus preso e amarrado calado permaneceu
Depois de tanto maltrato já gritaram a Pilatos crucifique o galileu

Na hora da sua morte a Terra empalideceu
Trovejou de sul a norte Judéia toda tremeu
O véu do templo rasgou Pilatos se arrependeu
Um sorria outro chorava Jesus disse essas palavras Que na cruz ele morreu

"Pai, perdoa-os
Eles não sabem o que estão fazendo
Pai, em tuas mãos
Entrego meu espírito
Tudo está consumado
Tudo está consumado

Cavalo Preto Valente
Cavalo preto valente como esquecer-te te devo a vida
Eu ia ser fuzilado pelos dez homens de Pancho Villa
Naquela noite nublada eu recebia voz de prisão
Por aqueles desalmados fui condenado ao paredão

No amanhecer do dia chamei os guardas fiz um pedido
Cuidem do meu cavalo que neste mundo fui meu amigo
Ao ver os guardas chegando olhei ao céu pedi a Deus
Perdão parar os meus pecados e ao meu cavalo eu disse adeus

Recordo o que me falaram faça um pedido ao vosso gosto
Eu quero ser fuzilado em meu cavalo preto lustroso
Quando em ti me montaram e preparar a execução
Tu avançava matando todos soldados do pelotão

Canção Para Ti

Esta linda melodia que cantamos para ti
Neste seu aniversário que seja muito feliz
Que Deus do céu te proteja e os anjos cantem também
Pelo seu aniversário aceite os parabéns

Que lindo está esse dia em que todos vem te saudar
Parentes e convidados todos vem te abraçar

Mariachi, toquem mariachi para homenagear
Ao nobre aniversariante felizes vamos cantar
Desse dia para sempre seja paz e muito amor
No jardim de sua vida seja flor, somente flor

Que lindo está esse dia em que todos vem te saudar
Parentes e convidados todos vem te abraçar

Mariachi, toquem mariachi para homenagear
Ao nobre aniversariante felizes vamos cantar
Desse dia para sempre seja paz e muito amor
No jardim de sua vida seja flor, somente flor

Serenata De Amor
Nesta noite eu canto serenata
A você minha mulher amada
Que deitada sozinha em seu leito
Ouve minha voz tão apaixonada
Eu lhe peço desculpa meu bem
Por lhe causar tanto desamor
O ciúme é o grande problema
Das nossas brigas de amor

Por favor, oh minha querida
Eu lhe considero a mulher mais bela
Quero ver seu lindo sorriso
Quando você abrir a janela

Se você soubesse meu amor
Da emoção que sinto agora
Ao vê-la linda e atraente
Nesta bonita qual manhã de aurora
Abrace, me beije meu bem
Nesta noite tão maravilhosa
Vou beijar tua boca querida
E lhe oferecer um botão de rosa

Por favor, oh minha querida
Eu lhe considero a mulher mais bela
Quero ver seu lindo sorriso
Quando você abrir a janela

Contra O Vento
Contra o vento na noite escura
Vou caminhando sem saber pra onde
Chamando teu nome cheio de amargura
Mas infelizmente ninguém me responde

Sinto o sereno que cai lentamente
Se misturando com o pranto meu
Meus lábios pedem teus beijos ardentes
E meu corpo implora os carinhos seus

Na noite vazia sou um triste vulto distante e oculto da felicidade
Se neste mundo não posso te amar tenho esperança de te encontrar 
Um dia mais tarde na eternidade

Fracasso De Boêmio
Deixo cansado a minha boemia
Das noites de orgia que passei por experiência
Eu nesta vida suportei falsos amigos
Mas não sei se consigo suportar a tua ausência

Noites e noites passei a vida louca
Beijei a tua boca na febre do desejo
Em meu delírio não pensava no abandono
Julgava ser o dono absoluto dos teus beijos

Porém agora minha vida esta vazia
Minhas noites são tão frias, tudo enfim se acabou
E tu que foste em minha vida um sonho ardente
Diga toda essa gente que o boêmio fracassou

Músicas do álbum 50 Anos De Mariachis E Grandes Sucessos Sertanejos (ATRACAO ATR 21647) - (2007)

Nome Compositor Ritmo
A Lua É Testemunha S. Louzano - Versão: Goiá / Inhana Rancheira
Coxinilho Bento Julio Guedini Toada
Amanheci Em Teus Abraços José Alfredo Jimenez / Pepe Ãvila Rancheira
Penas De Minha Alma Valdez Leal - Versão: Teddy Vieira / Nelson Gomes Rancheira
Tropas E Boiadas Tony Damito / Carlos César Toada
Mulher De Ninguém Paiozinho / Benedito Seviero Tango
Desejo Antigo Ostecrino Lacerda Toada Balanço
Vinte Anos F. Valdez Leal - Versão: Juracy Rago Corrido
Ébrio De Amor Lindomar Castilho / Ramoncito Gomes Bolero
Galopeira Zayas / Mauricio C. Ocampos - Versão: Pedro Bento Polca
Caminho De Minha Vida Zé Fortuna Rancheira
Sete Palavras Luizinho Rosa Cururu Piracicabano
Cavalo Preto Valente Belmonte / Miltinho Rancheira
Canção Para Ti Pedro Bento Rancheira
Serenata De Amor Marciano / Darci Rossi / Sargento Oliveira Rancheira
Contra O Vento Vicente P. Machado Rancheira
Fracasso De Boêmio Zé Do Rancho / Bolinha Tango
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