Seresteiro Da Lua (1978) (RANCHO 2493462) - (1978) - Pedro Bento e Zé Da Estrada

O Grande Dia
Amanhã vai ser o grande dia
Porque as nossas vidas se realizarão
Amanhã vai ser o grande dia
Porque somente minha, tu será

Amanhã teremos que jurar
Que vamos nos amar, eternamente
Amanhã eu te darei meu nome
E nada neste mundo irá nos separar

Tu será para mim, tu será para mim
Eu serei para ti, eu serei para ti
Pediremos a Deus
Que nos ampare na tristeza e na dor

Tu será para mim, tu será para mim
Eu serei para ti, eu serei para ti
Nosso ninho será
Refúgio eterno para o nosso grande amor

Canção Que Eu Pedi
Estou mais uma vez nesta cantina
Ouvindo esta canção que eu pedi
Uma semana faz que estou bebendo
Por causa de um amor que eu perdi

Chorando nesta fria madrugada
Já não consigo mais conter meu pranto
Irei embriagar para esquecer
A imagem da mulher que eu amo tanto

Me entrego na bebida pra curar esta ferida que me sangra o coração 
Esta noite neste bar quero me embriagar escutando esta canção

Garçom me traga mais qualquer bebida
Beberei mesmo não tendo vontade
Talvez embriagado eu consiga
Esquecer a minha infelicidade

Vinte Anos
Trago um sentimento triste sentimento
Que fere o meu peito em tão profunda dor
Velhas ilusões que me traz os tempos
De uma história negra de um maldito amor

A mulher que eu quis me deixou por outro
Eu segui seus passos e matei os dois
Eu não fui culpado porque estava louco
Louco de ciúmes, louco de amor

As leis da minha terra ditaram a sentença
Me deram sem clemência vinte anos de prisão
E aqui por entre as grades são longos os dias meus
Vendo o céu azulado onde se encontra Deus 

A Lua É Testemunha
Numa noite serena e escura
Quando em silêncio juramos amor
Quando em silêncio me deste um abraço
Nos despedimos morrendo de dor

As estrelas o sol e a lua
Testemunham que fui tão fiel
Hoje volto e te encontro casada
Ai que sorte infeliz e cruel

Estou casada seguir-te não posso
Porque assim exige a lei
Quero ser sincera ao meu esposo
Mas em silêncio por ti chorarei

Ao estares nos braços de outro
E o remorso a ti apertar
Peço a Deus que te mate dormindo
Pois não é minha nem de outro será

Seresteiro Da Lua
Abre a janela querida
Venha ver o luar cor de prata
Venha ouvir o som deste meu pinho
Na canção de uma serenata

Sei que dorme sonhando com outro
Desprezando quem é teu amor
Que tu amas, de ti nem se lembra
Quem te quer você não dá valor

Só a lua de mim tem piedade
Porque nunca me deixa sozinho
E não sabe fazer falsidade
Ilumina sempre meu caminho

E o sereno nas folhas das matas
Com o sol vai caindo no chão
Vai sumindo como o nosso amor
Foi se embora do teu coração

Como as nuvens que passam depressa
Foi assim que passou nosso amor
Só te peço que nunca te esqueça
Tudo aquilo que você jurou

E quem falta com o juramento
Com o tempo vai se arrepender
Porque o mundo é uma grande escola
Pra ensinar quem não sabe viver

Lamento Noturno
Cai a chuva na cidade, é minha alma num lamento
Minha vida é tempestade essa noite é sofrimento
Perambulando pelas ruas vejo espelho na calçada
Persegue-me imagem tua neste mundo sem ter nada

E depois de muito andar estou cansado de sofrer
Já não quero mais vagar, já não sei o que querer
E na roleta desta vida nunca soube o que é perder
Pois perdi esta partida, talvez melhor morrer

Piracicaba
Uma saudade que punge e mata que sorte ingrata longe daqui
Tem um suspiro triste e sem termo fico no ermo desde que parti
Piracicaba que eu adoro tanto cheia de flores, cheia de encantos
Ninguém compreende a grande dor que sente
Um filho ausente a suspirar por ti

Só vejo estranhos meu berço amado ter a teu lado o que eu perdi
Pouco se importam com os teus encantos que eu amo tanto desde que nasci
Piracicaba que eu adoro tanto cheia de flores, cheia de encantos
Ninguém compreende a grande dor que sente
Um filho ausente a suspirar por ti

Em outras plagas o que vale a sorte prefiro a morte longe daqui
Adoro os prados e os horizontes, a serra, os montes onde nasci
Piracicaba que eu adoro tanto cheia de flores, cheia de encantos
Ninguém compreende a grande dor que sente
Um filho ausente a suspirar por ti

Sete Léguas
Sete léguas a cavalo todo dia eu percorria
Quando você me queria meu cavalo relinchava
E cantando eu seguia quando você me queria

Na distância do caminho mais o meu amor crescia
E bem depressa eu queria em seus braços me atirar
Para matar a saudade que o meu peito sentia

Hoje você me esqueceu que era puro o meu amor
A traição foi serpente que envenenou nossa vida
Sem lembrar-se querida que era puro o meu amor

Sete léguas a cavalo a chorar vou percorrendo
Lembrando da felicidade que sem você foi morrendo
Sete léguas a cavalo a chorar vou percorrendo

Adeus flores do caminho essa dor meu peito invade
Vou galopando sozinho bem distante da cidade
Vou lembrando seu carinho sete léguas de saudade

Cama De Pedra
De pedra foi minha cama, de pedra o travesseiro 
A mulher que eu mais queria deixou a mim por dinheiro 
Ai, ai, coração tão traiçoeiro 

Consultei meu coração que de amor foi ferido 
É triste amar neste mundo e não ser correspondido 
Ai, ai, ai, coração ingrato e fingido 

Fugiste dos meus carinhos por eu ser um trovador 
Mas não pensava que fosse me fazer um sofredor 
Ai, ai, coração enganador 

Se é que vai me matar com duas balas de aço 
Quero morrer enlaçado, presos nos seus lindos braços
Ai, ai, tem que ser com dois balaços 

No dia em que eu morrer na minha campa estiver 
Me traga por despedida essa ingrata mulher
Ai, ai, coração que não me quer

Último Adeus
Vem a aurora raiando distante
Vou embora daqui soluçando 
Teu amor para outro pertence
Não convém mais ficar esperando

Se seus lábios ingratos pudessem
Despedindo unirem-se aos meus 
Nesta valsa sentida que eu canto
Diria baixinho meu último adeus

Adeus, talvez não te vejo mais
Se ouvir dentro da noite os meus ais 
Não procure saber por que choro
E depois se souber que eu morri
Não lastime que a morte é um alívio
E a vida é tão triste ausente de ti

Vi de branco com outro ao seu lado
Quando a escada da igreja descia
Era a noiva mais linda da tarde
E eu era quem mais padecia

O teu véu e a grinalda de flores 
Aumentavam os encantos teus
Vendo o povo lhe dar os parabéns
Compreendi que era aquele o meu último adeus

Adeus talvez não te vejo mais
Se ouvir dentro da noite os meus ais 
Não procure saber por que choro
E depois se souber que eu morri
Não lastime que a morte é um alívio
E a vida é tão triste ausente de ti

Palavra Ladrão
Vicente deixou seus pais numa vila do interior
E pra aventurar a vida pra São Paulo ele mudou
Transformou-se em poucos tempos num ladrão assaltador
Pro pai mandava dinheiro, mas o velho não pensou
Que o dinheiro recebido foi o filho que roubou

Um dia a fotografia no jornal apareceu
O velho ficou contente por ver que era o filho seu
Que foi embora tão pobre e logo se enriqueceu
Mostrou pra todos vizinhos o que o jornal escreveu
Como não sabia ler o seu amigo quem leu

Quando viu o cabeçalho o velho pegou a tremer
Tava em baixo do retrato escrito pra todos ler
Este é o ladrão Vicente que a polícia quer prender
O velho falou baixinho meu filho o que foi fazer
Olhando o jornal saiu até desaparecer

O velhinho envergonhado sumiu da povoação
Quando foi no outro dia na beira do ribeirão
Encontraram o velho morto com aquele jornal na mão
A vergonha estraçalhou o seu honesto coração
Que matou o pobre velho foi a palavra ladrão

Não Me Escreva Mais
Recebi tua linda carta
E ao ler prestei muita atenção
Você fala que vive sofrendo
E que o mundo é só ilusão
Pouco importa o teu sofrimento
Nunca mais te darei meu perdão
Já é tarde o arrependimento
Dei a outra o meu coração

Tua vida é uma flor sem perfume
Que do galho caiu e murchou
Não adianta você ter ciúme
Desta que hoje é meu amor
Se ela vive feliz em meus braços
Junto a ela feliz eu estou
Se o desprezo hoje vive a teu lado
Você mesma foi quem procurou

Por favor, não diga mais meu nome
E também não precisa escrever
É melhor você ir bem distante
Eu nem quero lembrar de você
Tudo que você deixou guardado
Dei um fim pra poder esquecer
E o retrato do nosso noivado
Eu rasguei pra nunca mais te ver

Músicas do álbum Seresteiro Da Lua (1978) (RANCHO 2493462) - (1978)

Nome Compositor Ritmo
O Grande Dia Pépe Ãvila Bolero
Canção Que Eu Pedi Pininha / Milano Fox
Vinte Anos F. Valdez Leal - Versão: Juracy Rago Corrido
A Lua É Testemunha S. Louzano - Versão: Goiá / Inhana Rancheira
Seresteiro Da Lua Pedro Bento / José Raia Rancheira
Lamento Noturno Wilson Palma Da Rocha Tango
Piracicaba Newton A. De Mello Toada
Sete Léguas Graciela Olmo - Versão: Sulino Rancheira
A Cama De Pedra Cuco Sanches - Versão: Pedro Bento Rancheira
Último Adeus José Fortuna / Fernades Rancheira
Palavra Ladrão José Fortuna Cateretê
Não Me Escreva Mais Paiozinho / Benedito Seviero Rancheira
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