O Barco - (1996) - Abel e Caim

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Cowboy Universitário
Senta no lombo pés no estribo e ajeita o seu chapéu
Pensa no céu e faz a sua oração
A sua fé faz ser valente e destemido o bom peã
Sente feliz ao enfrentar o tal pagão

Camisa aberta, calça Jens e cinto largo, fivelão
A menina leva abraço e deixa o coração
Cowboy da moda seja da cidade ou do sertão
Um novo herói, novo cowboy, novo peão

Se ele é maluco, é teimoso tudo bem
Levando a vida do seu jeito vida de peão
Onde tem festa de rodeio está no meio
Aonde tem moça bonita está seu coração
Aonde tem moça bonita está seu coração

Na faculdade é atencioso e do rodeio não esquece
Ele conhece no estudo o dicionário
Cowboy moderno estudante e no rodeio estagiário
No clube country é sócio majoritário

E no rodeio é corajoso mesmo sendo um primário
E a ginetiada é com prazer não quer prêmio nem salário
Sem festa de peão pra este cowboy é um fadário
Um novo estilo cowboy universitário

Se ele é maluco, é teimoso tudo bem
Levando a vida do seu jeito vida de peão
Onde tem festa de rodeio está no meio
Aonde tem moça bonita está seu coração
Aonde tem moça bonita está seu coração

Homenagem à Catullo
Lá no sertão nordestino onde Catulo nasceu
Nas noite do Ceará foi que ele conheceu
Que só no sertão a beleza e olhando pra natureza
Esta canção descreveu

Não há oh, gente, oh não luar
Como este do sertão
Não há oh, gente, oh não luar
Como este do sertão

Depois olhando pro céu pra aquele luar sem fim
Viu as matas iluminadas como um imenso jardim
E vendo gemer sentidas as folhas secas caídas
Catulo cantou assim

Oh que saudade do luar da minha terra
Branquejando lá na serra folhas secas pelo chão
Este luar tão escuro na cidade 
Não tem aquela saudade do luar do meu sertão

Catulo vendo que a morte se aproximava do leito
Quis que a terra lá do norte fosse cobrir o seu peito
Pediu pra ser sepultado no seu sertão adorado
Para morrer satisfeito

Ai quem me dera que eu morresse lá serra
Abraçado a minha terra e dormindo de uma vez
Ser enterrado numa gruta pequenina 
Onde a tarde a sururina chora a sua viuvez

Morreu Catulo Cearense, o poeta do sertão
Com ele foi sepultado seu amigo violão
Foi se verso derradeiro e hoje o Brasil inteiro
Canta o "luar do sertão”

Não há oh, gente, oh não luar
Como este do sertão
Não há oh, gente, oh não luar
Como este do sertão

Às Quatro da Madrugada
Às quatro horas da madrugada eu vi a lua toda adornada
Seguindo o seu roteiro no céu
Eu retornava da batucada tinha brigado com minha amada
Meu coração era fogaréu

O meu cavalo muito apressado vinha largueando
Num passo picado num bafejado que dava dó
Então notei que ele sentia a mesma dor que eu padecia
Por ter ficado assim tão só

No clarão da lua, no romper da aurora
Com a estrela Dalva eu me encontrei
Pedi para ela me trazer a Nalva
Aquela gracinha de mineirinha que tanto amei

Assim os dias foram passando e aquela dor me atormentando
Senti que não agüentava mais
Falei comigo mesmo num canto porque viver neste desencanto
Vou reaver toda minha paz

Joguei a tralha no meu metreiro vesti meu traje de bandoleiro
Peguei dinheiro e revólver bom
E resoluto com pouca prosa eu fui buscar a mulher formosa
Que machucou o meu coração

No clarão da lua, no romper da aurora
Com a estrela Dalva eu me encontrei
Pedi para ela me trazer a Nalva
Aquela gracinha de mineirinha que tanto amei

Paixão e Dor
As flores estão se abrindo ao chegar a primavera
Eu vejo você sorrindo no meio de todas elas
Como num conte de fadas você faz inveja a flor
Eu fiquei apaixonado e deslumbrado com seu amor

Ai, amor, meu coração não esquece
Comigo deita e amanhece paixão, desencanto e dor

Não sei por que foi embora sem deixar nenhum bilhete
Se vejo uma luz lá fora me representa seu flerte
No vazio de minha alma meu mundo não tem mais cor
Lamento não ter comigo o doce abrigo do seu amor

Ai, amor, meu coração não esquece
Comigo deita e amanhece paixão, desencanto e dor

O Barco
Lá vai um barco navegando sobre o mar
Sinto em meu rosto um pranto frio a deslizar
Naquele barco vai o meu mundo de esplendor
Vai levando pra bem distante o meu grande amor

Amor que perdi e outro ganhou
Um sonho de alguém que não despertou
Eu amei demais aquele amor judeu
Que me deixou no cais sem ter um adeus

Gaivotas voando sobre a praia a cantar
O suor do rosto tem o gosto das águas do mar
Pingos de lágrimas na areia branca a brilhar
E o barco sumindo, meu amor partindo pra não, mas voltar

Amor que perdi e outro ganhou
Um sonho de alguém que não despertou
Eu amei demais aquele amor judeu
Que me deixou no cais sem ter um adeus
Sem ter um adeus, sem ter um adeus, sem ter um adeus

Chegando num Arrasta-pé
No chora-chora desta sanfona que chora
Ninguém vê passar as horas no embalo do arrasta-pé
Já estou saindo e fico mais um pouquinho
Amarrado no carinho de alguém que diz que me quer

Arrasta-pé, arrasta-pé só quem tá dentro sabe o gostoso que é
Arrasta-pé, arrasta-pé só quem tá dentro sabe o gostoso que é

Saio pra fora mas logo vem uma peça
Dizendo é só mais essa e depois a gente vai
Nos braços dela pra dentro volto orgulhoso
Um arrasta-pé gostoso loucamente a gente cai

Arrasta-pé, arrasta-pé só quem tá dentro sabe o gostoso que é
Arrasta-pé, arrasta-pé só quem tá dentro sabe o gostoso que é

No arrasta-pé saio fora do meu mundo
Esqueço o cheque sem fundo que eu tenho pra cobrir
Quando é estourado cheque frio só dá enguiço
Mas eu só vou pensar nisso na hora que o banco abri

Arrasta-pé, arrasta-pé só quem tá dentro sabe o gostoso que é
Arrasta-pé, arrasta-pé só quem tá dentro sabe o gostoso que é

O Ipê e o Prisioneiro
Quando há muitos anos fui aprisionado nesta cela fria
Do segundo andar da penitenciária lá na rua eu via
Quando um jardineiro plantava um ipê e ao correr dos dias
Ele foi crescendo e ganhando vida enquanto eu sofria

Meu ipê florido junto a minha cela 
Hoje tem altura de minha janela
Só uma diferença há entre nós agora
Aqui dentro as noites não tem mais aurora
Quanta claridade tem você lá fora

Vejo em seu tronco cipó parasita te abraçando forte
Enquanto te abraça suga a tua seiva te levando à morte
Assim foi comigo ela me abraçava depois me traía
Por isso a matei e agora só tenho sua companhia

Meu ipê florido junto a minha cela
Hoje tem altura de minha janela
Só uma diferença há entre nós agora
Aqui dentro as noites não tem mais aurora
Quanta claridade tem você lá fora

Galo Índio
Eu estou apaixonado feito um meninote
Amo uma pessoa com muito desvelo
Mas me levei um fora que meu deixou tonto
Com uma terrível dor de cotovelo

A danada é linda feito garça branca
Mas está fazendo eu perder os cabelos
Ela é mais arisca do que uma potranca
Dessas que tem panca e que reluz o pelo

De mulher assim o amor não tem preço
Se eu apanho é porque mereço
De mulher assim o amor não tem preço
Se eu apanho é porque mereço

Fui na casa dela pra matar saudade
Pois quem sente amor não tem dia nem hora
Desci no terreiro e entrei na varanda
Feito um galo índio arrastando a espora

No primeiro abraço ela foi notando
Marcas de batom no colarinho afora
Com a unha afiada ela foi rasgando
A minha camisa e me mandou embora

De mulher assim o amor não tem preço
Se eu apanho é porque mereço
De mulher assim o amor não tem preço
Se eu apanho é porque mereço

Mas eu não sou homem de perder a parada
Passo lá na venda e tomo uma da boa
Vou na casa dela na cara e a coragem
E rasgar o verbo pra essa leoa

Homem que é homem não foge da luta
Ele se enrola, mas não desentoa
Se ela quiser eu vou mudar de vida
E fazer desta prenda a minha patroa

De mulher assim o amor não tem preço
Se eu apanho é porque mereço
De mulher assim o amor não tem preço
Se eu apanho é porque mereço

Coisa Mandada
Essa mulher tem o diabo no corpo
Quando ela passa é o maior sufoco 
Cara de santa, mas é anjo mal
É parada federal está me deixando louco

Quando ela passa com seu short bem curtinho
Seus lindos seios num pequeno bustiê
Meu coração perante aquele corpinho
Fica doidinho e muda o jeito de bater
Meu coração perante aquele corpinho
Fica doidinho e muda o jeito de bater

Essa mulher tem o diabo no corpo
Quando ela passa é o maior sufoco 
Cara de santa, mas é anjo mal
É parada federal está me deixando louco

Não sei se ela é solteira ou casada
Se é liberada ou se tem algum chifrudo
Essa mulher é uma coisa mandada
Por essa danada eu enfrento tudo
Essa mulher é uma coisa mandada
Por essa danada eu enfrento tudo

Essa mulher tem o diabo no corpo
Quando ela passa é o maior sufoco 
Cara de santa, mas é anjo mal
É parada federal está me deixando louco

Se eu ganhar o seu amor eu vou a fundo
Ela vai ver que eu também não fraco
O nosso amor vai pegar fogo no mundo
E o começo vai ser lá no meu barraco
O nosso amor vai pegar fogo no mundo
E o começo vai ser lá no meu barraco

Essa mulher tem o diabo no corpo
Quando ela passa é o maior sufoco 
Cara de santa, mas é anjo mal
É parada federal está me deixando louco

Casco de Boi
Na capital de São Paulo numa noite de São João
Eu fui cantar na mansão de um rico fazendeiro
Quando eu entrei na casa só via gente importante
Em cima de uma estante eu avistei um cinzeiro
Era um casco de boi transformado em tesouro
Todo marchetado a ouro e brilhante verdadeiro

Passei a noite cantando e a festa estava animada
Só no fim da madrugada que a viola emudeceu
Os convidados partiram vem rompendo a aurora
Mas antes de ir embora cumprir o destino meu
De tanta curiosidade perguntei ao fazendeiro
Qual a origem do cinzeiro ele assim me respondeu

Esse cinzeiro é o casco de um famoso boi preto
Da boiada que em Barretos há muito tempo estourou
Um garotinho inocente sozinho estava brincando
Esse boi chegou bufando na sua frente parou
Talvez guiado por Deus com as guampas aguçadas
Foi rebatendo a boiada e o menino ele salvou

O pai daquele menino na mesma hora comprou
O boi preto que salvou o filho na avenida
Quando o boi morreu de velho ele foi no joalheiro
Do casco fez o cinzeiro sua jóia mais querida
Eu aquele menino meu velho pai já se foi
Esse casco é do boi que salvou a minha vida

O Menino e o Cachorro
Na beira do Rio do Peixe num lugar bem retirado
Um casal lavrador com um ano de casado
Tinha um filhinho de colo que nem era batizado
Apesar de muito pobre vivia bem sossegado
E quando o dia raiava a canoa ele pegava
O rio ele atravessava pra cuidar do seu roçado

Certo dia o lavrador muito bem intencionado
Precisando terminar um serviço atrasado
Levou a mulher pra roça com matula e virado
Pensando em voltar mais cedo eles haviam deixado
Naquele ranchinho ausente um garotinho inocente
Que sonhava sorridente no seu berço mal forrado

Uma grande tromba d'água desabou daquele lado
O rio encheu de repente que ficou tudo alagado
O mais alto dos barranco também ficou transbordado
Quiseram voltar pra casa canoa tinha rodado
Que destino traiçoeiro do pobre casal roceiro
Olhando aquele aguaceiro gritando desesperado

Um cachorro policial esperto e bem ensinado
Dormindo em baixo da cama por sorte havia ficado
Quando viu que aquele rancho ia ser tudo inundado
Tentou salvar o menino pra não morrer afogado
Entrelaçou nos seus dentes o garotinho inocente
E num gesto de valente atravessou o rio a nado

O pobre casal chorava em prantos desesperados
A morte do seu filhinho que as águas tinham levado
Quando viram o cachorro completamente molhado
Arrastando o garotinho que ele havia salvado
Pela força do destino o cão salvou o menino
Este milagre divino foi por Deus determinado

Crianças do Brasil
Como as aves que vão a procura da flor
As crianças também são as aves do amor
Todo dia eu vejo na rua passar
De manhã quando vão a escola estudar
A tardinha felizes regressão ao lar
Como os anjos do céu a cantar

Somos nós que amanhã formaremos um raça varonil
O futuro da pátria depende das crianças do Brasil
O futuro da pátria depende das crianças do Brasil

A escola é um guia que vai indicar
O caminho da vida que devem trilhar
Respeitai vossos pais e a pátria também
De amor à Jesus que é o caminho do bem
E assim suceder pode então continuar
Para frente feliz a cantar

Somos nós que amanhã formaremos um raça varonil
O futuro da pátria depende das crianças do Brasil
O futuro da pátria depende das crianças do Brasil

Espora de Ouro
Hei hei moçada to chegando nesse instante
No repique do berrante faço a minha saudação
Nasci no campo sou um campeiro pachola
Gosto de moda de viola e adoro ser peão

Conheço a palmo esse meu Brasil inteiro
Ser peão de boiadeiro é herança do meu pai
Trago comigo a minha espora de ouro
E o meu chapéu de couro que do meu uso não sai
Trago comigo a minha espora de ouro
E o meu chapéu de couro que do meu uso não sai

Hei barbaridade 
Em cada lugar que passo
Deixo rastro de amizade
Hei barbaridade
Em cada lugar que passo
Deixo e levo saudade

Msicas do lbum O Barco - (1996)

Nome Compositor Ritmo
Cowboy Universitário Cézar / Ed César / Caim Country
Homenagem À Catulo José Fortuna Toada
Às Quatro Da Madrugada Dino Franco Batidão
Paixão E Dor Dino Franc / Neide Maria Biazin Rasqueado
O Barco Jack / Abel Balanço
Chegando Num Arrasta-pé Praense / Toninho Bauru Arrasta-pé
O Ipê E O Prisioneiro José Fortuna / Paraíso Guarânia
Galo Índio Paiva Xote
Coisa Mandada Jack / Abel Vanerão
Casco De Boi Jesus Belmiro / Paraíso Moda de Viola
O Menino E O Cachorro Dino Franco / Caim Cururu
Crianças Do Brasil Carreirinho / José Fortuna Valsa
Espora De Ouro Víctor Romano Country
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