No Som Da Viola (CONTINENTAL 171405629) - (1983) - Tião Carreiro e Pardinho

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Novo Amor
Você não é mais meu grande amor 
Não adianta querer voltar
Meu coração já sabe esquecer 
Aprendeu escolher só quem sabe amar

Você não serve nem para beijar os pés
De um novo amor que agora pra mim surgiu
Eu encontrei com minha felicidade
Depois do dia em que você se despediu

Meu novo amor veio de outra galáxia
De corpo e alma nos meus braços se entregou
Não tive sorte no meu primeiro romance
Mas no segundo a felicidade dobrou

Eu escapei da fogueira de um vulcão
Entrei num lago que só tem ondas de amor
Saí de um mundo rodeado de espinhos
Entrei num mundo rodeado de esplendor

Deixei a fera estou nos braços de uma santa
Meu mundo é lindo sou feliz nos dia s meus
Saí do inferno agora estou no céu
Das mãos do diabo fui parar nas mãos de Deus

Você não é mais meu grande amor 
Não adianta querer voltar
Meu coração já sabe esquecer 
Aprendeu escolher só quem sabe amar

Sou Louco Por Ela
Senhor supremo do espaço
Devolva aos meus braços
Quem eu tanto quero
Minha vida tem sido um castigo
Sem ela comigo eu me desespero
Senhor ela foi embora
E até agora nem carta mandou
Por isto estou apaixonado
Desesperado perdido de amor

Meu Deus eu estou aflito
Por seu nome bendito
Nesta dor de um fim
Meus Deus eu sou louco por ela
Não me afaste dela
Tenha dó de mim

Raízes Do Amor
As raízes do amor brotam mais depressa
Plantada num coração cheio de bondade
Adubada com abraços e muitos carinhos
E regada com os beijos de felicidade

Plantei minha esperança no chão do seu peito
Mas o sol do seu desprezo do cruel verão
Não deixou que as sementes criassem raízes
Que secaram na estiagem do seu coração

Amor que não tem raízes
Dura pouco ou quase nada
Nasce na boca da noite
Pra morrer de madrugada

Raízes de amor sincero não terminam nunca
Cai o troco e elas ficam numa longa espera
E a chuva de ternura sobre elas chegam
Para se vestir de novo numa primavera

O amor que eu perdi me deixou raízes
Hoje apenas num aceno que ela me fez
Num longo abraço apertado nos reconciliamos
E no peito eu sinto a aurora brilhar outra vez

Amor que não tem raízes
Dura pouco ou quase nada
Nasce na boca da noite
Pra morrer de madrugada

Negrinho Parafuso
Existe uma velha casa perto da linha FEPASA antiga Sorocabana
Lembrança que ainda resta de quem foi o rei das festas das noites interioranas 
Era ele um trovador renomado cantador de versos improvisados
Por esse interior à fora muita gente ainda chora um Parafuso afamado

Vivia aquele negrinho rodeado de carinho todos lhe queriam bem 
Quando o povo lhe cercava Parafuso não negava um sorriso pra ninguém  
No lugar que ele cantava o povão aglomerava para ouvir o seu repente
Além de bom repentista era também humorista divertia toda gente

Na cidade ou na fazenda onde houvesse uma contenda era sempre convidado
Nas pousadas do divino velhos, moços e meninos amanheciam acordados
Tietê, Capivari, Sorocaba, Tatuí, Laranjal, Botucatu 
Em qualquer localidade era ele na verdade o Pelé do cururú 

Depois de tantas viagens, tantas noites na friagem parafuso adoeceu
E mesmo estando doente ele cantava contente e nunca retrocedeu 
Mais um dia eu me lembro naquele dois de dezembro a sua hora chegou
A região toda chorava quando o radio anunciava a morte do cantador

Aquela tarde chuvosa uma multidão chorosa cabisbaixa e contristada
Carregava seu artista o maior dos repentistas pra verdadeira morada
No mundo tudo se acaba a linda Piracicaba perdeu mais um trovador
O negrinho idolatrado que também foi convocado pra seleção do Senhor

No Som Da Viola
É hoje que a Terra treme é hoje que a pedra rola
Este é o som da minha terra cheguei no som da viola

Não sei se vim pra ensinar, não sei se vim pra aprender
Eu sou pimenta nos olhos daquele que não quer ver
Quem bateu tem que apanhar, quem matou tem que morrer
Covarde morre gritando o valente sem gemer

É hoje que a Terra treme é hoje que a pedra rola
Este é o som da minha terra cheguei no som da viola

Sem sangue não tem churisso, sem luta não tem vitória 
É preciso muita garra pra subir os degraus da glória
Como farofa de areia, dou a mão à palmatória
Se um dia eu ver um covarde que fez bonito na história

É hoje que a Terra treme é hoje que a pedra rola
Este é o som da minha terra cheguei no som da viola

Urutu de cruz na testa vê a morte, mas não corre
Vai de encontro com o fogo dando o bote ela morre
Homem que apanha calado ele pra mim não nasceu
Homem que tombou na luta é um herói que não morreu

É hoje que a Terra treme é hoje que a pedra rola
Este é o som da minha terra cheguei no som da viola

O Patrão E O Empregado
Eu estava sem assunto a lei divina mandou
Passei a mão na viola o meu santo me ajudou
Pra falar de duas classes que a tempo Deus criou
Empregado e patrão ainda ninguém falou
Empregado é abençoado patrão Deus abençoou

Empregado e patrão duas linhas paralelas
Para defender os dois eu estou de sentinela
No futebol do trabalho os dois juntos faz tabela
Constrói a grande vitória que o país precisa dela
Pátria precisa dos dois e os dois lutam por ela

Empregado quando é bom o patrão é companheiro
Empregado dá suor e o patrão dá o dinheiro
O dinheiro é coisa boa pra aqueles que sabe usar
Usando só para o bem o dinheiro faz cantar
Usando só para o mal o dinheiro faz chorar

Já trabalhei no pesado, pisei descalço na neve
Hoje no braço da viola o meu serviço é mais leve
Sou empregado dos fãs que pra mim nada me deve
Eu é quem devo resposta da carta que o fã me escreve
Minha viola companheira comigo nunca faz greve

Desde o tempo de menino conheci um velho ditado
O patrão quando é rico empregado é remediado
O que vou dizer agora eu não deixo pra depois
Quem trabalha para pobre não sai do feijão com arroz
Trabalhar pra quem é pobre é pedir esmola pra dois

A Coisa Tá Feia
Burro que fugiu do laço tá debaixo da roseta 
Quem fugiu de canivete foi topar com baioneta
Já está no cabo da enxada quem pegava na caneta
Quem tinha a mãozinha fina foi parar na picareta
Já tem doutor na pedreira dando duro na marreta
A coisa tá feia, a coisa tá preta
Quem não for filho de Deus tá na unha do capeta

Criança na mamadeira já está fazendo careta
Até o leite das crianças virou droga na chupeta
Já está pagando o pato até filho de proveta
Mundo velho é uma bomba girando neste planeta
Qualquer dia bomba estoura é só relar na espoleta
A coisa tá feia, a coisa tá preta
Quem não for filho de Deus tá na unha do capeta

Quem dava caixinha alta já está cortando a gorjeta
Já não ganha mais esmola nem quem anda de muleta
Faz mudança na carroça quem fazia na carreta
Colírio de dedo duro é pimenta malagueta
Sopa de caco de vidro é banquete de cagueta
A coisa tá feia, a coisa tá preta
Quem não for filho de Deus tá na unha do capeta

Quem foi o rei do baralho, virou trouxa na roleta
Gavião que pegava cobra, já foge de borboleta 
Se o Picaço fosse vivo ia pintar tabuleta
Bezerrada de gravata que se cuide e não se meta
Quem mamava no governo agora secou a teta
A coisa tá feia, a coisa tá preta
Quem não for filho de Deus tá na unha do capeta

Amor E Saudade
Eu passei na sua terra já era de madrugada
As luzes da sua rua estavam quase apagadas
Fiquei horas recordando a nossa vida passada
O tempo do nosso amor que se acabou tudo em nada

A sua casinha triste estava toda fechada
Pelo varal do alpendre umas roupas penduradas
Conheci no meio delas sua blusa amarelada
Aumentou minha saudade eta! vida amargurada

No tempo que nós se amava eu fiz muita caminhada
Chegava na sua casa mesmo sendo hora avançada
Você de casaco preto vinha toda enamorada
Ali nós dois se abraçava sem que ninguém visse nada

Mas no mundo tudo passa a sorte é predestinada
Você se casou com outro eu segui minha jornada
Deixei você me acenando lá na curva da estrada
Adeus cabocla faceira rosa branca perfumada

Velho Amor
No chão que eu pisei, você já pisou
O ar que eu respirei,você respirou
Da água que eu bebi, você já bebeu
Do pão que eu comi, você já comeu

Amor, meu velho amor
Amor que sobre e não reclama
Eu destruí a sua juventude
E acabei com a sua saúde
Fiz pra você todo mal que pude
E ainda sou o homem que você ama

O pranto que eu chorei, você já chorou
O frio que eu passei, você já passou
No quarto que eu dormi, você já dormiu
A fome que eu senti, você já sentiu

Amor, meu velho amor
Amor que sobre e não reclama
Eu destruí a sua juventude
E acabei com a sua saúde
Fiz pra você todo mal que pude
E ainda sou o homem que você ama

Estrela Da Madrugada
Quarto meu teatro de amor
Nesta cama uma flor eu morri de amar
Quarto dos meus loucos desejos
Mil carícias e beijos hoje eu vi acabar
Quarto, a solidão me anseia
O abajur ainda clareia
O lugar dela vazio
Quarto, eu fiquei no mundo da lua
Lá no teatro da rua
Uma nova estrela surgiu

Era ela a razão da minha vida
A minha flor mais querida
Que o destino meu deu e tomou
Hoje ela entre as flores é a mais procurada
É a estrela da madrugada
Que no céu do meu sonho apagou

Paixão Dupla
Oh meu deus que mãe bonita, oh meu Deus que filha linda
Mulheres iguais a elas no mundo não vi ainda

São belezas diferentes que só um poeta revela
A filha morena clara a mãe é cor de canela
Uma tem os olhos verdes a outra os olhos castanhos
Distante vivo sonhando com amores que não ganho

Oh meu deus que mãe bonita, oh meu Deus que filha linda
Mulheres iguais a elas no mundo não vi ainda

Se eu casasse com as duas oh meu Deus que maravilha
Vivia num mar de rosas nos braços de mãe e filha
A lei dos homens não deixa e a lei de Deus também
A dupla paixão me mata e culpa as duas não tem

Oh meu deus que mãe bonita, oh meu Deus que filha linda
Mulheres iguais a elas no mundo não vi ainda

Para o mar do desengano eu rodo morrendo em pranto
Na praia da solidão eu vou viver num recanto
Com poucos dias de vida meu sofrimento é tanto
No adeus da despedida pras duas assim eu canto

Oh meu deus que mãe bonita, oh meu Deus que filha linda
Mulheres iguais a elas no mundo não vi ainda

Rainha Do Lar
Está na hora do homem criar vergonha
Por a mão na consciência e pensar mais no seu lar
A sua esposa vale um milhão de banquete
Mulher da rua não vale nem um jantar

A esposa é uma verdadeira santa
Mulher da rua não passa de uma piranha
Sua esposa lhe ajuda a ganhar a vida
Mulher da rua só quer o que você ganha

Mulher da rua é o doce mais amargo
Quem experimenta sua vida só atrasa
A esposa é uma santa mulher divina
Que faz do amargo da vida a doçura da nossa casa

Músicas do álbum No Som Da Viola (CONTINENTAL 171405629) - (1983)

Nome Compositor Ritmo
Novo Amor Jesus Belmiro / Lourival Dos Santos Rojão
Sou Louco Por Ela Ronaldo Adriano / Tião Carreiro Balada
Raízes Do Amor Paraíso / José Fortuna Rancheira
Negrinho Parafuso Nhô Chico / Tião Carreiro Cururu
No Som Da Viola Julião / Sebastião Ferreira Da Silva Cururu
O Patrão E O Empregado Lourival Dos Santos / Tião Carreiro Cururu
A Coisa Tá Feia Lourival Dos Santos / Tião Carreiro Pagode
Amor E Saudade Dino Franco / José Milton Faleiros Cateretê
Velho Amor Tião Carreiro / Donizeti Guarânia
Estrela Da Madrugada Tião Carreiro / Paraíso Rancheira
Paixão Dupla Lourival Dos Santos / Pardinho / Chicão Pereira Rojão
Rainha Do Lar Lourival Dos Santos / Tião Carreiro Valsa
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