Duduca E Dalvan (1980) (Volume 4) (CHANTECLER 211405326) - (1980) - Duduca e Dalvan

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Nossa Última Vez
Sei que andam falando do nosso caso
E já descobriram tudo entre nós dois
Vamos deixar neste quarto nosso segredo
Vamos amar sem medo do que virá depois

Deixe que falam de nós o quanto quiserem
Nesta noite estaremos juntos pro que der e vier
Me beije, me abrace bem forte sem timidez,
Vamos viver nosso amor por mais uma vez

A Vaquinha
"Aquela pobre vaquinha indo pro matadouro
Tão velha e magra que tem seus ossos furando o couro
Parece que ela advinha que caminha para o fim
Se ela pudesse dizer, talvez nos diria assim."

Meu boiadeiro me levando a morte
Dei minha vida para lhe ajudar
Meu leite puro é que matou a fome
Do seus filhinhos que ajudei criar

Os meus filhinhos levas-te embora
Uns para o corte outros no estradão
Puxando o carro pelo chão do mundo
De dor sangrado pelo seu ferrão

Um obrigado eu esperava ouvir agora
Porém só sinto as chicotadas da partida
Meu coração entristecido está chorando
A ingratidão de quem ajudei na vida

Hoje estou velha pra mais nada presto
A minha morte só lhe satisfaz
Vivi a vida só lhe dando lucros
Sem o direito de morrer em paz

Quando sua faca atravessar meu peito
E o meu sangue lhe escorrer na mão
Por sua pobre ignorância humana
Meu boiadeiro lhe darei perdão

Um obrigado eu esperava ouvir agora
Porém só sinto as chicotadas da partida
Meu coração entristecido está chorando
A ingratidão de quem ajudei na vida

Após a morte eu serei seus passos
Do seu calçado feito com meu couro
Serei o cinto pra enfeitar madames
Serei a bolsa pra guardar seu ouro

Desde o início da humanidade
Quando em Belém viram a divina luz
Com meu calor na manjedoura
Na noite fria aqueci Jesus

Um obrigado eu esperava ouvir agora
Porém só sinto as chicotadas da partida
Meu coração entristecido está chorando
A ingratidão de quem ajudei na vida

Dama Do Meu Bairro
Quando eu a vi lá na rua do meu bairro
Eu daria a minha vida pra ganhar o seu amor
Segui seus passos até o centro da cidade
O que vi fez o seu preço cair logo de valor
Em uma casa onde se vende carinhos
Todos pagam por seus beijos sem sentido e sem calor
Aquela dama não valia o que eu pensava
Quando de simpatizante eu passei a comprador

Dama do meu bairro
Flor da madrugada
Sempre disfarçada em mulher de bem
Dama do meu bairro
O seu ar de nobre
Hoje não encobre que é uma pobre mulher de ninguém

Logo cedinho um carrão último tipo
Vem buscar em minha rua a madame do lugar
Se desmanchando entre jóias e perfumes
Ela até dá a impressão que saiu pra trabalhar
Mas o fulano é mais um dos seus otários
Linda dama do meu bairro, quem te viu e quem te vê,
Por ser tão bela eu me vejo calculando
Que também desejaria ser otário de você

Dama do meu bairro
Flor da madrugada
Sempre disfarçada em mulher de bem
Dama do meu bairro
O seu ar de nobre
Hoje não encobre que é uma pobre mulher de ninguém

Manto Da Noite
Na indecisão de lhe encontrar chorei outra vez
E para acalmar o meu sofrimento nos braços de outra eu me atirei
Nos beijos da outra só senti saudade
Sem minha vontade, sem querer chorei,

Fumaças no ar, bitucas no chão,
E meu coração afogou-se na dor
O manto da noite abracei chorando
Tentando encontrar um pouquinho de amor

Na indecisão entre nós dois chorei demais
Quem ama não quer qualquer recompensa, pois a não ser amor e paz,
Você é o tudo da minha paixão
Mas a solidão ninguém me satisfaz

Fumaças no ar, bitucas no chão,
E meu coração afogou-se na dor
O manto da noite abracei chorando
Tentando encontrar um pouquinho de amor

Deixa Cair
Deixa cair
Deixe cair o meu pranto, deixe a lágrima rolar, ai, ai, ai,
Já que você vai partir e sozinho vou ficar
Tenho que chorar bastante pra poder desabafar

Se não se importa se estou sofrendo
Vá de pressa, vá correndo,
Não precisa olhar para trás
Vá embora e me deixe em paz

Deixe cair
Infelizmente meus olhos foram feitos pra chorar, ai, ai, ai,
Já que não posso impedir sua viagem querida
Então, por favor, não peça que eu não chore na despedida,

Se não se importa se estou sofrendo
Vá de pressa, vá correndo,
Não precisa olhar para trás
Vá embora e me deixe em paz

Eu
Vivo bebendo, tornei-me um ébrio,
Porque o destinou mudou minha sorte
O teu carinho não mais me importa
Meu coração te esqueceu pra sempre

Em minha vida, foste um tormento,
Que destruiu e arruinou minha’alma
Eu quis matar-me por teu carinho
Porém pensei resolver com calma

Eu, eu que tanto chorei por teus beijos
Eu, eu que sempre te amei sem mentiras
Só, só o que posso te dar é desprezo
Eu, eu que tanto te quis nesta vida

Uma cigana leu minha mão
Que com o tempo me adorarias
Esta cigana tudo advinha
Mas tua vida já não é minha

O meu destino segue outro rumo
De alegria hoje vivo bebendo
Se agora me queres, se agora me estranhas,
Eu te desprezo pra te ver sofrendo

Eu, eu que tanto chorei por teus beijos
Eu, eu que sempre te amei sem mentiras
Só, só o que posso te dar é desprezo
Eu, eu que tanto te quis nesta vida

Fim De Novela
O destino já me contratou
E eu vou contracenar com ela
É um papel que não gosto
Dar uma surra na mulher mais bela
Na hora que eu entrar em cena
Vai haver muito choro na tela
Desta vez a menina bonita
Vai apanhar no fim da novela

Meu amor
É mentira a minha canção
Minhas mãos só levanto a mulheres
Pra dar flores com muita paixão

Se o arrependimento matasse
Eu já tinha morrido
Tudo que eu fiz pra ela
Francamente, estou arrependido,
Já fiz papel de bonzinho
Mas agora vai ser de bandido
Preparei uma surra pra ela
Que jamais serei esquecido

Meu amor
É mentira a minha canção
Minhas mãos só levanto a mulheres
Pra dar flores com muita paixão

O Boi Chorou
Hei, hei, hei, hei boi,
Há muito tempo que parou de carrear
Hei, hei, hei, hei boi,
Você chorou ao partir pra não voltar

Quem não conhece um terreiro de fazenda
E uma moenda tremular nas madrugadas
Quem não conhece um carro de boi cantando
E um carreiro gritando nas quebradas

Hei, hei, hei, hei boi,
Há muito tempo que parou de carrear
Hei, hei, hei, hei boi,
Você chorou ao partir pra não voltar

Pobre boiada trabalhou a vida inteira
E o patrão não deu descanso nenhum dia
Pobre boiada nunca recebeu salário
Ganhou a morte como aposentadoria

Hei, hei, hei, hei boi,
Há muito tempo que parou de carrear
Hei, hei, hei, hei boi,
Você chorou ao partir pra não voltar

Pobre boiada foi escrava a vida inteira
E pra cidade foi presa sem saber
Desde o palácio até a casa de favela
Em cada mesa há um pedaço de você

Hei, hei, hei, hei boi,
Há muito tempo que parou de carrear
Hei, hei, hei, hei boi,
Você chorou ao partir pra não voltar

Rainha Sem Trono
Mamãe, tu és a rainha que não teve rei nem coroação,
Lutaste contra a hipocrisia pra ganhar a vida sem ter ilusão
Que importa se o mundo difama, se não entenderam a tua razão,
Eu sou um pedaço do teu mundo sujo, mas tu és rainha em meu coração,

Mamãe que para me criar
Guardaste em teu peito tanta humilhação
Tiveste a triste batalha
Vendendo teu corpo a tantos canalhas
Pra poder me dar um pedaço de pão

Mamãe tantas vezes na vida um homem qualquer teve que abraçar
Ao cair nos braços deles, apagava a luz pra não me ver chorar,
Mamãe que seguiste o caminho que o destino ingrato a muitas levou
Porque amaste um canalha que o nome de pai ao filho negou

Mamãe que para me criar
Guardaste em teu peito tanta humilhação
Tiveste a triste batalha
Vendendo teu corpo a tantos canalhas
Pra poder me dar um pedaço de pão

Nossa Casa
Entre nós o amor nunca existiu
Sempre fingimos, um ao outro, apaixonados,
E descobrimos que fomos dois sem vergonhas
Só depois de muito tempo de casados

A nossa casa hoje passou a ser o ponto
Onde se encontram dois que andam errados
O caso certo ninguém está sabendo
Que pelos corações nós estamos separados

Do portão pra dentro
Já não sou mais seu marido, nem você minha mulher,
Cada um pode fazer o que quiser
A vida é uma só com muitos meios de viver

Do portão pra fora
Façamos de conta que está tudo normal
Por que da nossa vida conjugal
Ninguém precisa saber

Tiro De Amor
Se Deus me tivesse feito um poeta
Eu escreveria versinhos assim
Falava das matas, rios e cascatas,
Das paisagens belas dos sertões sem fim
Falava da terra, dos montes e serras,
Onde o sol e a lua brincam de esconder
Depois de nos dar gratuitamente
A luz divina para que a semente
Que o homem plante possa florescer

Se eu fosse um pracinha e tivesse que ir
De fuzil na mão defender minha terra
Eu daria um jeito e a minha mochila
Enchia de flores colhidas nas serras
Eu ia na frente do meu pelotão
De fuzil na mão carregado de flor
No campo da luta enfrentava o perigo
Em cada peito dos meus inimigos
Dava com carinho um tiro de amor

Se eu fosse um cantor eu cantaria sempre
Hinos de amor e canções de paz
Plantava carinho pra colher sorrisos
Se fosse preciso mais e muito mais
A verde da mata é minha esperança
O azul do céu a bonança divina
O amarelo do sol aquecendo as almas
O branco das nuvens serenas e calmas
Parece que Deus me chama pra subir

Quatro Paredes Brancas
Quatro paredes brancas
Assistem caladas ao meu triste fim
A mulher que eu amo tanto
É por ironia a doce enfermeira que cuida de mim

Sem saber que foi por ela
Que sei bebendo, destruindo minha vida,
Vida sem glória que vai terminar
Mas eu tenho um consolo esse dia
Que a minha mais doce alegria
O meu fim ela vai presenciar

O homem que ela ama
Não vê a luz do dia, é um prisioneiro da escuridão,
Quero doar-lhe meus olhos
Pois assim continuam a ver sua imagem depois que parar meu pobre coração

Assim mulher querida
Meus olhos terão a felicidade que não conheci
E verás a sorrir novo rosto
Encontrando nos meus em desgosto
Meus olhos que tanto choraram por ti

Músicas do álbum Duduca E Dalvan (1980) (Volume 4) (CHANTECLER 211405326) - (1980)

Nome Compositor Ritmo
Nossa Última Vez Waldemar De Freitas Assunção / Jack Rancheira
A Vaquinha Carlos Cesar / José Fortuna / Oswaldo Bettio Toada
Dama Do Meu Bairro Carlos Cesar / José Fortuna Tango
Manto Da Noite Carlos Cesar / José Fortuna Rancheira
Deixa Cair Vicente Dias / Ronaldo Adriano Polca
Eu José Alfredo Jimenez / Juracy Rago Rancheira
Fim De Novela Duduca / Lourival Dos Santos Rancheira
O Boi Chorou Duduca / Dalvan Toada
Rainha Sem Trono Duduca / Muniz Guarânia
Nossa Casa Waldemar De Freitas Assunção Bolero
Tiro De Amor Itapuã Rasqueado
Quatro Paredes Brancas Chrisóstomo / Zezito Rancheira
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