Sem Lua E Sem Mel (Volume 3) (SERTANEJO 211405217) - (1978) - Matogrosso e Mathias

Falso Juramento
Quantas léguas me encontro de ti
Quanta dor eu sinto agora
Tu distante não lembra de mim
E nem sabe que meus olhos choram
Tu distante não lembra de mim
E nem sabe que meus olhos choram

Eu preciso voltar te ver 
Pra matar essa grande saudade
Se na vida tão louco te amei como posso?
Como posso ter felicidade?

Sou igual às nuvens e o vento
Que pra longe o tempo levou
Nossas juras não foram cumpridas
O destino nos separou
Nossas juras não foram cumpridas
O destino nos separou

E no trem da ausência eu sigo
E não sei quando mais voltarei
Se não posso ficar mais aqui pra bem longe
Pra bem longe amanhã partirei

Cachoeira De Pranto
Amar como eu te amei ninguém amou,
Chorar como eu chorei ninguém chorou
Na hora da sua partida foi tão triste a despedida 
Minhas lágrimas em cachoeira se transformou

Sentado na beira das águas fiquei a lembrar
Com o peito cheio de mágoa vi tudo acabar
Naquele silêncio profundo senti-me ausente do mundo
Pra não morrer de tristeza comecei cantar

Maldito seja o navio no qual foi o meu benzinho
Que pra me deixar sozinho a levou
Só me deixando a saudade da mulher que amo tanto
E a cachoeira de pranto que alguém chorou

A Primeira Pedra
Hoje estou muito aborrecido, arrasado pensando na vida
Recordando momentos vividos no passado com minha querida
Iludido deixei-a por outra que jurou me fazer mais feliz
Só agora puder enxergar claramente o erro que fiz

Quantos homens erram na vida eu também confesso que errei
Só um consolo me resta querida que a primeira pedra não fui eu que atirei

Nesta hora estou pensativo, minha mente mergulha no espaço
Como um raio em volta do tempo e descubro que fui um palhaço
Nos momentos difíceis da vida, era ela que estava comigo
E depois de deixá-la por outra sou fracasso, sou tronco caído

Quantos homens erram na vida eu também confesso que errei
Só um consolo me resta querida que a primeira pedra não fui eu que atirei

Teu Erro
Sobre meu leito transtornado de amarguras
Recordei as desventuras que por ela eu passei
Vi o retrato já um pouco empoeirado
Lembrança de um passado que há muito tempo deixei

Ela partiu deixando a casa tão vazia
Foi tão triste aquele dia, foi horrível para mim
Vi as alcovas, recordei os bons momentos
Lembrei do seu juramento que tão cedo teve fim

O tempo passa a velhice vem chegando
Mus cabelos branqueando já não sou mais o que era
Hoje sozinho para não ficar na fossa
Eu pego minha viola e vou cantando uma canção

Apague Meu Nome
Apague meu nome do livro do seu pensamento
Esqueça o passado, nossos doces momentos
Você foi culpada da nossa separação
Você é aventureira, não merece perdão

Hoje estou neste mundo vagando sozinho sem ilusão
Às vezes eu sofro, amargurado sem ter ninguém ao meu lado
Mas terá sua vez de compreender sua ingratidão e me procurar
Mas será tarde porque por você meu amor acabou

Meu Natal Sem Mamãe
Cai a noite natalina nascimento de jesus
Toda terra se ilumina tudo é festa tudo é luz
Mas minha alma está vagando na escuridão sozinha
Mais um ano que eu passo meu natal sem mamãezinha

Venho sofrendo quanto tempo nem me lembro
Quando chega dezembro todo ano é sempre igual
Enquanto o povo está cantando e festejando
Eu chorando estou passando sem mamãe outro natal

E a amarga ironia o meu coração me diz
Todos sentem alegria a cantar noite feliz
Para mim é noite triste a saudade é meu mal
Alegria não existe sem mamãe não há natal

Venho sofrendo Quanto tempo nem me lembro
Quando chega dezembro todo ano é sempre igual
Enquanto o povo está cantando e festejando
Eu chorando estou passando sem mamãe outro natal

Sem Lua E Sem Mel
Hoje estou de volta surpreso e tão triste
Porque vejo o quanto que você mudou
Por isso na vida ficará sozinha
E nunca será o que sempre sonhou

O tempo inimigo tornou-se amigo
Forçando talvez a minha demora
Não pensei que um dia eu te encontrasse
Na situação que te encontro agora

De bolsa no braço, cigarro entre os dedos
Blusa decotada e de calça comprida
Mascando chiclete e falando gíria
Usando palavras que são proibidas

Chamando atenção de quem passa na rua
No mundo indecente se sente envolvida
Seu comportamento mudou de repente
E falar que tudo faz parte da vida

Por isso não posso te levar comigo
Detalhadamente não posso explicar
Por vários motivos que ignoro
Você a igreja não posso levar

Agora está claro que não me interessa
O quanto te quis e o quanto me quer
Você não pode vestir-se de noiva
Por isso não pode ser minha mulher

Triste Regresso
Hoje voltei pra rever minha casinha
Que era tão simplesinha numa vila do interior
E a viagem não podia suportar
Tinha pressa de chagar para abraçar o meu amor

Há mais de um ano que daqui eu fui embora
A procura de melhora e de sonhos coloridos
Hoje voltei, não vi a casa pequenina
No lugar há uma piscina e um sobrado construído

Fiquei tão triste sem saber o que fazer
E um visinho esta notícia me deu
O seu amor mora naquele sobrado
E esta vivendo ao lado do melhor amigo seu

Casa Pobre
A minha casa longe do conceito nobre
É humildemente pobre, porém é muito feliz
O alicerce são dois esteios de gancho
É mais simples do que um rancho, que a sociedade diz

Suas paredes cercam poucas dependência
Cozinha quarto e dispensa, mas da bem pra mim viver
A cobertura é feita de tábua trincada
Onde minha namorada, toda noite vem me ver

E prosseguindo preste atenção meu amigo
A namorada que eu digo, não é mulher não senhor
Pra ser mais claro, eu a amo de verdade
Porque nunca fez maldade para esse morador

Ela me ama me inspira e me adora
E quando ela embora, não demora regressar
É a lua branca toda esbelta meiga e pura
Que me abraça com ternura e me convida a sonhar

A minha casa fica bem junto à cascata
Onde os rumores da mata é um hino matinal
É casa pobre como é pobre o seu dono
Não tem luxo e mordomo tudo é muito original

Os caminheiros que apontam na estrada
Por certo fazem caçoada, desse pobre João Ninguém
É uma casinha simplesinha e esquisita
Mas quem me fizer visita  juro que é dono também, dono também

Ela Não Pode Ser Minha
O amor é uma semente que se planta com carinho
Por entre beijos ardentes quando se encontram sozinho
Nasce o amor entre os dois sobre a sombra de um jardim
A saudade vem depois foi o que restou pra mim

Eu adoro tanto ela, ela não pode ser minha
Ao me ver bate a janela e depois chora sozinha

Nas cartas que ela me escreve contando tudo que sente
Não pode viver sozinha sabendo que estou ausente
Pensando que estou com outra, mas é muito diferente
É você prenda querida que não sai da minha mente

Eu adoro tanto ela, ela não pode ser minha
Ao me ver bate a janela e depois chora sozinha

O teu nome está gravado no braço do violão
Tenho meu peito magoado disfarço nessa canção
Já que não pode ser minha é de outro seu coração
Quero que saiba querida que foi minha perdição

Eu adoro tanto ela, ela não pode ser minha
Ao me ver bate a janela e depois chora sozinha

Enfrentando Batalhas
Nasci tão pobre na vida
Por isso enfrento batalhas
Por eu ser um forte guerreiro
Não preciso cortar atalhos

Ando em busca da felicidade
Até hoje não encontrei
Só encontrei o desprezo
Da mulher que mais amei

Dizem que homem não chora
Eu confesso que muito chorei
Recordando meu triste passado
Que jamais me esquecerei

Noites De Verão
Por que em minha infância tive tantas emoções
Para sofrer desilusões ao passar tantos janeiros
Se a garota que eu quis me faz sofrer tanto agora
Onde anda esta hora quem foi meu amor primeiro

Nossa infância não havia a responsabilidade
Nós amamos de verdade sem ter medo do castigo
Mas, porém tudo mudou você desapareceu
Eu não sei se me esqueceu, mas esquecer-te não consigo

No calor dos teus abraços, carinhoso e irresistível
Para fugir fiz o possível dos teus beijos e do teu ser
Do teu corpo de menina toda a noite me envolvia
Em teus braços adormecia até o dia amanhecer

Mas o tempo foi passando, foi morrendo nosso amor
Da paixão restou a dor em meu pobre coração
Nossas vidas separaram, bem na flor da mocidade
Só ficando na saudade nossas noites de verão

Você não sabe menina quantas vezes a procurei
Quantas noites eu chorei, tua ausência é um sofrimento
Eu não sei aonde mora, o lugar que esta vivendo
E por isso vou morrendo com você no meu pensamento

A Deus eu faço um pedido nesta minha solidão
Quem ouvir minha canção compreende meu destino
Me ajude a encontrar este amor puro e inocente
Que amei nas noites quentes nos meus tempos de menino

Músicas do álbum Sem Lua E Sem Mel (Volume 3) (SERTANEJO 211405217) - (1978)

Nome Compositor Ritmo
Falso Juramento Sargento Juares Miranda / Rauzito Rancheira
Cachoeira De Pranto Marra Rasqueado
A Primeira Pedra Matogrosso / Tito Xavier Rancheira
Teu Erro Mathias / Moisés Claro / Cancioneiro Bolero
Apague Meu Nome Mathias / Mabel Rancheira
Meu Natal Sem Mamãe Goiá Balanço
Sem Lua E Sem Mel Zé Da Praia / Marli Rancheira
Triste Regresso Milionário / Duduca Bolero
Casa Pobre Dino Franco Balanço
Ela Não Pode Ser Minha Mathias / Compadre Chico / Zé Guaira Carrilhão
Enfrentando Batalhas Jairo / Jair Rancheira
Noites De Verão Nelson Luis Lopes / Dorival Lopes Polca
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