Mãe Amorosa (CARTAZ LPC 5094) - (1971) - Abel e Caim
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Velhas Cartas
Antigas cartas guardadas que o tempo amarelouÂ
São lembranças do passado que no meu peito ficouÂ
Cada frase é saudade no tempo do nosso amorÂ
Hoje é um risco de tinta relendo meu pensamentoÂ
Cada letra é um suspiro que ficou no esquecimentoÂ
Resto de amor e saudade no livro do sofrimentoÂ
O mensageiro canário fechou os olhos e morreuÂ
Até a florzinha da carta o seu perfume perdeu
Só ficou a falsidade das juras que me escreveuÂ
Do nosso amor é o que resta a esperança perdidaÂ
Não vejo mais teu sorriso que alegrava minha vidaÂ
Só leio as palavras tristes das velhas cartas esquecidas
Só leio as palavras tristes das velhas cartas esquecidas
Amor de Artista
São horas tristes quando eu bem me lembroÂ
De eu te amar e não poder te verÂ
Guardo a lembrança quando foste emboraÂ
Meu peito chora longe de você
São tantas lágrimas que por ti derramoÂ
Só do teu nome não posso esquecer
Nas horas longas de uma noite tristeÂ
O luto existe em meu coraçãoÂ
Um pobre artista já sem a vitóriaÂ
Só tive a glória da tua traiçãoÂ
São tantas lágrimas que por ti derramoÂ
Mas nunca, nunca te darei perdão
Primeira Ilusão
Tu és criança e confessas que me amasÂ
Porém não deve entregar seu coraçãoÂ
Eu sou velho tenho meus cabelos pintadoÂ
E não pretendo realizar nossa uniãoÂ
Teu amor é passageiroÂ
E muito breve chegará ao fimÂ
Eu não devo aproveitar de uma criançaÂ
E nem deixar que tome conta de mimÂ
Gosto de ti, porém sou muito mais idosoÂ
E por conselhos ninguém deve se casarÂ
Eu tenho medo que depois tu te arrependasÂ
E o remorso venha te fazer chorarÂ
Quanta tristeza interpõe entre dois jovensÂ
Quando se casam abraçam ilusõesÂ
Pois francamente de ti eu me afastariaÂ
Se não houvesse amor em nossos coraçõesÂ
Teu amor é passageiroÂ
E muito breve chegará ao fimÂ
Eu não devo aproveitar de uma criançaÂ
Nem deixar que tome conta de mim
Rio de Piracicaba (Rio de Lágrimas)
O rio de Piracicaba vai jogar água pra fora
Quando chegar a água dos olhos de alguém que chora
Lá no bairro que eu moro só existe uma nascente
A nascente dos meus olhos já formou água corrente
Pertinho da minha casa já formou uma lagoa
Com lágrimas dos meus olhos por causa de uma pessoa
O rio de Piracicaba vai jogar água pra fora
Quando chegar a água dos olhos de alguém que chora
Eu quero apanhar uma rosa minha mão já não alcança
E choro desesperado igualzinho uma criança
Duvido alguém que não chore pela dor de uma saudade
Quero ver quem que não chora quando ama de verdade
O rio de Piracicaba vai jogar água pra fora
Quando chegar a água dos olhos de alguém que chora
Quando chegar a água dos olhos de alguém que chora
Mãe Amorosa
Entre as palavras do mundo que tanto eu amo na vida
O santo nome de mão é a palavra mais querida
Por isto essa canção será minha mensageira
Para levar todo afeto a você mãe brasileira
Vocês já sabem qual o nome que eu adoro
E todos nós tem orgulho em dizer
É o nome de uma imagem tão querida
E que nunca nós devemos esquecer
É o nome da nossa velha mãezinha
É um tesouro pra quem sabe compreender
Que lutou tanto e por nós sofreu calada
Mas é bem poucos os que sabem reconhecer
Quando os filhos estão todos pequeninos
As pobres mães se cansam de padecer
Pra não deixar faltar nada pros filhinhos
Elas trabalham muitas vezes sem poderem
Se ela é rica ela tem todos conforto
Mas se ela é pobre muitas vez tem que sofrer
Ela passa os trabalhos e não reclama
E tem orgulho em ver os seus filhos crescer
E depois que seus filhos estão criados
Vem o destino logo para interromper
Um se casa e outros vão para longe
Sempre deixando seu coração a doer
Um coração que vive cheio de saudade
De quem foi embora e demora pra se ver
Entre soluço ela se fecha num quarto
E seu consolo é suas lágrimas a correr
Como é bonito chamar o nome de mãe
E satisfeita ela vem nos atender
É um nome que na vida eu mais adoro
Sendo ela a razão do meu viver
É mesmo que adorar Nossa Senhora
Que está no céu para sempre nos valer
Despreza ela em não ouvir os seus conselhos
Este pecado eu não levo quando eu morrer
Ingratidão
Eu não quero mais amor não pretendo mais amarÂ
O meus destino é este a minha vida é penar
Ingrata você me despreza na maior ingratidãoÂ
Fazendo carinho a outro me fazendo judiação
Fazendo carinho a outro me fazendo judiação
Será que você não se lembra das juras que me fizeste
De não amar mais ninguém enquanto vida eu tivesseÂ
Deixar o mundo correr deixar terra produzir
O que tiver que ser meu em meus braços vem cair
O que tiver que ser meu em meus braços vem cair
Nosso Romance
Chora viola apaixonada que o seu dono tem paixão e também chora
Quanta gente por amor está sofrendo igual a eu suspirando toda hora
Pra onde foi a mulher que mais eu amo
Pode estar perto também pode estar distante
Meu Deus do céu não existe dor maior
Do que a distância que separa dois amantes
Onde andará a paixão de minha vida
Será que canta ou será que está chorando
Se nesta hora ela estiver me ouvindo
Perdão querida se lhe maltrato cantando
Chora viola apaixonada que o seu dono tem paixão e também chora
Quanta gente por amor está sofrendo igual a eu suspirando toda hora
Tenho certeza que ela nunca se esquece
Nunca esquece daquelas horas tão belas
O nosso mundo pequenino foi tão lindo
Quatro paredes uma porta uma janela
Fomos felizes num pedacinho de mundo
Só o silêncio estava de sentinela
Aquele beijo que durou quinze minutos
Depois meu braço foi o travesseiro dela
Desprezo
Linda morena dos olhos negrosÂ
O meu sossego tu roubouÂ
Foi só promessa teu juramentoÂ
Foi fingimento teu amorÂ
Se tu tivesses no coraçãoÂ
Esta paixão que tenho euÂ
Tu sentirias a mesma dorÂ
Dava valor nos prantos meusÂ
Teus olhos lindos é um encantoÂ
Mas os meus prantos ele não vêÂ
Também se choro porque te adoroÂ
Vivo triste a padecerÂ
Se eu lamento se assim eu clamoÂ
É que te amo sem cessarÂ
E até entendo não sei por queÂ
Teu prazer é me ver chorarÂ
O teu desprezo é o causadorÂ
Desta dor me maltratarÂ
Eu vou embora longe de tiÂ
Pois aqui não vou ficarÂ
Mas se um dia então souberÂ
Que outra mulher me conquistouÂ
Arrependida da falsidadeÂ
Terás saudades do nosso amor
Feliz Casamento
Naquele momento no altar da capelaÂ
Na hora que ela me dizia o simÂ
Eu não pude ter o prazer de escutarÂ
O órgão tocar para ela e para mim
Recordo que a igreja estava vaziaÂ
No altar não havia sequer uma florÂ
Mas o que importava é que eu estava casandoÂ
E realizando meu sonho de amor
Não é casamento com luxo e vaidadeÂ
Que faz o casal sentir felicidadeÂ
Não pude ter festa no meu casamentoÂ
Mas vivo feliz a todo momento
Naquele momento no altar da capelaÂ
Na hora que ela me dizia o simÂ
Eu não pude ter o prazer de escutarÂ
O órgão tocar para ela e para mim
Recordo que a igreja estava vaziaÂ
No altar não havia sequer uma florÂ
Mas o que importava é que eu estava casandoÂ
E realizando meu sonho de amor
Derradeira Morada
Se os dias do meu passado renascessem novamente
Eu teria ao meu lado quem eu amo loucamente
Meu sonhos teriam vida meus lábios beijo ardente
Eu não padecia mais afogando os meus ais e a dor que o meu peito sente
Se voltassem meus cabelos a cor de antigamente
E as rugas que me envelhecem se acabassem simplesmente
Minhas pernas enfraquecidas se tornassem resistente
Eu seguia minha estrada procurando minha amada que eu perdi para sempre
Vai bem longe aquele tempo que jamais me sai da mente
Levando a felicidade que passou tão de repente
Assim como o vento passa e vai pra outro continente
Passou minha mocidade só deixando por maldade a velhice no presente
Vivo mergulhado em pranto há fingir que estou contente
Carregando o sofrimento que aos poucos mata a gente
No silêncio dos meus dias eu alcançarei somente
O final da minha estrada onde eu encontro morada pra morar eternamente
O Mineiro e o Italiano
 O mineiro e o italiano viviam as barra dos tribunais
Numa demanda de terra que não deixava os dois em paz
Só em pensar na derrota o pobre caboclo não dormia mais
O italiano roncava nem que eu gaste alguns capitais
Quero ver este mineiro voltar de a pé pra Minas Gerais
Voltar de a pé pro mineiro seria feio pros seus parentes
Apelo pro advogado fale pro juiz pra ter dó da gente
Diga que nós somos pobre que meus filhinho vivem doente
Um palmo de terra a mais para o italiano é indiferente
Se o juiz me ajudar a ganhar lhe dou uma leitoa de presente
Retrucou o advogado o senhor não sabe o que está falando
Não caia nesta besteira senão nós vamos entrar pro cano
Este juiz é uma fera caboclo sério e de tutano
Paulista da velha guarda famÃlia de quatrocentos anos
Mandar a leitoa pra ele é dar a vitória pro italiano
Porém chegou o grande dia que o tribunal deu o veredicto
Mineiro ganhou a demanda o advogado achou esquisito
Mineiro disse ao doutor eu fiz conforme lhe havia dito
Respondeu o advogado se o juiz vendeu eu não acredito
Jogo meu diploma fora se nesse angu não tive mosquito
De fato falou o mineiro nem mesmo eu to acreditando
Ver meus filhinhos de a pé meu coração vivia sangrando
Peguei uma leitoa gorda foi Deus no céu me deu esse plano
De uma cidade vizinha para o juiz eu fui despachando
Só não mandei no meu nome mandei no nome do italiano
Berrante Assassino
Na minha sala de pintura amarelaÂ
Representando a florada do ipê do meu sertãoÂ
Conservo ainda um berrante volteadoÂ
É lembrança do passado do meu tempo de peão, ai
Desde pequeno só viajei com boiadaÂ
Passei meses na estrada de alegria e desenganoÂ
E deste caso bem me lembro como foiÂ
A façanha de um boi que chamava Soberano, ai
Faz muito tempo, mas o mês ainda lembro
Foi bem no fim de setembro quando a boiada estourouÂ
Lá em Barretos meio dia escureceuÂ
O Soberano venceu um garotinho ele salvou, ai
O seu paizinho comprou ele da boiadaÂ
Levou pra sua invernada que de velhinho morreuÂ
O filho moço correu o Brasil inteiroÂ
Procurando o boiadeiro e o chifre do boi lhe deu, ai
Eu deste chifre mandei fazer um berranteÂ
Para ser meu ajudante nos transporte de boiadaÂ
O mesmo chifre que salvou este meninoÂ
É o berrante assassino desta saudade malvada, ai
Músicas do álbum Mãe Amorosa (CARTAZ LPC 5094) - (1971)
Nome | Compositor | Ritmo |
---|---|---|
Velhas Cartas | Tonico / Zé Paioça | Valsa |
Amor De Artista | Tonico / Tinoco | Fox |
Primeira Ilusão | Dino Franco | Rumba |
Rio De Piracicaba (Rio De Lágrimas) | Lourival Do Santos / Piraci / Tião Carreiro | Rojão |
Mãe Amorosa | Tanabi / Aleixinho | Toada |
Ingratidão | Anacleto Rosas Júnior / Compadre Delmo | Valsa |
Nosso Romance | Lourival Do Santos / Tião Carreiro | Cururú |
Desprezo | Tuta / José Russo | Cana Verde |
Feliz Casamento | Tião Carreiro / Luiz De Castro | Valsa |
Derradeira Morada | Dino Franco | Cateretê |
O Mineiro E O Italiano | Teddy Vieira / Nelson Gomes | Moda De Viola |
Berrante Assassino | Oscar Martins | Moda De Viola |