Varandas (RGELP 3426083) - (1988) - Almir Sater

Para ver a lista de msicas, clique na lista abaixo.

Peão
Diga você me conhece eu já fui boiadeiro
Conheço essas trilhas quilômetro, milhas
Que vem e que vão pelo alto sertão
Que agora se chama não mais de sertão
Mas de terra vendida civilização

Ventos que arrombam janelas e arrancam porteiras
Espora de prata riscando as fronteiras
Selei meu cavalo matula no fardo
Andando ligeiro um abraço apertado
E um suspiro dobrado não tem mais sertão

Os caminhos mudam com o tempo
Só o tempo muda um coração
Segue seu destino boiadeiro
Que a boiada foi no caminhão

A fogueira a noite, redes no galpão
O paiero, a moda, o mate, a prosa
A saga, a sina, o causo e onça 
Tem mais não, ô peão....

Tempos e vidas cumpridas pó, poeira, estrada
Estórias contidas nas encruzilhadas
Em noites perdidas no meio do mundo
Mundão cabeludo onde tudo é floresta
E campina silvestre mundão "caba" não

Sabe pra um bom viajante nada é distante
O bom companheiro não conto dinheiro
Existe uma vida uma vida vivida
Sentida e sofrida de vez por inteiro
Que esse é o preço pra eu ser brasileiro

Os caminhos mudam com o tempo
Só o tempo muda um coração
Segue seu destino boiadeiro
Que a boiada foi no caminhão

A fogueira a noite, redes no galpão
O paiero, a moda, o mate, a prosa
A saga, a sina, o causo e onça 
Tem mais não, ô peão....

Doma 
Instrumental

Trem de Lata
De repente lá bem longe aparece outro lugar
Novos campos e horizontes tão ali pra eu passar
Trem de ferro, trem de lata tem alguém a me esperar
Não sei se eu que tô indo ou ela quem vai chegar

Quanta alegria, tanto prazer
Tô aqui, vamos chegar
A casa é sua, pode entrar
Meus braços vão te abraçar
Há tanto pra plantar
Por aqui

É assim, quando posso vou aí lhe visitar
São dois trilhos me levando daqui pra outro lugar
Somos pares que o destino preferiu aproximar
Dois amores, dois desejos e um trem pra se esperar

Quanta alegria, tanto prazer
Tô aqui, vamos chegar
A casa é sua, pode entrar
Meus braços vão te abraçar
Há tanto pra plantar
Por aqui

Trem de ferro, trem de lata tem alguém a me esperar
Não sei se eu que tô indo ou ela quem vai chegar
Somos pares que o destino preferiu aproximar
Dois amores, dois desejos e um trem pra se esperar

Varandas 
A noite é um mistério que eu finjo em compreender
Sentado nas varandas esperando o amanhecer
Estrelas lá no céu fogueiras no sertão
E as luzes da cidade  não espantam a solidão

Dona lua já se foi polvilhar outro rincão
Com o trigo da saudade que é a massa do meu pão

A noite é um caso sério que eu não vou resolver
Enquanto dormir longe de quem faz meu bem querer

Boieiro do Nabileque 
Vai boieiro, rio abaixo
Vai levando gado e gente
O sal grosso e a semente
Eh! porto de Corumbá

Um amor toda beleza
Como um canto de nobreza
Deslizar na veia d'água
Eh! rio Paraguai

Rio acima, peixe-boi
Passarada, matagal
Véio bugre entoando
Seu antigo ritual pantaneiro

Água Que Correu
Paixões que não desaguam no prazer
São rios que cansei de percorrer
Amigos convém pra não irmos além
De um só querer bem

Lições que não nos levam ao saber
São livros que desisto de reler
Histórias assim nem começam nem tem fim
Nem é bom ou ruim

Tanto que choveu tanto que molhou
Coração se encheu de amor e transbordou
Água que correu ribeirão levou
Foi pro oceano e lá se evaporou

Momentos que se vivem uma vez
São ventos a soprar por sobre as leis
Desejo não dói mas por dentro corrói
Valentia de herói

Amigos convém pra não irmos além
De um só querer bem

Tanto que choveu tanto que molhou
Coração se encheu de amor e transbordou
Água que correu ribeirão levou
Foi pro oceano e lá se evaporou

Razões
Conte comigo meu amigo se for pra te dar a mão
Mas se for pra correr perigo que seja boa razão
Conte comigo que eu brigo se for esta a condição

Para que a gente realize então
Aquela velha, mas sincera ambição
Conte comigo eu te sigo para enfrentar o castigo
Ou ter glórias de um campeão

Escute amigo um aviso que eu te dou por precaução
Fui educado à antiga e prezo ter reputação
Conte comigo eu te sigo ao chegar a decisão

Não aceito recompensa se a gente faz o que pensa
Não quer remuneração
E a gente vai realizar pois não, aquela velha
Mas sincera ambição

Conte comigo eu te sigo para enfrentar o castigo
Ou ter glórias de um campeão

Benzinho
Instrumental

Galopada 
Morena do meu apreço desconheço o que é cansaço
Feito nuvem de poeira apareço e me desfaço
Atrás do seu endereço que na carta veio errado
Viro o mundo pelo avesso, morena dos meus pecados

Na fogueira do teu beijo eu me queimo de bom grado
Se foi tão bom no varejo Imagina no atacado, morena

Que nem caneta em mão inspirada
Vai deslizando igual queda d'água
Açoitando o vento eu vou seguir nesta galopada

Morena do meu apego logo chego em teu pedaço
Quero em tua cabeceira reservar o meu espaço
Pra viagem ser ligeira traço léguas no compasso
E só encontro meu sossego, morena no seu abraço

Pra ter mais deste chamego que me deixa enfeitiçado
Crio asas de morcego e vou voando pro seu lado, morena

Que nem cometa em noite estrelada
Meu pensamento vai comendo estrada
Cavalgando o tempo a prosseguir
Nesta galopada

Trem do Pantanal 
Enquanto este velho trem atravessa o pantanal 
As estrelas do cruzeiro fazem um sinal 
De que este é o melhor caminho 
Pra quem é como eu mais um fugitivo da guerra 

Enquanto este velho trem atravessa o pantanal 
O povo lá em casa espera que eu mande um postal 
Dizendo que eu estou muito bem e vivo 
Rumo a Santa Cruz de La Sierra 

Enquanto este velho trem atravessa o pantanal 
Só meu coração esta batendo desigual 
Ele agora sabe que o medo viaja também 
Sobre todos os trilhos da terra 

Enquanto este velho trem atravessa o pantanal 
Só meu coração esta batendo desigual 
Ele agora sabe que o medo viaja também 
Sobre todos os trilhos da terra 
Rumo a Santa Cruz de La Sierra
Sobre todos os trilhos da terra

O Último Condor 
Seca o gigante do mundo penado
Vaga tangido bradas gemidos
Sai derradeiro vivente a voar
Cordilheiras passadas na vida

Vai e cai e cansa distante
Neste rasante longe dos montes
Ser coração no latejo final
No abismo da fera faminta

Treme a terra e perde a paz
Vai condor, cai condor
Cai condor

Sonhos Guaranis 
Mato Grosso encerra em sua própria terra sonhos guaranis
Por campos e serras a história enterra uma só raiz
Que aflora nas emoções e o tempo faz cicatriz
Em mil canções lembrando o que não se diz

Mato Grosso espera esquecer quisera o som dos fuzis
Se não fosse a guerra quem sabe hoje era um outro país
Amante das tradições de que me fiz aprendiz
Em mil paixões sabendo morrer feliz

E cego é o coração que trai
Aquela voz primeira que de dentro sai
E as vezes me deixa assim ao revelar que eu vim
Da fronteira onde o Brasil foi Paraguai

Cavaleiro da Lua 
Vem o vento e vai passando pelas folhas
Varre o céu se vê o cavaleiro do Luar
Eu criança no batente da porteira
Debruçado na janela das estrelas
Também sonho ser o cavaleiro do luar

Galopar pela poeira do caminho
Querendo os homens, meninos.

Na Subida do Balão 

Calendário tá dizendo
Chegou seu mês de junho
E chegou São João Doidão
Calendário tá dizendo
Chegou seu mês de junho
E chegou São João Doidão

Vai ter festa na rua
Vai ter traque de véia na subida do balão

Seu Zé Mário é um festeiro
Chamou os violeiros
Principiando o rastapé
Sanfoneiro puxa o fole
Nós aqui puxemos o gole
De fazer bem buscapé

Acenderam a fogueira a quadrilha pegou fogo
Mal a lenha virou brasa uma morena abriu seu jogo

Pras beatas fofoqueiras
Esta moça é janeleira e
Não tem mais jeito não
Pra essa véias fofoqueiras
Quando a moça é janeleira
É igual via a de salão

Mas na lua da ribeira
Minha nova companheira
Sem ligar pras cajazeiras
Entregou seu coração

Viola e Vinho 
Quem tem viola não carece de transporte
Se for pra mor de ir se embora pros sertões
Mundão afora ele desce de carona
Do sonho sob a lona o requinte faz canções

Se por ventura lhe oferece a boa sorte
Um passaporte pro além dos rumos seus
Vai sem demora, dorme hoje sob a ponte
que Aos longe do horizonte amanhã se prometeu

Viola acha graça se o dono se apaixona
Mas assim que ele sara ela estranha e semitona
Mas assim que ele sara ela estranha e semitona

Deitado agora em quarto de hotel
Sem ter mais véu pra lhe servir de cobertor
Um vinho velho lhe conforta o calafrio 
E a canção sai no feitio de um poeta fingidor

Saudade é o diploma de quem tem boca e foi à Roma
Tristeza é mula brava corcoveia mas se doma
Tristeza é mula brava corcoveia mas se doma
Tristeza é mula brava corcoveia mas se doma

Msicas do lbum Varandas (RGELP 3426083) - (1988)

Nome Compositor Ritmo
Peão Almir Sater / Paulo Simões
Doma Almir Sater / José Gomes
Trem De Lata Almir Sater / Renato Teixeira
Varandas Almir Sater / Paulo Simões
Boieiro do Nabileque Almir Sater / João Bá
Água Que Correu Almir Sater / Paulo Simões
Razões Almir Sater / Paulo Simões
Benzinho Almir Sater
Galopada Almir Sater / Paulo Simões
Trem Do Pantanal Paulo Simões / Geraldo Roca
O Último Condor Almir Sater / João Bá / Kapenga Ventura
Sonhos Guaranis Almir Sater / Paulo Simões
Cavaleiro Da Lua Almir Sater / João Bá
Na Subida Do Balão Almir Sater / Paulo Simões
Viola E Vinho Velho Almir Sater / Paulo Simões
Compartilhe essa pgina
Aprenda a tocar viola, acesse Apostila de Viola Caipira Material de qualidade produzido por Joo Vilarim