Mineiro E Manduzinho - 78 RPM 1955 (RCA Victor 801438) - (1955) - Mineiro e Manduzinho (Primeira Dupla: Década De 1950)

Rosa Traiçoeira
Tenho uma história pra contar pra quem conhece 
Quem escuta não se esquece desta estória tão sentida
Sou um coração que vive triste e que padece
Ai meu Deus quem reconhece como é triste a minha vida

Tenho chorado com meu coração magoado
Só por causa de um passado cheio de felicidade
Este passado foi se embora e não voltou
Pra mim ele só deixou triste dor de uma saudade

Felicidade é uma morena faceira
Que foi minha companheira a quem dei meu coração
Era uma linda morena dos olhos pretos
Seu olhar era morteiro natural lá do sertão

O meu amor cada vez era mais forte
Não pensava na má sorte da cruel desilusão
Rosa traiçoeira foi se embora e não voltou
Meu rancho ela abandonou sem motivo e sem razão

Eu comparo esta minha sorte ingrata
Com a rosa lá da mata que a natureza criou
Mais o destino desfolhou minha ilusão
E a rosa pelo chão o vento cruel levou

Eu sou o cravo que fiquei aqui sozinho
Solitário num cantinho de tristeza já murchou
Estou cumprindo o que manda a minha sorte

Preto De Alma Branca
Fazenda da Liberdade quando o coronel vivia
Seus colonos empregados gozavam da regalia
Mas tudo que é bom se a caba e cada coisa tem seu dia
Foi em uma tarde de maio que o coronel falecia
Um preto velho chorou na hora que o caixão saia
Era o peão mais antigo que na fazenda existia

Com a morte do coronel seu filho ficou patrão
Mas não herdou do seu pai aquele bom coração
Mandou chamar o preto velho e falou sem compaixão
Vou mandar você embora não tenho mais precisão
Preciso aqui gente nova pra tratar da criação
Foi mais golpe doido na vida desse cristão, ai

No palanque da mangueira do preto velho encostou
Ali de cabeça baixa seu passado relembrou
De quantos bois cuiabanos nos seus braços já berrou
Quantos potros redomão sua chilena quebrou
Um estalo no portão de repente ele escutou
Um pantaneiro furioso na mangueira penetrou ai

A filha do fazendeiro sua prendinha querida
Aquele anjo inocente brincava muito entretida
O preto saiu correndo com suas perna enfraquecida
Parou na frente do boi quando ele deu a investida
No chifre do pantaneiro as suas forças foi vencida
Pra salvar a sinhazinha ele arriscou sua própria vida

O fazendeiro correndo cinco tiros disparou
Derrubou o pantaneiro, mas nada disso adiantou
Abraçando o preto velho o coitado ainda falou
Mande benzer a sinhazinha do susto que ela levou
Eu preciso ir me embora minha hora já chegou
E o preto de alma branca deste mundo descansou

Músicas do álbum Mineiro E Manduzinho - 78 RPM 1955 (RCA Victor 801438) - (1955)

Nome Compositor Ritmo
Rosa Traiçoeira Teddy Vieira / Lauripes Pedroso / D. M. Dos Santos Toada
Preto De Alma Branca Teddy Vieira / Lauripes Pedroso Moda De Viola
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