Viola E Luar - Volume 18 (TOCANTINS GTLCD 151) - (2001) - Dino Franco e MouraÃ
Palomita
Eu já fui aprisionado por gostar de um falso amor
Chorei triste amargurado delirando minha dor
Voa, voa Palomita alma negra de mulher
Leva também a desdita deste alguém que mais te quer
Voa, voa Palomita alma negra de mulher
Leva também a desdita deste alguém que mais te quer
Quando ouço um arrulhar no viveiro do pombal
Representa teu cantar e me sinto muito mal
Voa, voa Palomita alma negra de mulher
Leva também a desdita deste alguém que mais te quer
Voa, voa Palomita alma negra de mulher
Leva também a desdita deste alguém que mais te quer
Ainda guardo comigo esta dor do teu querer
Esquecer-te não consigo hei de amar-te até morrer
Voa, voa Palomita alma negra de mulher
Leva também a desdita deste alguém que mais te quer
Voa, voa Palomita alma negra de mulher
Leva também a desdita deste alguém que mais te quer
O Rico E O Pobre
Há tempo venho notando e fazendo conferência
Entre o rico e o pobre há uma grande diferença
O rico tem o que quer o pobre só tem carência
O rico faz o pecado o pobre faz penitência
Quando o rico fica velho descansa na opulência
O pobre quando envelhece coitado ainda padece na fila da previdência
Entre o rico e o pobre é difÃcil a convivência
Por isso de vez em quando acontece divergência
Se o pobre bater no rico vai sofrer as consequências
Coitado vai pra cadeia por praticar violência
Se o rico bater no pobre ninguém faz advertência
O azar é do mais fraco diz que o pobre enche o saco e o rico perde a paciência
Existe uma velha lenda que me lembro com frequênciaÂ
Diz que quando morre um pobre e o rico na adjacência
O rico monta no pobre todo cheio de imponência
Toca lá pro paraÃso a última residência
Já o rico é recebido com aplausos da assistência
E o pobre só pode entrar se ele conseguir achar uma porta de emergência
Na hora do julgamento o rico ganha indulgência
Porque tem advogado provando sua inocência
O pobre se enrola todo no exame de consciência
O arcanjo São Miguel já vai lavrando a sentença
O rico fica no céu que é o lugar de preferência
E o pobre sai do pretório direto por purgatório pra fazer mais penitência
Minhas Penas
Amigo padre venho aqui me confessar do grande erro certo dia pratiquei
Eu fui cruel com quem jurou sempre me amar covardemente minha amada desprezei
Nos dois seguimos por caminhos desiguais eu sei que ela também sofre a mesma dor
Amigo padre reze pra ela voltar eu te agradeço no altar do nosso amor
Amada minha estou pedindo que me perdoe o mal que fiz
Eu fui culpado e me condeno a sua volta me faz feliz
O meu lamento é muito além do natural e duras penas nesta vida já paguei
Amigo padre amenize nosso mal humildemente eu te agradecerei
Perdi meus passos e tornei-me infeliz e me conduzo ao gemido e ao clamor
Por isso eu peço que perdoe o mal que fiz e retornando a consciência do senhor
Amada minha estou pedindo que me perdoe o mal que fiz
Eu fui culpado e me condeno a sua volta me faz feliz
Divorciados
A nossa condição de divorciados nos deu complicações ainda mais
Vivemos sem viver com nosso filho e o filho sem sentir o amor dos pais
Você tem novo amor eu também tenho e pela voz da lei isto é legal
A lei de Deus condena o divórcio destruição na vida de um casal
Divórcio, divórcio acerto de um erro social
Divorciados, divorciados, problema de uma vida conjugal
Pra visitar o filho no colégio terá que o juiz autorizar
Eu fico envergonhado quando ouço meu filho inocente perguntar
Porque você e mamãe não andam juntos e sempre quando um chega o outro sai
Quem é essa mulher que o acompanha, e o homem que mamãe diz ser meu pai
Divórcio, divórcio acerto de um erro social
Divorciados, divorciados, problema de uma vida conjugal
Brasil Colônia
Um carro gemendo na estrada há tempo que não se vê mais
Ficou esquecido ao relento e muita tristeza me traz
Ringidos de cocões e cangas cruzavam grandes cafezais
Poeira pairava nas grotas e nas copas dos coqueirais
Terreiro de café secando e tulha abarrotada
O nosso Brasil exportando sem que nos faltasse nada
Terreiro de café secando e tulha abarrotada
O nosso Brasil exportando sem que nos faltasse nada
Apitos de um trenzinho à lenha cantigas de um carro de boi
Me lembra colheitas antigas de um tempo feliz que se foi
O nosso povão trabalhando as várzeas cobertas de arroz
A todos que nos deu abrigo bendigo e que Deus abençoe
Terreiro de café secando e tulha abarrotada
O nosso Brasil exportando sem que nos faltasse nada
Terreiro de café secando e tulha abarrotada
O nosso Brasil exportando sem que nos faltasse nada
Viola E Luar
Meu casarão de tábua tinha um grande terreiro
Ali sempre se reunia uns caboclos violeiros
Meu pai era divertido por ser também catireiro
Digo com sinceridade a viola me traz saudade daquele tempo primeiro.
Desde que nasci, comecei gostar
De modas de viola e das noites de luar
Desde que nasci, comecei gostar
De modas de viola e das noites de luar
Pra colher nosso café naquelas ruas estreitas
Os caboclos se espalhavam numa fileira perfeita
À noite havia catira, alguns ficavam na espreita
Hoje moro na cidade já perdi a mocidade e nunca mais fiz colheita
Desde que nasci, comecei gostar
De modas de viola e das noites de luar
Desde que nasci, comecei gostar
De modas de viola e das noites de luar
Tinha baile no galpão, no terreiro cantoria
A festa avançava a noite até no romper do dia
Todo o povo da colônia unido se divertia
Hoje nada mais existe a fazenda ficou triste adeus mundo de poesia
Desde que nasci, comecei gostar
De modas de viola e das noites de luar
Desde que nasci, comecei gostar
De modas de viola e das noites de luar
Morena De Pedro Juan
Certa vez eu fui cantar Numa festa em Pedro Juan
Dom Augusto me chamou porque sempre foi meu fã
Lá eu vi uma mestiça morena cor de romã
Ela me enamorou até romper a manhã
Falamos em castelhano e também em Guarany
Amor por ela senti e juramos nos casar
Assim que findou a festa me despedi e ela ficou
Com outra não me casei ela com outro não se casou
Pedro Juan não posso viver assimÂ
Diga pra aquela mestiça que não esqueça de mim
Grã-Fino Na Roça
Fui criado na cidade estudei na faculdade e cheguei a ser doutor
Me casei com a Cristina uma joia de menina, mais bonita que uma flor
Como era nosso intento logo após o casamento deixamos a capital
Pensando em nosso futuro procuramos o ar puro aqui na zona rural
Faz um ano mais ou menos que moramos neste ermo, já estou arrependido
Espinho de carrapicho carrapato e outros bichos deixa a gente aborrecido
Foi pensando na estiagem que plantei arroz na vargem lá na beira do riacho
Depois que o arroz cacheou o riacho transbordou levou tudo água abaixo
Na cidade eu divertia e o trabalho que eu fazia era até uma brincadeira
Mas no cabo de uma enxada sinto a barra mais pesada quase morro de canseira
Nas noites que não tem Lua o meu drama continua até no outro dia cedo
Só com luz de lamparina coitadinha da Cristina chega até chorar de medo
A saudade me devora me recordo toda hora meus amigos e meus pais
Estou magro feito um grilo já perdi quatorze quilos, isso é sofrer demais
Merece nossa homenagem o ilustre personagem que sacia nossa fome
Só depois do meu tropeço eu fiquei sabendo o preço do feijão que a gente come
Vou deixar essa palhoça e não quero mais a roça, chega de serviço bruto
Pra cidade vou voltar nem que seja pra morar no porão de um viaduto
É certo que o povo diz a grandeza do paÃs é o caipira que constrói
Por isso nosso alimento vem da garra e o talento desse nosso irmão herói
Espinho De Juá
Eu quando paro na frente do casario sinto até um arrepio e no meu peito se aninhar
É que eu recordo de uma campina florida da minha amada querida que só me trouxe penar
Em pensamento vejo fruto pequeninos que nos tempos de menino eu vinha saborear
Muito vermelhos parecendo tomatinhos protegido por espinhos e com nome de juá
Pra quem não sabe nunca viu talvez nem veja é frutinha sertaneja saborosa como que
Meu juazinho sinto hoje de verdade que a malvada saudade tem gostinho de você
Pois comparando lembro que anos depois no primeiro caso a dois foi que pude compreender
Assim tal qual os seus frutos juazeiro ao colher o amor primeiro já comecei a sofrer
Juá do campo dos meus tempos de criança das feridas da infância até gosto de lembrar
Mas das picadas que esse mal de amor me dava se eu pudesse nem pensava pois a dor é de matar
E nesse ponto onde o casario existe do que é muito mais triste quase deixo de falar
Não há mais campo como havia de primeiro não tem mais o juazeiro só o espinho mora lá
Pois quem na vida me ensinou o que é saudade sem saber desta verdade tem ali sua mansão
Fique serena sem pensar que o seu espinho muito mais que do juazinho fez sangrar meu coração
Amor ImpossÃvel
Quando estou em seus braços me transformo de repente
Meu sangue ferve nas veias me deixando impaciente
Mas você com toda meiguice me acalma e me acaricia
E quando você se ausenta enche de trevas meus dias
Que amor é esse que me enlouquece
Sem a luz dos seus olhos
Querida todo meu mundo escurece
Que amor é esse que me enlouquece
Sem a luz dos seus olhos
Querida todo meu mundo escurece
Sinto um frio tiritante no inverno do abandono
Sua imagem meu bem sempre vem roubar meu sono
O que foi que você me fez por favor me conta querida
Estou sofrendo demais você mudou minha vida
Que amor é esse que me enlouquece
Sem a luz dos seus olhos
Querida todo meu mundo escurece
Que amor é esse que me enlouquece
Sem a luz dos seus olhos
Querida todo meu mundo escurece
Bombeiro Exemplar
Lá por volta de cinquenta e nove pra São Paulo eu me embarquei
A procura de um bom serviço pra então força pública entrei
Confiante no meu estatuto minha carreira ali comecei
Hoje estou colhendo bons frutos da lavoura que há tempo plantei
Só pensando em vencer na vida vi melhorar os meus vencimentos
Prestei logo concurso pra cabo em seguida prestei pra sargento
Me ingressei no corpo de bombeiros no incêndio e no salvamento
Eu provei que fui bom companheiro na alegria e no sofrimento
Salvei vidas salvei patrimônio com coragem e com devoção
Enxergando no meu semelhante a imagem de um novo cristão
Tudo que fiz foi muito bem feito no resgate de um pobre irmão
Tendo Cristo na cruz do meu peito e a famÃlia no meu coração
Hoje lembro com muita saudade meu passado que longe ficou
A sirene de um carro de fogo que a minha memória guardou
Comandantes e meus comandados o que fui e também o que sou
Relatei nestes versos rimados os incêndios que o tempo apagou
Reencontro
Desde que você foi embora senti muito a falta sua
Solidão doeu no peito em cada esquina de rua
Os amigos me compreenderam que era amor e saudade
Essa fria madrugada eu deixava a minha amada e a minha felicidade
Passando por sua terra revi aquela casinha
A onde eu fui toda dela e ela foi toda minha
Não sei por que separamos se era nossa vontade
Viver em plena harmonia nosso adeus naquele dia só trouxe dor e saudade
O amor é um mistério e tem segredo guardado
Ele não é convivência quem duvida está enganado
O amor nasce no encontro de dois olhares morteiro
Que nos prende de repente ferindo a alma da gente como dois tiros certeiros
Meus olhos encheram d'água, porém foi de alegria
Pois retornou aos meus braços o amor que eu tanto queria
Nossos lábios se uniram num beijo apaixonado
A dor que tanto judiou pra sempre se retirou e se perdeu no passado
Carga Pesada
Toca seu carro de boi, senhor, que leva carga pesada
Esqueça as dores que já passou na sua longa jornada
Eu nem sei mesmo quem fui, quem sou sei que troteio também
Levando minha boiada ao fim da estrada desse mundo além
Levando minha boiada ao fim da estrada desse mundo além
Seu carro é cheio de amor, senhor, seus passos brilho de luz
Que nessa missão cumprida, senhor, que nos conduz a Jesus
Chegando ao fim da jornada, senhor, que tenhamos parabéns
Por isso foi que nascemos a vida de todos é um vai e vem
Por isso foi que nascemos a vida de todos é um vai e vem
Seu carro é cheio de amor, senhor, seus passos brilho de luz
Que nessa missão cumprida, senhor, que nos conduz a Jesus
Chegando ao fim da jornada, senhor, que tenhamos parabéns
Por isso foi que nascemos a vida de todos é um vai e vem
Por isso foi que nascemos a vida de todos é um vai e vem
Festa De Goiás
Eu fui cantar em BrasÃlia no inÃcio do mês passado
Viagem logo cedinho conforme havia marcado
Levei umas modas novas e uns causos pra ser contados
Assim que lá fui chegando a todos fui abraçando e também sendo abraçado
Doutor Laerte Rodrigues tinha sido homenageado
No desempenho de um cargo o chefe dos delegados
Dei à ele os parabéns e meu abraço apertado
Nisso o cantor Paraná propõe a me apresentar os ilustres convidados
DoÃdas modas de violas se ouviam pra todo lado
Cerveja tinha de sobra e muito whisky importado
Arnaldo Corrêa Silva um juiz muito afamado
Sendo ele bom mineiro incentivava os violeiros sem demostrar-se cansado
O amigo Paulo Nogueira caboclinho entusiasmado
Mostrou-me a bela BrasÃlia que fiquei admirado
No Palácio da Alvorada fui até fotografado
Zé Mulato e Cassiano, Chico Rey e Giovani não saÃram do meu lado
Ao meu amigo Chicão na cerveja extasiado
Mando a ele e familiares este meu verso trovado
Em Goiás tem gente boa disso estou informado
Já residi em Goiânia há muito tempo passado
Fui a Pedro Ludovico já vi seu lindo gramado
Pra encurtar minha prosa eu torço pro Vila Nova o esquadrão do estado
Músicas do álbum Viola E Luar - Volume 18 (TOCANTINS GTLCD 151) - (2001)
Nome | Compositor | Ritmo |
---|---|---|
Palomita | Dino Franco / Cidinha Prado | Carrilhão |
O Rico E O Pobre | Nhô Chico / Dino Franco | Rojão |
Minhas Penas | Dino Franco | Polca |
Divorciados | Dino Franco / José Fortuna | Guarânia |
Brasil Colônia | Dino Franco / Claudio D. Seleri | Toada Balanço |
Viola E Luar | Ari F. Lopes / Nertos De Souza Prado | Querumana |
Morena De Pedro Juan | Dino Franco / Nelson Gomes | Rasqueado |
Grã-Fino Na Roça | Nhô Chico / Dino Franco | Moda De Viola |
Espinho De Juá | Tenente Wanderley / Dino Franco | Fox |
Amor ImpossÃvel | Dino Franco | Guarânia |
Bombeiro Exemplar | José Cagnim / Maria De Lourdes | Querumana |
Reencontro | Dino Franco / Milton Lima | Cateretê |
Carga Pesada | Dino Franco / Maria R. Garcia | Rojão |
Festa De Goiás | Dino Franco | Moda De Viola |