Hoje: Pedro Bento, Zé Da Estrada E Celinho (CH 3123) - (1972) - Pedro Bento e Zé Da Estrada

Homenagem À Mato Grosso
Porto Esperança e Murtinho, Cassilândia é terra boa
Não esqueço da morena que eu deixei em Três Lagoas
Campo Grande, Aquidauana, Poxoréu e Corumbá
Não me sai do pensamento a famosa Cuiabá

Eu fui em Ponta Porã pra conhecer a fronteira
Depois fui a Rondonópolis, cidade hospitaleira
Sinto em meu coração, uma saudade sem fim
Do cantar da seriema lá nos campos de Coxim

As belezas do Araguaia não cansei de admirar
Onde as lindas paraguaias, em suas praias vão banhar
Quem passar naquelas terras, num instante se convence
Que estão de parabéns o povo mato-grossense

Estou Sabendo
Estou sabendo que você não me quer mais 
E que em mim você nunca teve amor 
Compreendi que pra você eu fui apenas 
Simples remédio pra acalmar a sua dor

Você jurou-me um amor puro e sincero 
Pobre de mim entreguei meu coração 
Mas não pensava que você fosse capaz 
De ser tão falsa me fazendo ingratidão

Mas nunca pensa que eu em sinta humilhado 
E que por isso vou até mesmo sofrer 
Pois um amor tão fingido igual ao teu 
Existe muito depende a gente querer

Você trocou o meu amor pelo dinheiro 
E nem por isso és feliz, bem da verdade 
Pois o dinheiro compra tudo nessa terra 
Mas nunca pode comprar a felicidade
Pois o dinheiro compra tudo nessa terra 
Mas nunca pode comprar a felicidade

Tormento De Uma Mulher
O meu amor já não pertence mais aquela 
Que eu amei com ternura e carinho 
O que é meu já não pertence mais a ela 
Essa mulher já saiu do meu caminho
 
Duas almas que nasceram para amar 
E depois separar para nunca mais 
Onde ela mora eu não vou pra encontrar 
Essa mulher já me fez sofrer demais 
Sinceramente a você não vou mamar

Dos carinhos já não tenho recordação 
Meu coração já tem outra em seu lugar 
Nosso ranhinho ficou lá na solidão 
Onde a tristeza hoje passou a morar
 
De bar em bar é lugar onde ela vive 
Acha melhor do que possuir um lar 
Com a vaidade o seu viver não é mais leve 
Se sorria hoje só fica a chorar 
Pra esquecer o tormento que lhe persegue

Ânsia De Amor
Meu anjo como te adoro, te amo apaixonadamente 
Somente o meu peito sabe a dor que meu coração sente 
Vivendo assim distante de ti oh, minha flor 
Morrendo de saudade na ânsia do amor 

Passo horas meditando alguma recordação 
Nos momentos que passei apertando suas mãos 
Olhando seu retrato parece dizer
É sonho, é mentira não vejo é você

Você disse que me ama, pois eu amo mais ainda 
Não suportando a saudade em ver tua imagem linda
Olhando seu semblante contemplo o luar 
Vem a mim querida lhe quero beijar

Caixão De Prata
Uma velha e dois meninos cumprindo o destino seu 
Andando pela estrada a fora, mas sempre com fé em Deus 
Sem morada e sem repouso andando de déu em déu 
Desde que seu esposo foi-se embora para o céu. 

Chegando numa fazenda já no fim da sua vida 
Pediu pelo amor de Deus quero um prato de comida
E lhe negando a esmola, entrou e bateu na porta 
Quando foi no outro dia ela foi encontrada morte 

Ele sentindo remorso descobriu seu grande erro 
Comprou um caixão de prata, fez a ela um grande enterro 
Mais quando chegou a noite ele viu em frente a porta 
O mesmo caixão de prata que tinha levado a morta

Tinha umas palavras escritas e com um letreiro forte
Se não me serviu em viva também não precisa em morte 
Ele vendo tudo aquilo a Deus quis pedir perdão 
Ficou um louco varrido carregando o seu caixão 

Os dois meninos são hoje os donos dessa fazenda 
Só que tem esse ditado e a todos recomenda 
Se acaso aparecer um homem com um caixão 
É o tal de fazendeiro procurando salvação

Linda Uruguaia
Lá no bairro aonde eu moro quando a tardinha desmaia
Sento na porta do rancho fumo um cigarro de paia
Fumaça sobe pro ar com o vento ela se espalha
Por entra a fumaça eu vejo a imagem da uruguaia

Vou buscar essa morena a mais linda uruguaia
Se ela não quiser vir por lá eu fico de faia
Quero encostar no seu peito onde o coração trabalha
Dizem que o amor não dói corta mais do que navalha

Vou tirar seu retratinho pra trazer numa medalha
Vestidinha desse jeito com vestido de cambraia
Quando olho em seu semblante minha vista embaralha
Todas as cores se desmudam só seu rosto não desmaia

A roseira do alpendre de tanta rosa desgalha
Do rancho eu avisto porto o lugar que a água espalha
A garça vem voando serena senta na praia
Parece o vestido branco da minha linda uruguaia

Medalha Sagrada
Esta é a história de um homem que não tinha religião
Não acreditava nas imagens não tinha fé no coração
Sua pobre mãe velhinha para ele sempre implorava
Pra que seguisse um bom caminho mas ele nunca ligava
Até que um dia aconteceu o que ele nunca esperava
Quando a notícia correu que a guerra aproximava
Todos foram convocados e os inimigos esperava
Ele também foi chamado e pro quartel se apresentava
Pra seguir em contingente no mesmo dia ele embarcava

E na hora da partida sua pobre mãe pedia
Meu filho leve esta medalha da santa Virgem Maria
Pendure ela no peito que será sua garantia
Pra te livrar dos perigos nos campos de artilharia

Quando foi se despedindo pra sua mãe não contrariar
Pôs a medalha no peito sem naquilo acreditar
Lá nos campos de batalha quando a luta fui travar
Foi baleado no peito caiu no chão a sangrar

Examinando os ferimentos sem naquilo acreditar
A bala pegou na medalha, mas não deu para matar
Ele sentindo remorso naquela hora fatal
De joelho ele pedia para Deus lhe perdoar

Sertão Sem Luar
Se quando a noite escurece a lua não aparece pro sertão iluminar
Fica negra a natureza até a noite de tristeza parece querer chorar
Oh, noite sem companheira sua mágoa é passageira não deve se lastimar
Pois a bela lua cheia outro mundo ela clareia mas tão breve vai voltar

A lua vai, a lua vem, a lua vai e volta só não volta o meu bem
A lua vai, a lua vem, a lua vai e volta só não volta o meu bem

A lua se despediu meu amor também partiu começamos padecer
Mas a lua vai e vem, só não volta o meu bem que era a luz do meu viver
Oh, noite enegrecida espelho de minha vida alivia o meu penar
Diga lua prateada que me traga a minha amada quando a ti ela voltar

A lua vai, a lua vem, a lua vai e volta só não volta o meu bem
A lua vai, a lua vem, a lua vai e volta só não volta o meu bem

Grandes Homens
Prá cantar o cururu é na carreira do dia
Vou saldar os grandes nomes por meio de cantoria
Das histórias do Brasil que no livro sempre lia
Grande foi Thomé de Souza chefe das capitanias

Grande foi os bandeirantes que no Brasil existia
Era João Fernandes Vieira português que combatia
O Felipe Camarão que lutava e só vencia
Grande foi Preto Guerreiro que chamava Henrique Dias

Grande foi o Mem de Sá que morreu lá na Bahia
Grande foi o padre Anchieta que o selvagem obedecia
Grande foi o Tiradentes que morreu porque queria
Libertar os brasileiros do julgo e das tiranias

Outro grande foi Dom Pedro no tempo da monarquia
Proclamou a independência que os brasileiros pedia
Grande Barão do Rio Branco libertou a escravaria
O grande da força armada foi o Duque de Caxias

Grande foi Getulio Vargas chefe que o povo aplaudia
Agora vou terminar já falei o que eu sabia
De todos os homens do mundo escrito na profecia
O maior foi Jesus Cristo filho da Virgem Maria

Rei Dos Malandros
Nos lugares que eu ando eu escuto falando 
La vai o malandro deixa ele passar 
Eu tenho amizade em toda cidade 
O povo me invade pra nós conversar
Se faço um gracejo mesmo sem desejo 
E peço algum beijo se as mulher me dá 
Se ela recusa e um cabra me abusa 
Na lama da rua ele se lambuza 
Dou uma rasteira e faço ele pranchar

Sou cabra valente se eu vejo na frente 
Algum indecente mexer com mulher 
Eu peco o sentido e sou decidido 
E já logo convido pra brigar no pé
Se o cabra é forte e a luta é de morte 
Em faca de corte eu não tenho fé 
Se esse canalha puxar da navalha 
Eu logo aplico um rabo de arraia 
E fico esperando se ele vier

Assim vou vivendo, às vezes comendo 
Às vezes bebendo se eu tenho dinheiro
Se eu não acho cama eu durmo na lama 
Sem ninguém me chama fico o dia inteiro
Não sou vagabundo, não sou vira mundo 
Nem me chamo Raimundo, mas sou zombeteiro
Este é o apelido que é mais conhecido 
O rei do malandro sempre decidido 
Pra brigar no pé sou cabra ligeiro

Fora Da Lei
Eu nasci na favela e cresci nesse meio 
Na mesa de jogo eu fazia recreio 
As escolas serviam pra me esconder 
Se a polícia do beiro vinha me prender 
Minha fama corria, orgulhoso eu sabia 
Que os bambas do moro meu nome temia 

Minha fama de bravo cresceu de repente 
Em todos os quebra pau eu estava presente 
Trabalhar para mim era um grande pecado 
Que só de penar já ficava cansado
Meu ofício é o baralho onde não me atrapalho 
Dinheiro dos trouxas me vem sem trabalho

Assim levei a vida de cabra indecente 
Procurando encrenca e surrando inocente 
Até que certo dia a cana me pegou 
E lá no xadrez a borracha cantou
Eu pelei, reboleio o delega era duro 
Foi mesmo na sela onde me acalmei 

Foi assim que acabou meu cartaz de malandro 
Nos bares bebendo a na rua brigando 
Hoje estou na cadeia onde eu vou mofar 
E terei muito tempo para meditar 
E os fora da lei nunca mais terão vez 
Só pode encontrar esse fim que encontrei

Toque De Berrante
No estradão do deserto vi poeira levantar 
E longe muito distante um berrante a repicar 
Os gritos da peonada, os pantaneiros a berrar 
Toque o berrante seu moço não deixe o gado parar

Conheço o Brasil inteiro, minha vida é viajar 
Meu pai era boiadeiro, nasci com o destino igual 
Eu sou nasci no norte, criado no Paraná 
Toque o berrante seu moço não deixe o gado parar 

Nas terras de mato Grosso ainda tenho que lembrar 
Da formosa Aquidauana, do famoso Cuiabá 
Sou peão de boiadeiro, não nego meu natural 
Toque o berrante seu moço não deixe o gado parar

Chegando em Três Lagoas eu paro par descansar
Pra ver a linda morena que me fez apaixonar 
Não poso seguir viagem por que eu vou me casar 
Toque o berrante seu moço não deixe o gado parar 

Adeus meu querido amigo por aqui eu vou ficar 
Infelizmente contigo eu não posso continuar 
Desejo felicidade por todo lugar que andar 
Toque o berrante seu moço não deixe o gado parar

Músicas do álbum Hoje: Pedro Bento, Zé Da Estrada E Celinho (CH 3123) - (1972)

Nome Compositor Ritmo
Homenagem À Mato Grosso Luiz De Castro / Pedro Bento Polca
Estou Sabendo Letinho / Ubirajara Moreira Polca
Tormento De Uma Mulher Wilson P. Da Rocha / G. Gomes
Ânsia De Amor Loirinho / Goianinho Guarânia
Caixão De Prata Francisco Lacerda Toada
Linda Uruguaia Zé Carreiro Cateretê
Medalha Sagrada Nenete / Pererê Toada
Sertão Sem Luar Luiz De Castro / Pedro Campeche Toada Balanço
Grandes Homens Roque José De Almeida Cururu
Rei Dos Malandros Zé Goiano Cururu
Fora Da Lei Zé Claudino / Pedro Bento Corta Jaca
Toque De Berrante José Maciel / Pedro Bento Cateretê
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