Meu Passado (8814) - (2011) - Adail e Geraldo
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Meu Passado
Quanta saudade eu tenho do bairro onde eu nasci
Nesses versos eu vou contar o tempo que ali vivi
A casa onde eu morei a escola onde aprendi
A primeira namorada na areia da estrada seu nome escrevi
A primeira namorada na areia da estrada seu nome escrevi
Nossa linda professora meu irmão ia buscar
Bem longe de charretinha vinha pra nos ensinar
Fazia fila e rezava para depois nós entrar
Às doze horas voltava nós se preparava pra nós trabalhar
Às doze horas voltava nós se preparava pra nós trabalhar
Fui crescendo e fiquei moço ali no mesmo lugar
Tinha um salão de baile onde nós vinha dançar
A sanfona do Antônio sanfoneiro do lugar
SaÃa de madrugada levar a namorada e voltava dançar
SaÃa de madrugada levar a namorada e voltava dançar
Na colheita do café, do arroz e do feijão
O nossa carro de boi meu pai era meu patrão
O meu cavalo tordilho marchava no estradão
Ver as prendas na cidade deixava saudade e chamava atenção
Ver as prendas na cidade deixava saudade e chamava atenção
Já se passou muitos anos já se foi a mocidade
Nosso tempo de criança não se pensava em maldade
Hoje de cabelos brancos quase todos na cidade
Não tem mais flor de São João do tempinho bom só ficou saudade
Não tem mais flor de São João do tempinho bom só ficou saudade
Recordando As Estrelas
Eu voltei no barro onde eu nasci e passei pela velha porteira
Relembrando o tempo de criança encontrei o esteio de aroeira
E embaixo na paineira velha tive lembrança da vida inteira
Aqui foi meu rancho de saudade ainda existe a rosa na roseira
E montado no cavalo branco na garupa o laço justiceiro
Levei meu cachorro sultão boi de carro eu trouxe no mangueiro
Não tem mais a cabocla Tereza, velho peão não existe mais
Com o meu coração de luto alembrei do meu velho pai
Já não tem a menina da aldeia a primeira das três namoradas
Foi-se embora a rolinha cabocla ficou o sereno da madrugada
E quando a lua vem surgindo e deixei a minha boiada
Lá na casa de Mané Pedro foi que eu roubei uma casada
Com o meu jeitão de caboclo levei ela na besta ruana
Atravessei o Paraná do norte ela era curitibana
Precisei despedir da cabocla meu martÃrio aqui se encerra
Não pude esquecer as paulistas e a saudade da minha terra
Depois que a Rosa mudou sertaneja já vive distante
Hoje existe a velha avenida pé de cedro ali era antes
Sonhando contigo acordei era o silêncio do berrante
Eu chorei recordando om passado das estrelas que hoje estão distantes
Oh Minha Mãe
Oh minha mãe escute minha cançãoÂ
E eu tirei do coração pra você eu vou cantar
Todos os filhos que amam sua mãezinhaÂ
Ouvindo esta canção minha do passado vai lembrar
De quantas coisas que não fez igual a euÂ
E depois se arrependeu não tem mais como voltar
Oh minha mãe se eu pudesse eu voltava
A ser criança pra ver se eu te ajudava
Lenha bem seca para você eu catava
E o almoço para roça eu levava
Oh minha mãe você sofria pra valer
Socava arroz no pilão para seus filhos comer
E quantas vezes com aquela vida dura
Trazia arroz sem mistura pois não tinha o que fazer
A gente ainda reclamava pra senhora
Tudo isso eu lembro agora pois que culpa tem você
Oh minha mãe se eu pudesse eu voltava
A ser criança pra ver se eu te ajudavaÂ
Ãgua da mina para você eu buscava
E o café para você também torrava
Oh minha mãe que saudade eu sinto agora
Estando longe da senhora minha vida é lembrar
Nunca comprou roupa boa e nem calçado
Pois vivia esfarrapada pro filhos poder comprar
Porque a alegria de você eram seus filhos
Por isso a estrela brilha e nós tem pra caminhar
Oh minha mãe se eu pudesse eu voltava
A ser criança pra ver se eu te ajudava
Torcia a rupa enquanto a outra secava
E junto dela esta canção eu cantava
Mãezinha enxugue seu pranto console o seu coração
Nosso pai está no céu ouvindo nossa canção
Homenagem Ao Tonico
Esta noite eu tive um sonho que envolveu meu coração
Sonhei que tava cantando e chorei de emoção
No sonho eu tive o prazer de cantar com ele um pouco
Nosso querido Tonico companheiro do Tinoco
Quanta gente já chorou ouvindo suas canções
É a voz da natureza que nasceu lá no sertão
Declamando e cantando com toda a educação
Hoje canta lá no céu pra nós mandando a benção
Duas voz em uma só no peito de dois irmãos
Em nome dos violeiros vai nossa saudação
Nossos filhos e nossos netos cantando suas canção
Levando sua humildade para toda geração
Todo artista brasileiro de manejo popular
Tem uma canção bonita para o povo alegrar
Qualquer que seja o artista com ele aprendeu um pouco
Foi o rei do meu Brasil cantando com o Tinoco
Coração do meu Brasil por todos será lembrado
Sua voz tão linda e calma foi por Deus abençoado
Cantando pra toda idade pro sertão e pra cidade
Tonico foi um exemplo para toda humanidade
O Filho Do Capataz
Aquela última viagem saindo lá de Goiás
Levando boiada de corte e no meio os marruais
Chico Mineiro na frente os peões vinham pra trásÂ
O meu pai era menino já era seu capataz
Essa viagem saudosa que demorou muitos dias
Dormindo em baixo de árvore longe da sua famÃlia
Chico Mineiro cantava mandando muitas mensagens
Parece que adivinhava que era a última viagemÂ
O maior dos violeiros marcado pelo destino
Levou os seus companheiros ver a festa do divino
O Chico foi baleado no meio da confusão
Morreu nos braços amparado sem saber que era do irmão
O fim do Chico Mineiro abalou todo o sertão
Ficou pra eternidade a história dos dois irmãos
Não teve mais cantoria nem transporte nem pousada
Só ficou a dor da saudade da poeira da estrada
Hoje na mesma estrada viajo de caminhão
Levando boiada de corte conservando a tradição
Na estrada de Ouro Fino onde passou o meu pai
Sou filho de um boiadeiro sou filho do capataz
Saudade Do Passado
Fui caboclo lá da roça hoje moro na cidade
Passei a infância no eito com muita dificuldade
Com dois eu fiz pareia plantando terra de ameia assim foi a mocidade
Hoje tudo se acabou a vida se transformou mas resta a honestidade
Aqui o galo não canta aqui o gado não berra
Aqui não tem codorninha cantando no pé da serra
Mas tem este violeiro que não canta por dinheiro por igual cheiro da terra
Hoje eu vivo com a alegria misturada com a saudade
Do tempo que se passou que ficou na eternidade
Quando eu vim da minha terra deixei tudo lá na serra o meu rancho de saudade
Hoje falo com franqueza sou filho da natureza sou caboclo de verdade
Aqui o galo não canta aqui o gado não berra
Aqui não tem codorninha cantando no pé da serra
Mas tem este violeiro que não canta por dinheiro por igual cheiro da terra
Hoje quando estou cantando parece que to sonhando
Que tem alguém me ajudando com o seu manto sagrado
Já fui caboclo roceiro agora sou violeiro sou caboclo respeitado
Quando estou viajando meus versos vou rabiscando com saudade do passado
Aqui o galo não canta aqui o gado não berra
Aqui não tem codorninha cantando no pé da serra
Mas tem este violeiro que não canta por dinheiro por igual cheiro da terra
De São Paulo À Corumbá
Saà de São Paulo pela Castelo muita cidade eu vou passar
Com o destino a Mato Grosso pra ver meu bem lá em Corumbá
Ali na frente eu pego a Rondon bate mais forte meu coração em Três Lagoas eu vou parar
Ai, tenho que chegar garça morena que não tem pena
Essa pequena vai me matar
De rês Lagoas já vou saindo meu sonho lindo realizar
Vou contemplando a natureza muita beleza que tem por lá
De vez em quando a linha do trem cruzando carro que vai e vem em Campo Grande eu vou chegar
Ai, tenho que chegar garça morena que não tem pena
Essa pequena vai me matar
De Campo Grande já partindo nem vou sentindo as horas passar
A garça branca vem avoando me acompanhando pro Pantanal
Se vai sentindo a mesma dor lá na ramagem cheia de flor o seu a mor tá a lhe esperar
Ai, tenho que chegar garça morena que não tem pena
Essa pequena vai me matar
Quando bem perto estou chegando sinto a saudade me apertar
Que com aperto no coração sinto as matas me acenar
Pra ver meu bem encurtar o caminho chegando lá não estou sozinho fazer meu ninho em Corumbá
Ai, tenho que chegar garça morena que não tem pena
Essa pequena vai me matar
Visitando O Sertão
Minha gente estou chegando venho de bota e chapéu
Gosto do traje de peão trago no dedo um anel
Troquei o laço e a sela pela caneta e papel
Minha gente estou chegando venho de bota e chapéu
Gosto do traje de peão trago no dedo um anel
Troquei o laço e a sela pela caneta e papel
Já montei cavalo brabo já domei muitos pagão
Já sofri nas invernada tirando boi do sertão
Debaixo de sol e chuva para enriquecer o patrão
Se hoje estou formado e tive boa formação
Quem me ajudou no passado posso lhe estender a mão
Mesmo estando distante mora no meu coração
Meu pai ficou lá na roça com minha mãe e os irmãos
Sofrendo por estar distante contente por minha missão
Mas eu nunca me esqueço de visitar meu sertão
Você que é da sociedade pois preste bem atenção
Vai ver o nosso roceiro que tira o sustendo do chão
O ouro que te faz luxo saà da mão destes cristãos
Visite o nosso caboclo que anda de pé no chão
Do mundo são esquecidos pois nunca teve instrução
Mas é um forte brasileiro pra defender a nação
Desigualdade
Eu parei pra lembrar meu passado transformei numa composição
Fui tirando uma nova imagem de meu pai com a enxada na mão
Quando eu terminei estes versos vi a lágrima cair no chão
Alembrei o que o velho dizia então fiz esta comparação
Quanto o povo antigo sofria pra comprar um pedaço de chão
Nossa terra coberta de mata fui coberta pela plantaçãoÂ
Veio gente do mundo inteiro na influência da imigração
O Brasil acolheu todos eles e formando uma grande nação
Trabalhando com a força dos braços o colono já virou patrão
Nossa Terra de Santa Cruz que sustenta esta imensidão
O estudo levou o Brasil aumentar a sua produção
A lavoura mecanizada deu fartura e muita exportação
Reduziu o trabalho pesado acabando com a escravidão
Planta e colhe sem pegar na enxada ninguém mais suja o pé no chão
Muita gente mora na cidade não conhece um pé de feijão
Para dar o sustento ao Brasil não tem raça e não tem cor
Desbravando a mata e plantando muitos homens deixou seu valor
Do Brasil saiu muita riqueza foi na garra e com muito suor
Da enxada nasceu o estudo do estudo nasceu os doutor
No meu poito nasceu estes versos pra mostrar o nosso valor
O caipira que era atrasado já virou grande cidadão
Juventude que veio da mata nos gravata tão dando lição
Mas se um dia nos fomos ofendido eu convido para dar a mão
Não faz nada sem a cidade e a cidade sem o sertão
Não devemos ter desigualdade o sertão e a cidade eles são irmãos
Meu Ranchinho
Meus amigos e colegas agora que estou voltando
Quando eu parti vocês lembram já se passou muitos anos
Eu fui embora pra longe já se passou vinte anos
Deixei a minha famÃlia todos ficaram chorando
O meu pai e a aminha mãe com os olhos lagrimando
Aqui no velho ranchinho vamos ficar te esperando
Eu parti acompanhado de quem não tem coração
Mas tava enfeitiçado por uma falsa ilusão
Pelos caminhos da vida só recebi ingratidão
Morando lá na cidade não esqueci meu torrão
Para seguir os seus passos deixei os pais e o s irmãos
Deixei o velho ranchinho abandonei o sertão
De volta to retornando tudo que ficou pra trás
O nosso tempo da infância que o tempo leva e não traz
Quem deixou a sua terra não se esquece jamais
Seja cedo ou mais tarde um dia volta pra trás
Quando fui ver meu ranchinho para rever os meus pais
Foi grande a minha tristeza já era tarde demais
Trago saudade no peito e lembrança do passado
Das belezas dessa terra trago comigo guardado
Vou seguindo meu caminho pelo destino marcado
Tenho que seguir em frente não volta mais o passado
Onde eu vivi em criança quero viver sossegado
Aqui no velho ranchinho eu tenho o mundo ao meu lado
Meu Sonho
Minha vida hoje é um sonho muito lindo eu fico pensando
Por alguém que vive distante e por ela eu vivo cantando
Pois eu vejo ela só no sonho por isso eu quero continuar sonhando
Se alguém encontra-la pra mim por favor lembre de me ajudar
E pergunte onde está morando bem depressa ela eu vou buscar
Mas se ela tiver outro dono só me resta na vida sonhar
Quando a gente ama de verdade só quem ama que pode explicar
O amor é um bichinho sem cura que não é fácil de controlar
Nasce nos olhos e mora no peito e dali não se pode arrancar
Essa é uma historia de amor sem amor ninguém pode ficar
O amor vai e fica a saudade nunca mais consegue apagar
Nossa vida é feita de sonho por isso eu quero continuar a sonhar
O Cowboy E O VioleiroÂ
Uai, uai o povo vem cada vez mais
Uai, uai o povo vem cada vez mais
Aplaudir a peãozada que aqui monta mas não cai
Uai, uai que aqui monta mas não cai
Alô moçada estamos aqui de novo
Pra alegria da galera cantando para meu povo
É nesta festa que é a maior do mundo
É marcada em segundo pra ficar em cima do touro
Essa moçada que sabe retribuirÂ
Espera a porteira abri, esta galera é de ouro
Uai, uai o povo vem cada vez mais
Uai, uai o povo vem cada vez mais
Aplaudir a peãozada que aqui monta mas não cai
Uai, uai que aqui monta mas não cai
Essa galera que nos aplaude de pé
Vai uma abraço pro homens e um beijo para as mulheres
E os peão que quero homenagearÂ
São eles que faz a festa montando para ganhar
E nós cantando com eles vamos igualar
Galera cante comigo pra esta festa animar
Uai, uai o povo vem cada vez mais
Uai, uai o povo vem cada vez mais
Aplaudir a peãozada que aqui monta mas não cai
Uai, uai que aqui monta mas não cai
Neste rodeio tem cowboy e violeiro
Representando o Brasil amado no mundo inteiro
Estes peão que monta arriscando a vida
Seja cavalo ou touro sua parte é decidida
Se perde ou ganha mas todos eles são bons
Cantando pra conservar esta festa de peão
Uai, uai o povo vem cada vez mais
Uai, uai o povo vem cada vez mais
Aplaudir a peãozada que aqui monta mas não cai
Uai, uai que aqui monta mas não cai
O Homem Também Chora
Se a mulher chora o homem chora também
To muito triste a procura do meu bem
Ela foi embora sem despedir de ninguémÂ
Partiu chorando e agora eu choro também
Se a mulher chora o homem chora também
To muito triste a procura do meu bem
Ela foi embora sem despedir de ninguémÂ
Partiu chorando e agora eu choro também
Saio de casa somente pra trabalharÂ
Deixo o meu carro e dinheiro pra ela gastar
Faço de tudo pra ela não se zangar
Mas ela diz que eu preciso melhorar
Se a mulher chora o homem chora também
To muito triste a procura do meu bem
Ela foi embora sem despedir de ninguémÂ
Partiu chorando e agora eu choro também
Essa mulher saiu de casa sem pensar
Não percebeu que só ia piorar
Volte depressa que eu estou a te esperar
Mas ao contrário acho outra em seu lugar
Se a mulher chora o homem chora também
To muito triste a procura do meu bem
Ela foi embora sem despedir de ninguémÂ
Partiu chorando e agora eu choro também
Ela foi embora por uma briguinha atoa
Por isso mesmo sua volta não faz mal
Quando partiu não teve dó e é por isso
Quando voltar vai ter que cair no pau
Se a mulher chora o homem chora também
To muito triste a procura do meu bem
Ela foi embora sem despedir de ninguémÂ
Partiu chorando e agora eu choro também
Músicas do álbum Meu Passado (8814) - (2011)
Nome | Compositor | Ritmo |
---|---|---|
Meu Passado | Adail Manzoni | Rancheira |
Recordando As Estrelas | Adail Manzoni | Rancheira |
Oh Minha Mãe | Adail Manzoni | Toada |
Homenagem Ao Tonico | Adail Manzoni | Toada |
O Filho Do Capataz | Adail Manzoni | Toada |
Saudade Do Passado | Adail Manzoni | Cururu |
De São Paulo À Corumbá | Adail Manzoni | Rasqueado |
Visitando O Sertão | Adail Manzoni | Rasqueado |
Desigualdade | Adail Manzoni | Rancheira |
Meu Ranchinho | Adail Manzoni | Rancheira |
Meu Sonho | Adail Manzoni | Rancheira |
O Cowboy E O Violeiro | Adail Manzoni | Arrasta-pé |
O Homem Também Chora | Adail Manzoni | Arrasta-pé |