Duduca E Dalvan (1982) (Volume 7) (CHANTECLER 211405605) - (1982) - Duduca e Dalvan

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Piracicaba
Uma saudade que punge e mata
Que sorte ingrata longe de ti
Entre suspiros tristes sem termo
Fico no ermo des'que parti

Piracicaba que eu adoro tanto
Cheia de flores, cheia de encanto
Ninguém compreende a grande dor que sente
Um filho ausente a suspirar por ti

Só vejo estranho, meu berço amado
Ter a meu lado o que perdi
Pouco se importam com teus encantos
Que amo tanto, des'que nasci

Piracicaba que eu adoro tanto
Cheia de flores, cheia de encanto
Ninguém compreende a grande dor que sente
Um filho ausente a suspirar por ti

Em outras plagas, que vale a sorte
Prefiro a morte, junto de ti
Adoro os prados e os horizontes
A terra e os montes onde nasci

Piracicaba que eu adoro tanto
Cheia de flores, cheia de encanto
Ninguém compreende a grande dor que sente
Um filho ausente a suspirar por ti

Meu Martírio
É um martírio
Gostar de alguém que  vive
Nos braços de outro
Este alguém já foi meu amor

Ao recordar que me acariciava
Mas quando estava ao meu lado
Os meus olhos choram de dor

Tu és para mim
A minha mulher amada
E eu para ti
Sou o homem que tu despreza

Peço desculpa 
Se tu me ouvires cantando
Que eu te amo
Pois meu vício és tu meu amor

Se as estrelas
Do céu me fizessem um milagre 
E os anjos também
Eu queria que ela voltasse

E como outrora 
Seriamos felizes na vida, muito felizes
Só a morte nos separasse

Tu és para mim
A minha mulher amada
E eu para ti
Sou o homem que tu despreza

Peço desculpa 
Se tu me ouvires cantando
Que eu te amo
O meu vício és tu meu amor

Pé de Cedro
Foi num belo Mato Grosso há vinte anos atrás
Naquele tempo querido que não volta nunca mais
Nas matas onde eu caçava um pequeno arbusto achei
Levando pra minha casa no meu quintal o plantei

Era um belo pé de cedro pequenino e em formação
Sepultei suas raízes na terra fofa do chão
Um dia parti pra longe amei e também sofri
Vinte anos se passaram em que distante vivi

Ó virgem santa sagrada uma prece eu vou fazer
Junto ao meu pé de cedro é que desejo morrer
Quero sua sombra amiga projetada sobre mim
No meu último repouso na cidade de Coxim

Hoje volto arrependido para meu antigo lar
Abatido e comovido com vontade de chorar
Vim rever meu pé de cedro que está grande como o que
Mas é menor que a saudade que hoje eu sinto de você

Cresceu como minha mágoa cresceu numa força rara
Mas é menor que a saudade que até hoje nos separa
A terra ficou molhada do pranto que derramei
Que saudade pé de cedro do tempo que eu te plantei

Cantinho do Céu
Sei que na vida perdi
A minha felicidade
Ficou somente amargura
Paixão, tristeza e saudade

Lá no cantinho do céu
Sei que estás me esperando
Aquele alguém que foi meu
Por quem eu vivo chorando

A noite quando eu rezo
Eu imploro ao senhor
Que lá no cantinho do céu
Olhai pelo meu amor 

Senhor!
Se pudesse devolver para mim 
Aquele amor que dois anos somente
Foi a minha felicidade, 
E o senhor para o céu à levou

Hoje eu sigo o meu caminho
De amargura e espinho
Andando e vagando ao léu

Quando o senhor me chamar
Contente vou encontrar
Meu amor lá no cantinho do céu

Dama de Vermelho
Garçom, olhe pelo espelho
A dama de vermelho
Que vai se levantar
Note que até a orquestra
Fica toda em festa 
Quando ela sai para dançar

Esta dama já me pertenceu
E o culpado fui eu
Da separação
Hoje choro de ciúme
Ciúme até do perfume
Que ela deixa no salão

Garçom amigo 
Apague a luz da minha mesa
Eu não quero que ela note
Em mim tanta tristeza

Traga mais uma garrafa
Hoje vou embriagar-me
Quero dormir para não ver
Outro homem lhe abraçar

Realidade
Meu amigo sente aqui junto comigo
Ouça bem o que lhe digo
É verdade pode crer
A sua esposa que jurava ser sincera
Ela não lhe considera
Está traindo você

Eu ia passando em frente a sua janela
Vi outro abraçando ela
Trocando juras de amor
E eu olhando aquela grande traição
Senti no meu coração
Por você uma grande dor

E foi por isso que vim aqui lhe encontrar
A verdade lhe falar
Só lhe peço que não chore
Você é homem e isso foi esquecido
Mulher que trai o marido
O jeito é mandar embora

Meu amigo não me pergunte quem era
Quem beijou sua mulher
É meu amigo também
Assim cheguei a triste realidade
Que só existe a falsidade
Que ninguém é de ninguém

Pombinha Branca
Se eu pudesse voar igual uma pombinha
Eu voaria em busca do meu bem
Eu pediria as nuvens
Eu pediria aos anjos
Que me ajudassem a encontrar
O meu grande amor

Voa pombinha branca, voa
Diz ao meu bem para voltar
Diz que eu estou triste, chorando
Prá nunca mais me abandonar

Fomos felizes juntos, sem separar-nos
Foi testemunha o céu, o sol e o mar
Hoje só resta lembrança
Porque tu vives distante
Ecos de um dim dom
O sino do amor

Voa pombinha branca, voa
Diz ao meu bem para voltar
Diz que eu estou triste, chorando
Prá nunca mais me abandonar

Luar do Sertão
Não há, ó gente, oh! Não
Luar como este do sertão
Não há, ó gente, oh! Não
Luar como este do sertão

Oh que saudade do luar da minha terra
Lá na serra branquejando
Folhas secas pelo chão
Este luar da cidade é tão escuro
Não tem aquela saudade
Do luar do meu sertão

A lua nasce por detrás da verde mata
Mais parece um sol de prata
Prateando a solidão
A gente pega na viola e ponteia
Uma canção pra lua cheia
No bater do coração

Não há, ó gente, oh! Não
Luar como este do sertão
Não há, ó gente, oh! Não
Luar como este do sertão

Coisa mais bela neste mundo não existe
Do que ouvir um galo triste
No sertão se faz luar
Parece até que amada lua que descansa
Escondida na garganta
Chega até a soluçar
 
Oh, quem me dera se eu morresse lá na serra
Abraçado à minha terra
E morresse de uma vez
Seria enterrado numa cova pequenina
Onde à tarde a surrurina
Chora a sua viuvez

Não há, ó gente, oh! Não
Luar como este do sertão
Não há, ó gente, oh! Não
Luar como este do sertão

Igrejinha da Serra
Lá pertinho de rio Verde
No interior de Goiás
Eu vi uma história triste
Que não esqueço jamais

Um casal de namorados
Que se amavam demais
O casamento dos dois
Era contra seus pais

A moça era milionária
Filha de um fazendeiro
O moço era bem pobre
Mas muito bom violeiro

Não quiseram o casamento
Por ele não ter dinheiro
Mas existia entre os dois
Um amor verdadeiro

Ela entrou em seu quarto
Em um tormento sem fim
Deixou uma carta escrita
Na carta dizia assim:

Papai e mamãe, 
Desde criança que eu amo loucamente este moço
E hoje, por ele ser pobre, não permitiram o nosso casamento
Mas nós fizemos um juramento de seguirmos um só caminho
La no alto da serra, deitado sobre a terra, vamos morrer bem juntinhos
Não chores papai e não fiques em desespero
Guarde bem o seu dinheiro, erga por mim somente uma cruz
Peço perdão ao senhor, por que pelo nosso amor,
Vamos entregar nossas almas a Jesus

Ao ler aquela cartinha
Ficaram todo assustados
Lá em cima da serra
Os dois foram encontrados

Já não tinha mais remédio
Os corpos estavam gelados
Ali beberam veneno
Morreram os dois abraçados

Quem passa lá bem pertinho
Rezando tira o chapéu
Reconhecendo a história
Que fica vagando ao léu

Lá se vê uma igrejinha
Toda enfeitada de véu
Quem não casaram na terra
Mas se uniram no céu

Chitãozinho e Chororó
Eu não troco meu ranchinho amarradinho de cipó
Por uma casa na cidade, nem que seja bangalô
Eu moro lá no deserto, sem vizinho, eu vivo só
Só me alegra quando pia lá praqueles cafundó

É o inhambu-xintã e o xororó
É o inhambu-xintã e o xororó

Quando rompe a madrugada canta o galo carijó
Pia triste a coruja na cumeeira do paiol
Quando chega o entardecer, pia triste o jaó
Só me alegra quando pia lá praqueles cafundó

É o inhambu-xintã e o xororó
É o inhambu-xintã e o xororó

Não me dou com a terra roxa, com a seca larga pó
Na baixada do areão que eu sinto um prazer maior
Ver a rolinha no andar, no areão faz caracol
Só me alegra quando pia lá praqueles cafundó

É o inhambu-xintã e o xororó
É o inhambu-xintã e o xororó

Eu faço minhas caçadas bem antes que saia o sol
Espingarda de cartucho, patrona a tiracolo
Tenho buzina e cachorro pra fazer forrobodó
Só me alegra quando pia lá praqueles cafundó

É o inhambu-xintã e o xororó
É o inhambu-xintã e o xororó

Quando eu sei de uma notícia que outro canta melhor
Meu coração da um balanço, fica meio banzaró
Suspiro sai do meu peito como bala juveló
Só me alegra quando pia lá praqueles cafundó

É o inhambu-xintã e o xororó
É o inhambu-xintã e o xororó

A Fronha
A fronha do meu travesseiro
Está molhada de amargo pranto
Só meu coração que sabe
Porque motivo estou chorando

Nestas tardes de amargura
Ouço as pombinhas cantando ao longe
Parece que estão dizendo
Que meu sofrimento ninguém corresponde

Cucurrucucu, pombinhas por que cantam?
Aumentando assim o meu padecer
Se o meu amor não quis compreender
Este coração que vive à sofrer

Músicas do álbum Duduca E Dalvan (1982) (Volume 7) (CHANTECLER 211405605) - (1982)

Nome Compositor Ritmo
Piracicaba Newton De Melo Toada
Meu Martírio Miltinho Rodrigues / Arnaldo Diniz Rancheira
Pé De Cedro Zacarias Mourão / Goiá Polca
Cantinho Do Céu Caçula / Marinheiro Rancheira
Dama De Vermelho Jeca Mineiro / Ado Benatti Bolero
Realidade Caçula / Marinheiro Polca
Pombinha Branca Cherubini / Concina / Versão: Miltinho Rodrigues Rancheira
Luar Do Sertão Catulo Da Paixão Cearense Toada
Igrejinha Da Serra Marinheiro Rancheira
Chitãozinho E Xororxó Serrinha / Athos Campos Toada
A Fronha Anacleto Rosas Junior / Belmonte Huapango
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