Pedro Bento E Zé Da Estrada (1972) (CARTAZ LPC 5101) - (1972) - Pedro Bento e Zé Da Estrada

Rainha Do Salão
Adeus amigos vou deixar esta cidade
Infelizmente eu preciso me ausentar
Para esquecer aquela que sem piedade
Manchou meu nome destruindo nosso lar

Perdi pra sempre os prazeres que eu tinha
Sinto a tristeza dominar meu coração
Pois a mulher que enfrente ao altar jurou ser minha
Me desprezou para viver na perdição

Por ser bonita conquistou o degrau da fama
Todas a chamam de rainha do salão
Sua moral ela sepultou na lama
E no meu peito sepultou meu coração

Todos compreendem como é grande a minha mágoa
Sabem também por que razão eu vou embora
Pois francamente tenho os olhos cheios d’água
Pela vergonha de saber onde ela mora

Mesmo que eu queira esquecê-la não consigo
Sinto ciúme quando vejo alguém com ela
Ainda mais para aumentar o meu castigo
Em toda parte só se fala o nome dela

Recordação
Amargurado pela dor de uma saudade
Voltei de novo o recanto onde eu nasci
Onde passei minha bela mocidade
Voltei chorando da tristeza que senti 

Vi a campina que eu brincava com maninho
Vi a palmeira que meu velho pai cortou
Chorei demais com saudades do velhinho
Que Deus do céu há muitos anos já levou
 
E onde estão meus estimados companheiros
Se foram tantos janeiros desde que eu deixei meus pais
Adeus lagoa poço verde da esperança
Meu tempinho de criança que não volta nunca mais
 
Meu pé de cedro desfolhado já sem vida
Final amargo de uma rósea esperança
Oh! monjolinho quero ouvir sua batida
A embalar a minha alma de criança
 
Manso regato que brotava lá na serra
Saudosa fonte que alegrava o meu viver
Adeus paisagem céu azul da minha terra
Rincão querido hei de amar-te até morrer
 
E onde estão meus estimados companheiros
Se foram tantos janeiros desde que eu deixei meus pais
Adeus lagoa poço verde da esperança
Meu tempinho de criança que não volta nunca mais

Tormento De Mulher
O meu amor já não pertence mais aquela
Que eu amei com ternura e carinho
O que é meu já não pertence mais a ela
Essa mulher já saiu do meu caminho
 
Duas almas que nasceram para amar
E depois separaram para nunca mais
Onde ela mora eu não vou pra encontrar
Essa mulher já me fez sofrer demais
Sinceramente a você não vou amar

Dos seus carinhos já não tenho recordação
Meu coração já tem outra em seu lugar
Nosso ranhinho ficou lá na solidão
Onde a tristeza hoje faz sua morada

De bar em bar é lugar onde ela vive
Acha melhor do que possuir um lar
Com a vaidade o seu viver não é mais leve
Se sorria hoje só fica a chorar
Pra esquecer o tormento que lhe persegue

Murmurar Da Cachoeira
Ouvindo o murmurar da cachoeira
Das águas que desabam da pedreira
São as mais belas horas que existem em minha vida
Ver a madrugada nascer florida

As árvores balançam calmas seus fortes galhos
As flores de frio gemem sem agasalho
E os passarinhos põem-se a cantar e a deslumbrar
Quem de longe assiste o sol raiar

Quando o sol descamba calmo no horizonte
Os passarinhos voltam aos seus ninhos
A lua no céu tristonha além a cerração
Enche de esperança meu coração

O Grande Dia
Amanhã vai ser o grande dia
Porque as nossas vidas se realizarão
Amanhã vai ser o grande dia
Porque somente minha, tu será

Amanhã teremos que jurar
Que vamos nos amar, eternamente
Amanhã eu te darei meu nome
E nada neste mundo irá nos separar

Tu será para mim, tu será para mim
Eu serei para ti, eu serei para ti
Pediremos a Deus
Que nos ampare na tristeza e na dor

Tu será para mim, tu será para mim
Eu serei para ti, eu serei para ti
Nosso ninho será
Refúgio eterno para o nosso grande amor

Canção Que Eu Pedi
Estou mais uma vez nesta cantina
Ouvindo esta canção que eu pedi
Uma semana faz que estou bebendo
Por causa de um amor que eu perdi

Chorando nesta fria madrugada
Já não consigo mais conter meu pranto
Irei embriagar para esquecer
A imagem da mulher que eu amo tanto

Me entrego na bebida pra curar esta ferida que me sangra o coração 
Esta noite neste bar quero me embriagar escutando esta canção

Garçom me traga mais qualquer bebida
Beberei mesmo não tendo vontade
Talvez embriagado eu consiga
Esquecer a minha infelicidade

Lamento Noturno
Cai a chuva na cidade, é minha alma num lamento
Minha vida é tempestade essa noite é sofrimento
Perambulando pelas ruas vejo espelho na calçada
Persegue-me imagem tua neste mundo sem ter nada

E depois de muito andar estou cansado de sofrer
Já não quero mais vagar, já não sei o que querer
E na roleta desta vida nunca soube o que é perder
Pois perdi esta partida, talvez melhor morrer

Último Adeus
Vem a aurora raiando distante
Vou embora daqui soluçando 
Teu amor para outro pertence
Não convém mais ficar esperando

Se seus lábios ingratos pudessem
Despedindo unirem-se aos meus 
Nesta valsa sentida que eu canto
Diria baixinho meu último adeus

Adeus, talvez não te vejo mais
Se ouvir dentro da noite os meus ais 
Não procure saber por que choro
E depois se souber que eu morri
Não lastime que a morte é um alívio
E a vida é tão triste ausente de ti

Vi de branco com outro ao seu lado
Quando a escada da igreja descia
Era a noiva mais linda da tarde
E eu era quem mais padecia

O teu véu e a grinalda de flores 
Aumentavam os encantos teus
Vendo o povo lhe dar os parabéns
Compreendi que era aquele o meu último adeus

Adeus, talvez não te vejo mais
Se ouvir dentro da noite os meus ais 
Não procure saber por que choro
E depois se souber que eu morri
Não lastime que a morte é um alívio
E a vida é tão triste ausente de ti

Palavra Ladrão
Vicente deixou seus pais numa vila do interior
E pra aventurar a vida pra São Paulo ele mudou
Transformou-se em poucos tempos num ladrão assaltador
Pro pai mandava dinheiro, mas o velho não pensou
Que o dinheiro recebido foi o filho que roubou

Um dia a fotografia no jornal apareceu
O velho ficou contente por ver que era o filho seu
Que foi embora tão pobre e logo se enriqueceu
Mostrou pra todos vizinhos o que o jornal escreveu
Como não sabia ler o seu amigo quem leu

Quando viu o cabeçalho o velho pegou a tremer
Tava em baixo do retrato escrito pra todos ler
Este é o ladrão Vicente que a polícia quer prender
O velho falou baixinho meu filho o que foi fazer
Olhando o jornal saiu até desaparecer

O velhinho envergonhado sumiu da povoação
Quando foi no outro dia na beira do ribeirão
Encontraram o velho morto com aquele jornal na mão
A vergonha estraçalhou o seu honesto coração
Que matou o pobre velho foi a palavra ladrão

Não Me Escreva Mais
Recebi tua linda carta
E ao ler prestei muita atenção
Você fala que vive sofrendo
E que o mundo é só ilusão
Pouco importa o teu sofrimento
Nunca mais te darei meu perdão
Já é tarde o arrependimento
Dei a outra o meu coração

Tua vida é uma flor sem perfume
Que do galho caiu e murchou
Não adianta você ter ciúme
Desta que hoje é meu amor
Se ela vive feliz em meus braços
Junto a ela feliz eu estou
Se o desprezo hoje vive a teu lado
Você mesma foi quem procurou

Por favor, não diga mais meu nome
E também não precisa escrever
É melhor você ir bem distante
Eu nem quero lembrar de você
Tudo que você deixou guardado
Dei um fim pra poder esquecer
E o retrato do nosso noivado
Eu rasguei pra nunca mais te ver

Galopeira
Foi num baile em Assuncion capital do Paraguai
Onde eu vi as paraguaias sorridentes a bailar
E ao som de suas guitarras quatro guapos a cantar
Galopeira, galopeira eu também entrei dançar

Galopeira, nunca mais te esquecerei
Galopeira, pra matar minha saudade
Pra minha felicidade paraguaia eu voltarei
Pra minha felicidade paraguaia eu voltarei

Florzinha Do Campo
Entre as lindas florzinhas do campo sob a luz do luar cor de prata
Eu beijei os teus lábios ouvindo os acordes de uma serenata
Muitas anos, porém já passaram de beleza de lindo esplendor
Para mim essas noites são tristes porque vivo sem o teu amor
 
Onde te encontras que não vem acalmar o meu pranto
Vivo agora vagando sozinho como abelhas nas flores do campo
Quero saber por que foi tão cruel para mim
Desprezou a minha serenata não mereço um desprezo assim

Músicas do álbum Pedro Bento E Zé Da Estrada (1972) (CARTAZ LPC 5101) - (1972)

Nome Compositor Ritmo
Rainha Do Salão Luiz De Castro / Pedro Bento Guarânia
Recordação Goiá / Nenete Toada
Tormento De Mulher Wilson Palma Rocha / Jerônimo Gomes Guarânia
Murmurar Da Cachoeira Alcides Moraes / Luizinho Godofredo Rancheira
O Grande Dia Pepe Ãvila Bolero
Canção Que Eu Pedi Pininha / Milano Fox
Lamento Noturno Wilson Palma Rocha Tango
Último Adeus José Fortuna / Fernandes Rancheira
Palavra Ladrão José Fortuna Cateretê
Não Me Escreva Mais Paiozinho / Benedito Seviero Rancheira
Galopeira Luiz De Castro Polca
Florzinha Do Campo Léo Canhoto / Campanha Rancheira
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