Almir Sater (CONTINENTAL 101404240) - (1981) - Almir Sater
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Almir Sater (CONTINENTAL 101404240). LP gravado também por um projeto da FUNARTE - Brasilian Popular Music (1981).
EstradeiroÂ
Bota de couro surrada cheiro de boi ou viola
Sonhos guardados na mente com lábios de doce melaço
Pra todo canto que fosse vivendo da cantoria
Muito mais que dinheiro buscava farra e forria
Não quis ser o melhor sossego trago de longe
Não sou louco poeta nem sou profeta ou monge
Mas viajar, viajei
Viajar, viajei, viajar, viajei
Carro de boi litorina lombo de burro baguá
Apeava em Porto Esperança e pegava uma barca de tranças
Remando pro Pantanal
Cantava em festas de reis puxando a romaria
Cantei ao velho peão fiz versos pra burguesia
E de quando em quando o dono das terras falava
Fique violeiro, pois tem dinheiro e pousada
Mas viajar, viajei
Viajar, viajei, viajar, viajei
Canta ViolaÂ
Canta Viola que eu canto contigo
Meu coração é um eterno bandido
Não deixe que o vento te sopre ao perigo
Um homem passou por mim
Em busca de seu reinado
Levava o cabelo ao vento
E na boca um riso rasgado
A vida me ensina, me dá as coisasÂ
Coisas que aprendi a ensinar
Ouvido me mostra e me dá os cantos
Que devo fazer e cantar, aiê, cantar
SementeÂ
Atirei minha semente na terra onde tudo dá
Chuva veio de repente carregou levou pro mar
Quando as águas foram embora plantei sonhos no chão
Mais demora minha gente ter na hora um verde puro
Ou dar fruto bem maduro um pomar
Meu adubo foi amor, esperança o regador
Bem na hora da colheita lá se vai a ilusão
Foi geada e a seca me queimando a floração
Me doeu a impotência diante da sorte má
Então eu fiz paciência bem maior do que o azar
Convoquei os meus duendes pra fazer mutirão
Logo um toque de magia passou de mão em mão
Esse ano com certeza desengano vai ter fim
Natureza tem seus planos Mas não sabe ser ruim
Tão seguro quanto o ar ser mais quente no verão
Da semente sai futuro nem que seja temporão
O Carrapicho e a PimentaÂ
O carrapicho e a pimenta são sabores são sistemas
São tradições despencando é o fantasma ameaçando
São novos tempos Sinhá, são novos tempos Sinhá
Pisei em Rio Brilhante inté chegar em Dourados
Gole ceco, fumo grosso Maracaju, mara cajueiro
O carrapicho e a pimenta são sabores são sistemas
São tradições despencando é o fantasma ameaçando
São novos tempos Sinhá, são novos tempos Sinhá
Riacho dá sete voltas serpente da mata virgem
Escorrega morro abaixo Maracaju, Mara cajueiro
Flor do AmorÂ
Lua cheia e viola ponteada
Eu comparo a rosa sem espinho
Trago o vinho e vai começar a ceia
Suas teias da baba da aranha
Me assanha essa tal moça bonita
Ai! No meu peito brota aflita
A flor do amor, ai! a flor do amor
Madrugada o orvalho vai caindo
Rega o verde que forma minha vida
Pico a ponta do seio da menina
Me alucina o prazer de ver crescer a flor do amor
A flor do amor, ai! a flor do amor
Pro encanto ou magia me esvazia o coração
Meio dia o sol abriu quando chego na estação
Tava todinha arrumadinha tinha sacola na mão
Na mesma hora fui embora pra não ter que ver morrer
A flor do amor, ai! a flor do amor
Ai! Ai! A flor do amor
Aqui Agora CriançasÂ
Já lá aà e vem o verão e eu como se fosse de praxe
Faço logo uma canção pra que a gente relaxe
Toda estação é boa desde que a gente assim ache
Eu fiz uma canção que voa é quase uma pintura à guache
Não tenham medo de dizer que vocês também ouvem os sinos
Sinos esses que são aqueles que dizem assimÂ
Aqui agora meninos, aqui agora meninos
Enquanto os Barões vão à França mercadores enchem a pança
E o velho sol se esparrama nos campos e nunca pensa em vingança
Que a geração dos filhos da guerra dancem pois então sua dança
Dancem, pois então suas danças
Aqui agora meninos, aqui agora meninos
Aqui agora meninos, aqui agora meninos
Velhos AmigosÂ
Velhos Amigos quando se encontram
Trocam notÃcias e recordações
Bebem cerveja no bar de costume
E cantam em voz rouca antigas canções
Os velhos amigos quase nunca se perdem
Se guardam para certas ocasiões
Velhos amigos só rejuvenescem
Lembrando loucuras de outros verões
E brindam alegres seus vivos e mortos
E acabam a noite com novas canções
Conhecem o perigo mas fazem de conta
Que o tempo não ronda mais seus corações
Luz da FéÂ
Queimo nesta chama nesse imenso fogaréu
Pesa em minhas costas tanto medo e aflição
Não, não me queima
Olha as velas, olha o fogo, olha o lobisomem
Entre a luz, cruz e a lua cheia
Ah! vem a procissão
Ladainhas, hóstias, véus e vinho
Neste grande porre, cresce a reza pra salvação
E chegou o amanhãÂ
Com a luz do solÂ
Clareando a fé
Olha as velas, olha o fogo, olha o lobisomem
Entre a luz, cruz e a lua cheia
Ah! vem a procissão
Ladainhas, hóstias, véus e vinho
Neste grande porre, cresce a reza pra salvação
E chegou o amanhãÂ
Com a luz do solÂ
Clareando a fé
Bicho PreguiçaÂ
Seu bicho preguiça descansa no galho se agarra no pau
Barriga pra cima cabeça pra baixo é fera no topo é um animal
Deixa lá, deixa lá, deixa lá
Tatu bicho doido pensa que é xarango e começa a cantar
Cavuca um buraco no pé da figueira Tatu, bem ou malÂ
É um underground é um underground
E a loira mariposa esvoaça elegante
Na noite é esposa do amante
Amante do orvalho e é livre para amar
E a loira mariposa esvoaça elegante
Na noite é esposa do amante
Amante do orgasmo e é livre para amar
No Quintal de CasaÂ
(instrumental)