Presente De Amor (RCA 1060056) - (1973) - Abel e Caim

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Malandrinha
Por favor não faça assim, tenha compaixão de mim
Não me faça ingratidão
Eu nasci pra te amar e por ti vivo a chorar 
Como dói meu coração

Não, não, não eu não posso mais chorar
Não, não, não, não tenho pranto pra derramar
Não, não, não eu não posso mais chorar
Não, não, não, não tenho pranto pra derramar

O teu amor para mim foi ilusão
Eu chorei tanto, mas meu pranto foi em vão
Se eu soubesse que tu eras malandrinha
Não te beijava aquele dia na pracinha

Não, não, não eu não posso mais chorar
Não, não, não, não tenho pranto pra derramar
Não, não, não eu não posso mais chorar
Não, não, não, não tenho pranto pra derramar

Triste Ocorrência
Em uma vila numa casa pobrezinha
Morava um casal e um filhinho
Aos quinze anos quando cursava o ginásio
Teve a idéia de seguir outro caminho

E despedindo partiu pra cidade grande
Para seguir a carreira militar
Só voltaria quando estive fardado
E despediu-se de seus pais triste a chorar

Passou-se o tempo e aquele moço jovem
Em sua casa nunca mais apareceu
A pobre mãe a chamar pelo seu nome
Ficou doente e de saudade morreu

O pobre ao perde a sua esposa
Lembrou do filho por ser desamparado
Levando aos ombros do peso da idade
Saiu pro mundo a procurar seu filho amado

E na cidade que seu filho morava
Morreu um velho em um atropelamento
Um policial que foi investigar o caso
Ficou surpreso quando viu os documentos

Na remoção daquele corpo já sem vida
Banhado em pranto confessou ao delegado
Estou fazendo a mais triste ocorrência
Pois este homem é meu paizinho adorado

Caminho do Céu
Sereno cai, deixar cair
Quem mora no pé da serra não tem jeito de sair
Sereno cai, deixar cair
Quem mora no pé da serra não tem jeito de sair

Moro lá no pé da serra, vivo segurando o morro
No meu chão não tem ladrilho, minha casa não tem forro
Apesar do sofrimento eu só canto e não choro
Caminho que vai pro céu começa lá onde moro

Sereno cai, deixar cair
Quem mora no pé da serra não tem jeito de sair
Sereno cai, deixar cair
Quem mora no pé da serra não tem jeito de sair

Só ganha troféu de ouro quem no duro não trabalha
Minha mão cheia de calo nunca recebeu medalha
Será que Deus está vendo o lugar que a gente está
Se meu canto for sincero Deus vai me tirar de lá

Sereno cai, deixar cair
Quem mora no pé da serra não tem jeito de sair
Sereno cai, deixar cair
Quem mora no pé da serra não tem jeito de sair

Carro 235
Passei um dia pela estação rodoviária
Aproveitando as minhas horas folgadas
Sentei no banco para ler uma revista
Logo chegou uma garota delicada

Com muita pressa ele comprou uma passagem
Reconheci que era minha namorada
Tomou o carro duzentos e trinta e cinco
E foi sumindo na distância da estrada

A malandrinha fez que não me conheceu
Eu quis gritar, mas minha voz não saiu
Sem compreender a razão da sua pressa
Naquele carro a tal garota sumiu

Fiquei chorando a minha cruel tristeza
Senti no peito completamente vazio
Só em pensar que ela ia e não voltava
Meu coração quase que não resistiu

Todas às vezes ao passar na rodoviária
Sinto o meu peito se encher todo de dor
Ao ver o carro encostar na plataforma
Eu acho triste até o barulho do motor

Pois o carro duzentos e trinta e cinco
Que hoje faz eu sofrer tanto amargor
Ele voltou daquela triste viagem
Porém não trouxe a quem mais eu tenho amor

A minha vida transformou-se de repente
Ficaram tristes até as ruas da cidade
Não mais encontro na pracinha a minha amada
Também fugiu a minha felicidade

Eu vou pedir um favor ao motorista
Que lê diga para mim toda verdade
O endereço da mulher que muito eu quero
Para que eu possa dar um fim nesta saudade

Meu Benzinho
Ai, ai, ai, ai meu bem
Se vejo você chorando eu quero chorar também
Ai, ai, ai, ai meu bem
Se vejo você chorando eu quero chorar também

Meu benzinho eu te confesso que te amo de verdade
O dia que não te vejo quase morro de saudade

Ai, ai, ai, ai meu bem
Se vejo você chorando eu quero chorar também
Ai, ai, ai, ai meu bem
Se vejo você chorando eu quero chorar também

Meu benzinho o seu pai não quer o nosso namoro
Já falou pra todo mundo que vai me cortar de couro

Ai, ai, ai, ai meu bem
Se vejo você chorando eu quero chorar também
Ai, ai, ai, ai meu bem
Se vejo você chorando eu quero chorar também

Benzinho vim te buscar aproveitar o momento
Pra convidar o seu pai para o nosso casamento

Ai, ai, ai, ai meu bem
Se vejo você chorando eu quero chorar também
Ai, ai, ai, ai meu bem
Se vejo você chorando eu quero chorar também

Lobisomem
Foi por causa de um baiano que eu fiquei bem informado
De um caso assombroso que se deu no seu estado
Morava em Vila Velha um moço muito alinhado
E por toda redondeza era bem considerado
Por ter boa posição e ser filho do delegado

De todas moças que tinha o seu sonho adorado
Foi a filha do prefeito que caiu no seu agrado
O grande acontecimento por todos era esperado
Porque faltavam dois meses para ser realizado
Na igreja do lugar seu casamento marcado

Foi neste mio de tempo que surgiu no povoado
Causando diversos danos um bicho desfigurado
Tudo quanto não prestava por ele era findado
Diziam ser lobisomem por que tinham atropelado
Pela filha do prefeito que voltava de um bailado

A moça ficou doente do grande susto levado
Não comia e não dormia em gritos desesperados
Dizia que estava vendo aquele vulto ao seu lado
Seis doutores em volta dela e não achavam o resultado
E seu noivo não sabia porque tinha viajado

O prefeito aborrecido convidou o delegado
Formaram uma quadrilha de boiadeiro e soldado
Regulava meia noite estavam todos preparados
Dali a pouco aquela fera pulava dando uivado
Por se ver numa prisão de quatro laços trançados

No tronco de uma paineira ele pousou amarrado

Quando foi no outro dia foram ver o resultado
Uns gritavam de pavor outros caíam desmaiados
Por ver que aquela fera em gente tinha virado
E a pessoa que ali estava todo nu envergonhado
É o noivo de Suzana o filho do delegado

Namoro Por Passa Tempo
Menina eu fiquei sabendo que você quer me conquistar
E vive falando pra todos que comigo vai se casar
Acho graça das mentiras como pode assim dizer
Que estou apaixonado e gamadinho por você

Eu creio que você já sabe que eu não sou de casamento
Eu posso lhe namorar somente pra passar o tempo
Eu posso lhe namorar somente pra passar o tempo

Mentira tem perna curta por isso logo tem fim
Eu não penso em você e acho bom esquecer de mim
Eu não penso em você e acho bom esquecer de mim

O amor é um sentimento que a gente não pode esconder
Nem sempre traz felicidade, ternura, meiguice e prazer
Você viver inventando por não ser correspondida
Melhor é tornar-se boazinha e não falar de minha vida

Protesto que andas dizendo e a ninguém peço segredo
Aliança com o seu nome não ficará bem no meu dedo
Aliança com o seu nome não ficará bem no meu dedo

Mentira tem perna curta por isso logo tem fim
Eu não penso em você e acho bom esquecer de mim
Eu não penso em você e acho bom esquecer de mim

Presente de Amor
Um cântico a vida tenho que cantar
Por esta aventura de quem sabe amar
Dar graças a Deus em doce oração
Com toda a pureza do meu coração

Canta meu coração a linda canção que me sai da alma
E minha devoção rezar o teu nome com amor e calma
Sabe que és para mim um lindo jardim a mais bela flor
Sempre direi querida és minha vida, presente de amor

Vejo que o mundo é bom quando tens o dom de um feliz sorriso
Nessa gloria fugaz de amor e paz vejo um paraíso
Sinto que é bom sonhar de poder te amar anjo encantador
Deus muito obrigado por este abençoado presente amor

Mãe Amorosa
Entre as palavras do mundo que tanto eu amo na vida
O santo nome de mão é a palavra mais querida
Por isto esta canção será minha mensageira
Para levar todo afeto a você mãe brasileira

Vocês já sabem qual é o nome que eu adoro
E todos nós tem orgulho em dizer
É o nome de uma imagem tão querida
E que nunca nós devemos esquecer

É o nome da nossa velha mãezinha
É um tesouro pra quem sabe compreender
Que lutou tanto e por nós sofreu calada
Mas é bem poucos os que sabem reconhecer

Quando os filhos estão todos pequeninos
As pobres mães se cansam de padecer
Pra não deixar faltar nada pros filhinhos
Elas trabalham muitas vezes sem poder

Se ela é rica ela tem todos conforto
Mas se ela é pobre muitas vez tem que sofrer
Ela passa os trabalhos e não reclama
E tem orgulho em ver os seus filhos crescer

E depois que seus filhos estão criados
Vem o destino logo para interromper
Um se casa e outros vão para longe
Sempre deixando seu coração a doer

Um coração que vive cheio de saudade
De quem foi embora e demora pra se ver
Entre soluço ela se fecha num quarto
E seu consolo é suas lágrimas a correr

Como é bonito chamar o nome de mãe
E satisfeita ela vem nos atender
É um nome que na vida eu mais adoro
Sendo ela a razão do meu viver

É mesmo que adorar Nossa Senhora
Que está no céu para sempre nos valer
Despreza ela em não ouvir os seus conselhos
Este pecado eu não levo quando eu morrer

Foi Sem Querer
Com meu amor passeando no jardim
Por brincadeira inventei uma briguinha
Eu disse a ela que estava apaixonado
Por Iracema uma sua coleguinha
Ela chorou e dali saiu correndo
Deixou-me só lá no meio da pracinha

Foi sem querer meu bem, foi sem querer amor
É por você que estou apaixonado
Foi sem querer meu bem, foi sem querer amor
Não aumente queridinha a minha dor

Juro benzinho o que eu disse foi mentira
Eu não queria magoar seu coração
Foi apenas uma simples brincadeira
Para provar seu amor, sua paixão
Mas você meu benzinho acreditou
Que era verdade essa decisão

Foi sem querer meu bem, foi sem querer amor
É por você que estou apaixonado
Foi sem querer meu bem, foi sem querer amor
Não aumente queridinha a minha dor

Recordando Minha Terra
Casa velha abandonada tão triste na solidão
Com as paredes tombadas telhas quebradas no chão
Coberta de pó e folhas ficou assim ao relento
Vai-se aos poucos demolindo com o vendaval do tempo

Esta milonga me mata de saudade do meu Rio Grande do Sul, minha chinoca!

Curralama destruída em mourões de aroeira
Não tem mais a sombra amiga daquela grande figueira
Onde outrora eu brincava em meus sonhos de criança
Quando nem se quer pensava nesta tristonha mudança

A saudade do meu pago está martelando um lugar bom do meu peito!

Lá na bica o monjolinho não bate mais o pilão
Fugiram os passarinhos que pousavam no galpão
Acabou toda beleza dessa fazenda encantada
Só ficando a tristeza e vestígios de boiada

O espelho da saudade eu vejo a todo o momento, meu querido rincão gaúcho!

O roseiral da varanda de tristeza já secou
As cantigas de cirandas ninguém mais ali dançou
Minha quinta de fruteiras já não tem mais passarada
Que em auroras vagueiras alegrava a peonada

Adeus Rio Grande querido, até um dia se Deus quiser!

Hoje vivo na cidade longe daquela morada
Comovido de saudade da festiva criançada
Que dos campos arejantes como pastagem reflorida
Aqui reclamo distante adeus oh! terra querida

Chegou Sua Vez de Chorar
Todo tempo do nosso namoro pra mim só existiu alegria
Iludido eu acreditava tudo aquilo que você dizia
Nosso romance de tanto tempo você destruiu tudo num dia
Você não teve pena de mim eu chorava e você sorria

O recado que eu lhe mandei nem se quer você deu atenção
Hoje pede pra mim voltar contrariando respondo que não
Meu amor tenho sofrido tanto, mas cheguei a esta conclusão
Pois você não nasceu para ser a rainha do meu coração

Na verdade ainda te amo continuo te querendo bem
Por que meu coração é sincero e não sabe mentir a ninguém
E você hoje chora por mim pra seu choro remédio não tem
Compreenda que agora chegou sua vez de chorar também 

Músicas do álbum Presente De Amor (RCA 1060056) - (1973)

Nome Compositor Ritmo
Malandrinha José Dias / Abel Corrido
Triste Ocorrência Jack / Abel MIlonga
Caminho Do Céu Lourival Dos Santos / Tião Carreiro Samba Caipira
Carro 235 Vicente Da Silva / Caim Corrido
Meu Benzinho Benedito Seviero / Pirigoso Cana Verde
Lobisomem Piracicaba / Zé Dourado Moda de Viola
Namoro Por Passa Tempo Leo Canhoto / Caim Ritmo Jovem
Presente De Amor Mauricio Cardoso Ocampo - Versão: Ariovaldo Pires Guarânia
Mãe Amorosa Tanabi / Aleixinho Toada
Foi Sem Querer Tapuã / Nho Cido Ritmo Jovem
Recordando Minha Terra Bruno Linhares / Elpidio Medeiros Milonga
Chegou Sua Vez De Chorar Zezito / Caim Valsa
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