Cria (3M 3008) - (1986) - Almir Sater

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Razões
Conte comigo meu amigo se for pra te dar a mão
Mas se for pra correr perigo que seja boa razão
Conte comigo que eu brigo se for esta a condição

Para que a gente realize então
Aquela velha, mas sincera ambição
Conte comigo eu te sigo para enfrentar o castigo
Ou ter glórias de um campeão

Escute amigo um aviso que eu te dou por precaução
Fui educado à antiga e prezo ter reputação
Conte comigo eu te sigo ao chegar a decisão

Não aceito recompensa se a gente faz o que pensa
Não quer remuneração
E a gente vai realizar pois não, aquela velha
Mas sincera ambição

Conte comigo eu te sigo para enfrentar o castigo
Ou ter glórias de um campeão

Missões Naturais
Vou nas asas dessa manhã e bons tempos me levarão
Pra Pará, Goiás, Minas Gerais e Maranhão
Vai, como quem pra guerra, vai que depois eu vou com você
Para além daqui, além dali, além de lá

Êta destino mais atrevido seguir em seguir, seguindo
Por aí feito um cigano 
Eu aprendi a ver esse mundo com meu olhar mais profundo
Que é o olhar mais vagabundo

Eu ando pelas estradas
Quem sabe a gente já se viu
Por aí, um dia, quem sabe

Nessa vida tudo se faz sob três missões naturais
Primeiro nascer, depois viver e aprender
Só o aventureiro é capaz de partir e não voltar mais
Se realizar, depois sonhar, então morrer

Disse meu pai não lhe digo menino você há de aprender com os sinos
Qual o rumo, qual a direção
E disse o sino alegria garoto esse pai será sempre o seu porto
Não se acanhe se houver solidão

Eu ando pelas estradas
Quem sabe a gente já se viu
Por aí, um dia, quem sabe

Ãgua Que Correu
Paixões que não desaguam no prazer
São rios que cansei de percorrer
Amigos convém pra não irmos além
De um só querer bem

Lições que não nos levam ao saber
São livros que desisto de reler
Histórias assim nem começam nem tem fim
Nem é bom ou ruim

Tanto que choveu tanto que molhou
Coração se encheu de amor e transbordou
Ãgua que correu ribeirão levou
Foi pro oceano e lá se evaporou

Momentos que se vivem uma vez
São ventos a soprar por sobre as leis
Desejo não dói mas por dentro corrói
Valentia de herói

Amigos convém pra não irmos além
De um só querer bem

Tanto que choveu tanto que molhou
Coração se encheu de amor e transbordou
Ãgua que correu ribeirão levou
Foi pro oceano e lá se evaporou

Moda Apaixonada
Cavaleiro imaginário cruzo as quatro direções
Meu campeio é solitário vou domando as emoções
Que eu já tranquei dentro do peito
Mas me sufocam quando eu me deito
E assim nem sei se vai ter jeito

Prisioneiro temporário de castelos e dragões
Rasbiquei no meu diário a mais triste das canções
Jurei amor perfeito 
Mas nem sabia tirar proveito
E eu já cansei de andar direito

Selei meu rosilho saí na batalha
Faísca e rastilho o meu fogo se espalha
Sou rei de quadrilha e viola não falha
Meu fumo é o de rolo cigarro de palha
Com um rádio de pilha varei madrugada
Escutando as modas bem apaixonada

Prisioneiro temporário de castelos e dragões
Rasbiquei no meu diário a mais triste das canções
Jurei amor perfeito 
Mas nem sabia tirar proveito
E eu já cansei de andar direito

Se cuida meu filho meu o velho falava
Se tem olho gordo ferrolho na casa
Por causa de um brilho de um rabo de saia
Tem ás do gatilho dançando em tocaia

Selei meu rosilho saí na batalha
Faísca e rastilho o meu fogo se espalha
Sou rei de quadrilha e viola não falha
Meu fumo é o de rolo cigarro de palha
Com um rádio de pilha varei madrugada
Escutando as modas bem apaixonada

Capim de Ribanceira
É madrugada e eu na beira da estrada
A lua cheia minguada e de repente apareceu
Um cavaleiro de bota e chapéu de couro
Me lembrando um velho mouro lá fiquemo ele mais eu

Cruzou os pés, apeou do seu cavalo
Deixou a relha no talo de uma roseira sem flor
Diz que seguia pelo mundo solitário
E quebrava todo galho apartando toda dor

Quem não ouviu falar quem não quis conhecer
Aquele cavaleiro que vive pela fronteira
Divulgando a reza brava do capim de ribanceira
Aquele cavaleiro que vive pela fronteira
Divulgando a reza brava do capim de ribanceira

Enquanto o bule de café bulia a brasa da fogueira
Refletia o seu olhar, eu pude ver
Que ele sabia coisa até do outro mundo
E essa noite eu fui aluno do seu estranho poder

Com sete ponta duma rama trepadeira
E um ramo de aviteira o meu corpo ele tocou
Naquele instante me bateu uma zonzeira
E duma tosse cuspideira o velhinho me livrou

Quem não ouviu falar quem não quis conhecer
Aquele cavaleiro que vive pela fronteira
Divulgando a reza brava do capim de ribanceira
Aquele cavaleiro que vive pela fronteira
Divulgando a reza brava do capim de ribanceira

Kikiô
Kikiô nasceu no centro entre montanhas e o mar 
Kikiô viu tudo lindo todo índio por aqui 
Ãndia América deu filhos foi Tupy foi Guarany

Kikiô morreu feliz deixando a terra para os dois 
Guarani foi pro sul, Tupy pro norte 

E formaram suas tribos cada um em seu lugar 
Vez em quando se encontravam pelos rios da América 
E lutavam juntos contra o branco em busca de servidão 

E sofreram tantas dores acuados no sertão 
Tupi entrou no Amazonas, Guarany ainda chama... 
Kikiô na lua cheia quer Tupy, quer Guarany

Trem de Lata
De repente lá bem longe aparece outro lugar
Novos campos e horizontes tão ali pra eu passar
Trem de ferro, trem de lata tem alguém a me esperar
Não sei se eu que tô indo ou ela quem vai chegar

Quanta alegria, tanto prazer
Tô aqui, vamos chegar
A casa é sua, pode entrar
Meus braços vão te abraçar
Há tanto pra plantar
Por aqui

É assim, quando posso vou aí lhe visitar
São dois trilhos me levando daqui pra outro lugar
Somos pares que o destino preferiu aproximar
Dois amores, dois desejos e um trem pra se esperar

Quanta alegria, tanto prazer
Tô aqui, vamos chegar
A casa é sua, pode entrar
Meus braços vão te abraçar
Há tanto pra plantar
Por aqui

Trem de ferro, trem de lata tem alguém a me esperar
Não sei se eu que tô indo ou ela quem vai chegar
Somos pares que o destino preferiu aproximar
Dois amores, dois desejos e um trem pra se esperar

Ana Bonita
Ana Bonita, meu coração é seu pode crer
Não tenha medo, não, da ilusão
A vida nos juntou por querer
Sina essa fez renascer
Fique aflita não, meu amor
Tem essa emoção seu valor
Se toda aflição fosse igual
Valeria, então, aprender

Ana Bonita, procure entender quem eu sou
Isso é bem pra lá da razão
Força da paixão transformou
Sentimento em canção
Nem o tempo fez esquecer
Nem o vento pode apagar
Essa luz a iluminar
Essa chama sempre a arder

Ana Bonita, certeza me ajudou esperar
Desejo não parou de crescer
Se um homem não puder mais sonhar
Coisa ruim que será viver
Faça isso não, meu amor
Deixa essa menina brilhar
Lua cheia veio espiar
Nosso sangue se misturar

Essa noite eu quero prazer
Meus segredos compartilhar
Amanhã, quem sabe, saber
Como o dia vai começar

Mais Um Verão
Mais um verão já lá se vai a fugir
Por entre os dedos da minha mão
E nada guardei pra mim

E a geração que a tudo fez consumir
Volta a temer profecias de astros em conjunção
Será que chegou o fim?

Por moedas de ouro e prata
Quanta gente ainda se mata, ai, ai
Eta! velho mundo louco
Não quer mais sorrir
Aconteça pois assim

Mais um verão e só me resta fingir
Ir ao castelo da ilusão
Sonhando ser Aladim

Poder então por tudo me repartir
Ir como as folhas de outono no vento sem direção
Dormindo em qualquer jardim

Aflição nem vou mais sentir
Se o segredo é se divertir, ai, ai
Eta! velho mundo louco
Quer se destruir
Adormeça, pois, enfim

Mais um verão já lá se vai a sumir
Por entre os dedos da minha mão
E nada guardei pra mim

Rio De Lágrimas
O rio de Piracicaba vai jogar água pra fora
Quando chegar a água dos olhos de alguém que chora
Mas quando chegar a água dos olhos de alguém que chora

Lá no bairro onde eu moro só existe uma nascente
A nascente é dos meus olhos já formou água corrente
Pertinho da minha casa já virou uma lagoa
Com lágrimas dos meus olhos por causa de uma pessoa

O rio de Piracicaba vai jogar água pra fora
Quando chegar a água dos olhos de alguém que chora
Mas quando chegar a água dos olhos de alguém que chora

Eu quero apanhar uma rosa minha mão já não alcança
Eu choro desesperado Igualzinho uma criança
Duvido alguém quem não chore pela dor de uma saudade
Eu quero ver quem não chora quando ama de verdade

O rio de Piracicaba vai jogar água pra fora
Quando chegar a água dos olhos de alguém que chora
Mas quando chegar a água dos olhos de alguém que chora

Músicas do álbum Cria (3M 3008) - (1986)

Nome Compositor Ritmo
Razões Almir Sater / Paulo Simões
Missões Naturais Almir Sater / Renato Teixeira
Ãgua Que Correu Almir Sater / Paulo Simões
Moda Apaixonada Almir Sater / Guilherme Rondon / Paulo Simões
Capim De Ribanceira Almir Sater / Paulo Simões
Kikiô Geraldo Espíndola
Trem De Lata Almir Sater / Renato Teixeira
Ana Bonita Almir Sater
Mais Um Verão Almir Sater / Paulo Simões
Rio DeLágrimas Tião Carreiro / Lourival dos Santos / Piraci
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