Janela Da Vida (RGE 3436015) - (1994) - João Mulato e Pardinho

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Prisioneiro Feliz
Pelo tribunal do seu coração eu fui condenado
A prisão perpétua dos seus abraços apaixonados
A prisão gostosa do seu amor agora me vê
E de hora em hora tomando uma surra de beijos

Esse seu carinho meu bem é que me prendeu
Me fez prisioneiro do amor, sou só seu

Sou prisioneiro que tenho raiva de rebelião 
Por favor, meu bem nunca me liberte dessa prisão
Como passarinho que da gaiola sente saudade
Eu serei também se um dia for posto em liberdade 

Esse seu carinho meu bem é que me prendeu
Me fez prisioneiro do amor, sou só seu

Pode crer meu bem que sou prisioneiro muito feliz
Aliás, é isso que nessa vida eu sempre quis
Mas às vezes sonho que a perdi que apuro que passo
Mas você me beija feliz acordo entre seus braços

Esse seu carinho meu bem é que me prendeu
Me fez prisioneiro do amor, sou só seu

De Novo Em Teus Braços
Gostaria que você voltasse para casa novamente eu queria 
Hoje sinto falta dos teus beijos, dos teus carinhos que recebia 
Quando eu era todinha sua me usava e me traía 
Eu cansei de ficar sozinha, te esperando noite e dia 
Me perdoe todos os erros que fiz, é o último pedido que faço 
Se for possível eu dou minha vida, para de novo estar em seus braços 

Paixão volte pra mim somente agora eu vejo
Que sem você minha vida chegará ao fim
Não, nunca mais! Porque amor, porque? 

Quando eu era todinha sua me usava e me traía 
Eu cansei de ficar sozinha, te esperando noite e dia 
Me perdoe todos os erros que fiz, é o último pedido que faço 
Se for possível eu dou minha vida, para de novo estar em seus braços 

Mão Amiga
Quando o desemprego foi bater na porta da minha casa
A minha vida que já era pobre se desarrumou
E foi nessa fase quando de apoio eu mais precisava
No pior momento que eu atravessava
Quem eu tanto amava me abandonou

Quando passou a longa tempestade e chegou a bonança
Ela apareceu um dia em minha porta e pediu pra ficar
Era o momento de cobrar com juros a quem nos magoa
Mas Deus que é tão grande sempre nos perdoa
Eu sou tão pequeno pra não perdoar

É muito triste quando mais a gente precisa de abrigo
E não aparece a mão de um amigo
Pra nos dar amparo na hora da queda
A mesma casa que ela abandonou agora lhe abriga
Estendi a ela a minha mão amiga
E não lhe paguei com a mesma moeda

Há Um Ano Atrás
Há um ano atrás eu era tão feliz
Eu era outro e ninguém diz
Há um ano atrás sabem por que?
Eu era outro eu tinha você

Meu mundo agora perdeu de vez a cor da esperança
A minha vida perdeu sentido sem teu calor
E desespero e choro às vezes que nem criança
Ao te perder eu fui jurado a morrer de amor

Há um ano atrás você me queria
Por seu amor eu já morria
Há um ano atrás matei seus desejos
Agora é outro que tem os seus beijos

Meu mundo agora perdeu de vez a cor da esperança
A minha vida perdeu sentido sem teu calor
E desespero e choro às vezes que nem criança
Ao te perder eu fui jurado a morrer de amor

Viola Brasileira
Quando abraço essa minha viola
Tristeza se isola do meu coração
Baixo astral do meu mundo se exala
E a viola fala sobre minhas mãos

Dedilhando nas cordas dobradas
Eu sigo a jornada que a sorte me deu
A viola acompanha meus passos
Com ela nos braços o público é meu

Viola que chora sentida causando arrepios
Com você nos braços só ganho elogios
Você é o sucesso do seu violeiro

Viola que traz alegria, que espanta a tristeza
Se alguém não te gosta com toda certeza
Não é patriota, não é brasileiro

A viola é a luz do poeta
Da canção discreta que fala de amor
É a magia que traz do infinito
Os versos bonitos pro seu cantador

Enquanto a mídia se esforça
E capricha na amostra de coisas quaisquer
Campeã é a minha viola 
que o povão adora e aplaude de pé

Viola que chora sentida causando arrepios
Com você nos braços só ganho elogios
Você é o sucesso do seu violeiro

Viola que traz alegria, que espanta a tristeza
Se alguém não te gosta com toda certeza
Não é patriota, não é brasileiro

Linda Donzela
Eu vivo desesperado por uma linda donzela
Quero ser seu bem amado morena cor de canela
Pro meu jardim bem cuidado vou levar a flor mais bela
Pra deslumbrar do meu lado no cinema e na novela

Já estamos amarrados sem cartório e sem capela
A grande cruz do pecado nós dois carregamos ela

Rosto de anjo encantado que só beleza revela
Deus desenhou com cuidado duas covinhas singelas
Tem uma de cada lado enfeitando o rosto dela
Eu quero ser sepultado numa covinha daquela

Já estamos amarrados sem cartório e sem capela
A grande cruz do pecado nós dois carregamos ela

Os meus sonhos são dourados fico sonhando com ela
Às vezes sonho acordado com a minha Cinderela
Seus lábios açucarados quero beijar com cautela
Vão ser beijos demorados que nunca se viu na tela

Já estamos amarrados sem cartório e sem capela
A grande cruz do pecado nós dois carregamos ela

Pagode Quente
Deixei a roça também o cabo da enxada
Para meu povo hoje eu canto da cidade
Meu mundo lindo está no som desta viola
Cantando eu mato a tristeza e a saudade

Cheguei fervendo trazendo pagode quente
Esquenta o mundo com a minha cantoria
Mulher bonita que só tem coração duro
Eu amoleço com a força da poesia

Não sou bombeiro e apaguei muita fogueira
Não tinha água eu jogava gasolina
Eu amoleço carne seca na água fria
Eu tiro a meia sem tirar o pé da botina

Sem da um tiro só vivo ganhando guerra
Dirijo a noite não preciso olhar no espelho
Meus dois faróis sempre foram vaga-lumes
Paro no verde e atravesso no vermelho

Se o destino me mandar cama de pregos
Faço virar um belo colchão de mola
Se uma rainha me manda pra guilhotina
Eu viro o laço carrasco não me degola

Cruzeiro velho viro cinza na fornalha
Dinheiro novo é o dono do mercado
Nosso real já nasceu valendo um dólar
Cantando eu peço pra não ver o real queimado

Janela Da Vida
Nos poros da mente vagueiam lembranças
Que chora a criança do meu tempo ido
Gorjeio de aves de verde sem fim
Cheiroso alecrim dos campos floridos

Também me rodeiam os meus companheiros
Velhos boiadeiros heróis do sertão
Boiada e berrante, também corruptela
Tapera e donzela e a estrada de chão

Foi quando deixei mais que de repente
A estrada e sol quente, campinas floridas
Lá estava o passado com a saudade brincando
E os anos fechado a janela da vida

Crescia com os anos de viagem a viagem
A grande estiagem em meu coração
Cochilava no tempo, as léguas vencidas
Também despedida deste velho peão

Lá estava também meu cavalo ensinado
Já velho e cansado sem mais serventia
Até o latir da cachorra baleia
Por certo anseia por pousada e vigília

Foi quando deixei mais que de repente
A estrada e sol quente, campinas floridas
Lá estava o passado com a saudade brincando
E os anos fechado a janela da vida

Sol De Verão
Eu já fiquei sem camisa para ajudar os amigos
E sem cometer pecado já recebi castigo
Já puxaram meu tapete, derrubaram meu abrigo
Quase servi de bainha para espada do inimigo
Senti o cheiro da morte e vi a cor do perigo

De pedra eu já fiz cama, de sereno o cobertor
Sem querer encontrei espinho cercando a minha flor
Só recebi desprezo quando ofereci amor
Cheguei a chorar sorrindo pra esconder minha dor
Só tinha o sol de verão pra me dar luz a calor

Para não morrer de sede eu já bebi água quente
E pra não morrer de fome já comi casca e semente
Enquanto outros comiam a fruta na minha frente
Fui elo que ninguém queria por na corrente
E já me senti sozinho no meio de muita gente

Finalmente minha estrela surgiu e resplandeceu
Cheguei aonde eu queria com a fé que Deus me deu
Vou ajudar a quem merece, perdão quem me ofendeu
O que me faz esquecer todo o sofrimento meu
E de lembrar que Jesus sofreu muito mais que eu

Gosto E Desgosto
Tem gosto e tem desgosto por este mundo afora
Com gosto o meu povo canta, com desgosto o povo chora
O gosto do cantador é ter platéia lotada
Desgosto do cantador é viola desafinada

Gosto do homem do campo é morar lá na cidade
Numa casa com conforto no meio da sociedade
O desgosto do coitado, quando sente a realidade
Vai morar lá na favela e da roça sente saudade

O gosto do fazendeiro é boi gordo na invernada
Cafezal todo florido e a fazenda bem formada
Desgosto do fazendeiro é uma noite de geada
A safra toda perdida, lavoura toda queimada

O gosto de uma família é ver a filha bem casada
Um genro que vale ouro e a filha é bem tratada
O desgosto da família vou dizer qual é que é
Ter um sapatão em casa e não poder botar no pé

O gosto do caçador é tombar onça na bala
A fera vira tapete e vai pro meio da sala
Desgosto do caçador, pra vocês eu vou falar
É ter um veado em casa e ninguém poder matar

Uísque Com Gelo
As minhas noite são de uísque e gelo me queimando o peito
Para resistir a fase da paixão que eu estou passando
Em cada dose eu vejo escrito no fundo do copo
E sem você amor estou agora me arrebentando

Logo a madrugada manda a solidão me levar
Pro quarto da noite adormecer sem poder te amar

Toda noite agora vou dormir de porre e não tem outro jeito
Por que os meus dias são muito mais tristes em minha lucidez
Em cada batida do meu coração estou pressentindo
Que não vou dar conta de agüentar o pique desta vida um mês

Logo a madrugada manda a solidão me levar
Pro quarto da noite adormecer sem poder te amar

Punhos De Aço
Na cidade de São Carlos enquanto o tempo corria
Os irmãos de muita fibra cresceram sem mordomia
Trabalhando na lavoura pelo pão de cada dia
Nas intempéries da vida a esperança não morria
Um desejava sucesso e os outros também queriam

Com a família na frente, nos ombros pouca bagagem
E carregando a fé, talento, força e coragem
Sentindo a mão divina ser o guia na viagem
Pisando em terra estranha foram pedindo passagem
Na capital bandeirante foi que fizeram paragem

A nova vida foi dura, mas da luta não correram
Trabalhando de torneiro, a profissão aprenderam
Guardando o que ganhavam com firmeza resolveram
Formaram uma sociedade e o mesmo ramo escolheram
Em Ferraz de Vasconcelos eles estabeleceram

Trabalhando dia e noite sem reclamar do cansaço
Progredindo a cada instante com muito desembaraço
Hoje a empresa Encoval já conquistou seu espaço
Dá emprego a muita gente e não conhece o fracasso
Pertence a esses paulistas que tem os punhos de aço

Estão colhendo bom fruto por plantar boa semente
Cada filho é um tesouro que Deus mandou de presente
Formando a feliz família bonita, honrada e decente
E estrela desses irmãos faz inveja a muita gente
José, Roque e Dorvalino caminham com Deus na frente

Músicas do álbum Janela Da Vida (RGE 3436015) - (1994)

Nome Compositor Ritmo
Prisioneiro Feliz Praense / Rui Rosário Rasqueado
De Novo Em Teus Braços João Mulato / Silvano Ramos Balanço
Mão Amiga Ronaldo Adriano / Benedito Seviero / Paraíso Guarânia
Há Um Ano Atrás Paraíso / João Mulato / Júlio Godini Balanço
Viola Brasileira Praense / Rosário Toada
Linda Donzela Lourival Dos Santos / Zé Batuta / João Mulato Cateretê
Pagode Quente Lourival Dos Santos / Zé Batuta / Toninho Bauru Pagode
Janela Da Vida Paraíso / J. J. Barretos Toada Balanço
Sol De Verão Jesus Belmiro / João Mulato Pagode
Gosto E Desgosto Lourival Dos Santos / Silvano Ramos / Cidão Lossurdo Pagode
Uísque Com Gelo Paraíso / Waldemar De Freitaas Assunção Guarânia
Punhos De Aço João Mulato / Júlio Godini / Jesus Belmiro Pagode
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