O Fazendeiro E O Diabo (CONTINENTAL 103405214) - (1976) - Abel e Caim

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O Fazendeiro E O Diabo
O Francelino Barbosa foi o maior fazendeiro
O homem mais respeitado do bairro do limoeiro
Não acreditava em Deus era um ateu verdadeiro
Jogando em brigas de galo e em corridas de cavalo perdeu todo seu dinheiro

Vendeu até a fazenda para pagar a despesa
Na mais profunda miséria se mergulhou na tristeza
Vivia só blasfemando e maldizendo a pobreza
Pela ambição dominado vendeu a alma pro diabo pra voltar sua riqueza

Sua mulher não sabia o que ele prometeu
Coitada sempre pedia pra ele ter fé em Deus
Não demorou muito tempo de novo ele enriqueceu
Depois de estar fracassado voltou a ser respeitado aquele homem ateu

Muitos anos se passaram e o momento chegou
Na noite que ele morreu um temporal desabou
Meia noite no velório na hora a luz apagou
Um grande estouro se ouviu o caixão ficou vazio seu corpo o diabo levou

Não Bata A Porta Na Minha Cara
Não bata a porta em minha cara
Não suje o prato onde comeu
Tantos favores que eu lhe fiz
Será que você esqueceu?

Eu que tirei você da fossa em que estava
Lhe dei comida, lhe dei roupa pra vestir
Quando ninguém em você acreditava
Te dei a mão e com amor lhe socorri

Porém agora em que está num mar de rosa
Você não lembra dos favores recebidos
Mas não se esqueça que outra vez pode cair
E os seus gritos talvez não serão ouvidos

Não bata a porta em minha cara
Não suje o prato onde comeu
Tantos favores que eu lhe fiz
Será que você esqueceu?

Este teto que hoje lhe agasalha
Custou suor deste que você odeia
Porém não julgue estar vencida a batalha
Porque o perigo à todo instante nos rodeia

De uma hora para outra se atrapalha
E os amigos poderão lhe esquecer
E eu ainda posso lhe dar a mortalha
Pois ninguém sabe a hora certa de morrer

Não bata a porta em minha cara
Não suje o prato onde comeu
Tantos favores que eu lhe fiz
Será que você esqueceu?

Quebrei Meu Violão
O sereno está caindo, meu bem
Molhando meu violão
E você está dormindo, meu bem
Não ouve a minha canção

Benzinho abre a janela
Vem depressa me atender
Pelo seu aniversário
Um presente eu vim trazer

Um lindo buquê de flores
Eu vim lhe oferecer
E cantar com muito amor
Parabéns para você

O sereno está caindo, meu bem
Molhando meu violão
E você está dormindo, meu bem
Não ouve a minha canção

Cantei mais de uma hora
E chamei o nome dela
O dia amanheceu
Ninguém abriu a janela

A casa estava vazia
Fiquei louco nesta hora
Quebrei o meu violão
E as flores eu joguei fora

O Elefante Da Margarida
Na loteria esportiva muita gente tem ganhado
Só eu que não tive sorte tive um azar danado
Minha noiva Margarida fez um cartão caprichado
E ficou no pé do rádio quando de todos os estádios
Vinha vindo o resultado

Quando o teste terminou deu seis colunas do meio
Ela tinha feito um triplo em um jogo de sorteio
Ela fez os treze pontos e ficou de bolso cheio
Iludida pelo ouro não quis mais nosso namoro
Me chutou pra escanteio

Ela arranjou um namorado muito ativo, inteligente
Pra cuidar desta riqueza ele era competente
A coitada não sabia que ele era delinqüente
Vigarista e trapaceiro e queria seu dinheiro
Pra sumir do continente

Margarida moça rica ficou pobre num instante
Voltou trabalhar de novo no balcão do restaurante
Quem usar a falsidade é difícil ir adiante
Se deu zebra em minha vida coitada da Margarida
Na dela deu elefante

Erro Por Amor
Amigo não quero conselho
Deixe que eu erre sozinho
Bem sei que estou errado
Se à outra dei meu carinho
Não posso mais continuar
Com quem não é minha amada
O meu coração ama outra
Que por mim vive apaixonada

Me lembro que um dia jurei
De ser fiel até a morte
Porém o destino quis
Que outra mudasse minha sorte
Se ela me deu toda a paz
A mim não importa o passado
Eu peço perdão à Deus
Se amar assim for pecado

Eu pensei que o casamento
Daria só felicidade
Porém foi bem diferente
De nada vou sentir saudade
Agora nos braços de outra
Eu quero viver e sonhar
A lei não condena quem ama
É pena sofrer por amar

Lágrimas De Pai
Aquele pobre lixeiro de uma vila do interior
Mandava seu dinheirinho ganho com sangue e suor
Pra seu filho estudar e um dia ser doutor
Depois de vinte e seis anos viu o seu sonho realizado
Em São Paulo seu filho formou-se pra advogado
Partiu o velhinho pra ver seu filho ser diplomado
Na hora da formatura o velhinho apareceu
O doutor vendo o seu pai fez que não o reconheceu
Estas palavras do filho pro velho muito doeu
Vá embora, velho, vá embora
Se o povo vê-lo assim cabeludo
Mal vestido, vai ficar feio pra mim
Chorando o velho saiu sabendo que era seu filho

Pela rua da cidade sem destino 
A chorar um pobre velho se perdeu
Todas as portas se fecharam para ele
Mendigando viu findar os dias seus

E um dia num desastre na cidade
O velhinho acabou de padecer
Apanhado pelo trem o pobre velhinho
Sobre os trilhos acabava de morrer

No momento da agonia ainda disse
Em um sorriso encobrindo a própria dor
Deixo a vida satisfeito porque pude
Assistir o meu filho ser doutor

Lutei tanto pra estudar este meu filho
Minhas mãos cheias de calo é quem diz
E se agora atrapalho a sua vida
Quero a morte para ele ser feliz

Sem Cartório Sem Igreja
Juntei dinheiro fazendo economia
E comprei um certo dia um pedacinho de chão
Comprei madeira uma porta e uma janela
Construí junto a favela um modesto barracão

E conheci ali mesmo na favela
Uma jóia pura e bela à quem dei meu coração
Agora eu tenho quem me abraça e me beija
Sem cartório e sem igreja fizemos nossa união

Em vez de dar à ela meu sobrenome
Dei a palavra de homem, carinho e muito amor
Graças à Deus não há vida mais gostosa
Ela é a minha rosa eu sou o seu beija-flor

Muitos casais que por lei estão casados
Tem palácios decorados não tem o que a gente tem
Não é preciso ser na vida um milionário
Seja qual for o salário o importante é viver bem

O Sonho
Sobre as ondas frias do imenso mar
Sonhei com você num barco a navegar
Admirando as espumas brancas
Que as ondas fazem ao se encontrar

De repente surge a maré bravia
E faz o barquinho naufragar
Forte correnteza a levou nas águas
Eu fiquei na praia seu nome a chamar

Ao ver seus cabelos sumindo nas águas o quanto chorei
Corri pela praia seu nome chamando, gritando, gritando e assim acordei

Acordei chorando a senti as lágrimas
Correndo em meu rosto em horizontais
Como quem indica o caminho certo
Por onde partiu e não voltou mais

Nesse mar da vida eu sou um barco velho
Que sem ter destino ancorou no cais
Esse pesadelo de sonhos malditos
Foi o resultado de te amar demais

Ao ver que era um sonho um sonho de amor que seu amor me fez
Olhei seu retrato triste recordando chorando, chorando dormi outra vez

Dê Amor E Não Se Venda
Sua maneira de ganhar a vida
Você bem sabe que é contra a lei de Deus
Venha comigo e não se entregue na bebida
Que só está encurtando os dias seus

Eu te amo, por favor me entenda
Você está se afogando neste mar
Dê amor a quem te ama e não se venda
Porque amor só com amor pode pagar

Eu te quero, eu te adoro
Como se fosse uma santa
Mas se você continuar
Neste lugar não adianta

Quantas canções inspiradas em você
Que eu escrevi pelas altas madrugadas
Se é verdade que me ama, então por quê?
Não decidiu abandonar esta morada

Sei que você é a rainha desta casa
A flor cheirosa por todos preferida
Mas se quiser ser rainha de um lar
Eu te darei o meu amor por toda a vida

Eu te quero, eu te adoro
Como se fosse uma santa
Mas se você continuar
Neste lugar não adianta

Linda Enfermeira
Linda enfermeira anjo de vestido branco
Com o teu sorriso franco traz alívio ao sofredor
Sem fazer distinção com rico ou indigente
Cuidas de todos os doentes com carinho e muito amor

Anjo adorado a tua missão é linda
Mas não sabes ainda que essa minha ilusão
Linda enfermeira linda flor dos sonhos meus
Eu quero os carinhos teus pra curar a minha paixão

Linda enfermeira lembre de quem não te esquece
Quem me dera se eu pudesse ter um dia uma internação
E com teus beijos acalmar a minha dor
Na enfermagem do amor no hospital do coração

O Direito De Errar
Estou aqui, amigo, pra lhe aconselhar
Porque você não está sendo um bom marido
Todo casado o juramento deve honrar
Para mais tarde não viver arrependido

A sua esposa está sozinha em seu lar
Lhe esperando com o coração em brasa
E as suas noites é viver de bar em bar
Enquanto outro talvez ronde a sua casa

Ao me casar eu fiz assim como você
Continuei com as orgias de solteiro
E minha esposa sem poder me compreender
Me abandonou e arranjou outro companheiro

Tarde demais compreendi desesperado
Eu não podia pôr a culpa em ninguém
Pois todo o homem que no mundo vive errado
Dá o direito pra mulher errar também

Amor Antigo
Amanhã eu vou partir desta cidade
Não quero mais ouvir falar seu nome
Te dei amor, dei carinho e minha vida
Você em troca deu a dor que me consome

Suas cartas perfumadas e mentirosas
Foram só pra destruir o nosso amor
Acreditei, depois ao me ver chorando
Você sorria da minha grande dor

Vou pra bem longe daqui
Mas sei que vou sentir amargamente o nosso adeus
Vou, meu amor antigo
Levarei comigo só a lembrança dos beijos teus

E por isso eu me despeço, adeus meu anjo
Sem consolo não sorrio e nem mais canto
Vou plantar um pé de rosa amarela
E seu pezinho vou molhar com o meu pranto

E depois que a roseira florescer
Com carinho mandar pra você eu quero
Uma rosa, a mais bonita de todas
Como prova de um amor que foi sincero

Vou pra bem longe daqui
Mas sei que vou sentir amargamente o nosso adeus
Vou, meu amor antigo
Levarei comigo só a lembrança dos beijos teus

Músicas do álbum O Fazendeiro E O Diabo (CONTINENTAL 103405214) - (1976)

Nome Compositor Ritmo
O Fazendeiro E O Diabo Abel / Nelson Gomes Cururú
Não Bata A Porta Na Minha Cara Jack / Abel Bolero
Quebrei Meu Violão Abel / Milton José Samba Caipira
O Elefante Da Margarida Smith / Caim Pagode
Erro Por Amor Nhô Cido / Abel Valsa
Lágrimas De Pai José Fortuna Toada
Sem Cartório Sem Igreja Jack / Caim Cateretê
O Sonho Jack / Caim Guarânia
Dê Amor E Não Se Venda Jack / Francisco Do Carmo Bolero
Linda Enfermeira Smith / José Ferreira De Urânia Valsa
O Direito De Errar Smith / José Ferreira De Urânia Bolero
Amor Antigo Zico / Zezito Rasqueado
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