7 Sinais (VELAS 270379) - (2007) - Almir Sater

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No Rastro Da Lua Cheia 
No quintal lá de casa passava um pequeno rio
Que descia lá da serra ligeiro escorregadio
A água era cristalina que dava pra ver o chão
Ia cortando a floresta na direção do sertão
Lembrança ainda me resta guardada no coração

E tudo era azul celeste brasileiro cor de anil
Nem bem começava o ano já era final de abril
O vento pastoreando aquelas nuvens no céu
Fazia o mundo girar veloz como um carrossel
E levantava a poeira e me arrancava o chapéu

Ah o tempo faz, tempo desfaz
E vai além sempre

A vida vem lá de longe é como se fosse um rio
Pra rio pequeno canoa pros grandes rios navios
E bem lá no fim de tudo começo de outro lugar
Será como Deus quiser como o destino mandar
No rastro da lua cheia se chega em qualquer lugar!

Maneira Simples
Nada é mais real que aprender maneira simples de viver
Tudo é tão normal se a gente não se cansa nunca de aprender
Sempre olhar como se fosse a primeira vez
Se espantar como criança a perguntar por quês?

Vamos flutuar em um balão que sobrevoa o amanhecer
Vamos navegar entre os navios no horizonte a se perder
Nos lembrar que tudo tem sua razão de ser
E afinal eu quero apenas estar com você

Sombras no céu já vem o anoitecer também
Com seus milhões de estrelas que iluminarão mais uma vez
Com a palidez da sua luz a imensidão que a gente vê

Serra De Maracaju
Lembro de um velho índio contando histórias
De glórias e tragédias que não vivi
Quando das estrelas vieram deuses
E seus sinais estão por aí

Depois de um certo tempo eles foram embora
Deixando para trás um povo feliz
Mas os portugueses e os espanhóis
Invadiram a terra dos Guaranis

Então vieram os bandeirantes
E os retirantes lá das Gerais
Por muito tempo não houve paz
Sofreu demais quem te ama
Bela Serra de Maracaju
Seus mistérios quero traduzir

Descobrir as lendas e memórias
De cada légua que te percorri
Descobrir as lendas e memórias
De cada légua que te percorri

Eu cheguei aqui com os meus próprios pés
E hoje tenho minha raiz
Dos antigos lados dos Xaraés
Toco chamamés que eu mesmo fiz

De hoje em diante somos iguais
Quem de nossa terra te chama
Bela Serra de Maracaju

Planície De Prata
O Sol se foi sem pressa
Deixou o céu quase sem luz
Até que veio outra estrela
Brincar com meus olhos nus

Não soube a resposta certa
Assim solidão me traduz 
Meu coração de poeta
Guardei, nem sei mais onde pus

A lua é uma porteira aberta
Planícies de prata onde me perdi
Secreta foi a serenata, saudade maltrata 
Jamais te esqueci

7 Sinais 
Contar estrelas, constelações
Medir nos céus imensidões
Faz aumentar nossa solidão

Profetas vêm, prometem mais
Pra quem disser amém, mas tempos tão globais
Têm seus poréns, nada virtuais
Já se escreveu que falsos Messias
Com novas magias vamos ver

Não há crença sem recompensa nem superstições
Tornam intensas as diferenças incompreensões.

Jerusalém sofreu demais
Cometas de Belém não são celestiais
Nem faltarão Sete Sinais

De volta ao templo os vendilhões
Prá venerar deuses bufões
Quem desta vez sacrificarão?!

E não vão dizer que ninguém sabia
Da hipocrisia e seu poder.

Nem ciências, inteligências
Ou loucas ambições,
Nos livraram de incoerências ou imperfeições

Pitiguiri
Instrumental

Horizontes
Acender a luz, iluminar
Vem chegado a hora
De tudo enfim se clarear
Na lida dos dias meus
Que só querem ver o vento e viajar
Voar, voar no som

Porque será que o pensamento
Esse eterno viajante
Nos carrega a todo instante?
Sempre a procurar horizontes

Com as canções eu vi a vida
Um violeiro sempre vê
Nos versos amigos meus
Navegantes indomáveis dessa paixão

Cortar o ar, caçar o tom
Deixar a mão guiar meus sonhos
Nas terras do sentimento
Como faz um viajante
Sempre a procurar horizontes

Lua Nova
Quando você dorme longe de mim
Parece que a noite não vai ter fim
Sempre que meu sono demora a chegar
Parece que o sol não quer mais raiar

Chega de tanto faz deixa de vai, não vou
Você não me liga mais nem pra dizer alô
Vai que você me liga um dia
E eu digo que não to

Sou navegante querendo voltar
Seja meu farol, minha estrela polar
Nessa vida errante só vou ser feliz
Tendo agora em diante o que eu sempre quis

Chega de tanto faz deixa de timidez
Você não me liga mais já vai pra lá de mês
Vai que você me liga um dia
Eu te esqueci de vez
Vai que você me liga um dia
Eu te esqueci de vez

Se até a lua nova já se dispôs
Quando estiver cheia brilhar por nós dois
Só pra nós dois

Cubanita
Cubanita me lembro bem
Que foi paixão à primeira vista
Você era dentre todas a mais bonita
Admita que quando você me viu
Sentiu coisa parecida
Me olhou com aqueles olhos de bandida

Fez amor como bailarina
Me beijou e me enlouqueceu
Mas chorou feito uma menina
Quando amanheceu

Senhorita você fugiu 
Daquela ilha socialista
Algum barbudão te deu visto de turista
Mas assim que chegou aqui
Caiu na farra capitalista
Andava de limusine com motorista

Hermanita sabemos bem
Foi tão bom quanto tinha que ser
Mas seguimos os nossos caminhos
Porque nos convém

Reconheço bem que você me avisou
Da sua veia de artista
Sumiu...se evaporou e não deixou pista
De repente vem gente e diz
Que te viu casada com economista
Um outro te viu pelada numa revista

Cubanita onde estiver
Amsterdã ou em Nova Guiné
Será sempre e não só pra mim
Uma linda mulher

Cubanita linda, te quiero
Que digam lo que digam, te queiro
Será em mi vida, mi vida
El moça señorita, te quiero

Três Toques Na Madeira
Dessa Maneira...
Tá muito pouco três toque na madeira
Novo milênio e a gente na rabeira
Bola da vez na ciranda financeira
No desce que sobe que desce ladeira
Montanha russa à moda brasileira

Maior limpeza
Venderam tudo até a prateleira
Abriram a bolsa e bateram a carteira
E lá se foi a moeda estrangeira
Esse câmbio que sobe que desce que vem
Pra cima da gente que nem trem

Gente fina a mamata já cansou
Fim de baile, fim de show
Feliz de quem curtiu
Um bis pra quem bailou o velho rock‘n’roll

Mas que moleza
Chega novembro e a fauna brasileira
Vai lá na praia e se espicha numa esteira
Junta Natal, Carnaval, só doideira
Ressaca marvada só dá quarta feira
Até a Páscoa tem muita saideira

Por gentileza, 
Se a rataria pular fora da banheira
Olha a fineza
Chaveia a porta e não deixa a luz acesa
Iluminando a vastidão desta pobreza
Sem eira nem beira e vivendo feliz
Sambando na escola delícia de País

Gente fina esse clima desandou
Horizonte pretiou
Êeeh boi vem água aí já trovejou

Mas que beleza
Tá muito tarde pra pôr a ratoeira
Nossa riqueza
Tá navegando no mar da globalheira
Com tanto ricaço e madame que luxa
Tanto que aspira que estica e que puxa
Opera daqui, conserta dali
Acaba outdoor do rei do bisturi

Êeei, hei
A coisa tá feia
Nem adianta três toques na madeira
Dessa Maneira,
Vou me mandando
Lá pras "banda pantaneira"
Eu, digo bye bye
Hasta luego, arriverdecci
Eu digo, bye bye

Músicas do álbum 7 Sinais (VELAS 270379) - (2007)

Nome Compositor Ritmo
No Rastro Da Lua Cheia Renato Teixeira / Almir Sater
Maneira Simples Almir Sater / Paulo Simões
Serra De Maracaju Almir Sater / Paulo Simões
Planície De Prata Almir Sater / Paulo Simões
7 Sinais Almir Sater / Paulo Simões
Pitiguiri Almir Sater
Horizontes Almir Sater / Renato Teixeira
Lua Nova Almir Sater / Paulo Simões
Cubanita Almir Sater / Paulo Simões
Três Toques Na Madeira Almir Sater / Paulo Simões
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