Matogrosso E Mathias (1979) (Volume 4) (CHANTECLER 211405629) - (1979) - Matogrosso e Mathias

Matogrosso E Mathias (1979) (Volume 4) (CHANTECLER 211405629). LP relançado em 1983.

 
No Primeiro Avião
Muitas léguas distante daqui
Eu deixei alguém soluçando
E no trem da ausência parti
E a saudade hoje está me matando
Ansioso estou de voltar
Mas não sei se ela está me esperando

Por favor, me escreva uma carta
Quando ouvir minha triste canção
Se disser que ainda está me esperando
Partirei, partirei, partirei no primeiro avião

Hoje esta completando dois anos
Sem coragem estou de voltar
Tenho medo que o meu amor
Possa ter outro em meu lugar
Tanto tempo eu vivo sofrendo
A saudade ainda vai me matar

Por favor, me escreva uma carta
Quando ouvir minha triste canção
Se disser que ainda está me esperando
Partirei, partirei, partirei no primeiro avião

Sábado Triste
Que sábado triste quando vi a noiva saindo da igreja
Ela que havia mil vezes jurado comigo casar
Quis cumprimentá-la para ver se ainda de mim se lembrava
Não tive coragem, no meio do povo me pus a chorar

Fiquei só na praça banhando de pranto o buquê de flores
Que ela sorrindo atirou pra longe no último adeus
Falei com o cravo, sozinho esquecido num velho canteiro
Por que lhe deixaram distante da rosa assim como eu?

Voltei pro meu quarto e a primeira estrela no espaço surgiu
Qual gota de pranto de um anjo chorando perdido no céu
Que sábado triste, que horas amargas, que noite tão longa
Enquanto eu sofria meu amor partia em lua de mel

Que sábado triste, que tristes idéias de mim se apossaram
Pensei em matá-la e depois matar-me, mas eu desisti
De nada valia destruir a mente que em mim não pensava
Não tinha sentido tirar uma vida que eu não mereci

E viver agora não é mais possível porque não existo
Se morro ou se vivo, se vou ou se fico, pra mim tanto faz
Sozinho na praça senti que o mundo em mim desabava
E o manto da noite desceu envolvendo minh’alma sem paz

Voltei pro meu quarto e a primeira estrela no espaço surgiu
Qual gota de pranto de um anjo chorando perdido no céu
Que sábado triste, que horas amargas, que noite tão longa
Enquanto eu sofria meu amor partia em lua de mel

Milonga Para Ela
Passei a noite jogando e outras noites bebendo
A mulher que tanto amo, pra outro acabei perdendo
O fracasso me domina, meus amigos estão vendo
Que a derrota do amor mata mais do que veneno

Por isso não me pergunte o que está me acontecendo
Loucamente apaixonado pouco a pouco estou morrendo
Já não posso mais me levantar, culpado de tudo isso é ela
Amanhã não vou trabalhar, culpado de tudo isso é ela

Amante Amada
Já estou de volta minha doce amada, não suportei a saudade de ti
Não queira saber quantas madrugadas me virei na cama sem poder dormir
Vim cortando atalhos e encruzilhadas pra cumprir as juras que prometi
Foram tantas pedras que encontrei na estrada só Deus é quem sabe o quanto sofri

Agora que estamos frente a frente, meu anjo inocente quero te explicar
Encoste aos meus teus lábios quentes que daqui pra frente não vou te deixar

As tuas cartinhas estão bem guardadas nem sei quantas vezes eu ri e reli
Mas tem uma delas que está manchada meus prantos molharam na hora em que abri
Quando duas almas vivem separadas não há coração que possa resistir
Sem o teu carinho minha amante amada me perdi na estrada sem poder seguir

Agora que estamos frente a frente, meu anjo inocente quero te explicar
Encoste aos meus teus lábios quentes que daqui pra frente não vou te deixar

Boêmio Da Cantina
Aquela mesa da cantina está molhada
De amargo pranto de bebida e dissabor
Só ela sabe o segredo de um boêmio
Que ali passou muitas noites sem amor

Nas madrugadas quando apaga a luz da rua
A mesa fica sempre no mesmo lugar
Com as bitucas de cigarros no cinzeiro
De um boêmio que passou a soluçar

Este boêmio sou eu meu destino é chorar
O meu dinheiro é sem valor, amor eu não posso comprar

Quando a cantina vai baixando suas portas
A mesa fica sempre no mesmo lugar
E o boêmio deixa a mesa e vai andando
Nas ruas mortas á procura do seu lar

Este boêmio sou eu meu destino é chorar
O meu dinheiro é sem valor, amor eu não posso comprar

O Missionário
Ao enxugar suas lágrimas verá que eu sou sincero
Menina muito eu te quero, mas, porém, esta é a verdade 
Vou deixar-te para sempre meu querido amor primeiro
Eu serei o mensageiro da Santíssima Trindade
Nosso sonho de criança ficou tudo no passado
Talvez eu seja culpado não dizer nada a você
Meu destino cumprirei troco o amor pelo rosário
E eu sendo missionário você tem que me esquecer

Sinto pena de você, mas terá que compreender
Peço a Deus pra perdoar-me se agora vai sofrer
A verdade vou levar nos caminhos que hoje sigo
Vou fazer muitos amigos e pó eles vou morrer
Meu desejo é que encontre outro amor e felicidade
E não guarde na saudade o rancor do meu adeus
Acredite nessa hora eu seria seu esposo
Se o dom de religioso não torna-se o sonho meu

Cada dia que passar esquecerás minha existência
Eu terei a recompensa pelas almas que salvar
Me despeço com carinho espero que assim seja
Quando um dia em minha igreja meu sonho realizar 
Amanhã ao sol nascer não estarei mais ao teu lado 
Como simples namorado onde havia pouca luz
Olhe firme nos meus olhos o que vê é alegria
Vou seguir Jesus meu guia que morreu por nós na cruz

O Desconhecido
Sou um desconhecido que vivo esquecido nas garras do além
Sou companheiro daquele que embaixo da chuva espera alguém
A sorte corre de mim em velocidade sem comparação
Acho que a felicidade perdeu endereço do meu coração
Acho que a felicidade perdeu endereço do meu coração

Quem me dera agora eu pudesse te amar
Mais o poder da maldade escalou a saudade pra me acompanhar

Ando a procura da sorte não há passaporte pra sair daqui
Temo parar de repente e a pausa da mente de novo impedir
Quero esquecer o passado, mas é impossível não ha solução
Acho que a felicidade perdeu endereço do meu coração
Acho que a felicidade perdeu endereço do meu coração

Quem me dera agora eu pudesse te amar
Mais o poder da maldade escalou a saudade pra me acompanhar

Senhor Ninguém
Se eu conseguisse esquecer quem eu amor meu Deus, que beleza
Não estaria curtindo a mágoa que estou agora
Mas infelizmente estou apaixonado tento e não consigo
Deixar a pessoa que apronta comigo, 
Minha paixão não deixa que eu vá embora

Não posso negar que tornei-me objeto nas mãos desse alguém
Sou pedra que rola pra ela eu não passo de um senhor ninguém
Sempre humilhado vivo implorando o s carinhos dela
Muito embora mesmo sabendo que ela
Deseja trocar-me por um outro alguém

Na luta da vida nunca fui vencido eu sempre fui forte
Mas por esse alguém até desejo a morte
Não posso viver como estou vivendo
É muito bonito ter alguém na vida e gostar pra valer
Porém, com cuidado para não sofrer
E morrer aos poucos como estou morrendo

O Paredão
Com ar indiscreto e roupas coloridas
Na calada da noite na grande avenida
Linda mariposa vendendo amor
Eis mocinha simples do interior

Alguém sem escrúpulo e sem coração
Não disse a ela o que é o paredão
Falso explorador com gesto mesquinho
Só disse a ela de amor e carinho

Eis o quadro triste que apresenta a vida
Da pobre mocinha que está sem guarida
Eu olho e não vejo qualquer solução
Eu quero e não posso estender-lhe a mão

Quando ela adormece num quarto de hotel
Acorda assustada que sonho cruel
E vê que no sonho não é mariposa
E rainha, do lar senhora e esposa

Assim ela vive com a mente ferida
Sorrindo e chorando na grande avenida
Querida por todos e tão desprezada
A espera do tudo ao rumo do nada

Eis o quadro triste que apresenta a vida
Da pobre mocinha que está sem guarida
Eu olho e não vejo qualquer solução
Eu quero e não posso estender-lhe a mão

Arrependida
Eu sei que o dia vai chegar e vai me pagar por tudo que me fez
Não quero mais saber de ti mesmo que eu sentir amor outra vez
Você foi o meu veneno, hoje estou sofrendo por ti mulher
O que fez comigo será devolvido se Deus quiser

Chorar o quanto chorei tenho certeza que ninguém chorou
Sem perceber perdi a mocidade dando de tudo a quem não seu valor
Sem perceber perdi a mocidade dando de tudo a quem não seu valor

Eu sei que cedo ou mais tarde queira ou não queira vem pedir perdão
Então você vai perceber quanto fez sofrer meu pobre coração
Embora muito aborrecido, magoado e sofrido vou te perdoar
Mas fique sabendo com você jamais irei continuar

Chorar o quanto chorei tenho certeza que ninguém chorou
Sem perceber perdi a mocidade dando de tudo a quem não seu valor
Sem perceber perdi a mocidade dando de tudo a quem não seu valor

Galopando
Galopando eu chego mais ligeiro
Busco a boiada no triângulo mineiro
Levo peão e bastante companheiros
Na comitiva também vai o meu cargueiro
Eu vou atrás tocando os animais
Vermelho de poeira que a boiada faz

Ai, ai, ai, ai, o meu lenço com a ponta pra trás
Vermelho de poeira que a boiada faz

E quando eu chego no triângulo mineiro
As moças gritam lá vem o boiadeiro
Eu sou cowboy sou um valente vaqueiro
E no meu bolso eu carrego meu dinheiro
O que eu faço outro vaqueiro não faz
Montar em burro brabo até de cara pra trás

Ai, ai, ai, ai, o meu lenço com a ponta pra trás
Vermelho de poeira que a boiada faz

Sozinho Na Cama
Cai a noite silenciosa e triste
Pra mim não existe maior padecer
Do que a gente sozinho na cama
Pensando em quem ama e há tempo não vê

Ao lembrar que outro tem com amor
Pra sempre o calor de quem a gente adora
Eu duvido que outro alguém suportar
Esta dor sem chorar como eu nessa hora

Vai outra noite e o sono não vem
Por consolo e remédio que tem e chorar a saudade sem fim
Vem novo dia e não vem o sono
Pois quem vive no triste abandono dia a noite padece assim

Músicas do álbum Matogrosso E Mathias (1979) (Volume 4) (CHANTECLER 211405629) - (1979)

Nome Compositor Ritmo
No Primeiro Avião Matogrosso / Walter Neto Rancheira
Sábado Triste Carlos César / José Fortuna Guarânia
Milonga Para Ela Mathias / Vital / Paulo Claro Milonga
Amante Amada Mathias / Flor Da Serra Guarânia
Boêmio Da Cantina Paulinho Gama / Marinho Soares Bolero
O Missionário Matogrosso / Nelson Luiz Lopes Polca
O Desconhecido Oréco / Matogrosso Rancheira
Senhor Ninguém Ronaldo Adriano / César A. Corgosinho Guarânia
O Paredão Oréco / Waldemar Reis Rancheira
Arrependida Mathias / Pinguinho Guarânia
Galopando Isaías Vieira / Arlindo Pinto Corrido
Sozinho Na Cama Pião Carreiro / Praense Rancheira
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