O Poder Do Criador (GGMRECORDS) - (2000) - Goiano e Paranaense
Duas Pedras Que Se Rolam
Fomos duas pedras rolando pela serra abaixo que se encontraram
Fomos duas aves voando livres no espaço que se amarraram
Fomos duas nuvens negras de fortes chuvas que derramaram
Fomos os pingos da chuva que com o vento se misturaram
Fomos o A e o M na palavra amor
Fomos o arroz e o feijão no dia a dia de um lavrador
Fomos o anzol e a isca do pescador
Que por não pegar o peixe a isca do anzol separou
Somos o sol e a lua, somos a noite e o dia
Sou a tristeza ao contrário você é alegria
Ontem fomos dois agarrados hoje somos dois separados
Cumprindo o destino que vida impôs e ninguém consegue explicar
O Poder Do Criador
Hora triste foi aquela que Jesus Cristo falou
Mãe está chegando a hora a senhora fica agora eu vou
Com certeza mãe e filho neste momento chorou
Hora triste e dolorida porque a dor da despedida só conhece quem passou
Maria disse meu filho faz tudo o que o Pai mandou
Pra salvar a humanidade ele lhe determinou
Com as lágrimas caindo o seu rosto ele beijou
Pra cumprir a profecia naquele instante o Messias todo pecado abraçou
Nas margens do rio jordão Jesus Cristo caminhou
Para encontrar João aquele que testemunhou
O encontro foi tão lindo que o povo se emocionou
Também foi nessa visita que nas mãos de João Batista Jesus Cristo batizou
Na mesa da santa ceia Jesus Cristo ordenou
Ensine os meus mandamentos que onde está meu Pai eu vou
Se o mundo lhes odiar também já me odiou
Façam o bem sem ver a quem a sua recompensa vem é o que Jesus profetizou
O Peso Da Solidão
Perdi um amor nessa vida e não tive a saÃda pra esta solidão
Não encontrei o remédio pra aliviar o tédio de uma paixão
Dói demais a ausência dela ser feliz sem ela não tem jeito não
To mergulhado na saudade sem felicidade no meu coração
Nunca amei tanto assim, mas tudo tem um fim tudo se acabou
Não acabaram as lembranças a tristeza e a saudade e o grande amor por ela
Mesmo o dinheiro e a fama não resolve o drama de que está na dor
Qualquer coisa que se faça vai perdendo a graça e nada tem sabor
O peito queima igual brasa e dentro de casa nada tem valor
Pois quem ama de verdade sofre na saudade e chora por amor
Nunca amei tanto assim, mas tudo tem um fim tudo se acabou
Não acabaram as lembranças a tristeza e a saudade e o grande amor por ela
A Viola E A Pescaria
Um dia me perguntaram respondi com alegria
Das coisas que eu mais gosto que alegram meu dia a dia
Gosto de mulher bonita, de viola e cantoria
Pra completar meu prazer eu gosto de pescaria
Uma viola afinada levo dentro da canoa
Eu pesco na correnteza e também pesco na lagoa
Quando fisgo um peixe grande eu fico sorrindo a toa
Na pescaria não falta também uma pinga boa
No estado de Mato Grosso onde eu vou pescar pintado
As vezes pego a caranha e também algum dourado
Dourado é um peixe que pula quando ele é bem fisgado
Fisgar um peixe no anzol deixa a gente entusiasmado
Nunca reclamei da sorte, pois eu tenho muita fé
Quando tiro minhas férias vivo a vida como é
Na barranca desse rio bato palma e bato pé
Mas o peixe que eu mais gosto tem o nome de mulher
Isto Já Virou Saudade
O repique de um berrante ressoou bem diferente
Um barulho de cincerro eu ouvi tão de repente
Vi poeira de boiada no estradão de minha mente
Mas não passou de lembranças de um passado muito ausente
Isto já virou saudade coisas que o peito sente
Foram tantas comitivas que cruzaram meu passado
Muito arreio e muito laço muita tropa e muito gado
Muita espora e muita bota, muito lenço empoeirado
No retiro da lembrança hoje eu vivo encostado
Isto já virou saudade que me deixa machucado
Já ouvi som de viola em um pouso de boiada
Também já dancei catira junto com a peonada
Esse tempo vai bem longe em distantes madrugadas
Me perdi dos companheiros que ficaram de arribada
Isto já virou saudade da velha companheirada
Da culatra ao ponteiro só ficou recordação
Hoje eu moro na cidade no curral da ingratidão
Sentindo tanta saudade que machuca o coração
Pois foram tantas jornadas tocando bois pelo estradão
Isto já virou saudade do meu tempo de peão ai
Te Amei Além De Mim
Eu fiz o seu jogo pus a mão no fogo e me queimei
Eu fui seu menino eu fui seu destino e me machuquei
Você foi saudade, foi a felicidade e solidão
Quando eu pensei que estava com a bola cheia
Desmoronou meu castelo de areia
Meus sonhos tão lindos de amor foi ao chão
Eu imaginei que fosse seu ator preferidoÂ
Neste filme de amor você foi o bandido
Que atirou pelas costas no meu coração
Te amei além de mim foi meu castigo
Amor amante, amante amigo
Te amei além de mim
Amor tão louco
Te dei a vida mas foi tão pouco
O Trono Da Saudade
Meu pagode é um pé de vento e a viola é um trovão
Ela dá o sentimento aumentando a inspiração
O ponteio da viola estremece o coração
Sapateia a rapaziada e levanta poeira do chão
Por muito tempo esta viola fez o povo arrepiar
A multidão aplaudir e a plateia delirar
Nas mãos do rei do pagode só faltava ela falar
Esta viola pagodeira eu gosto de pontear
No dia quinze de outubro chorou o meu Brasil inteiro
A perda de um grande mestre um exemplo de violeiro
O maior de todos os tempos o campeão pagodeiro
A eterna majestade o saudoso Tião Carreiro
O som da sua viola ficou aqui no Brasil
O balanço do pagode coisa igual nunca existiu
Pardinho não canta mais, o trono dividiu
Porque o mestre Tião Carreiro deixou o espaço vazio
Paixão Sem Limite
Queria voltar ao passado para lhe ter de volta
Viajar no seu sorriso sentir seu calor
Curtir as fortes emoções e os nossos desejos
Pois você acende a chama pra esse louco amor
Responda-me qual foi o erro que praticamos
Pra um amor tão bonito acabar assim
Eu posso lhe dizer querida que sempre te amei
Você é tudo que sonhei você vive dentro de mim
Não dá, não dá
Pra esquecer os momentos
Que passamos juntos
No fogo de uma paixão
Nosso amor nasceuÂ
É grande a solidão e a falta que você me faz
O amor que sinto por você ainda não morreu
Viola Cultura
Nesta viola eu me encontro e me acho
E me encaixo dentro de minha cadência
Esta viola é a centelha divina
Que me ilumina e faz a minha competência
Com esta viola eu viajo numa nave
Buscando frases que não são do meu saber
Com esta viola eu faço letra e melodia
Versos que me arrepiam e sustenta o meu viver
Esta viola é firme no meu peito
É o dom que Deus me deu pra defender a raiz
Esta viola trago em minhas mãos segura
Sou um guerreiro da cultura musical do meu paÃs
O som da viola inspira versos de amor
E o cantador põe pra fora o sentimento
Este sublime pedaço da natureza
É com certeza um divino instrumento
Esta viola que já estava tão ausente
Volta pra sempre alegrar a multidão
Feliz eu canto com esta viola de novo
Aplaudida pelo povo da cidade e do sertão
Esta viola é firme no meu peito
É o dom que Deus me deu pra defender a raiz
Esta viola trago em minhas mãos segura
Sou um guerreiro da cultura musical do meu paÃs
Terceira Perna
Fui pra São Paulo, fui de cavalo num só embalo cheguei com fé
Pra me alegrar eu fui passear resolvi parar na Praça da Sé
Estava solteiro o dia inteiro e num desespero achei uma mulher
Pra confirmação eu passei a mão e a terceira perna não tinha pé
Larguei o sujeito ali sozinho e saà quietinho sem direção
Não me conformei e até me falei eu afogo o ganso é lá na São João
Eu cheguei contente e bem sorridente a frente, a frente de um mulherão
Ela foi falando naquela hora você dá o fora eu sou sapatão
Uma outra moça eu lhe dei a mão e por decisão veio o corpo inteiro
Ela se alegrou quando me abraçou, pois o bingolim acordou ligeiro
Me senti no céu pra esse papel mas lá no motel eu fiquei cabreiro
Acordei sem roupa, sem perereca, sem a cueca e sem meu dinheiro
O Rei Do Fumo
Deixei de ser alfaiate abandonei a tesoura
Sai da cidade grande fui trabalhar na lavoura
O que eu plantei lá na roça foi mandioca e cenoura
Eu tive duas parceiras uma morena e uma loura
A plantação de cenoura não de certo pro consumo
Pra arrancar minha mandioca eu quase perdi o prumo
A loirinha e a morena me deixou até sem rumo
Tomei outra decisão e comecei plantar o fumo
Quando eu fui colher o fumo vejam só quanta alegria
O tempo me ajudava e o meu fumo endurecia
Arrumei a minha vida conquistei a freguesia
Até as moça gran-fina do meu fumo consumia
O meu fumo é contagiante quando começa crescer
Quem experimentar meu fumo nunca vai se arrepender
Aqui tem café no bule o negócio é pra valer
Meu fumo não nega fogo mesmo se começar a chover
Me chamam de rei do fumo e tem sucesso esse meu nome
Há milhares de mulheres que o meu fumo já consome
Sustento o vÃcio de todas aqui ninguém passa fome
Mas é só pra mulherada aqui não tem fumo pra homem
Por Amor A Gente Chora
Eu já sofri por amor quase morri de paixão
Me entreguei de corpo e alma foi grande a minha ilusão
Tive até que suportar o peso da solidão
Pois uma mulher ingrata fez morada no meu coração
Os tombos que tem nessa vida já consegui me livrar
Certos golpes traiçoeiros eu consegui desviar
Mas da rasteira do amor não consegui me escapar
Uma linda caboclinha várias vezes já me fez chorar
Esta caboclinha linda tem um veneno no olhar
É um veneno que atrai faz a gente apaixonar
Por ela o meu peito chora por ela eu vivo a sonhar
Eu morro de amor por ela e sem ela não dá pra ficar
A estrada do meu coração foi ela quem encontrou
A porteira estava fechada, mas ela abriu e entrou
De repente ela foi embora tão pouco tempo durou
E a cicatriz da saudade para sempre em peito ficou
Sinep
To furunfando, furunfando, furunfando
Sempre dou uma furunfadinha
Só não posso nunca esquecer
De colocar no sinep camisinha
Só não posso nunca esquecer
De colocar no sinep camisinha
Meu sinep já esteve adormecido
Meu sinep não conseguia acordar
Mas o viagra resolveu a situação
Fez o sinep de repente levantar
To furunfando, furunfando, furunfando
Sempre dou uma furunfadinha
Só não posso nunca esquecer
De colocar no sinep camisinha
Só não posso nunca esquecer
De colocar no sinep camisinha
O meu sinep já me deu muita alegria
Ultimamente só me deixava nervoso
Agora o meu sinep está de pé
Cuidado que o sinep é perigoso
Agora o meu sinep está de pé
Cuidado que o sinep é perigoso
To furunfando, furunfando, furunfando
Sempre dou uma furunfadinha
Só não posso nunca esquecer
De colocar no sinep camisinha
Só não posso nunca esquecer
De colocar no sinep camisinha
O Pangaré
Quando eu me casei comprei uma carroça
Para trabalhar na roça na colheita de algodão
O meu cavalo era um velho pangaré
Quem sempre estava de pé pra qualquer situação
E o meu vizinho que na vida progredia
Só tinha égua de cria pra boa reprodução
Certo dia uma potranca entrou no cio
De repente ela saiu pra buscar um garanhão
Nesse intervalo sua potranca fugiu
Pro meu sÃtio ela partiu com muita disposição
E o pangaré quando viu essa potranca
Já pulou na sua anca e escondeu o mandiocão
E o garanhão quando chegou pro serviço
Foi aquele reboliço chegava a cavar no chão
Mas a potranca já estava enxertada
Não quis saber de mais nada rejeitou o garanhão
O fazendeiro homem rico e caprichoso
Adoeceu de nervoso vejam só como é que é
Sua potranca sangue puro e boa raça
Chegou a soltar fumaça na cardã do pangaré
E o fazendeiro foi chamar o delegado
Com mais de trinta soldado querendo me algemar
E o delegado disse que eu era inocente
Decidiu naturalmente deixa o panaré trepá
Deixa o bicho namorar deixa o pangaré trepá
O sinep do cavalo é pra lá de Bagdá
Deixa o pangaré trepá
Músicas do álbum O Poder Do Criador (GGMRECORDS) - (2000)
Nome | Compositor | Ritmo |
---|---|---|
Duas Pedras Que Se Rolam | Leal / Aguiar / Goiano | Balanço |
O Poder Do Criador | Goiano / Luizinho Rosa | Cururu |
O Peso Da Solidão | Goiano | Guarânia |
A Viola E A Pescaria | Goiano / Donizete Santos | Cururu Piracicabano |
Isto Já Virou Saudade | Goiano / Donizete Santos | Cateretê |
Te Amei Além De Mim | Felipe / D. B. Santana | Balanço |
O Trono Da Saudade | Goiano / Romeu Wandscher | Pagode |
Paixão Sem Limite | Goiano | Balanço |
Viola Cultura | Tupã / Praense | Toada Balanço |
Terceira Perna | Redomão | Pagode |
O Rei Do Fumo | Goiano / Redomão | Rojão |
Por Amor A Gente Chora | Goiano / Mário Guerino | Cateretê |
Sinep | Goiano / Leão | Samba Canção |
O Pangaré | Goiano / Leão | Xote |