Canção Da Minha Vida (RCA-VICTOR BBL 1409) - (1967) - Pedro Bento e Zé Da Estrada

Ébrio De Amor
Tudo fiz para viver sempre consigo
Meu desejo era fazê-la feliz
Mas a minha negra sorte traiçoeira
Foi um outro que roubou você de mim

Eu queria para sempre nesta vida
Ser o dono do seu corpo sedutor
Mas sou pobre não lhe ofereço riqueza
E você só quer me ver ébrio de amor

E assim eu vou seguindo o meu destino
Com aquelas que compreendem minha dor
Me confortam aliviando minha mágoa
Nesse ambiente infeliz e pecador

Reconheço, não mereço teu carinho
Mas de si não guardo ódio e nem rancor
O que eu sinto é vê-la sem felicidade
E você só quer me ver ébrio de amor

Mulher, a dor que trago comigo 
É como um doce castigo te amar que dá prazer
O coração não esquece o vulto por quem padece
Mais sofre, mais quer sofrer
Por isso nesta canção é o que tem o coração
Não posso ficar calado, lhe digo mulher querida
Que a dor maior nesta vida é amar sem ser amado

E assim eu vou seguindo o meu destino
Com aquelas que compreendem minha dor
Me confortam aliviando minha mágoa
Nesse ambiente infeliz e pecador

Reconheço, não mereço teu carinho
Mas de si não guardo ódio e nem rancor
O que eu sinto é vê-la sem felicidade
E você só quer me ver ébrio de amor
O que eu sinto é vê-la sem felicidade
E você só quer me ver ébrio de amor

Lábios Gelados
Vivo sozinho no mundo assim me acompanha o cruel padecer
Pelos caminhos que andei na vida meu sofrimento não pude esquecer
De bar em bar vivo bebendo como um errante a caminhar
Por teu desprezo vivo sofrendo e não consigo deixar de te amar

Ai, ai, ai, ai, que triste o destino é o meu
Vivo bebendo a chorando lembrando quem me esqueceu

Porém, desejo que a mesma tristeza venha amargar tua vida também
Cruel remorso então sentirá, pois não terás como eu mais ninguém
Há de sentir minha sombra a teu lado como remédio para a tua dor
Há de sentir os teus lábios gelados sem as carícias de um beijo de amor

Ai, ai, ai, ai, que triste o destino é o meu
Vivo bebendo a chorando lembrando quem me esqueceu

Noite Sem Sono
Meu bem não sabe que o carinho sempre foi o remédio
Para curar o tédio e matar minha paixão
Se o meu amor soubesse voltaria aos meus braços
Para sentir o compasso do meu pobre, do meu pobre coração

Ai, ai, ai, esta noite eu não dormi
Passei a noite chorando por que meu bem não está aqui

Canção Que Eu Pedi
Estou mais uma vez nesta cantina
Ouvindo esta canção que eu pedi
Uma semana faz que estou bebendo
Por causa de um amor que eu perdi

Chorando nesta fria madrugada
Já não consigo mais conter meu pranto
Irei embriagar para esquecer
A imagem da mulher que eu amo tanto

Me entrego na bebida pra curar esta ferida
Que me sangra o coração 
Esta noite neste bar quero me embriagar
Escutando esta canção

Garçom me traga mais qualquer bebida
Beberei mesmo não tendo vontade
Talvez embriagado eu consiga
Esquecer a minha infelicidade

Ribeiro Lento
Ribeiro, ribeiro lento
Teu desalento me causa dor
Corres batendo as pedras do teu leito
Como bate o peito de quem tem amor
Corres batendo as pedras do teu leito
Como bate o peito de quem tem amor

Não chores tanto, transforme o pranto
Num lindo canto, vibrante e sem par
Se sentes mágoas por que tuas águas
Vão pro rio grande nele despejar
Esse coitado chora mais magoado
Porque suas águas correm para o mar

Ribeiro, ribeiro lento
Teu desalento me causa dor
Corres batendo as pedras do teu leito
Como bate o peito de quem tem amor
Corres batendo as pedras do teu leito
Como bate o peito de quem tem amor

As nossas vidas, tristes pungidas
São mal vividas como a do ribeiro
Uns acham graça quando uma desgraça
Bate estardalhaça a porta de um terceiro
Esse coitado olha pro passado
Vê que tristes fados correm o mundo inteiro

Ribeiro, ribeiro lento
Teu desalento me causa dor
Corres batendo as pedras do teu leito
Como bate o peito de quem tem amor
Corres batendo as pedras do teu leito
Como bate o peito de quem tem amor

Perdido De Amor
Nesta noite me vou derrotado
Com a sorte não posso lutar
A paixão que eu trago em minh’alma
Me tortura e me faz chorar

Se eu pudesse gritar pela morte
A rogar-te me tire o que fez
Teu amor eu perdi para sempre
Que me importa a vida perder

Não consigo esquecer teus carinhos
Nem teus beijos nem o teu calor
Muito triste eu sigo sozinho
Derrotado e perdido de amor

Hoje eu darei a despedida
Nesta noite é triste o luar
Cantarei com minh’alma ferida
Três canções que farão recordar

Na seresta que foi o adeus
Do amor que chorei a perder
Se não posso viver junto a ti
É melhor bem distante morrer

Ternura Dos Teus Beijos
Me desprezar, me magoar
É teu maior prazer eu sei
Mas mesmo sendo desprezado
De te amar não deixarei

Tenho esperança
Que um dia tu irás me compreender
De tudo isso que me faz
Um dia irá se arrepender

Teu coração aventureiro algum dia cansará
Amor sincero Igual ao meu tu nunca mais encontrará
Pois sempre te amei e meu maior desejo
E te beijar e adormecer com a ternura dos teus beijos

Flor Da Lama
Venho agora dizer adeus aos meus amigos
Eu já não posso mais viver neste lugar
Porque a mulher que viveu sempre comigo
Manchou meu nome e na lama foi morar

O nosso lar que era um ninho de amor
Hoje é um recanto que só existe a solidão
E na lama nasceu uma nova flor
Para enfeitar o ambiente da perdição

E sozinho no silêncio do meu quarto
Quantas noites amanheço acordado
Sempre olhando na parede o teu retrato
Relembrando quando estava a meu lado

Sinto a mágoa destruir minha existência
Tenho vergonha de saber onde ela mora
Não podendo suportar a sua ausência
Soluçando de saudade eu vou embora

Tarde da noite, quando apaga a luz da lua
E os boêmios, passam em frente a minha janela
Sobre meu leito, sozinho escuto uma voz na rua
Que vem passando e vem falando o nome dela

Farrapo De Gente
Adeus amigos das madrugadas perdidas
Minha esperança para sempre eu já perdi
Adeus mulheres perdição da minha vida
E vou embora e nunca mais eu volto aqui

Meu violão quero deixar de presente
Ao infeliz que ocupar o meu lugar
Que como eu vinha fazer a essa gente
Viver sorrindo com vontade de chorar

Há muito tempo lá no centro da cidade
Deixei meu lar num imenso mar de dor
Deixei aquela que me amava de verdade
Para sentir a tentação de um novo amor

E a minha esposa lamentando a negra sorte
Voltou de novo para a casa de seus pais
E hoje ela mil vezes prefere a morte
E ao meu lado não pretende voltar mais

Às vezes penso desertar da própria vida
Lembrando o homem que eu fui antigamente
Os maus amigos, as mulheres e a bebida
Me reduziram a este farrapo de gente

Sinto a tristeza afugentar a minha calma
Porque perdi tanto dinheiro e tanto fama
E por castigo o que mais me dói na alma
É recordar que naufraguei meu lar na lama

E a minha esposa lamentando a negra sorte
Voltou de novo para a casa de seus pais
E hoje ela mil vezes prefere a morte
E ao meu lado não pretende voltar mais

Meu Vício É Te Amar
Estou sofrendo por teu amor, mas não quero esquecer-te
Mesmo sento por ti desprezado não quero te odiar
Não consigo, não quero, não posso deixar de querer-te
Todos tem nesta vida um vício, meu vício é te amar

Os próprios amigos me dizem que sou um palhaço
Que preciso riscar-te pra sempre do meu pensamento
Que teu grande é sorrir e querer meu fracasso
Mas confesso que longe de ti é maior meu tormento

Continuarei esperando que teu orgulho venha um dia terminar
Que também quase morta de amor arrependida me abraçar e me beijar
Teu beijo enxugará da minha face tantas lágrimas sentidas
O teu carinho me fará sempre feliz, somente tu que eu amor nesta vida

Recordando Sucessos
O seresteiro da lua ainda tem o desejo
Conquistar a Paraguai pra não ser ladrão de beijos
Estou morrendo aos poucos quase louco de amor
Brindando a minha derrota eu bebo a taça da dor

Quando te dei a aliança, dia mais lindo da vida
O meu coração que chora com esperança perdida
Quem viveu perambulando por uma louca paixão
Vira como é bonito viver na doce ilusão

Mas uma mágoa profunda trouxe os queixumes de amor
Agora o meu sofrimento é um abismo de dor
Hoje por recordação só tenho a fotografia
E do meu copo na mesa fiquei na casa vazia

Recordando o seresteiro que saudade das canções
Gritam as pedras do campo igual os dois corações
As belezas do Araguaia me fizeram sonhador
Tu sempre tu me enganaste com tuas queixas de amor

Com meu coração ferido que vale a vida viver
Culpada do falso amor um dia tem que perder
És uma mulher sem nome já não quero te beijar 
A lembrança do boêmio contigo hás de ficar

Derrotou três boiadeiros a mineira de Uberaba
O progresso do Brasil está em Piracicaba
Peão de Ouro recebeu uma medalha sagrada
Com a carta do pracinha a resposta foi mandada

Canção De Minha Vida
Garçom amigo, por favor, traga pra mim
Mais cigarro, mais um trago de bebida
Quero fumar, quero beber para dar fim
Na amargura que tortura a minha vida

O som de um órgão me faz crer que nesta hora
Ao lado de outro está de noiva vestida
Garçom amigo, por favor, ligue a vitrola 
Toque ora mim a canção da minha vida

O relógio da matriz acabou de assinalar
O momento que meu bem vai subir aos pés do altar

Esta canção de paixão quase me mata
Por isso eu choro quando ouço ela tocar
Cada estrofe faz lembrar aquela ingrata
Que por um outro sem razão foi me deixar

O relógio da matriz acabou de assinalar
O momento que meu bem vai subir aos pés do altar

Músicas do álbum Canção Da Minha Vida (RCA-VICTOR BBL 1409) - (1967)

Nome Compositor Ritmo
Ébrio De Amor Palmeira / Romancito Gomes Bolero
Lábios Gelados Luiz De Castro / Osvaldo Tose Rancheira
Noite Sem Sono Jéca Mineiro Chula
Canção Que Eu Pedi Milano / Pininha Fox
Ribeiro Lento Nelson Costa / César Cava Guarânia
Perdido De Amor Luiz De Castro / Zé Marreiro Rancheira
Ternura Dos Teus Beijos Luiz De Castro / Pedro Bento Rumba
Flor Da Lama Paiozinho / Benedito Seviero Huapango
Farrapo De Gente Luiz De Castro / Benedito Seviero Tango
Meu Vício É Te Amar Luiz De Castro / Osmar Alves Bolero
Recordando Sucessos Pedro Bento / Nelson Gomes Polca
Canção De Minha Vida Luiz De Castro / Pedro Bento Rancheira
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