O Menino Da Tábua (CHANTECLER 211405204) - (1978) - Pardinho e Pardal

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Amigo Fiel 
Há muitos anos guardo ainda na memória
Me contaram uma história que de fato aconteceu
De um menino muito humilde pobrezinho
Ele tinha um cachorrinho que era grande amigo seu

Não separava por onde o menino andava
O cachorro vigiava com bastante atenção
Até na escola ele lhe acompanhava
Enquanto o menino estudava esperava no portão

Um certo dia o menino não esperava
Que a morte lhe rondava foi cruel a sorte sua
Saiu da escola com o cachorro ao seu lado
Ele foi atropelado no atravessar a rua

Ele morreu no mais triste sofrimento
O cãozinho no momento se livrou deste perigo
Uivava triste como querendo dizer
Que acabava de perder para sempre o seu amigo

E quando os pais do menino lá chegaram
No asfalto encontraram o seu filhinho caído
Sofreram muito quando viram ao seu lado
Que ali estava deitado o seu cachorro querido

Lá no velório apesar de muita gente
O cão estava presente encolhido ali num canto
A triste hora que aquele enterro saiu
O caixão ele seguiu até lá no campo santo

Logo em seguida que o funeral terminou
O cachorro lá ficou e ali permaneceu
Passou a noite quando foi no outro dia
E cima da cama fria o cachorrinho morreu

É essa a história do cachorro e o menino
Que tiveram em seus destinos este mistério profundo
Que até a morte não conseguiu separar
E os dois foram morar no além do outro mundo

Na Beira Do Cais 
Fiquei na beira do cais quando meu bem embarcou
E quando o navio partiu meu coração balançou
E ela acenando a mão a minha paixão ainda mais aumentou

Fui mais um golpe doído que meu coração sofreu
Quando o navio apitou meu corpo estremeceu
Vendo meu bem na distância a minha esperança desapareceu

Adeus oh meu grande amor Deus que lhe dê muita paz
Depois que você partiu ficou sofrendo demais
Se um dia você voltar irei te esperar na beira do cais

Adeus, até breve flor não vou te esquecer jamais
Adeus, até breve amor, ou talvez para nunca mais

Rei Dos Delegados 
Em toda carreira existe aqueles mais destacados
Quando é bom transforma em rei predomina o seu reinado
Existe o rei do café, rei da bola e rei do gado
Mas agora eu vou falar sobre o rei dos delegados

Em matéria de polícia é um mestre na profissão
Para prender um bandido saiu em perseguição
Numa cidade distante sempre na investigação
Numa semana o bandido já estava em suas mãos

Era um ladrão perigoso veja como disfarçou
Numa igreja certo dia quando a missa começou
Ali entrou um sargento que muito bem se trajou
O doutor inteligente do sargento desconfiou

E o doutor muito esperto ao padre se identificou
Ele vestiu uma batina no confessionário entrou
E logo o falso sargento do doutor se aproximou
Foi dizendo é um assalto só pra isto aqui estou

Pensando que era o padre que estava pra confissão
Foi sacando sua arma fazendo grande pressão
O doutor disse pra ele você caiu no alçapão
Vou lhe dizer quem sou vou lhe dar uma lição

Você é o rei dos ladrões ligeiro igual lambari
Jogue sua arma fora seus truques eu já aprendi
Eu também não sou um padre só vim te prender aqui
Quem te prendi é o delegado eu sou o doutor Fleury

Escondendo Minha Mágoa 
Andei distante escondendo minha mágoa
Tive os olhos rasos d'água todas vezes que sofri
Porém de volta aqui estou mulher fingida
Vim falar de nossa vida e você tem que me ouvir

De sua casa um dia fui mandado embora
Saí pelo mundo afora e você ficou sorrindo
E ouça bem de sua vida nada quero
Vim pra ponderar seu erros por Deus não estou mentindo

Você não teve o menor gesto de nobreza
Apesar da incerteza dediquei-me ao seu amor
Não me convide a entrar na sua sala
Pois tudo que você fala para mim não tem valor

Muito obrigado pelo grande menosprezo
Ao julgar-me indefeso tive uma nova visão
Vi-me obrigado a lhe dizer tudo isso
Para que você não morra sem obter meu perdão

Não quero ver e nem ouvir a sua história
Seu passado, sua glória para mim não valem nada
Nunca se esqueça que seu velho companheiro
Não se vende por dinheiro nem teme luta cerrada

De sua mesa nunca vou pedir um prato
Sou índio filho do mato caboclo do sangue forte
Eu lhe aconselho que aprenda a ser mais gente
Nunca mais fale o meu nome e que Deus lhe de mais sorte

João Sem Medo 
No começo da estrada eu saí na cabeceira
Fui andando devagar levei água na peneira
Pra molhar o pé de vento que no mundo faz poeira
A noite não é serpente e tem a boca sem dente, mas engole a tarde inteira

Eu cheguei pular pra cima sem tirei os pés do chão
Dei um tapa na miséria e não levantei a mão
Pra fazer o que eu faço é preciso devoção
Onde eu passo deixo risco o meu pai é o corisco e eu sou neto do trovão

Tirei a casa debaixo no telhado eu não mexi
E para me levantar não foi preciso cair
Quem está sempre por baixo um dia tem que subir             
Deus é pai não é padrasto ergo a bandeira sem mastro pros inimigos aplaudir

Não participei do jogo, mas eu conquistei a taça
Não preciso ir no mato para conseguir a caça
Pra quem sabe um pingo é letra ou meia palavra basta
Sou pontual e chego cedo o meu nome é João Sem Medo a pra trás ninguém me passa

Horas Perdidas 
Não me interessa se ama outro
Se você hoje não me quer mais
Não me interessa onde e como vive
Pra mim tanto fez, pra mim tanto faz

O seu orgulho e sua vaidade
Me inspiraram nesse novo tema
Pode amar quem você quiser
Siga o destino de falsa mulher
Boêmio errante hoje é meu lema

Em uma mesa cheia de bebidas
Muitas mulheres estão ao meu lado
Me faz lembrar os seus beijos falsos
Do nosso amor morto no passado

De cada uma sempre novas juras
Só falsidade todas elas tem
Novas promessas de um puro amor
Isto pra mim não tem mais valor
Não acredito em mais ninguém

Quando encontramos ainda me olha
Com este olhar cheio de traição
Minha alma espira cheia de vontade
Fazer de novo mais uma canção

Tarde da noite sempre estou nas ruas
Sempre vagando é o destino meu
Tenho milhares de horas perdidas
É como um palco esta minha vida
E o cenário é o nome seu 

O Menino Da Tábua 
Eu vou contar essa história ela é pura e real
Que até hoje no mundo não existiu outra igual
No interior de São Paulo que esse fato aconteceu
De um casal de lavradores muito humilde e plebeu
Numa casa pobrezinha uma criancinha um dia nasceu

Mas só após muitos anos que o fato foi alarmado
Que a criança não crescia deixando o povo abismado
Pobre pai e pobre mãe que aquele drama sentia
Pelos mistérios de Deus a criança não comia
Só bebia leite e água em cima de uma tábua que ele vivia

Deitado naquela tábua que gostava de ficar
Se colocasse no berço não parava de chorar
Em cima daquela tábua ele ficava contente
Assim passaram os vinte anos aquele anjo inocente
Com vinte anos morreu foi morar com Deus eternamente

Aquele pedaço de tábua com ele foi enterrado
Que nos seus anos de vida foi o seu berço abençoado
Como Menino da Tábua ele ficou conhecido
E hoje muitos cristãos milagres tem recebido
Doentes e aleijados já foram curados por ele atendidos

É lá em Maracaí que ele está sepultado
Para mostrar gratidão pelo milagre alcançado
Muitos objetos estranhos deixam lá em seu jazido
A ele eu sempre peço que nos livre dos perigos
Que dê a paz para o mundo em cada segundo esteja comigo
Que dê a paz para o mundo em cada segundo esteja comigo 

Ninho De Saudade 
Na sombra de uma paineira encontrei um passarinho
Com suas asas quebradas batendo contra os espinhos ai, ai
Dentro de uma gaiola um mês tratei com cuidado
Me despertava cedinho com seu cantar magoado ai, ai

Na mata e campos floridos volte a cantar passarinho
Vai embora por favor pode me deixar sozinho ai, ai
O meu mundo de bonança transformou-se em tempestade
Sou um passarinho triste no meu ninho de saudade ai, ai

Se eu tivesse o poder de retornar ao passado
Eu seria bem feliz vendo ela ao meu lado ai, ai
O querer não é poder sei que ela sofre também
Embora esteja vivendo nos braços de outro alguém ai, ai

Não tenho mais esperança de ser feliz nesta vida
Porque perdi para sempre o amor da mulher querida ai, ai
Coração não sofra tanto bater assim não convém
Aprendeu ser amoroso aprenda esquecer também ai, ai

Carreteiro Do Brasil 
Carreteiro do Brasil vai a nossa saudação
Você é uma alavanca de aço nesta nação
Transportando o progresso honrando a profissão
Sempre fazendo viagem aceite essa homenagem através desta canção

Cada quilômetro da estrada é uma gota de suor 
Seu esforço é muito grande nos dias que faz calor
Na estrada dia e noite sem cansaço e sem temor
No Brasil e no estrangeiro ele viaja o ano inteiro seja lá pra onde for

Na cidade onde mora alguém fica lhe esperando 
O seu pai ou sua mãe, a noiva que está amando
Sua esposa, os seus filhos por ele ficam rezando
Para Deus e São Cristóvão eles pedem proteção pra ele que está viajando

Nos lugares que ele passa ganha novas amizades
Viaja com qualquer tempo e não teme a s tempestades
Sempre deixa um novo amor em quase toda cidades
Nos bons e nos maus momentos leva alguém no pensamento e sente muita saudade

É assim que leva a vida o carreteiro afamado
Nem sempre ele está contente às vezes está magoado
Em nome dos violeiros vai nosso abraço apertado 
Ao soldado do progresso para Deus eu sempre peço que esteja sempre ao seu lado

Se Deus Quer, Assim Seja
Muitos anos foram passados barba comprida vestindo farrapos
A dor que levo nos meus trapos ninguém imagina que fardo pesado
Trinta anos vivo assim escondido nas roupas maltrapilho
Porque não quero que minha filha sinta vergonha de mim

Era jovem cheio de esperança estudei e doutor me formei
Tempo depois eu me casei uma filhinha linda criamos
E por incrível que pareça a mulher que eu tanto amava
Não pensei que me enganava o pior que perdi a cabeça

Deixei a menina com os parentes e pedi pra dizer que morri 
Fui pra bem longe quanto sofri quando voltei a vi contente
Vi brincando com seu filhinho e fico olhando com muito medo
Que ela descubra o meu segredo querendo abraçar o netinho

E sentado num degrau da igreja choro enquanto toca o sino
Lamentando meu destino se Deus quer, que assim seja
Minha sorte fui ruim já sem forças para andar
E fico olhando ela passar até chegar o meu fim

O Nosso Amor
Fui dormir triste e acordei chorando
Por nosso amor peguei a analisar
Fiquei sem sono o resto da noite
Em muitas coisas comecei pensar

Pois não sabia que naquele momento 
Você estava dormindo com alguém
Mas eu não posso achar ruim
Por que ao meu lado dorme oura também

Ficamos juntos só durante o dia
Não percebemos as horas passar
A tarde chega e se aproxima a noite
Chega o momento de nos separar

Não se encontramos nos domingos e feriados
São esses os dias que sofremos bastante
Passam depressa os dias que estamos juntos
Demoram muito quando estamos distantes

Felicidade ela nunca é completa
É um ditado, mas é a realidade
Se tudo fosse como a gente queria
Não existia a triste dor da saudade

Tem muita gente falando mal de mim
Mas não adianta pode falar quem quiser
Eu não dependo e não devo à ninguém
Não deixarei de gostar dessa mulher

Obrigado Meu Deus 
Eu quero ir pra bem distante desta terra
Rever a serra enfeitando o meu sertão
Vou ver de perto o eco da cachoeira
Em outra maneira ecoar sua canção

Canção que fala numa língua diferente 
E traz pra gente eterna recordação
Aqui distante não existem essas belezas
Da natureza que Deus fez com suas mãos

Muito obrigado meu Deus eu não te esqueço
E te agradeço de pra lá poder voltar
Amanhã mesmo terá fim meu sofrimento
Nesse momento o trem noturno eu vou tomar

Quero beber lá na biquinha água pura
E a ternura do meu povo eu abraçar
Quero ir descaso ao encontro da capela
E a flor mais bel pra santinha ofertar

Eu quero andar tranquilamente campo afora
No pé de amora todos galhos balançar
Rever de perto a paineira envelhecida
Quase sem vida lá no fundo do pomar

Meu velho pai vai sorrir muito nesse dia 
E de alegria a mãezinha vai chorar
Meu Deus querido te agradeço imensamente
Estou contente por me dar esse lugar

Músicas do álbum O Menino Da Tábua (CHANTECLER 211405204) - (1978)

Nome Compositor Ritmo
Amigo Fiel Mairiporã / Pardinho Rojão
Na Beira Do Cais Pardinho / Pardal Valsa
Rei Dos Delegados Mairiporã / Pardal Querumana
Escondendo Minha Mágoa Dino Franco Cururú
João Sem Medo Pardinho / Tião Do Carro Pagode
Horas Perdidas Mairiporã / Pardinho Guarânia
O Menino Da Tábua Mairiporã / Pardinho Valsa
Ninho De Saudade Mairiporã / Pardinho Pagode
Carreteiro Do Brasil Mairiporã / Pardal Rasqueado
Se Deus Quer, Assim Seja Maique / Pardinho Valsa
O Nosso Amor Mairiporã / Pardinho Cururú
Obrigado Meu Deus Pardinho / Pardal Balanço
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