E Vamos Nós (CHANTECLER CH 3180) - (1968) - Liu e Léu

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Reisado
Um galo cantou no orienteai, ai ,ai subiu a estrela da guia, ai, ai
Anunciando a humanidade ai, ai, ai que o menino Deus nascia
Em uma estrebaria, ai, ai

Vinte e cinco de dezembro ai, ai, ai não se torne no colchão, ai, ai
Deus menino foi nascido, ai, ai nas folhas secas do chão, ai, ai
Pra nossa salvação, ai, ai

Senhora dona da casa, ai, ai olha a chuva no telhado, ai, ai
Vem olhar o Deus menino, ai, ai como está todo molhado, ai, ai
Com os três reis ao seu lado, ai, ai

Deus lhe pague a bela oferta , ai, ai que nos deu com alegria, ai, ai
O Divino Santo reis, ai, ai São José santa Maria, ai, ai
Vão de ser vosso guia, ai, ai

Noite Triste
Em uma noite quando a lua vinha surgindo
Eu soluçava por ter perdido meu grande amor
Voltei chorando ao ver seu corpo em outros braços
Senti na alma naquele instante uma grande dor

Ao ver ter lábios em outros lábios meu Deus que tristeza
Compreendi que nosso amor tinha chegado ao fim
Embriaguei me chorei baixinho quando percebi
Quem eu amava já não pertencia mais para mim

Ai meu Deus é bem triste agente ser desprezado
Amar alguém e não ser amado o coração padece para sempre
Não esqueço quem eu adoro nenhum segundo
Sei que a pior coisa deste mundo é gostar de alguém que não gosta da gente

Vai, Saudade
Vai saudade vai saudade e não volte nunca mais
Me esquece ó saudade faz de conta que eu morri
Que eu também quero esquecer que você já esteve aqui
Que eu também quero esquecer que você já esteve aqui

Agente tem um amor que agente quer de verdade
E depois tudo se acaba e vem a tal de saudade
E a malvada não sai mais não sai nem por caridade
E a malvada não sai mais não sai nem por caridade

Vai saudade vai saudade e não volte nunca mais
Me esquece ó saudade faz de conta que eu morri
Que eu também quero esquecer que você já esteve aqui
Que eu também quero esquecer que você já esteve aqui

O que hoje estou sofrendo não desejo a ninguém
Dá vontade de sumir deste mundo para o além
Só pra ver se esta saudade enjoada vai também
Só pra ver se esta saudade enjoada vai também

Negrinho Do Pastoreio
Por estes pagos por onde sopra o minuano
Ha muito tempo viveu um senhor tirano
Coração xucro como os potros que criava
Tinha um negrinho que pra ele pastoreava

E o próprio filho deste cruel fazendeiro
Roubou lhe um potro e vendeu por bom dinheiro
Levando a culpa o negrinho apanhou tanto
Sendo obrigado campear o potro em todo canto

Pobre negrinho passando fome e frio
Campeou o potro três noites três dias À fio
Não encontrando por vingança o fazendeiro
Amarrou o coitado em cima de um formigueiro

E com seu corpo todo coberto de mel
Ele morria padecendo a dor cruel
Mais um clarão vem do céu Nossa Senhora
E levou ele morar no Reino da Glória

Hoje a peonada que viaja pro sertão
Leva três velas pra acender em sua intenção
Diz que o negrinho montado em um potro branco
Traz pro seu dono o boi que arribou no campo

E eu também que neste mundo vivo errante
A ti negrinho eu imploro a todo estante
Daí um alívio pra esta dor que me maltrata
Trazendo à mim o coração daquela ingrata

Juramento Quebrado
Adeus ó minha terra querida nunca mais eu irei de voltar
Cada vez quero estar mais distante meu passado eu nem quero lembrar
Um alguém que tanto eu queria me o deu desprezo pra mim ver penar
Eu jurei de todo coração não ir mais pra lá nem pra passear
Sinto só em deixar uma pessoa tão santa e tão boa naquele lugar

Eu já tenho sabido notícias por pessoas que chegam de lá
Minha velha me manda recado me pedindo para mim voltar
Dês do dia da minha partida a pobre velhinha só vive a chorar
Seus cabelos já estão branquinhos a pobre sofreu tanto pra me criar
Minha mãe eu sou um filho infeliz juramento que eu fiz eu não posso quebrar

Eu já percorri terras estranhas já sofri como um filho sem pais
To sofrendo talvez por desgosto sei que nos dois sofre iguais
Eu estou cometendo um pecado judiar de uma mãe isto nunca se faz
Mas não quero ser um criminoso por um passado que tão longe vai
Na cidade a minha mãe não vem e por causa de alguém eu lá não volto mais

Certo dia recebi um recado francamente eu fiquei comovido
Minha mãe tava muito doente pra mim foi um golpe dolorido
Foi que quebrei o meu juramento e voltei lá pra casa muito aborrecido
No caminho encontrei um enterro pra um perguntei quem que tinha morrido
É sua mãe que vai neste caixão e deixou uma benção pro seu filho querido

Relembrando
Relembrando o tempo de criança vejo o bairro onde eu me criei
O ranchinho onde eu fui nascido vejo o rio onde eu me banhei
No quintal uma grande paineira velha amiga que eu sempre estimei
Vejo a sombra e sinto saudade em minha mocidade ali muito eu brinquei

Sua história não sai da lembrança vive sempre na imaginação
Em meu ombro ela foi carregada e plantada com as minhas mãos
Eu plantei com amor e carinho foi pra mim uma satisfação
Porque um dia eu vi do seus galhos quando se abria os primeiros botão

Quando eu completei 21 anos foi juntinho do meu amor
De joelho em frente ao altar recebendo a benção do senhor
Quando eu vinha da igreja casado de alegria meus olhos chorou
Ao passar embaixo da paineira os galhos balançaram e cobriu nós de flor

To no fim da estrada da vida mais eu peço em minha oração
Quando a morte vier me buscar vou deixar o mundo de ilusão
Vou fazer um pedido pra Deus pra de mim ele ter compaixão
Que a paineira esteja florescida que é pra suas flor enfeitar meu caixão

Minha Oração
Meia noite esta batendo vou cantar esta canção
Ano novo despertando vou fazer minha oração
Vou pedir à padroeira que abençoe essa nação
Esta terra brasileira essa terra hospitaleira terra do meu coração
Ai, ai terra do meu coração
Ai, ai terra do meu coração

Meia noite esta batendo vou cantar esta canção
Ano novo despertando vou fazer minha oração
Minha Santa abençoada te peço de coração
Protegei nossas crianças com mais dias de bonança estas flores da nação
Ai, ai estas flores da nação
Ai, ai estas flores da nação

Só Pra Mim
Vim para ficar contigo meu grande amor
Vim para dizer que a quero ó minha flor
Vim para dizer que a quero só para mim
Só para mim, só para mim

Vim porque longe de ti não posso viver
Não sei meu bem o que fazer
Nas horas tristes da minha vida

Não, não e não, não me diga adeus
Quero para mim os carinhos teus
Porque não vivo sem te querida

E Vamos Nós
Nem mesmo em sonho você pode duvidar 
Eu pra casar tô dependendo de você
Falei e falo não me canso de falar 
Que pra você viver comigo falta só você querer

Deixe de coisa largue mão de me judiar 
Que eu francamente não sei mais o que fazer
Já fiz de tudo pra você acreditar que eu dou a vida pra juntar
Meus quase nada com você 

O que se pode fazer hoje não se deixa pra depois
Já resolvi já fiz um rancho de sapé só pra nos dois 
Resolva logo de uma vez e vamos nós
Eu e você, você e eu meu violão e a minha voz

Eterna Saudade
Quis apagar da lembrança o teu semblante moreno
Que é toda minha esperança mas é todo meu veneno
Não posso fugir de ti quis esquecer foi em vão
Porque você me acompanha dentro do meu coração

Eu no Rio de Janeiro fui passar uma semana
Conheci lugares lindos e a bela Copacabana
Das areias cor de ouro lindos quadros se depara
Monumento de cimento e a Bahia Guanabara

Fui a Urca fui a Gávia mas não me senti feliz
Fui a avenida Rio Branco e voltei a praça Fariz
Vi o velho na Colombo vi os brotos na cidade
Mas nada pode apagar a minha infelicidade

Fui a jardim, ao cinema Icaraí, a Niterói
Mais não foge a saudade que no meu coração dói
Não há nada mais bonito do que o Rio para se ver
Mas confesso com tristeza nada me fez te esquecer
Mas confesso com tristeza nada me fez te esquecer

Campeão Do Pealo
Agente quando é criança aprende aquilo que vê
Meu pai era boiadeiro eu também queria ser
Com sete anos de idade já comecei aprender
Laçando algum bezerrinho na hora de recolher
Cheio de satisfação escutei meu pai dizer
Esse menino a cavalo vai ser o campeão do pialo o dia que ele crescer

Quando foi um certo dia a minha mãe teve ciume
Meu filho não lida mais seu pai e os peão que se arrume
Se você formar pra doutor um grande cargo assume
Não fica um peão jogado pros canto e pelos batume
Vou te botar de castigo se acaso você não aplume
Se um dia eu te ver jogado seu pai vai ser o culpado por não tirar o seu costume

Uma noite eu fugi de casa varando sertão adentro
Me ajustei com um boiadeiro por nome João Nascimento
Fomos buscar uma boiada pras bandas de Livramento
O boiadeiro dizia que eu era de bom talento
Não falo por ser gavola e nem por convencimento
Jogava o laço no escuro e notava o maruá seguro pelo rangido dos tento

Depois que eu sai de casa passou dez anos ou mais
Eu fui buscar uma boiada lá no sertão de Goiás
Quando eu cheguei no rio grande a enchente tava demais
Ali tinha uma boiada com dez peão e capataz
Quando o rio foi abaixando que a balsa encostou no cais
A boiada pulou n´agua e o peão nessa hora amarga jogou seu burrão atrás

O burro tava cansado não agüentou a correnteza
O peão gritou por socorro eu atendi por destreza
Fiz três rodia no laço joguei com toda certeza
Lacei pro meio do corpo não sei se foi por proeza
Ao trazer ele pra fora foi grande a minha surpresa
O peão gritou surpreendido me abrace filho querido você foi minha defesa

Retrato Do Boi Soberano
No braço desta viola quero contar quem eu sou
No meu tempo de menino este causo se passou
Fiquei ciente da história porque meu pai me contou
O velhinho foi falando com a voz quase apagando
Do seus olhos marejando duas lágrimas rolou

Meu filho nunca duvide do poder do criador
O retrato de um boi preto nesta hora me mostrou
Este boi é o Soberano que um dia te salvou
Não me sai mas do sentido quando eu vi você perdido
Na hora fiz um pedido e o milagre Deus mandou

Na cidade de Barretos muita gente presenciou
O passar de uma boiada com destino ao matador
No repique do berrante a boiada estourou
Neste momento tirano você estava brincando
Quando o boi Soberano na sua frente parou

Os gritos dos boiadeiros de muito longe escutou
A rua cobriu de poeira quando a boiada passou
Quem assistiu a passagem de emoção até chorou
Este boi te defendia com tamanha valentia
Que até chorei de alegria e o povo se admirou

Este causo do passado assim meu pai me contou
Do milagre acontecido eu fiquei conhecedor
Fui crescendo e fiquei moço hoje sou um cantador
Vou seguindo o meu destino e por um milagre divino
Eu sou aquele menino que o Soberano salvou

Músicas do álbum E Vamos Nós (CHANTECLER CH 3180) - (1968)

Nome Compositor Ritmo
Reisado Teddy Vieira Reisado
Noite Triste Léo Canhoto Guarânia
Vai, Saudade Alberto Conde / Nilza Nunes Rasqueado
Negrinho Do Pastoreio Teddy Vieira Toada
Juramento Quebrado Carreirinho / Sulino Moda De Viola
Relembrando Dadá / Paiozinho Cateretê
Minha Oração M. De La Torres / Aldino De Oliveira Reisado
Só Pra Mim Léo Canhoto Guarânia
E Vamos Nós Francisco Ãvila Toada
Eterna Saudade Zacarias Mourão / Zé Do Rancho Cururú
Campeão Do Pealo Teddy Vieira / Sulino Moda De Viola
Retrato Do Boi Soberano Pirassununga / João Caboclo Moda De Viola
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