Doma (SOMBRASIL 3086025) - (1982) - Almir Sater
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Trem do PantanalÂ
Enquanto este velho trem atravessa o pantanalÂ
As estrelas do cruzeiro fazem um sinalÂ
De que este é o melhor caminhoÂ
Pra quem é como eu mais um fugitivo da guerraÂ
Enquanto este velho trem atravessa o pantanalÂ
O povo lá em casa espera que eu mande um postalÂ
Dizendo que eu estou muito bem e vivoÂ
Rumo a Santa Cruz de La SierraÂ
Enquanto este velho trem atravessa o pantanalÂ
Só meu coração esta batendo desigualÂ
Ele agora sabe que o medo viaja tambémÂ
Sobre todos os trilhos da terraÂ
Enquanto este velho trem atravessa o pantanalÂ
Só meu coração esta batendo desigualÂ
Ele agora sabe que o medo viaja tambémÂ
Sobre todos os trilhos da terraÂ
Rumo a Santa Cruz de La Sierra
Sobre todos os trilhos da terraÂ
GalopadaÂ
Morena do meu apreço desconheço o que é cansaço
Feito nuvem de poeira apareço e me desfaço
Atrás do seu endereço que na carta veio errado
Viro o mundo pelo avesso, morena dos meus pecados
Na fogueira do teu beijo eu me queimo de bom grado
Se foi tão bom no varejo Imagina no atacado, morena
Que nem caneta em mão inspirada
Vai deslizando igual queda d'água
Açoitando o vento eu vou seguir nesta galopada
Morena do meu apego logo chego em teu pedaço
Quero em tua cabeceira reservar o meu espaço
Pra viagem ser ligeira traço léguas no compasso
E só encontro meu sossego, morena no seu abraço
Pra ter mais deste chamego que me deixa enfeitiçado
Crio asas de morcego e vou voando pro seu lado, morena
Que nem cometa em noite estrelada
Meu pensamento vai comendo estrada
Cavalgando o tempo a prosseguir
Nesta galopada
DomaÂ
Instrumental
O Último CondorÂ
Seca o gigante do mundo penado
Vaga tangido bradas gemidos
Sai derradeiro vivente a voar
Cordilheiras passadas na vida
Vai e cai e cansa distante
Neste rasante longe dos montes
Ser coração no latejo final
No abismo da fera faminta
Treme a terra e perde a paz
Vai condor, cai condor
Cai condor
Sonhos GuaranisÂ
Mato Grosso encerra em sua própria terra sonhos guaranis
Por campos e serras a história enterra uma só raiz
Que aflora nas emoções e o tempo faz cicatriz
Em mil canções lembrando o que não se diz
Mato Grosso espera esquecer quisera o som dos fuzis
Se não fosse a guerra quem sabe hoje era um outro paÃs
Amante das tradições de que me fiz aprendiz
Em mil paixões sabendo morrer feliz
E cego é o coração que trai
Aquela voz primeira que de dentro sai
E as vezes me deixa assim ao revelar que eu vim
Da fronteira onde o Brasil foi Paraguai
Cavaleiro da LuaÂ
Vem o vento e vai passando pelas folhas
Varre o céu se vê o cavaleiro do Luar
Eu criança no batente da porteira
Debruçado na janela das estrelas
Também sonho ser o cavaleiro do luar
Galopar pela poeira do caminho
Querendo os homens, meninos.
Boieiro do NabilequeÂ
Almir Sater/João Bá
Vai boieiro, rio abaixo
Vai levando gado e gente
O sal grosso e a semente
Eh! porto de Corumbá
Um amor toda beleza
Como um canto de nobreza
Deslizar na veia d'água
Eh! rio Paraguai
Rio acima, peixe-boi
Passarada, matagal
Véio bugre entoando
Seu antigo ritual pantaneiro
VarandasÂ
A noite é um mistério
Que eu finjo em compreender
Sentado nas varandas
Esperando o amanhecer
Estrelas lá no céu
Fogueiras no sertão
E as luzes da cidadeÂ
Não espantam a solidão
Dona lua já se foi
Polvilhar outro rincão
Com o trigo da saudade
Que é a massa do meu pão
A noite é um caso sério
Que eu não vou resolver
Enquanto dormir longe
De quem faz meu bem querer
Na Subida do BalãoÂ
Calendário tá dizendo
Chegou seu mês de junho
E chegou São João Doidão
Calendário tá dizendo
Chegou seu mês de junho
E chegou São João Doidão
Vai ter festa na rua
Vai ter traque de véia na subida do balão
Seu Zé Mário é um festeiro
Chamou os violeiros
Principiando o rastapé
Sanfoneiro puxa o fole
Nós aqui puxemos o gole
De fazer bem buscapé
Acenderam a fogueira a quadrilha pegou fogo
Mal a lenha virou brasa uma morena abriu seu jogo
Pras beatas fofoqueiras
Esta moça é janeleira e
Não tem mais jeito não
Pra essa véias fofoqueiras
Quando a moça é janeleira
É igual via a de salão
Mas na lua da ribeira
Minha nova companheira
Sem ligar pras cajazeiras
Entregou seu coração
Viola e VinhoÂ
Quem tem viola não carece de transporte
Se for pra mor de ir se embora pros sertões
Mundão afora ele desce de carona
Do sonho sob a lona o requinte faz canções
Se por ventura lhe oferece a boa sorte
Um passaporte pro além dos rumos seus
Vai sem demora, dorme hoje sob a ponte
que Aos longe do horizonte amanhã se prometeu
Viola acha graça se o dono se apaixona
Mas assim que ele sara ela estranha e semitona
Mas assim que ele sara ela estranha e semitona
Deitado agora em quarto de hotel
Sem ter mais véu pra lhe servir de cobertor
Um vinho velho lhe conforta o calafrioÂ
E a canção sai no feitio de um poeta fingidor
Saudade é o diploma de quem tem boca e foi à Roma
Tristeza é mula brava corcoveia mas se doma
Tristeza é mula brava corcoveia mas se doma
Tristeza é mula brava corcoveia mas se doma