Sonhador (SERTANEJO S-17011) - (1968) - Pedro Bento e Zé Da Estrada

Abismo De Dor
Por que reclama o teu destino?
E cruelmente mal diz tua sorte
Por que zombaste de quem te amava?
Hoje sozinha desejas a morte

Eu que jurei em querer-te tanto
Vejo-me agora descrente do amor
O teu prazer foi me ver sofrendo
Tua alegria foi ver minha dor

Eu não posso jamais, jamais ocultar
A tristeza que trago na alma
Eu quisera jamais, jamais recordar
Este amor que roubou minha calma

Eu não posso jamais, jamais ocultar
A tristeza que trago na alma
Eu quisera jamais, jamais recordar
Este amor que roubou minha calma

Paraguaia
Paraguaia, amanhã eu vou partir
Na despedida eu te peço pra não chorar
Só peço a Deus pra na viagem eu ser feliz
Que algum dia voltarei pra te buscar

Amanhã mesmo eu deixarei esta cidade
O teu retrato eu levarei em minhas mãos
Lá bem distante sei que vou senti saudade
E a tua imagem fez crescer minha paixão

Vou-me embora pra rever meu velho amigo
Já não suporto a saudade de meu pai
Meu coração eu deixarei aqui contigo
Porque eu sei que não esqueço nunca mais

E o dia em que chegar em meu rincão
A meus pais eu vou contar do nosso amor
Se Deus quiser, breve será nossa união
E a teu lado findará a minha dor

Culpada
Estou sofrendo
Tu és culpada se eu vivo a chorar
Sabes que sofro por ti
Por que não vem me consolar?

Estou morrendo
É teu desprezo que está me matando
Porque já sei que teus lábios
Em outros lábios vive beijando

Ai, ai, ai, ai, ai
Que sorte triste que Deus me deu
Chorar, sofrer por teu amor
Mesmo sabendo que não é meu

Estou morrendo
É teu desprezo que está me matando
Porque já sei que teus lábios
Em outros lábios vive beijando

Ai, ai, ai, ai, ai
Que sorte triste que Deus me deu
Chorar, sofrer por teu amor
Mesmo sabendo que não é meu

Fracasso De Mulher
O teu orgulho hoje eu vejo terminado
Tua vaidade terminando pouco a pouco
Já nem parece que teus tempos de riqueza 
Por tua beleza muito homem ficou louco

Zombou de todos fingindo que tinha amor
Dando desprezo àqueles que tanto amavam
E tão depressa se entregou a boemia
Em pouco tempo seu dinheiro se acabava

Hoje que vê pelas ruas da cidade
Perambulando sem destino vive ao léu
Vive bebendo está sempre embriagada
E sem morada vive assim de deu em deu

Hoje meus olhos choram lágrimas sentidas
Porque na vida já perdi o meu cartaz
Quem me amou em outros tempos com loucura
Hoje me odeia meu amor já não quer mais

Pagaste caro e com juros que fizeste
Hoje a vergonha te maltrata lentamente
Sendo obrigada a passar esfarrapada
Perto daqueles que te amavam loucamente

Já não tens força pra zombar de mais ninguém
Nem tem beleza para ser admirada
Tua alegria transformou-se em tristeza
Tua presença hoje é indesejada 

Hoje teus olhos choram lágrimas sentidas
Porque na vida já perdeste o teu cartaz
Quem te amou em outros tempos com loucura
Hoje te odeia e teu amor já não quer mais

Meu Amigo
Meu amigo venha explicar-te
Quero provar-te que não sou traiçoeiro
Quero provar-te que sou teu amigo
E essa mulher só quer teu dinheiro

Tome cuidado com essa mulher
O que ela quer é teu triste fim
Pois em segredo já me falou
Que te beijou pensando em mim

Eu vou-me embora por este mundo
É com prazer que a deixo contigo
O amor barato de mil mulheres
Nunca se troca por um grande amigo

Aventureira
Ao te ver no abandono sem guarida
Maldizendo a própria vida tive pena de você
Compreendi que era o teu fim
Não escutando a mim estás hoje a padecer

Você já teve um lar
E não soube honrar o meu sobrenome
E por causa da vaidade
Destruiu nossa amizade seguindo com outro homem

És hoje uma perdida
Se entregando na bebida e vivendo de ilusão
Hoje mostro o seu fracasso
Jogada de braço em braço, vivendo de mão em mão
Hoje mostro o seu fracasso
Jogada de braço em braço, vivendo de mão em mão

Seresteiro Da Lua
Abre a janela querida
Venha ver o luar cor de prata
Venha ouvir o som deste meu pinho
Na canção de uma serenata

Sei que dorme sonhando com outro
Desprezando quem é teu amor
Que tu amas, de ti nem se lembra
Quem te quer você não dá valor

Só a lua de mim tem piedade
Porque nunca me deixa sozinho
E não sabe fazer falsidade
Ilumina sempre meu caminho

E o sereno nas folhas das matas
Com o sol vai caindo no chão
Vai sumindo como o nosso amor
Foi se embora do teu coração

Como as nuvens que passam depressa
Foi assim que passou nosso amor
Só te peço que nunca te esqueça
Tudo aquilo que você jurou

E quem falta com o juramento
Com o tempo vai se arrepender
Porque o mundo é uma grande escola
Pra ensinar quem não sabe viver

Taça Da Dor
Muitas mulheres me querem
Mas não adianta, somente uma que eu amo na vida
Mas o destino roubou meu amor
Por isso hoje me entrego à bebida

Ela vive nos braços de outro
Fazendo carinhos, trocando juras e beijos de amor
Ainda sorri por me ver sofrendo
Sozinho nos bares bebendo
Na taça negra da dor

Nem assim eu consigo esquecê-la
Um momento se quer
Porque na taça eu vejo
A imagem daquela mulher

Quero Te Beijar
Encoste teus lábios nos meus pra mim te beijar
Que eu quero sentir o calor dos lábios teus
Eu quero teus beijos, quero teu amor e quero teu carinho
Te quero a meu lado, por que estou cansado de viver sozinho

Meu bem não me digas não
Que o meu coração é somente teu
Meu bem me digas que sim
Se és pra mim o teu coração também é só meu

Divisa De Minha Vida
Divisa da minha vida da minha infância, do meu passado
Louveira de Mato Grosso aqui distante eu tenho chorado
Me lembro da serenata nas noites lindas lá da fronteira
A luz que clareava era paraguaia, era brasileira

De ti não esqueço fronteira querida
Tu és meu encanto tu és minha vida
Vivo recordando chorando de dor
Porque lá deixei meu primeiro amor

Distante da minha terra da fronteiriça do coração
Não tenho prazer na vida vivendo estou de recordação
Ainda tenho esperança de terminar o meu sofrimento
Revendo a minha fronteira que nunca sai do meu pensamento

De ti não esqueço fronteira querida
Tu és meu encanto tu és minha vida
Vivo recordando chorando de dor
Porque lá deixei meu primeiro amor

Sonhador
Quando saíste de minha vida
Veio a saudade invadir minha'lma
Chorando tanto rua partida
Meu coração já não tem mais calma
O nosso amor foi como um sonho
Das noites fria que longe vai
Tantos prazeres, sonho risonhos
Foram pra sempre e não voltam mais

Do que me vale viver chorando
Se ela distante não ouve minhas queixas
Talvez não possa viver cantando
Por que a saudade que eu sinto não deixa
Talvez não possa viver cantando
Por que a saudade que eu sinto não deixa

Quando em silêncio esta noite passa
Sinto esta mágoa brotar em meu peito
Só a triste é quem me abraça
Nas longas horas que passo em meu leito
Quem teve amor como eu já tive
Hoje no mundo não tem mais ninguém
Nem sabe ao menos onde ela mora
Se está sozinha ou com outro alguém

Do que me vale viver chorando
Se ela distante não ouve minhas queixas
Talvez não possa viver cantando
Por que a saudade que eu sinto não deixa
Talvez não possa viver cantando
Por que a saudade que eu sinto não deixa

Fracasso Do Boêmio
Deixo cansado a minha boemia
Das noites de orgia que passei por experiência
Eu nesta vida suportei falsos amigos
Mas não sei se consigo suportar a tua ausência

Noites e noites passei a vida louca
Beijei a tua boca na febre do desejo
Em meu delírio não pensava no abandono
Julgava ser o dono absoluto dos teus beijos

Porém agora minha vida esta vazia
Minhas noites são tão frias, tudo enfim se acabou
E tu que foste em minha vida um sonho ardente
Diga toda essa gente que o boêmio fracassou

Músicas do álbum Sonhador (SERTANEJO S-17011) - (1968)

Nome Compositor Ritmo
Abismo De Amor Nízio / Benedito Seviero Rancheira
Paraguaia Pedro Bento / Sertãozinho Guarânia
Culpada Nízio / Emílio A. Gonçalves Rancheira
Fracasso De Mulher Pedro Bento / Alcindo Machado Tango
Meu Amigo Nízio / Teddy Vieira Rancheira
Aventureira Pedro Bento / Zé Da Estrada / Douradense Bolero
Seresteiro Da Lua Pedro Bento / Zé Da Estrada / José Raia Rancheira
Taça De Dor Nízio / Benedito Seviero Rancheira
Quero Te Beijar Nízio / Pedro Bento Rasqueado
Divisa De Minha Vida Palmeira / Nízio Rasqueado
Sonhador Nízio / Benedito Seviero Guarânia
Fracasso De Boêmio Bolinha / Zé Do Rancho Tango
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