Meu Próprio Destino (XOLP 8034) - (1981) - Chico Rey e Paraná

Meu próprio Destino
Aos quatorze anos sai pelo mundo
Em busca da sorte da felicidade
Que um dia a cigana ao ler minha mão
Jurou num sorriso ser realidade

Porém os caprichos da vida real
Trouxeram pra mim foi um outro destino
E não o meu mundo de sonho encantado
Que eu escolhi quando ainda menino

Em lugar de flores só achei espinho
Da minha alegria somente a tristeza
Em lugar da paz achei desespero
Da minha esperança somente incerteza

E forma as quedas que me ensinaram
Que a vida não era só um mar de rosas
Que tinha dois lados pra gente escolher
Estradas e curvas muito perigosas

Mas quando os desejos da minha ilusão
Estavam cansados já quase no fim
Vesti-me de força, de fé e coragem
Eu mesmo tracei um destino pra mim

Dos meus desenganos eu fiz uma espada
E me transformei em um guerreiro indomável
Lutei e venci as barreiras da vida
E hoje eu sou um herói aclamado

O Mendigo
São tantas as histórias de amor
Que todos contam pela a vida a fora
Mulheres maldizendo a sua sorte
Porque seu bem um dia foi embora

Quem teve um amor para perder
Um dia no passado foi feliz
Só eu que nunca tive novidade
Eu sou alguém que nunca ninguém quis

Eu sou a bola que ninguém chutou
O fruto de um amor que foi desfeito
Eu sou a conseqüência de um pecado
Desenho que o pintor não fez direito

Eu sou aquele disco da gaveta
Que um locutor o trancou pra não tocar
Eu sou aquele homem de muleta
E a vida me obriga a caminhar

Valsa dos 15 Anos
Hoje é a festa dos seus quinze anos 
Não fique assim chorando filhinha querida
Eu quero lhe ver na sala dançando 
E feliz festejando a data florida

É claro a mãezinha não está presente 
Mas no céu se sente orgulhosos de você 
Hoje faz quinze anos que você nasceu 
E nos braços meus sua mãe vi morrer 

Quinze anos se passaram chorar já não convém 
Em seu aniversário o pranto não faz bem 
Enxugue suas lágrimas não chore mais filhinha 
No céu a mamãezinha faz quinze anos também

Amor Sublime
Em uma casinha de madeira tosca
Quase sem pintura mais simples não há
Que fica na rua de um bairro pobre
Junto a trepadeira de maracujá

É ai que mora uma criatura
Cheia de doçura de tanta beleza
O seu corpo esbelto e seu sorriso lindo
São mesmo presentes para a natureza

Flor tão linda que adoro
Com você eu passo horas a sonhar
Certos dias eu até choro 
Só você poderia um dia me confortar

Eu até daria uma riqueza
Para na pobreza compartilhar
Com amor sublime por o qual sonhei
Que somente ela pode me ofertar

Mas dessa donzela de beleza rara
Sei que me separa um abismo sem fim
Eu seria o homem mais feliz do mundo
Se ela pudesse viver para mim

Flor tão linda que adoro
Com você eu passo horas a sonhar
Certos dias eu até choro 
Só você poderia um dia me confortar

Marcas
Parei dói minutos na vida
Pedi ao Senhor Criador
Os braços mais fortes do mundo
Pra lutar seja lá como for

Não quer ser mais um vencido
Meus passos eu quero guiar
Chegar no final da jornada
Sem um dia ter que voltar

Já passei muitas coisas na vida
E as marcas no rosto ficaram
Minhas mãos calejadas da luta
São sinais que os anos deixaram
Minhas mãos calejadas da luta
São sinais que os anos deixaram

Queria que Deus me ouvisse
Clamando eu volto a pedir
Os braços mais fortes do mundo
E coragem pra no desistir

Foi grande o eu sofrimento
Agora eu quero encontrar
O caminho mais certo da vida
Onde idosos desejam chegar

Já passei muitas coisas na vida
E as marcas no rosto ficaram
Minhas mãos calejadas da luta
São sinais que os anos deixaram
Minhas mãos calejadas da luta
São sinais que os anos deixaram

Deusa da Floresta
Não me interessa que já não me queiras
Não me interessa que tenha outro amor
O que interessa é viver ao seu lado
Me aquecendo com seu calor

A gente sofre quando ama
Alguém que ama outro está distante
Fica no peito a cruel saudade
Daquele lindo rosto fascinante
Linda pequena da face corada
Da pele bronzeada queimada de sol
Os olhos pretos e cabelos compridos
É a razão porque vivo tão só

Eu já não posso mais ficar aqui sozinho
Sem o seus carinhos que foram só meus
É você morena a deusa da floresta
Do nosso amor hoje resta só a saudade e recordação

Mulher a Meia
Ontem a noite parei o meu carro em frente seu portão
Você não saiu e me fez ficar com a cara no chão
Agora me diz que estava dormindo e não ouviu chamar
Me conte direito quem é o sujeito que estava lá

Tome cuidado meu bem, eu não sou tão bobo assim
Não vou usar na cabeça o que não orna pra mim
Ninguém pode ser feliz com felicidade alheia
Sou homem não sou pedaço não quero mulher a meia

Sonho Desfeito

Agora lhe peço para não chorar
Eu vim terminar o nosso noivado
Tentou me enganar enganou a si mesma
Já investiguei seu triste passado

Se acaso um dia vier a sofrer
Não queira dizer que fui o culpado
Por outro rapaz seu primeiro amor
Seu sonho de noiva já foi realizado

Vestida de branco de véu e grinalda
Entrar na Igreja prestar juramento
Pois fique sabendo que a lua de mel
É a felicidade de um casamento

Não quero curtir remorso e dor
Pois o nosso amor já chegou ao fim
Não quero ouvir a marcha nupcial 
O povo em geral sorrindo de mim

Não quis rebelar-me foi esse o problema
Porém meu sistema mudar não pretendo
Deixo meu adeus meu último abraço 
Seria um fracasso ser seu remendo

Vestida de branco de véu e grinalda
Entrar na Igreja prestar juramento
Pois fique sabendo que a lua de mel
É a felicidade de um casamento

Lembranças de Quem Eu Amo
Vejo um vaso de flor sobre a mesa
No instante em que entro em meu lar
É a lembrança de alguém que eu amo
Que jamais para mim voltará

Contemplando as flores tão lindas 
Que um dia a ela entreguei
Lembro ainda os abraços e beijos
Que em troca das flores ganhei

Quem morria de inveja de mim
Pode agora brindar meu castigo
Se quiser conquistá-la pode ir
Ela já não está mais comigo

Na poltrona em que ela sentava
Pra assistir a televisão
Vejo agora ocupar o seu lugar
Minha triste e cruel solidão

Nosso amor, invejado amor
Hoje é só amargura e despeito
De manhã me levanto chorando
E a noite chorando me deito

Quem morria de inveja de mim
Pode agora me dar meu castigo
Se quiser conquistá-la pode ir
Ela já não está mais comigo

Teu Sofrimento
Meu amor vou lhe pedir de todo meu coração
Pra você esquecer de mim nosso amor foi ilusão
Eu lhe amava com firmeza, com amor e com paixão
Mas o destino não quis não podemos ser feliz prefiro a separação

Quero que você compreenda tudo que estou lhe pedindo
Todo este sofrimento eu também estou sentindo
Não esqueço de você nem quando estou dormindo
Sonho que estou ao seu lado, nós dois juntinhos abraçados beijando seu rosto lindo

Acordo minha querida fico pensando em você
Passo a noite acordado ate o dia amanhecer
Passo a semana triste meu consolo é beber
Mesmo estando embriagado mais eu fico apaixonado assim é o meu viver

Já disse meu sofrimento pra você minha querida
Quero que você me esqueça e não seja arrependida
Tudo entre nosso amor foi um drama em nossa vida
Pela sua ingratidão feri o meu coração, adeus ingrata querida

Homenagem ao Poeta Goiá
A água até os joelhos e o corpo todo curvado
A peneira entre as mãos e o peito apaixonado
A esperança constante na busca do diamante
Que a vida vai melhorar

O sol, vento e a chuva curtia o corpo cansado
E com as doses da pura ajudavam a descansar
Mas quis a sorte da vida que a tua terra querida
Tiveste que abandonar

Foste daqui para lá, cidade de pedra e aço
Um mundo a desbravar levaste como bagagem
Dentro do peito guardado a dona do olhos verdes
E o coração quebrado

Poeta de alma simples de talento e inspiração
Aceites esta homenagem o que a tantos cantaste nas rimas e na viola
Hoje distante está só, mas tem poeta amigo
O meu reconhecimento e de todos de Coró

Entre Serras e Rios
Moro na fralda da serra na beira do rio do lado de lá
Sinto uma grande alegria no romper do dia ver pássaros cantar
Na noite de lua cheia vou até a aldeia beber cauim
E ver um índia bela que está na praia esperando por mim

Depois regresso ao rancho montado em meu Pancho cantando canções
Faço um fogo no terreiro e asso um churrasco de minhas paixões
Nas tardes lindas de sol que vejo meu gado no campo a pastar
Afino minha viola, me deito na rede e começo a cantar

Minha flor dos meus sonhos é tão belo o mundo aqui
Verdes campos, céu risonho flores lindas iguais a ti

Músicas do álbum Meu Próprio Destino (XOLP 8034) - (1981)

Nome Compositor Ritmo
Meu Próprio Destino Noel Fernandes / Chico Rey Rasqueado
O Mendigo Piraselmo / Teodoro Fox
Valsa Dos 15 Anos Praense / Marcos Monteiro Rancheira
Amor Sublime J. Oliveira Guarânia
Marcas Edelson Moura / Francisco Assis / Paraná Rancheira
Deusa Da Floresta Companheiro / Paraná Polca
Mulher E Meia Peão Carreiro Rasqueado
Sonho Desfeito João Gonçalves / Oreco Guarânia
Lembranças De Quem Eu Amo Praense / Juliano Rancheira
Teu Sofrimento Ferrinho / Aristides Júnior Batidão
Homenagem Ao Poeta Goiá Clayton Aguiar Toada
Entre Serras E Rios J. Oliveira Rancheira
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