A Dupla Revelação Da Cidade Sertaneja (SERTANEJO CH 3161) - (1967) - Abel e Caim

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LP regravado em (1972) (211405060) 

Mãe amorosa
Você já sabe qual o nome que eu adoro
E todos nós tem orgulho em dizer
É o nome de uma imagem tão querida
E que nunca nós devemos esquecer

É o nome da nossa velha mãezinha
É um tesouro pra quem sabe compreender
Que lutou tanto e por nós sofreu calada
Mas é bem poucos os que sabem reconhecer

Quando os filhos estão todos pequeninos
As pobres mães sem pensar em padecer
Pra não deixar faltar nada pros filhinhos
Elas trabalham muitas vezes sem poderem

Se ela é rica ela tem todos conforto
Mas se ela é pobre muitas vez tem que sofrer
Elas passa os trabalhos e não reclama
E tem orgulho em ver os seus filhos crescer

E depois que seus filhos estão criados
Vem o destino logo para interromper
Um se casa e outros vão para longe
Sempre deixando seu coração a doer

Um coração que vive cheio de saudade
De quem foi embora e demora pra se ver
Entre soluço ela se fecha num quarto
E seu consolo é suas lágrimas a correr

Como é bonito chamar o nome de mãe
E satisfeita ela vem nos atender
É um nome que na vida eu mais adoro
Sendo ela a razão de nós viver

É mesmo que adorar Nossa Senhora
Que está no céu para sempre nos valer
Despreza ela em não ouvir os seus conselhos
Este pecado eu não levo quando eu morrer

Paixão de mineiro
Sou de Belo Horizonte cheguei ante ontem da terra da garoa
Admiro os paulistas são moças bonitas merecem coroa
Quer ganhar o concurso na elegância e no luxo dama brasileira
Mas eu digo com satisfação este meu coração só ama mineira

Vim no Rio de Janeiro eu fiquei banzero com as cariocas
São rainhas no samba e na corda bamba seu corpo faz cócegas
Na praia bronzeia ,corpo de sereia deixando faceira
Mas eu digo com satisfação este meu coração só ama mineira

E lá no Rio Grande a gente se expande com as gauchadas
Dançar chimarrita com as gauchita é dura a parada
Gaúcha formosa rostinho de rosa são trabalhadeiras
Mas eu digo com satisfação este meu coração só ama mineira

A passagem eu comprei pra Bahia embarquei, quis ver a verdade
Diz que a baiana tem contar não convém, mas deixei saudade
Mostrou seu valor lá pro exterior a miss brasileira
Mas eu digo com satisfação este meu coração só ama mineira

Minha desilusão
Da minha infância fui relembrando a velha querência fui visitar
Rever o corguinho onde eu me banhava a linda paineira onde eu ia brincar
O rancho saudoso onde eu fui nascido bairro querido que eu me criei
E ver os amigos que lá ficaram, meus velhos pais que chorando deixei

E voltei rever meus amigos da minha infância
Pra relembrar os tempos de criança
Que se passaram e não voltam mais

Que desilusão estava me esperando foi grande a surpresa quando lá cheguei
O velho ranchinho estava abandonado a linda paineira não mais encontrei
Perguntei chorando pelos meus velhinhos ouvindo a resposta chorei muito mais
Os donos do rancho que foi tão querido Pedro e Maria descansam em paz

Voltarei rever meus amigos que ficou pra traz
Rever o ranchinho onde eu fui criado
E a sepultura onde estão os meus pais

Pra que chorar
Eu nasci pra correr mundo e também para te amar
Dentro do meu coração pra outra não tem lugar
Não chore não, meu bem pra que chorar
Não chore não eu nasci para te amar

Aqueles que plantam chuva vai colher a tempestade
Mas você plantou esperança vai colher felicidade
Não chore não, meu bem pra que chorar
Não chore não eu nasci para te amar

Da roseira nasce espinho e depois que nasce a flor
Da sua grande beleza que nasceu o meu amor
Não chore não, meu bem pra que chorar
Não chore não eu nasci para te amar

A distância em que vivemos nosso coração padece
Quem ama a primeira vez nunca mais a gente esquece
Não chore não, meu bem pra que chorar
Não chore não eu nasci para te amar

Meu benzinho
Meu benzinho vem, vem, vem que eu te quero bem
Meu benzinho vem, vem, vem que eu te quero bem

Coração que bate bate arrebentando meu peito
Onde cabe tanta pena num palácio tão estreito

Meu benzinho vem, vem, vem que eu te quero bem
Meu benzinho vem, vem, vem que eu te quero bem

O meu peito é um salaão onde o meu bem passei
Se fosse aço quebrava, como é terra ele brandeia

Meu benzinho vem, vem, vem que eu te quero bem
Meu benzinho vem, vem, vem que eu te quero bem

Dentro do meu peito eu trago dois engenhos de marfim
Um anda outro desanda, quem quer bem não faz assim

Meu benzinho vem, vem, vem que eu te quero bem
Meu benzinho vem, vem, vem que eu te quero bem

Quem quiser ver piedade desaperte o meu colete
Venha vem meu coração na ponta de um alfinete

Meu benzinho vem, vem, vem que eu te quero bem
Meu benzinho vem, vem, vem que eu te quero bem

Nos braços da Carolina
Até uns tempos atrás eu andei aborrecido
Vivia triste demais e quase desiludido
Todo mundo já pensava que eu estava na ruína
Bem pouca gente sabia que era falta que eu sentia dos beijos da Carolina

Passei noite sem dormir passei dia sem comer
Senti tento que sofri que cheguei a emagrecer
Queixei para um amigo que formado em medicina
O doutor que já sabia me mandou tomar por dia dez beijos da Carolina

A conselho do doutor fui procurar o meu bem
Que sentindo a mesma dor muito sofria também
Uma paixão recolhida é coisa que amofina
Mas agora estou curado porque vivo repousado nos braços da Carolina

Quem me viu aborrecido e hoje me vê feliz
Vem logo me perguntar que tratamento eu fiz
Eu respondo sem demora porque ninguém imagina
Eu estou tomando agora dez beijos de hora em hora nos braços da Carolina

Santa Luzia
Há muitos anos passados no mundo existia
Uma jovem encantadora o seu nome era Luzia
Um moço apaixonado casar com ela queria
Conversando foi dizendo que lindos olhos tens
Eu quero seu amor e seus lindos olhos também
Mas Luzia respondeu Esses olhos são seus
Mas casar não me convém.

Disse ela para o jovem eu não desprezo o amor
Porque é graça divina que no mundo Deus deixou
Se você quiser meus olhos e achar que tem valor
Neste caso é diferente leve eles de presente pra consolar sua dor

Vendo ela arrancar os olhos pensou que estava fingindo
E virou-se para ele foi entregando sorrindo
E o rapaz foi pegando com as lágrimas caindo
Quando olhou para Luzia em seu rosto ele via outros dois olhos mais lindos

Pois o joelho no chão disse o jovem apaixonado
Perdoe-me Santa Luzia eu bem sei que estou errado
Peço pra Nosso Senhor perdoai o meu pecado
Perdoe-me santa bondosa por eu cobiçar uma rosa que era do reino sagrado

O rapaz foi perdoado ouvindo a santa dizer
O amor não é pecado você pecou sem saber
Seu pedido não atendo não posso lhe pertencer
Mas tenha fé em Jesus que terá a minha luz pra sempre lhe proteger

Coração de caboclo
Do botão que nasce a flor do perfume que ele sente
Pra conquistar o amor da simpatia depende
O amor vale tão caro no mercado não se vende
Um coração de caboclo é pra amar-te bem entende

O canário canta triste da sua floresta ausente
Um violeiro solitário também finge de contente
Eu também sou trovador tenho alguém na minha mente
Quem já sofreu por amor é poeta de repente

Quem não canta viva triste, quem canta vive também
Vivo sempre soluçando com o pensamento em alguém
Sou igual um canarinho sempre preso na gaiola
Cantando para esquecer um alguém que já foi embora 

Tudo passa
Lembrar o que já passou dizem que é ilusão
Esquecer o nosso amor é que não consigo não
É saudade que ficou cravada no coração

Nesta vida tudo passa este mundo é ilusão
Nosso amor foi que nem fumaça a dor no peito é um carvão
Sua jura foi toda falsa o que fiz foi tudo em vão

A água em correnteza desliza pro mundo além
Um murmúrio de tristeza vai se embora e não vem
Assim é sua beleza com o tempo vai também

O violino e a viola
O violino e a viola certo dia conversavam
O violino orgulhoso mal da viola falava
Ele dizia zombando que da viola não gostava
Mas a viola educada lá no cantinho escutava

O violino assim dizia eu sou muito importante
Moro nos ricos palácios vivo nos clubes dançantes
Nos braços de moça rica eu sempre foi o galante
Lá da casa dos caboclos eu quero é viver distante

A viola ouvindo isso pro violino retrucou
Você despreza sertão, mas no mato se criou
Você também é madeira que o sertanejo cortou
Você não deve ofender quem tanto lhe ajudou

O violino respondeu chorando se desculpou
Se não fosse os violeiros não seria o que eu sou
As lágrimas do violino a viola quem enxugou
O violino emudeceu só a viola falou

Enquanto passeia com os grã-finos no salão
Moro junto com os caboclos que andam de pé no chão
Com suas mãos calejadas apertam no coração
No dia em que eu parar, também para esta nação

Viva São João
Naquela capela na velha estância nós era criança fazia oração
A nossa infância foi muito florida fizemos na vida esta linda canção

Na mesma capela um dia de festa fizemos promessa para São João
E  numa tardinha o sino tocava os anjos abençoavam a nossa intenção

E muitos janeiros foram se passando e nós se amando com toda paixão
A cabocla disso com muita alegria chegou o belo dia da nossa união

E hoje eu suspiro de contentamento nosso casamento foi uma emoção
E no mês de junho eu vou na capela juntinho com ela louvar São João

Pão na fumaça
Nunca vi na minha vida uma situação tão feia
Quem pode comprar sapato não pode comprar a meia
No dia do pagamento eu dou pulo que nem gato
Eu não posso comprar a meia nem posso comprar sapato

Quem pode comprar o leite não pode comprar o pão
Quem pode comprar o arroz não pode comprar feijão
Quem almoçava e jantava na barriga deu um nó
Façam idéia minha gente quem comia uma vez só

O feijão e a farinha já sumiu da minha vista
Frango assado e leitoa eu só vejo é na revista
O que vou dizer agora todo mundo acha graça
Meu vizinho frita o bife eu passo o pão na fumaça

O homem que é solteiro não tem botão na camisa
Por isso que ele casa, da mulher ele precisa
Mas depois que ele casa veja só a situação
Coitado não tem camisa pra mulher prega botão

Músicas do álbum A Dupla Revelação Da Cidade Sertaneja (SERTANEJO CH 3161) - (1967)

Nome Compositor Ritmo
Mãe Amorosa Tanabi / Aleixinho Toada
Paixão De Mineiro Marcílio Martinez / Paulo Alves Da Silva Cateretê
Minha Desilusão Dadá Rancheira
Pra Que Chorar Marcílio Matines / Priminho Cana Verde
Meu Benzinho Francisco Lacerda Recortado
Nos Braços Da Carolina Nonô Basílio Valsa
Santa Luzia Iolando Mondim / Dorival Teixeira Toada e Cururú
Coração De Caboclo Zé Madrugada / Abel Cana Verde
Tudo Passa Iolando Mondim / Nenete Toada Balanço
O Violino E A Viola Augusto Toscano / Zé Batuta Cateretê
Viva São João Marcílio Martinez / José Russo Rancheira
Pão Na Fumaça Lourival Dos Santos / Piraci Pagode
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