Cantos E Cordas - (2010) - Chico Rey e Paraná

Romântico Demais
Toda vez é um delírio quando pego sua mão
Nos meus olhos um colírio e na cabeça uma paixão
Nosso amor é bem assim fonte rara de prazer
Todo ouro deste mundo não vou trocar por você

Eu me apaixono fácil sou romântico demais
Quando gosto é um barato olha o que você me faz

Me leva pro céu quando diz que me ama
Joga no chão quando diz que vai embora
Fico sem graça, sem fome, sem jeito, o peito chora

Faz isso não, menina, eu não agüento
Pega com jeito esse meu coração
Tenha cuidado com meu sentimento
Não me machuca não

Faz isso não, menina sem juízo
É que eu preciso muito de você
Fica comigo, tá frio lá fora
Se você for embora eu sei que vou sofrer

O Cio Da Terra
Debulhar o trigo
Recolher cada bago do trigo
Forjar no trigo o milagre do pão
E se fartar de pão

Decepar a cana
Recolher a garapa da cana
Roubar da cana a doçura do mel
Se lambuzar de mel

Afagar a terra
Conhecer os desejos da terra
Cio da terra, a propícia estação
E fecundar o chão

Enquanto A Chuva Cair
Chuva fina cai na mata
Regando a semente pra nascer a flor
Você cai no meu abraço
Molhado em desejo pra fazer amor

Feito um raio reluzente
Seus olhos brilhantes espelham nos meus
O amor que germina entre a gente
É mais uma semente plantada por Deus

Enquanto a chuva vai caindo e a terra molhando
A gente vai se amando vai, a gente vai se amando
Enquanto a gente vai se amando as flores vão se abrindo
E a chuva vai caindo vai, e a chuva vai caindo

Chuva fina cai na mata
Desmaia nas folhas e rola no chão
Você cai no meu abraço
Rolando nas veias do meu coração

Me enrosca em minhas curva
Tal qual um garrancho na curva de um rio
Feito vento em minha fresta
Que entra e faz festa num só arrepio

Enquanto a chuva vai caindo e a terra molhando
A gente vai se amando vai, a gente vai se amando
Enquanto a gente vai se amando as flores vão se abrindo
E a chuva vai caindo vai, e a chuva vai caindo

Mistério
Têm amor que é um mistério na vida da gente
Mistério é sempre mistério só quem ama sente
Têm maldade e covardia que nada explica
Quando acaba a paixão o amor não fica

Um grande amor, nasce do olhar
E o adeus machuca e faz chorar
E quando se perde, um bem querer
Coração padece chora não esquece
É grande o sofrer

O amor, o amor
Faz chorar, faz chorar
Faz sofrer, faz sofrer
O adeus, o adeus
Quando explode no peito
Não tem jeito de defender

Meiga Senhorita
Minha meiga senhorita, eu nunca pude lhe dizer
Você jamais me perguntou de onde eu venho e pra onde vou
De onde venho não importa, pois já passou
O que importa é saber pra onde vou

Minha meiga senhorita o que eu tenho é quase nada
Mas tenho o sol como amigo, traz o que é seu e vem morar comigo
Uma palhoça no canto da serra será nosso abrigo
Traz o que é seu e vem correndo vem morar comigo

Aqui é pequeno, mas dá pra nós dois
E se for preciso à gente aumenta depois
Tenho um violão que é pras noites de lua
Tem uma varanda que é minha e que é sua
Vem morar comigo, meiga senhorita, vem morar comigo

Voa Liberdade
Voa, voa minha liberdade
Entra, se eu servir como morada
Deixa eu voar na sua altura
Agarrado na cintura
Da eterna namorada

Voa, feito um sonho desvairado
Desses que a gente sonha acordado
Voa coração esvoaçante
Feito um pássaro gigante
Contra os ventos do pecado

Voa nas manhãs ensolaradas
Entra, faz verdade esta ilusão
Voa no estalo do meu grito
Quero ver teu infinito
Neste azul sem dimensão

Voa, voa minha liberdade
Voa coração esvoaçante
Feito um pássaro gigante
Contra os ventos do pecado

Voa nas manhãs ensolaradas
Entra, faz verdade esta ilusão
Voa no estalo do meu grito
Quero ver teu infinito
Neste azul sem dimensão

Caminhos De Sol
Sem você a vida pode parecer um porto além de mim
Coração sangrando caminhos de sol no fim
Nada resta mais além do que ficou é o bastante pra querer
Um minuto além do que eu posso andar com você

Te amo e o tempo não varreu isso de mim
Por isso estou partido e tão forte assim
O amor fez parte de tudo que nos guiou
Na inocência cega dos riscos das palavras
E até do risco da palavra amor

Um Poema Só
Amanheceu na mente do poeta
Raios de sol, orvalho sobre as flores
Os pensamentos vão fazendo festa
Entre emoções, recordações e dores

Velhas estradas, curvas e caminhos
Sombras que descansaram ilusões
É aconchego faz colo de manha
Acorde de viola Deus em orações

Canta pra mim a canção de lá
Se é sonho enfim não quero acordar
Falo a você do céu que abriga
Sem perceber estrelas e vidas

Anoiteceu na mente do poeta
Sai no terreiro que tem lua cheia
É simples calma olhar caipira
Que de longe mira uma luz de candeia

Amor de filho quer benção de pai
Coisa que o tempo fez virar história
Da mão fechada não se vê a palma
Transparente a alma eternamente a glória

Canta pra mim a canção de lá
Se é sonho enfim não quero acordar
Falo a você do céu que abriga
Sem perceber estrelas e vidas

E em algum lugar que só Deus sabe
Tem um tesouro que amando se ganha
É forte como a rocha do saber
Tão frágil que você só de olhar arranha

E ser poeta talvez seja isso
Falar do bem sem conhecer o mal
Amar a rima mesmo que não case
Terminar a frase sem ponto final

Canta pra mim a canção de lá
Se é sonho enfim não quero acordar
Eu falo a você do céu que abriga
Sem perceber estrelas e vidas

Eu falo a você da força maior
Que faz dos poetas uma poema só

Anjo De Batom
Ela chega, tão bonita faz estremecer
Tudo certo ela sabe seduzir
Pela noite na cidade entre luzes de neon
É mulher a coisa mais linda é um anjo de batom

Fica comigo essa noite, menina
Me deixa ser seu herói
Vamos fugir antes do amanhecer
Menina só eu e você

Fica comigo essa noite, menina
Vem me sujar de batom
Joga seu charme no meu coração
Que eu tô pra morrer de paixão

Pela noite na cidade entre luzes de neon
É mulher a coisa mais linda é um anjo de batom

Fica comigo essa noite menina
Me deixa ser seu herói
Vamos fugir antes do amanhecer
Menina só eu e você

Fica comigo essa noite menina
Vem me sujar de batom
Joga seu charme no meu coração
Que eu tô pra morrer de paixão

Ao Que Vai Chegar
Voa, coração a minha força te conduz
Que o sol de um novo amor em breve vai brilhar
Vara a escuridão, vai onde a noite esconde a luz
Clareia seu caminho e acende seu olhar

Vai onde a aurora mora e acorda um lindo dia
Colhe a mais bela flor que alguém já viu nascer
E não esqueça de trazer força e magia
O sonho e a fantasia, e a alegria de viver

Voa coração que ele não deve demorar
E tanta coisa à mais quer lhe oferecer
O brilho da paixão pede a uma estrela pra emprestar
E traga junto à fé num novo amanhecer

Convida as luas cheia, minguante e crescente
E de onde se planta a paz, da paz quero a raiz
E uma casinha lá onde mora o sol poente
Pra finalmente a gente simplesmente ser feliz

Filho Do Mato
Um rastro de boiada sobre o capim batido
Lá na curva da estrada um berrante doído
Um grito de peão e o meu coração ta feito um boi perdido.

Quem tem o chão na veia, quem tem raiz no chão
Morando na cidade mistura saudade com alucinação.
Quem é filho do mato chama o mato de pai
Quem vice na saudade só vai na verdade onde a saudade vai

Meu coração menino brinca de ser valente
No piso na varanda que descansa essa mente
Ao som de uma viola que por Deus consola a solidão da gente

Quem tem o chão na veia, quem tem raiz no chão
Morando na cidade mistura saudade com alucinação.
Quem é filho do mato chama o mato de pai
Quem vice na saudade só vai na verdade onde a saudade vai

Botei a mão pra fora senti pingar na palma
Parece que Deus sabe que a chuva me acalma
E mesmo aqui distante um pingo é bastante pra lavar minh'alma

Quem tem o chão na veia, quem tem raiz no chão
Morando na cidade mistura saudade com alucinação.
Quem é filho do mato chama o mato de pai
Quem vice na saudade só vai na verdade onde a saudade vai

E se chover mais forte vira enxurrada
Que leve a minha sorte pela mais longa estrada
Que seja compreendida a lição que da vida não se leva nada

Quem tem o chão na veia, quem tem raiz no chão
Morando na cidade mistura saudade com alucinação
Quem é filho do mato chama o mato de pai
Quem vice na saudade só vai na verdade onde a saudade vai

Viola E Cantador
Senti uma dor no peito suspirei pra não chorar
Mas uma lágrima veio de novo no meu olhar
Passei a mão na viola, e cantei pra solidão
Fiz um verso pra saudade um dueto de paixão

Ai, ai, ponteei magoa e dor
Chorei chorou, viola e cantador
Ai, ai, ponteei magoa e dor
Chorei chorou, viola e cantador

Olhos negros meu encanto, não me maltrates assim
Razão de todo o meu pranto porque judia de mim
Vou te mandando um bilhete nas asas de um beija-flor
Meus lábios morrem de sede pra beber do seu amor

Ai, ai, ponteei magoa e dor
Chorei chorou, viola e cantador
Ai, ai, ponteei magoa e dor
Chorei chorou, viola e cantador

Caiu, Quebrou, Mas Não Morreu
Se você pensa que vou revidar
Meu coração aprendeu perdoar
Esqueça o ontem que eu já esqueci
A solidão não faz parte de mim

Se você pensa que vou me vingar
Ta enganada eu só quero te amar
Cai na real, tente entender
Perdoei pra não perder

Quero ser teu é por querer nada obrigado dá prazer
Você errou, eu perdoei tive o perdão quando errei
Verdades ferem o coração palavras com o vento vão
O amor não faz quem ama esquecer

Aquilo que a gente viveu caiu, quebrou, mas não morreu
Achei pedaços desse amor no presente de nós dois
Ao ver o seu olhar no meu nosso desejo renasceu
Doeu, mas não machucou
Somos restos de um verdadeiro amor

Palco Iluminado
Faço deste palco um chão de estrelas
O meu mundo a minha vida
Tudo que me representa
Fica bem mais forte ainda

Graças dou ao meu bom Deus
O privilégio de cantar
Tenho a sensação que anjos
Descem pra me acompanhar

Nas canções escrevo amor, a relva
A flor, o mar sagrado
Todas emoções que vivem
Os casais apaixonados

Faço isso porque amo
E ai de mim se eu me calar
Não tem o dinheiro que pague
Ver a multidão cantar

Neste palco iluminado
Lembro amores de outrora
Deixo o coração chorar
Com o ponteio da viola
Chora viola, chora viola, chora

Nesse palco iluminado
Vai voando pensamentos
Coração descompassado
Traz de volta sentimentos
Chora viola, chora viola, chora

Músicas do álbum Cantos E Cordas - (2010)

Nome Compositor Ritmo
Romântico Demais * Balanço
O Cio Da Terra Milton Nascimento / Chico Buarque Toada
Enquanto A Chuva Cair * Balanço
Mistério * Rasqueado
Meiga Senhorita Zé Geraldo Balanço
Voa Liberdade * Balanço
Caminhos De Sol * Balanço
Um Poema Só * Guarânia
Anjo De Baton * Balanço
Ao Que Vai Chegar * Balanço
Filho Do Mato * Balanço
Viola E Cantador * Toada Balanço
Caiu, Quebrou, Mas Não Morreu * Balanço
Palco Iluminado * Toada Balanço
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