Operário, Vida e Viola (CHANTECLER 211405631) - (1983) - Chico Rey e Paraná
Colchão Queimado
Cada dia que passa, cada noite que vemÂ
A tristeza me abraça por não ter a meu lado quem eu quero bemÂ
Me trocou por outro, fez de mim o que quisÂ
Mergulhei no fracasso já não sei o que faço pra ser um homem felizÂ
Quando eu deito apago a luz, mas fica a chamaÂ
Do cigarro que queima sobre minha camaÂ
Não encontro forças para apagarÂ
Mas quando acordo vejo a lado esquerdo do colchão queimadoÂ
Porem eu não fico revoltadoÂ
Por que nesta cama ela não vai deitar
Tua Imagem
Olhando os lugares onde já passamos vejo tua imagemÂ
Sinto em minha boca o calor macio desses lábios teus
Meus braços abraçam o espaço vazio do teu corpo ausente
E vem a saudade nesta hora triste de solidão
Volto para casa sozinho pensando onde fui erradoÂ
Não vejo motivo para explicar esta situação
Sempre fui sincero amigo e amante deste nosso amorÂ
Você foi embora sem dar um motivo e tudo acabou
Eu sei que ainda te amo jamais vou te esquecer
Porém o teu orgulho só me faz padecer
Tristeza eu vou sentir tão longe de você
Melhor sozinho agora do que junto sofrer
Olho Por Olho
Depois de tudo que eu sofri, depois de tudo que eu passeiÂ
TerrÃveis noites que eu bebi sem ter você quantas vezes choreiÂ
Depois de ter suplicado tanto, se divertiu quando eu curveiÂ
Fui João Ninguém, mas lhe garanto que reagi e me levanteiÂ
Graças a deus surgiu uma santa que hoje é tudo em minha vidaÂ
Me alimentou e curou as feridas de minha lama que hoje cantaÂ
Depois que sou o verdadeiro homem do indigente não resta nadaÂ
Pra destruir a mulher que amo lá vem você toda apaixonada
Pode voltar ao lugar que veio é minha vez vou bancar MoisésÂ
Olho por olho é minha lei, dente por dente é seu revésÂ
É sua vez de sofrer um pouco, pagar seu erro é dez por dezÂ
Pois da mulher que esta comigo você nem serve para lavar os pésÂ
Graças a deus surgiu uma santa que hoje é tudo em minha vidaÂ
Me alimentou e curou as feridas de minha lama que hoje cantaÂ
Depois que sou o verdadeiro homem do indigente não resta nadaÂ
Pra destruir a mulher que amo lá vem você toda apaixonada
Ciumenta
Não adianta discutir agora
Não adianta discussões depoisÂ
Pois sabes bem que eu te quero tanto
As brigas podem destruir nós dois
O nosso amor nasceu d carinhoÂ
E na convivência agora quer morrerÂ
O importante é que me compreendaÂ
Chuva pau ou pedra eu não deixo você
Você cobrou de mim tanto ciúmeÂ
Cheguei ao ponto de me revoltarÂ
Mas todo homem sempre tem um erro
Meu grande erro sempre foi te amar
Nós assumimos grandes compromissosÂ
Mas nossas juras ficaram no alémÂ
Mas roupas sujas se lavam em casaÂ
E brigas não tiram manchas de ninguém
Amor de Pobre
É madrugada dormir não consigoÂ
Meu amor foi embora, me falta carinhoÂ
É mais uma noite rolando na camaÂ
Sentindo o drama de um homem sozinho
A minha pobreza é culpada de tudoÂ
Até fiquei mudo ao vê-la partir
Num carro de luxo nos braços de um nobreÂ
Por eu ser tão pobre não pude impedir
Vai amor por este mundo sem fimÂ
Vai amor lembrando um pouquinho de mimÂ
Vai amor de saudade estou chorandoÂ
Se um dia deixar de ser nobreÂ
Na vida de pobre estarei te esperandoÂ
Operário, Vida e Viola
Levanto escuro e calço as botinasÂ
Beijo os meninos e vou trabalharÂ
Pego o transporte lotado de genteÂ
Vontade ardente de logo acertarÂ
Os treze pontos que arrisquei na vida
Ou então a quina que eu também tenteiÂ
Pobre do pobre sóÂ
Vive de sonho eÂ
Eu ponho fé no jogo que joguei
Pobre do pobre sóÂ
Vive de sonho eÂ
Eu ponho fé no jogo que jogueiÂ
Fim de semana a ilusão de poder descansarÂ
Faço meu vale e passo num botecoÂ
E tomo um treco pra me enganarÂ
Das minhas mágoas e das minhas doresÂ
Desses rancores que a gente temÂ
Da vida dura queÂ
Se vai levando e Â
Tapeando nesse vai e vem
Da vida dura queÂ
Se vai levando e Â
Tapeando nesse vai e vemÂ
No meu barraco está faltando tudoÂ
Como é miúdo o salário meuÂ
Igual um pinto apertado no ovoÂ
Vive esse povo só de fé em DeusÂ
Mais se a tristeza vem e me amolaÂ
Pego a Viola e canto uma cançãoÂ
Eu tenho a nega e os meus meninosÂ
Este é o destino deste cidadãoÂ
Pego a viola e canto pros amigosÂ
Falam comigo você vai vencerÂ
Mas não preciso nemÂ
Gravar um disco euÂ
Já sou artista por sobreviverÂ
Mas não preciso nemÂ
Gravar um disco euÂ
Já sou artista por sobreviverÂ
Noites Perdidas
Quantas noites passei ao seu ladoÂ
Quantos beijos e juras perdidasÂ
Não queria lembrar o passadoÂ
Para não complicar sua vida
Quantas noites chorei por vocêÂ
E zombaste dos carinhos meusÂ
Mas agora que tudo acabouÂ
Só me resta lhe dar meu ultimo adeusÂ
Adeus e que outro lhe faça felizÂ
Quanto eu procurei fazer
Adeus, nos caminhos que andaresÂ
Não encontrarás outro como euÂ
Esperança de Mãe
Às vezes fico preocupadoÂ
Quando num canto a vejoÂ
Você mãezinha querida
Triste chorando com medo
Medo dos seus próprios filhosÂ
Que criou como passarinhosÂ
Dando alimento no bico
Quando crescem abandonam seu ninhoÂ
Vão sem dizer pra ondeÂ
Só Deus é que pode saberÂ
Se eles estão perto ou longeÂ
Ou se um dia virão pra lhe verÂ
A dor da distância e tantaÂ
Que a pobre santa mãezinha imploraÂ
Pede à Deus pra unir sue povoÂ
No ano novo ou no natalÂ
A esperança que lhe restaÂ
É que esta festa seja normalÂ
Reunindo toda famÃliaÂ
Do João a Maria é o sonho final
Reunindo toda famÃliaÂ
O João a Maria é o sonho final Â
Meu objetivo
Existe alguém querendo destruir minha felicidade
Este alguém é uma mulher que vive sozinha no mundo
Serão inúteis as tentativas que ela fizer
Por mais bonita que seja a mulherÂ
Eu não deixo a minha nem por um segundo
Não seja tão covarde saia do meu caminho
Sou um homem casado coberto de carinho
Não mudo minha idéia em minha estrada eu vou
Sou sempre o que fui serei sempre o que sou
Quero falar com esta pessoa através do radio
Para que ela desista das tentativas aonde estiver
Quero ser feliz e continuar com a mulher que vivo
Pois meu ideal e o meu objetivo é ser honrado enquanto puder
Não seja tão covarde saia do meu caminho
Sou um homem casado coberto de carinho
Não mudo minha idéia em minha estrada eu vou
Sou sempre o que fui serei sempre o que sou
Ausência
Quando você se foiÂ
Eu chorei sua ausência, eu fiquei tão sóÂ
Não me conformeiÂ
E lhe procurei, você não teve dóÂ
Implorei seu calorÂ
Implorei seu amor foi difÃcil viver
Eu peço, por favorÂ
Volte meu amor me ajude a viverÂ
Eu estou inconformadoÂ
Na penumbra de um quarto sem ninguém me verÂ
Eu, eu vivo perdidoÂ
Sou algo esquecido esperando vocêÂ
Chuva de Mulher
Lá em casa estou sozinho, vou vivendo apaixonadoÂ
Se mulher fosse goteira mandava quebrar o telhadoÂ
Porque eu já estou preparado pra o que der e o que vierÂ
Quero me molhar todinho numa chuva de mulherÂ
Quero morrer molhadinhoÂ
Da cabeça até os pésÂ
Afogado numa enchenteÂ
Num dilúvio de mulherÂ
Temporal de chuva forte eu quero que chova à beçaÂ
Numa chuva de amor quero me molhar depressaÂ
Eu preciso entrar nessa para sair dessa fossaÂ
Se for para chover mulher, meu Deus manda chuva grossaÂ
Quero morrer molhadinhoÂ
Da cabeça até os pésÂ
Afogado numa enchenteÂ
Num dilúvio de mulher
Noite Fria
Sinto a noite fria tristonha e vazia sem o teu calorÂ
Vejo azulado o céu estrelado cheio de esplendor
Vejo a lua cheia que no céu vagueia em lenta jornadaÂ
E eu solitário subindo o calvário da vida cansada
Se a felicidade retornar um diaÂ
E afastar de mim a melancolia
Voltarei a ser feliz como outroraÂ
Volte meu amor para mim agora
Músicas do álbum Operário, Vida e Viola (CHANTECLER 211405631) - (1983)
Nome | Compositor | Ritmo |
---|---|---|
Colchão Queimado | Edelson Moura / Paraná | Rancheira |
Tua Imagem | Espedito Luis / Dantas / Paraná | Guarânia |
Olho Por Olho | Zé Mulato | Chamamé |
Ciumenta | Pingo De Ouro / Juarez Fernandes | Guarânia |
Amor De Pobre | Peão Carreiro | Rancheira |
Operário, Vida e Viola | Antônio Victor | Toada Balanço |
Noites Perdidas | Ximbica / José Neri | Rancheira |
Esperança De Mãe | Paraná / Wigberto Tartuce | Huapango |
Meu Objetivo | Manuelzito | Guarânia |
Ausência | João Renes | Balanço |
Chuva De Mulher | Zé Mulato / Tião Do Carro | Batidão |
Noite Fria | Beijinho / MaurÃcio Fares | Guarânia |