Cacique E Pajé (1983) (SERTANEJO 111405630) - (1983) - Cacique e Pajé

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Viola No Samba
Quem vê admira e até suspira
Uma viola no samba que há muito tempo é do catira
Quem vê admira e até suspira
Uma viola no samba que há muito tempo é do catira
Uma viola no samba que há muito tempo é do catira

Na viola sai de tudo de tudo, depende da gente saber
Sai pagode, sai catira, cururu e cateretê
E agora neste samba ela chora pra valer
Se você não acredita chegue perto e venha ver

Quem vê admira e até suspira
Uma viola no samba que há muito tempo é do catira
Quem vê admira e até suspira
Uma viola no samba que há muito tempo é do catira
Uma viola no samba que há muito tempo é do catira

Viola nasceu na roça e cidade fez morada
Não era bem conhecida, mas venceu na disparada
Na evolução do tempo ela ficou afamada
E agora neste samba esta garantindo a parada

Quem vê admira e até suspira
Uma viola no samba que há muito tempo é do catira
Quem vê admira e até suspira
Uma viola no samba que há muito tempo é do catira
Uma viola no samba que há muito tempo é do catira

Guerra De Amor
Eu só sei de onde venho, mas não sei pra onde vou
Eu estou seguindo o rastro que estrada ficou
É o rastro de um sujeito que lá em casa passou
Só pra me ver derrotado minha amada ele roubou

Eu só sei que ele passou por onde eu passo agora
Eu vi areia molhada é do meu amor que chora
Por estar vivendo longe e de quem tanto ela adora
Sua dor vai ter um fim já está chegando a hora

No nosso breve encontro minha amada vai sorrir
O céu vai ficar escuro quando a fumaça subir
O meu rival não vai ter nem tempo pra despedir
Do caminho do meu bem para sempre vai sair

Ela vai voltar sorrindo por onde passou chorando
Tem um recanto florido que está nos esperando
Vou ficar de sentinela pra minha amada velando
Por meu bem eu faço guerra, por amor morro lutando

Bonito De Santa Fé
Meus amigos conterrâneos pra vocês eu vou cantando
Um pedaço da minha vida me criei em Pernambuco
Mas nasci na Paraíba

Bonito de Santa Fé lugar onde fui nascido
Sem saber que longe eu tinha o meu tesouro escondido
Eu mudei para São Paulo deixei saudade no norte
No meu caminho da vida fui feliz e tive sorte.

Muitos que me conheceram que em mim fé não faziam
Antes atiravam pedras hoje fazem cortesia
No norte eu fui vaqueiro hoje em dia sou um artista
Na capital que mais cresce na terra das treze listras

Meus parentes e amigos aceitem esta canção
Eu tenho o norte inteirinho dentro do meu coração
Bonito de Santa Fé é minha terra querida
Meu pai e minha mãezinha é a luz da minha vida

Vara De Ferrão
Um carreiro caprichoso de muita sabedoria
Amansou uma boiada na fazenda que vivia
Ensinou até ficar do jeito que ele queria
No chacoalhar o ferrão a boiada entendia
Mas para outro carreiro a boiada era bravia

Puxando toras do mato muito tempo trabalhou
Mas um dia numa curva a corrente arrebentou
O carreiro ficou preso na tora que escapou
Por ele ser homem forte com a morte ele lutou
Mas para o resto da vida sem suas pernas ficou

Carrear com boiada ninguém mais conseguiu
Vender toda para o corte logo o patrão decidiu
Mas a mulher do carreiro suas forças reuniu
Pra poder criar os filhos o emprego ela pediu
O lugar do seu marido com bravura ela assumiu

Com vara do ferrão os bois ela foi buscar
A boiada foi chegando, cada boi no seu lugar
Pois a boiada no carro e começou a trabalhar
Derramou suor no chão sofreu sem reclamar
Só com os filhos formados que parou de carrear.

Mudaram para cidade num lugar bem sossegado
O casal hoje está vendo seu sonho realizado
O carro e a boiada são lembranças do passado
E na parede da sala o ferrão está pregado
Onde os filhos colocaram seus diplomas pendurados

O Ãndio Também É Gente
A história brasileira tem passagem importante
Tem diversas biografias de heróicos bandeirantes
Que saíam pelas selvas a procura de diamantes
Arriscando sua vida em lugares bem distantes
Perseguidos pelas feras e pelos índios xavantes
Que faziam suas tabas quase em todos os quadrantes
Quantas tribos têm no solo deste Brasil gigante

E nas lutas por uma posse de uma terra promissora
Nosso índio viu no branco uma arma arrasadora
Não deixou se escravizar no mineiro ou na lavoura
E nem mesmo a catequese foi a grande redentora
Cada vez mais confinado pela força invasora
Deixou de acreditar na religião protetora
Pregada por jesuítas como imagem salvadora

Ao contrário do passado hoje é tudo diferente
Bandeirantes e bandeiras se acabaram simplesmente
Mas nos parques e reservas hoje o índio está presente
Em sua preservação é um fato comovente
Dirigindo muitas tribos Villas Boas foi em frente
Comandando seus destinos de um modo inteligente
Eles querem igualdade e índio também é gente

Curumi assu, goita matavi
Boboia iguapara, arxi, piraqui

Menino Jesus
Em vinte e quatro de dezembro, esse foi o belo dia
Que a caminho de Belém caminhou José e Maria
Foram atender o chamado decreto que o rei fazia
Pra todos se registrarem na cidade onde nascia

Se chamava manjedoura onde os animais comiam
Foi ali que São José pode sentir alegria
Regulava meia noite que Jesus Cristo nascia
Anjos cantaram no céu no mundo o galo respondia

Os pastores do rebanho que na campanha viviam
Ouviram o cantar celeste que lá da glória descia
Era uma multidão de anjos que contar ninguém podia
Vinha um anjo na frente e Gabriel chamava o guia

Os pastores levantaram com pressa se preveniram
E seguiram pra Belém conforme o anjo dizia
E acharam o menino junto da Virgem Maria
Se cumpriram as palavras do profeta Jeremias

Encontro Fatal
Vinte anos fazem que deixei meu lar
Na mais angustiante dor da falsidade
A dor foi tão cruel que fiz um papel de um homem covarde

Deixei o meu filho tão pequeno ainda
Saí como louco pelo mundo
Sinto lágrimas correr ao ouvir dizer que sou um vagabundo

Um certa noite eu estava bebendo
Lamentando a sorte da vida que passa
O moço que ouvia se fez meu amigo
Pra beber comigo pediu-me a taça
Dizendo seu nome, mostrou meu retrato
Apesar dos anos lembrei do passado
Aquele que estava junto a minha mesa
Era com certeza meu filho adorado

Contou-me sua vida com muita tristeza
Que seu pai com ele não morava mais
Quero que ele volte, mamãe ainda vive
Eu juro que tive pena do rapaz
Sabes quem eu sou assim respondi
Se quer minha benção aqui estarei
Eu sou seu pai, és meu filho querido
Mas com sua mãe não reconciliarei

Saravá
Esta noite eu tive um sonho, um lugar fui visitar
Era uma cidade linda no país de Iemanjá
Mãe Oxum foi me saudando, sarava, sarava

Salve a rainha do mar, salve mãe Iemanjá
Salve a rainha do mar, salve mãe Iemanjá

No centro eu encontrei pai Jacó e pai João
No terreiro bem bonito estava o pai Simão
E depois veio chegando São Cosme e São Damião

Salve os Gêmeos Irmãos, Salve Cosme e Damião
Salve os Gêmeos Irmãos, Salve Cosme e Damião

São Jorge com sua espada enfrentando o Dragão
Soltando fogo da boca parecendo um vulcão
Orixá com atabaque e dava um ponto a um irmão

Salve São Jorge Guerreiro padrinho deste terreiro
Salve São Jorge Guerreiro padrinho deste terreiro

As ruas desta cidade eram bem iluminadas
Oxalá é a luz do mundo abençoava as cabocladas
Todos nós correndo gira sarava pras inegradas

Salve os filhos da fé, salve a mãezinha sagrada
Salve os filhos da fé, salve a mãezinha sagrada

Eu logo fui acordando com a mente iluminada
Fui pedindo a mãe preta uma arruda emprestada
Botei fogo na fundanga e despachei na encruzilhada

Salve os Orixás, Sarava, Sarava, sarava
Salve os Orixás, Sarava, Sarava, sarava

Pezinho De Anjo
Essa moda que eu fiz tem um assunto esquisito
Do jeito que eu escuto ainda não tem escrito
E de uma mulher bonita cheia de gabarito
Estou cobiçando ela, me perdoa São Bendito.
Tem o corpo bronzeado, de paixão me deixa aflito
Tem as duas pernas lisas que parece dois palmitos
A beleza da mulher é da cabeça sãos pés, que dois pezinhos bonitos

Eu peguei o rastro dela ninguém faz o que eu fiz
Sou igual um perdigueiro no rastinho da perdiz
Se ela fosse uma roseira perfumava o meu país
Talvez não sofresse tanto, eu serei mais feliz
Chegava pertinho dela pra fazer o que sempre quis
Dava um abraço apertado é aí que está o x
E na hora abraçar eu vou ter que ajoelhar dando um beijo na raiz


Se ela me der o desprezo para mim é um desarranjo
Se ela fazer pouco caso está pensando eu não manjo
Vou fazer até promessa tenho fé no meu arcanjo
Se ela quiser dinheiro é dinheiro que eu esbanjo
Meu dinheiro não acaba, se acabar eu me arranjo
Muita gente vai dizer que é loucura de um marmanjo
Gasto pra matar o desejo, pois eu quero dar um beijo nesses pezinhos de anjo

Retrato Da Mãe Amorosa
Deitado na rede com os meus filhinhos
A minha mãezinha me veio a lembrança
Sinto saudade dos seus carinhos
Chorei ao lembrar meu tempo de infância
O tempo é igual o rio que corre
Depois de passar não retorna mais
Ah, seu eu pudesse eu parava o tempo
Pra não ficar velhos mamãe e papai

Mãezinha eu sei quanto você sofreu
Pra me defender enfrentava o perigo
Se me via triste você chorava
Na minha alegria sorria comigo
Hoje andando na estrada da vida
Esses versinhos eu fiz pra você
Sua bondade não será esquecida
Por isso eu quero lhe agradecer

Mãezinha eu noto no seu lindo rosto
Vejo a estampa do mapa da vida
Em cada traço uma longa estrada
Representando uma missão cumprida
Sinto saudade de minha infância
E dos carinhos que você me fez
Queria ser criança de novo
Para deitar em seu colo outra vez

Mãezinha eu vejo seus cabelos brancos
Me vem a lembrança que o tempo passou
Juntinho de ti me sinto feliz
Estão eu percebo que nada mudou
Quanta alegria que eu sinto agora
Em ver seu amor quanta és carinhosa
O seu coração nunca vai ficar velho
Tu és o retrato da mãe amorosa

Mão De Vaca
Entre eu e meu patrão a diferença destaca
Eu sou o pé de boi ele é o mão de vaca
Meu patrão me dá serviço eu trabalho o ano inteiro
Aos domingos estou no rio pescando com os companheiros
Meu patrão não sai de casa e também não é festeiro
Guarda tudo na poupança pra aumentar o seu dinheiro

Entre eu e meu patrão a diferença destaca
Eu sou o pé de boi ele é o mão de vaca
Ele me paga certinho no dia que foi tratado
Em termos de honestidade estamos os dois empatados
Eu sou firme no serviço ele é firme no ordenado
Eu preciso do patrão e ele do empregado

Entre eu e meu patrão a diferença destaca
Eu sou o pé de boi ele é o mão de vaca
O meu patrão já foi pobre sua luta foi pesada
Foi ganhando e foi guardando já ganhou do mão fechada
Por isso sua carteira hoje vive recheada 
Mão de vaca tem de tudo pé de boi nunca tem nada

Entre eu e meu patrão a diferença destaca
Eu sou o pé de boi ele é o mão de vaca

Guerreiros Caiapós
No sertão de Mato Grosso chegou um ladrão de terra
Dizendo minha ambição por dinheiro não encerra
O meu bando de capangas tem até armas de guerra
Na hora de um assalto parece fogo na serra
Avença e ninguém segura e quando atira não erra

Deixando rastro de sangue seu caminho prosseguia
Terra boa e cultivada era o que ele queria
Quem não quisesse morrer só com a roupa saia
E as terras que roubava por preço baixo vendia
E matava o comprador quando o sinal recebia

Numa noite sem luar no morro alto subiu
Raio de luz de candeia na baixada ele viu
Pensando ser sitiante seu bando ele reuniu
Mas quando foi atacando numa armadilha caiu
Um descarga de flecha no contra-ataque partiu

Do seu bando do capangas não ficou sobreviventes
Ele teve a mesma sorte, mas foi morto lentamente
Ali não era morada de um sitiante inocente
Era uma aldeia de índio todos guerreiros valentes
Da tribo dos caiapós onde vive minha gente

Músicas do álbum Cacique E Pajé (1983) (SERTANEJO 111405630) - (1983)

Nome Compositor Ritmo
Viola No Samba Rei Do Mar / Cacique Samba Caipira
Guerra De Amor Jesus Belmiro / Mulatinho Pagode
Bonito De Santa Fé Cacique / João Rodrigues Cururu
Vara De Ferrão Jesus Belmiro / Cacique Rasqueado
O Ãndio Também É Gente Vicente P. Machado / Dino Franco Moda De Viola
Menino Jesus Pajé / Chicão Pereira Cururu
Encontro Fatal Carreirinho / José Vicente Rancheira
Saravá Cacique / Zé Matuto Rojão
Pezinho De Anjo Moacyr Dos Santos / Tião Do Carro Cururu
Retrato Da Mãe Amorosa Tanabi Toada
Mão De Vaca Paraíso / Moacyr Dos Santos Pagode
Guerreiros Caiapós Jesus Belmiro / Cacique Cururu
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