Zé Carreiro E Carreirinho - 78 RPM 1950 (CONTINENTAL 16280) - (1950) - Zé Carreiro e Carreirinho
Canoeiro Â
Domingo de tardezinha eu estava mesmo a toa
Convidei meu companheiro pra ir pescar na lagoa
Levemos a rede de lanço ai, ai, fomos pescar de canoa
Eu levei meus apreparos pra dar uma pescada boa
Eu saà lago sereno remando minha canoa
Cada remada que eu dava, ai, ai, dava um balanço na proa
Fui descendo o rio abaixo remando minha canoa
A canoa foi rasgando foi deitando as taboas
A garça avistei de longe, ai, ai, chega perto ela voa
O rio tava enchendo muito fui encostando a canoa
Eu entrei numa vazante fui sair noutra lagoa
Fui mexendo aquele lodo, ai, ai, onde que os pintado amoa
 Â
Pra pegar peixe dos bão dá trabalho a gente soa
Eu jogo o timbó na água que a peixaria atordoaÂ
Jogo a rede e dou um grito, ai, ai, os dourados amontoa
Ferreirinha
Eu tinha um companheiro por nome de Ferreirinha
Nós lidava com boiada desde nós dois rapazinhos
Fomos buscar um boi brabo no campo do Espraiadinho
Era vinte e oito quilômetro as cidade de Pardinho
Nos chegamos no tal campo já era cada um seguiu pra um lado
Ferreirinha foi num potro redomão muito cismado
Já era de tardezinha eu já estava bem cansado
Não encontrava o Ferreirinha nem o tal boi arribado
Naquilo avistei o potro que vinha vindo assustado
Sem arreio e sem ninguém fui ver o que tinha se dado
Encontrei o Ferreirinha numa restinga deitado
Tinha caÃdo do potro e ando pro campo arrastado
Quando avistei Ferreirinha meu coração se desfez
Eu rolei do meu cavalo com tamanha rapidez
Chamava ele pro nome, chamei duas ou três vezes
E notei que estava morto pela sua palidez
Pra deixar meu companheiro é coisa que eu não fazia
Deixar naquele deserto alguma onça comia
Tava ali só eu e ele Deus em nossa companhia
Venho muitos pensamentos só um é que resolvia
Pra levar meu companheiro veja o quanto eu padeci
Amarrei ele pro peito e numa árvore eu suspendi
Cheguei meu cavalo em baixo e na garupa desci
E com o cabo do cabresto eu amarrei ele em mim
Sai pra aquelas estradas tão triste tão amolado
Era um frio do mês de junho seu corpo tava gelado
Já era uma meia noite quando cheguei no povoado
Deixei na porta da igreja e fui chamar o delegado
A morte desse rapaz mais que eu ninguém sentiu
Deixei de lidar com gado minha inclinação sumiu
Quando lembro esta passagem franqueza me dá arrepio
Parece que a friagem das costas ainda não saiu
Músicas do álbum Zé Carreiro E Carreirinho - 78 RPM 1950 (CONTINENTAL 16280) - (1950)
Nome | Compositor | Ritmo |
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Canoeiro | Zé Carreiro / Alocin | Cururu |
Ferreirinha | Carreirinho | Moda De Viola |