O Forasteiro (BRASILRURAL 106405022) - (1982) - Carlos Cézar e Cristiano
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Forasteiro
Eu sou forasteiro venho da galileia trazendo amorÂ
Eu sou forasteiro hoje todos me chamam o Salvador
Meu pai me enviou para o mundo salvar
E eu sofri calado sem reclamarÂ
Fui pregado na cruz, humilhações sofriÂ
Porém ainda hoje estou aqui
Eu sou forasteiro venho da galileia trazendo amorÂ
Eu sou forasteiro hoje todos me chamam o Salvador
Na flor do seu jardim, na imensidão do mar você vai me encontrarÂ
E quem der de si amor e compreensão ganhará meu perdão
Nas terras de Sinai, nas margens do Jordão
Eu trouxe na sandália o pó do chãoÂ
Pra quem perdeu a fé e pensa que eu morriÂ
É só chamar meu nome, estou aqui
Eu sou forasteiro venho da galileia trazendo amorÂ
Eu sou forasteiro hoje todos me chamam o Salvador
Noite Perdida
Amanhecia em meus braços ternamente
E me dizia lindas palavras de amorÂ
Daqueles beijos que me deste docemente
Em minha boca só restaram seu calor
Eu chamo teu nome porém meu lamentoÂ
Se desfaz ao vento da triste ilusãoÂ
As trevas me envolvem na noite perdidaÂ
Não encontro saÃda desta solidão
Vai meu suspiro leva longe esta saudadeÂ
Onde se encontra quem eu desejo pra mimÂ
Meu travesseiro fica molhado de prantoÂ
Pois tenho medo que esse adeus seja o fim
Eu chamo teu nome porém meu lamentoÂ
Se desfaz ao vento da triste ilusãoÂ
As trevas me envolvem na noite perdida
Não encontro saÃda desta solidão
As trevas me envolvem na noite perdida
Não encontro saÃda desta solidão
As trevas me envolvem na noite perdida
Não encontro saÃda desta solidão
Escola De Peão
Sou um menino que observa tudo e cada dia é mais uma liçãoÂ
Com este meu vestibular de vida, eu pude entrar pra escola de peãoÂ
Eu aprendi viajar de madrugada e com o sol quente procurar descansoÂ
Deixar o gado ruminar na sombra, por sobre a grama a beira de um remansoÂ
A minha escola de peão foi a estrada
E, uê, uê, uê, uê, boiÂ
Onde meu pai me ensinou tocar boiadaÂ
Ei,ei,ei,ei,ei boi
É necessário para uma viagem das sertanias conhecer a manhaÂ
Saber de cor a posição da lua e um rio sem ponte que não tem piranhaÂ
Quando um cavalo torna-se fogoso pode uma onça estar ali por pertoÂ
Tem que saber encantoar o gado senão o estouro da boiada é certoÂ
A minha escola de peão foi a estrada
E, uê, uê, uê, uê, boiÂ
Onde meu pai me ensinou tocar boiadaÂ
Ei,ei,ei,ei,ei boi
Páginas verdes de meu livro aberto são as campinas onde o gado espalhaÂ
Se o berrante repicar errado pro berranteiro é uma grande falhaÂ
Do boiadeiro o professor é o tempo porque o tempo é o melhor ensinoÂ
O mundo é a sala e os caminhos longos riscos de giz na lousa do destino
A minha escola de peão foi a estrada
E, uê, uê, uê, uê, boiÂ
Onde meu pai me ensinou tocar boiadaÂ
Ei,ei,ei,ei,ei boi
Vou Pra Goiânia
Cruzando campos e vales vou pra GoiâniaÂ
Que lindo se ver os campos na primaveraÂ
Venho ouvindo no cavalinho que me emprestaramÂ
Vendi umas coisas que eu tinha em casaÂ
Vou pra GoiâniaÂ
Disseram que aquele povo é tão carinhosoÂ
E que as mulheres de lá são maravilhosasÂ
Por isso que eu tenho pressa de chegar logoÂ
Vai cavalinho, acerte o passoÂ
Vou pra Goiânia
Amigos sou andarilho venho de longe pra conhecerÂ
Esta terra que é tão queridaÂ
Pode ser que eu fique uma vidaÂ
Ou talvez fique pouco tempoÂ
Depende só do que acontecerÂ
Também levo meu violão, meu sincero amigoÂ
Pra aquele povão goiano cantar comigo;Â
E as menininhas dirão que eu canto bonitoÂ
E eu modesto direi galante to aprendendo
Cruzando campos e vales vou pra Goiânia
Coração Sem Coração
Coração sem coração bate no peito sentidoÂ
Batendo nesta solidão sofrendo esse amor perdidoÂ
Nesta vida tentei muitas vezes amar pra valerÂ
Toda vez o ciúme maldito me atrapalhouÂ
Só por culpa deste coração que não quer compreenderÂ
Ele vive trancado no peito guardando esta dor
Se você ligar seu toca-fitas e me ouvir cantarÂ
A canção que fiz para você numa noite de amor;Â
Este coração sem coração não consegue aguentarÂ
O compasso triste da saudade desta minha dor
Coração sem coração
Cavaleiros Do Céu
Vaqueiro do Arizona desordeiro e beberrãoÂ
Seguia em seu cavalo pela noite do sertãoÂ
No céu porém a noite ficou rubra num clarãoÂ
E viu passar um fogaréu, um rebanho no céu
Ypieaeee ypiaooohhh, correndo pelo céuÂ
As rubras ferraduras punham brasas pelo arÂ
Os touros como fogo galopavam sem cessarÂ
Atrás vinham vaqueiros como loucos a gritarÂ
Vermelhos a queimar também, galopando para o além.
Ypieaeee ypiaooohhh, seguindo para o alémÂ
Centelhas nos seus olhos e o suor a escorrer
Sentindo o desespero da boiada a se perder
Chorando a maldição de condenados a viver
A perseguir correndo ao léu, um rebanho no céu
Ypieaeee ypiaooohhh, correndo pelo céuÂ
Um dos vaqueiros ao passar gritou dizendo assim
Cuidado companheiros tu viras para onde eu vimÂ
Se não mudas de vida tu terás o mesmo fimÂ
Querer pegar num fogaréu, um rebanho no céu
Ypieaeee ypiaooohhh, correndo pelo céu
Ypieaeee ypiaooohhh, correndo pelo céu
Moça Caminhoneira
Chovia muito, eu voltava de viagemÂ
Meu caminhão num atoleiro encalhouÂ
Quando um outro caminhão cortando barroÂ
Veio roncando e do meu lado emparelhouÂ
Era uma moça que estava no volanteÂ
Olhou pra mim e sorridente me falou
Calma que eu vou tirar você desse pedaçoÂ
E com um cabo de aço meu caminhão rebocou
Caminhoneira da madrugadaÂ
Dona da noite, moça da estrada
Caminhoneira da madrugadaÂ
Dona da noite, moça da estrada
Por todo lado voou lama nessa horaÂ
Falou sorrindo quando fora me deixouÂ
Vou te esperar naquele posto logo adianteÂ
Mudou a marcha e veloz se arrancouÂ
Fui logo atrás, mas estranhei que na estradaÂ
De seus pneus nem um só risco ela deixouÂ
Cheguei ao posto perguntei ao proprietárioÂ
Que tirando do armário uma foto me mostrouÂ
Caminhoneira da madrugadaÂ
Dona da noite, moça da estrada
Caminhoneira da madrugadaÂ
Dona da noite, moça da estrada
Quando falei ao proprietário que era elaÂ
Me respondeu ela morreu o mês passadoÂ
Como gostava muito de caminhoneiroÂ
Pagava assim a quem havia lhe ajudadoÂ
Compreendi que ela veio do outro mundoÂ
É que havia do atoleiro me tiradoÂ
Caminhoneira, hoje lá na imensidãoÂ
Você roda o caminhão de estrelas carregado
Caminhoneira da madrugadaÂ
Dama da noite moça da estrada
Caminhoneira da madrugadaÂ
Dama da noite moça da estrada
Mundo Velho Sem Porteira
Ai mundo velho sem porteiraÂ
Que saudade matadeira que vontade de te ver
Ai mundo velho sem porteiraÂ
Que saudade matadeira da vontade de morrer
Quando você partiu carregou consigoÂ
Meu coração perdido de tanto amarÂ
Deixando para mim o doce castigoÂ
De viver na distância e recordar
O dia que você me chegou sorrindoÂ
Trazendo para mim um mundão de amorÂ
Hoje fiz um balanço em meu coraçãoÂ
Separei tristeza, dor e solidãoÂ
E vi que seu saldo foi devedor
Ai mundo velho sem porteiraÂ
Que saudade matadeira que vontade de te ver
Ai mundo velho sem porteiraÂ
Que saudade matadeira da vontade de morrer
Sapo Cancioneiro
Sapo que á noite é um cancioneiroÂ
Vive sonhando na lagoa dubla
É o cantor dos charcos e chega primeiroÂ
Para cantar triste olhando pra luaÂ
É o cantor dos charcos e chega primeiroÂ
Para cantar triste olhando pra lua
Sei da tua vida sem glória nenhumaÂ
E sei das tragédias de tua lama inquietaÂ
A tua loucura de adorar a luaÂ
É loucura eterna de todo o poeta
A tua loucura de adorar a luaÂ
É loucura eterna de todo o poeta
Sapo cancioneiro canta tua cançãoÂ
Que a vida é triste se nós não vivermos por uma ilusãoÂ
Tu sabes que é feio e assusta a genteÂ
Por isso de dia tua feiura ocultaÂ
E a noite canta tua melancoliaÂ
O teu canto é triste que dá nostalgia
E a noite canta tua melancoliaÂ
O teu canto é triste que dá nostalgia
Um coral de vozes cantam pra luaÂ
Uma nuvem passa e tu não podes vê-laÂ
Não sabe acaso que a lua é tão friaÂ
Por que deu sangue para as estrelas
Não sabe acaso que a lua é tão friaÂ
Por que deu sangue para as estrelas
Sapo cancioneiro canta tua cançãoÂ
Que a vida é triste se nós não vivermos por uma ilusão
Que a vida é triste se nós não vivermos por uma ilusão
Eu E O Rio
Vi o rio nascer, sair do chão da fonte azul cresceu
Conquistar seu lugar e navegar, só sem parar
Ver guerra, paz e amorÂ
Como um rio faz o seu caminho pra chegar ao marÂ
Como um rio ama o seu caminho vou também amar
Dentro de mim um rio posso até sentirÂ
Eu sei também sonhar e amar como ameiÂ
Mas vou traçar novo rumo a seguirÂ
Eu sei que vou eu viÂ
Como um rio faz o seu caminho pra chegar ao marÂ
Como um rio ama o seu caminho vou também amar
Tip Tip Tim
Tip tip tim,tip tim, tip tip tom, tip tom;Â
Sempre que amanhece junto em a janela canto essa cançãoÂ
Tip tip tim,tip tim, tip tip tom;Â
Este é o ruÃdo da forte batida do meu coração
A saudade é tão doÃda que machuca e faz sofrerÂ
Só tem saudade na vida quem já teve um bem querer
Tip tip tim,tip tim, tip tip tom, tip tom
Sempre que amanhece junto em a janela canto essa cançãoÂ
Tip tip tim,tip tim, tip tip tom;Â
Este é o ruÃdo da forte batida do meu coração
Quando eu era criancinha gostava de ser beijado
Agora que estou crescido adoro ser amadoÂ
Tip tip tim,tip tim, tip tip tom, tip tom
Sempre que amanhece junto em a janela canto essa cançãoÂ
Tip tip tim,tip tim, tip tip tom;Â
Este é o ruÃdo da forte batida do meu coração
Ladrão de amores me chamam, pois vivo a roubar carinhoÂ
E onde quer que eu esteja tem mulher no meu caminho
Tip tip tim,tip tim, tip tip tom, tip tomÂ
Sempre que amanhece junto em a janela canto essa cançãoÂ
Tip tip tim,tip tim, tip tip tom;Â
Este é o ruÃdo da forte batida do meu coração
Eu mesmo não sei o quanto foi erro esse amor tão loucoÂ
Só sei que te amando tanto, errei por te amar tão pouco
Tip tip tim,tip tim, tip tip tom, tip tom;Â
Sempre que amanhece junto em a janela canto essa cançãoÂ
Tip tip tim,tip tim, tip tip tom;Â
Este é o ruÃdo da forte batida do meu coração
Velha Canoa
Vai canoa, vai deslizando
A minha mágoa estou chorando
Velha canoa deslizando na correnteza
Vai carregando o sofrimento e a tristeza
De um coração de alguém que vivi amargurado
Que muito sofre por amar sem ser amado
Gotas de orvalho vão caindo de mansinho
Por entre as flores que nas margens vão crescendo
São como lágrimas de alguém que sem carinho
Que não suporta mais viver sempre sofrendo
Vai canoa, vai deslizando
A minha mágoa estou chorando
Distante da minha amada
Eu só vivo soluçando
Distante da minha amada
Eu só vivo soluçando
Velha canoa sei que escutas o meu lamento
Que entre soluço devagar se perde ao vento
Atirei na água o caderninho em que escrevi
Os lindos versos que pra ela ofereci
Canoa amiga que da água és companheira
Peça à essa onda que devolve os versos meus
Pois é a única lembrança que ficou
De um grande amor que terminou sem ter adeus
Vai canoa, vai deslizando
A minha mágoa estou chorando
Distante da minha amada
Eu só vivo soluçando
Distante da minha amada
Eu só vivo soluçando