Matogrosso E Mathias (1980) (Volume 5) (CHANTECLER 211405315) - (1980) - Matogrosso e Mathias

O Justiceiro
Onde eu chego não levo pra casa
Nenhum desaforo que fira meu nome
Defendo as mulheres carentes de afeto
Que querem aninhar-se nos braços de um homem

Eu defendo dos dias de inverno
As vidas que buscam o sol do caminho
Só eu não encontro o amor que procuro
E vou pelo mundo vagando sozinho

Ai, é triste meu destino
Eu sou justiceiro do pranto e da dor
Defendo os que sofrem e estou indefeso
Cada vez mais preso garras laço do amor
Defendo os que sofrem e estou indefeso
Cada vez mais preso garras laço do amor

Justiceiro da lei e da ordem
O que me ilumina é a luz da razão
Só não compreendo porque sendo justo
Tão injustiçado é meu coração

Ai, é triste meu destino
Eu sou justiceiro do pranto e da dor
Defendo os que sofrem e estou indefeso
Cada vez mais preso garras laço do amor
Defendo os que sofrem e estou indefeso
Cada vez mais preso garras laço do amor

Mundo Vazio
Se você um dia quiser ir embora do meu coração
Me deixe dormindo para que eu não siga teu rastro no chão
Sei que nesta noite não vai ter estrelas nem luz de luar
Porque são teus olhos as duas estrelas do meu madrugar

Não deixe endereço nem bata a porta pra não me acordar
Só quero o silêncio e o choro da brisa pra me despertar
Serei uma ave ferida no ninho tremendo de frio
Um resto de vida no espaço caída num mundo vazio

E dentro desta noite escura quero me perder
Sem teu amor vai se apagar a luz do meu amanhecer
E quando minha voz cansada de chamar por ti
Calar para sempre procure nas trevas
Meu ser em pedaços porque já morri

Triste Despedida
Sob a luz do sol nasceu nosso amor que tão pouco tempo durou
Este mesmo sol se foi, te levando meu amor
Até o céu chorou por mim compreendendo o meu sofrer
No meu grande desespero muitas lágrimas caíram
Dos meus olhos por você

Sem querer você partiu foi pra junto do Senhor
Eu fiquei triste chorando tua ausência meu amor

Manto negro castigante em meu mundo se envolveu
O meu sonho tão bonito terminou com o seu adeus
Nosso plano interrompido pela morte sem piedade
Dos meus dias tão felizes dos momentos de alegria
Para mim ficou saudade

Sem querer você partiu foi pra junto do Senhor
Eu fiquei triste chorando tua ausência meu amor

Regresso
Lá no Paraguai vi uma chinita que prendeu meu coração
Vim pro meu Brasil com a sua imagem retratada na minha imaginação
Foi tão grande a dor quando eu lhe disse adeus para nunca mais
Eu passei a fronteira e a saudade traiçoeira me chamava para trás

Tentava bem de pressa te esquecer, 
Mas vejo que a distância mais
Aumenta o meu triste padecer 
Não tenho mais consolo em meu viver
Sentindo a saudade traiçoeira
No meu peito a remoer
Querida voltarei pra te ver

Quando eu regressar peço que me espere no lugar do nosso adeus
Para reviver aqueles momentos de ternura que passei nos braços teus
O mesmo luar que foi testemunha da nossa separação
Lá estará presente quando sentir novamente junto ao meu seu coração

As aves cantarão em seu louvor
Com flores da campina enfeitaremos
O altar do nosso amor
Unimos nossas vidas com fervor
Depois minha alma fria se aquece
Para sempre em seu calor
Assim aliviarei a minha a dor

Por Ser Vagabundo
Eu não tenho parentes nem amigos
Eu vivo sozinho por este mundo
E as pessoas que passam por mim
Viram o rosto por eu ser vagabundo

Ninguém sabe que eu sendo tão pobre
Eu vivo contente com meu sofrimento
Como amigo eu tenho a lua
O sol, as estrelas e os quatro ventos

Eu não quero ninguém que me queira
E a ninguém eu vou implorar
Sou mais livre que todas as ondas
Que beijas as praias e voltam pro mar

Eu não devo e ninguém me deve
Eu vivo a vida sem preocupação
Vem à noite, amanhece o dia
Eu vou pelo mundo cantando uma canção

Eu caminho pela cidade
Se eu estou cansado eu paro na esquina
Pra esquecer o meu sofrimento
Eu bebo sozinho em qualquer cantina

Eu não quero ninguém que me queira
E a ninguém eu vou implorar
Sou mais livre que todas as ondas
Que beijas as praias e voltam pro mar

Vingança Do Sertão
Por todo sol que racha a terra de quente
Gostaria minha gente de formar comparação
Com toda nuvem que enche a terra de água
Provocando tanta mágoa é a vingança do sertão

Que corrompido em seus princípios mais puros
Viu-se nu, mas sendo um duro decidiu se rebelar
E lançou mão das armas da natureza
Chorou e ardeu com tristeza, mas se fez respeitar

Mas me parece que os tais burros da cidade
Não notaram que tal fúria deu-se foi contra a maldade
Maldade essa contra o sertão, contra o matuto
Que embora sendo um bruto carece de piedade
E foi por isso que meu canto ficou triste
Mas sertanejo resiste e sou um deles de verdade

E até comparo tanto sol com tanta enchente
Como um castigo urgente, greve em nome do sertão
Sertão que falo não é o mato não senhor
Mas tudo lá do interior pode ser uma canção

É que estou vendo minha música sertaneja
Ser brindada com cerveja numa fossa coletiva
Já importavam tantos ritmos de fora
Que o meu sertão de agora esta perdendo a voz ativa

Mas me parece que os tais burros da cidade
Não notaram que tal fúria deu-se foi contra a maldade
Maldade essa contra o sertão, contra o matuto
Que embora sendo um bruto carece de piedade
E foi por isso que meu canto ficou triste
Mas sertanejo resiste e sou um deles de verdade

Triste Verdade
De que vale dizer que te amo se não é verdade
Se estou enganando a mim mesmo e você também
Se abraço teu lindo corpo e beijo teus lábios
E com a mente poluída pensando alguém

Alguém que encheu meu mundo de felicidade
Alguém que marcou demais neste meu viver
Alguém que me ensinou o que é o amor
Alguém que vive em outros braços e me faz morrer de dor

Meu bem, como gostaria de amar você
Mas infelizmente já não pode ser
Por que tenho outra em meu coração
Meu bem você chegou tarde na vida pra mim
Este nosso amor precisa ter um fim
Por que não podemos viver de ilusão

Onda De Pranto

Naquele dia no cais do porto
Quando o navio se afastou chorei
Ele levava para bem longe
Alguém que um dia eu tanto amei

Na areia meu pranto caiu
Misturando-se as águas do mar
Formou-se uma onda de pranto
Seguindo o navio sem parar
E eu na distância fiquei a chorar
Seu lenço branco foi sumindo
No adeus que sobrou para mim
E hoje tristemente eu canto assim

Porque este navio imenso te levou pra longe?
Porque você não preferiu ficar no meu barquinho?
Porque esta onda de pranto não te trás de volta?
E leva pra longe a tristeza de ficar sozinho

Deixe Ela Ir
Se ela quiser deixa ela ir
Não peça pra ela ficar
Mesmo sofrendo eu fico aqui
Juro que não vou mais procurar

Ela está enganada comigo
Eu não sou mais aquele de outrora
Ontem não pode ser hoje
A vida muda de hora em hora
É melhor que ela se vá

Se ela quiser deixa ela ir
Não peça pra ela ficar
Mesmo sofrendo eu fico aqui
Juro que não vou mais procurar

Já lhe dei oportunidades
E ela não quis me amar
O mundo ensina a viver
Então é melhor que ela se vá
É melhor que ela se vá

Trabalho Perdido
No terreno da ilusão com carinho preparei
O jardim dos meus amores do jeitinho que sonhei
Cortei ervas daninha de onde nasce a falsidade
Adubei com esperança, reguei com sinceridade
Porém não vingou nenhuma das sementes que plantei

Eu plantei bom tempo, nasceu tempestade
Eu plantei flor, nasceu espinho
Plantei amor nasceu saudade

Eu plantei bom tempo, nasceu tempestade
Eu plantei flor, nasceu espinho
Plantei amor nasceu saudade

Cortei erva daninha, mas esqueci a raiz
Brotaram os desenganos em meu viver infeliz
Renasceram os espinhos e as flores sem perfume
Reviveram minhas mágoas, minhas dores, meus queixumes
O meu jardim foi a obra mais errada que já fiz

Eu plantei bom tempo, nasceu tempestade
Eu plantei flor, nasceu espinho
Plantei amor nasceu saudade

Eu plantei bom tempo, nasceu tempestade
Eu plantei flor, nasceu espinho
Plantei amor nasceu saudade

Sinhá Rita
Numa casinha singela
De uma porta e uma janela que morava Sinhá Rita
Digo com sinceridade
Oh, meu Deus quanta saudade da cabocla tão bonita

Nos domingos de tardezinha
Quando o sino da igrejinha batia com tanto ardor
Tinha festa na capela
Eu estava ao lado dela Sinhá Rita, meu amor

Da sinhá Rita só sobrou recordação
Me deixou na solidão sofrendo a dor da saudade
Fiquei tão triste entre suspiros e ais
Para acompanhar seus pais foi embora pra cidade

Na hora em que ela partiu
Que de mim se despediu, tudo isso eu me lembro
Disse–me pra eu chorar
Que em breve iria voltar em agosto ou setembro

Fiquei aqui esperando
O tempo foi se passando, sinhá Rita não voltou
Recebi uma carta escrita
Dizendo que Sinhá Rita com outro já se casou

Ao ler a carta eu chorei feito criança
Me deixou, como lembrança em meu peito esta paixão
Olho do alto vejo a casinha amarela
Aumenta a lembrança dela em meu pobre coração

Do Jeito Que Eu Sou
É pela vida e pela sorte que estou aqui, meu bem
Eu já andei todo canto à procura de outro encanto porém não encontrei

Trago o mesmo defeito de outrora a mesma paixão violenta
Que enciumada vai à forra
Tenho a mesma escolha de amigos continuo vidrado nas pingas
Dos bares de ponta de rua

Eu amo cada vez mais moda caipira
E voltei cá às mesmas mentiras
Se dormi com uma amiga sua

É que isso faz parte da vida de um homem normal
Um homem que tem seus defeitos e suas virtudes
Aceite minhas atitudes confesso, eu adoro você
Sem você estou numa pior ainda por cima quem ama
E curte desgosto não anda legal

Então, meu bem, não me rejeite me aceite do jeito que eu sou
Vamos juntos entrar numa boa superando as crises do amor
Vamos juntos entrar numa boa superando as crises do amor

Músicas do álbum Matogrosso E Mathias (1980) (Volume 5) (CHANTECLER 211405315) - (1980)

Nome Compositor Ritmo
O Justiceiro M. Esperón / E. M. Cortazar / Versão: José Fortuna Corrido
Mundo Vazio José Fortuna / Carlos César Guarânia
Triste Despedida Mabel / Walter Saia Rancheira
Regresso Biá / José Fortuna Polca
Por Ser Vagabundo Ernesto Juarez / Miltinho Rodrigues Corrido
Vingança Do Sertão Moisés Manoel / Matogrosso Toada
Triste Verdade Mathias / Mabel Rancheira
Onda De Pranto Mathias / Carlos César Guarânia
Deixe Ela Ir Monalisa / C. Mendes Rancheira
Trabalho Perdido Mathias / Manoelito Nunes Rasqueado
Sinhá Rita Oreco / João Gonçalves Toada
Do Jeito Que Eu Sou Moisés Manoel / Mathias Guarânia
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