Os Amantes Da Rancheira (1971) (VDLP 106) - (1971) - Pedro Bento e Zé Da Estrada

Dois Corações
Saí lá na fronteira do Paraguai
Onde deixei um grande amor por quem sofri
Hoje triste me recordo dos passados
E dos momentos que eu passei junto de ti

Aqui distante sei que vou sentir saudade
Mas um dia ainda eu sei que voltarei
Vou buscar a minha linda paraguaia
Juntinho dela no Brasil eu viverei

Se por acaso a minha idéia não der certo
Grande tristeza eu vou sofrer na solidão
Mas me conforme com o destino que eu tenho
Porque eu sei que sofrerá dois corações

Se o nosso sonho não chegar a realizar
O nosso amor nunca terá separação
Quando a morte nos levar pro outro mundo
Lá no céu Deus fará nossa união

Morrendo Aos Poucos
Sei que tem muitas mulheres, só a uma quero bem
A mulher que eu amo tanto já pertence a outro alguém
Este mundo mesmo errado e feliz quem muito tem
Eu que sou tão desprezado vivo triste sem ninguém

Que vou fazer este amor eu venero
Mesmo sofrendo esquecer-te eu não quero

Dizem que pra conseguir-te necessito uma riqueza
Vivo cantando no mundo pra esquecer minha tristeza
Por não ter dinheiro eu vivo neste mundo como um louco
Se com amor não te compra vou morrendo pouco a pouco

Que vou fazer este amor eu venero
Mesmo sofrendo esquecer-te eu não quero

Maldito Dinheiro
Senhora Virgem Sagrada aqui estou eu ajoelhada
Venho pedir-te nesse momento pela tua santa bondade
Venho pedir muita felicidade amanhã é o dia do meu casamento

Desejo que seja feliz para sempre
Que tua alegria jamais tenha fim
Teu noivo é rico, mas tu não o ama
Eu sei que tu gostas bastante de mim

Serás uma esposa que adora o dinheiro
Um dia mais tarde se arrependerá
Por eu ser um pobre tu me abandonaste
Porém sei que nunca me esquecerá

Maldito dinheiro
Que comprou a mulher que eu amo
Maldito dinheiro
Vai carregar a mulher que eu chamo

Em breve farás o santo juramento
Aos pés do altar dentro de uma igreja
Teu noivo é um covarde casando contigo
Sabendo que tu só quer sua riqueza

O Dia Mais Lindo Da Vida
Hoje eu quero ver todos bebendo
Ao brindarmos a nossa amizade
Nesta data vocês estão vendo
Em meu rosto só felicidade

Eu não sei se eu canto ou eu choro
E tão grande a minha emoção
Pois aquela que mais eu adoro
Vai unir-se ao meu coração

Hoje é o dia mais lindo da vida
Com quem amo eu vou me casar
Esta festa é a despedi
Sinto a alma sorrir e cantar

Na igreja junto aos convidados
Eu ela iremos passar
O vigário todo entusiasmado
Nos espera enfrente ao altar

E assim será nossa união
Seguiremos a vida juntinho
Peço a Deus que derrama a benção
Ilumine o nosso caminho

Hoje é o dia mais lindo da vida
Com quem amo eu vou me casar
Esta festa é a despedi
Sinto a alma sorrir e cantar

Copo Da Mesa
Você está vendo aquele copo que está na mesa ao lado
Parece que ainda reflete um semblante apaixonado
Foi alguém que andou bebendo por estar abandonado
Hoje vive o desespero da lembrança de um passado.

Você está vendo aquele copo com resto de bebida
Esse copo simboliza o fracasso de uma vida
De uma vida que foi boa, mas ficou interrompida
Pela ingratidão malvada de alguma mulher fingida

Aquele copo é o espelho meio sujo e meio embaço
Escutai a triste história que em meus versos hoje faço
Aquele copo reflete com algum desembaraço
A mentira de uma ingrata e a verdade de um fracasso

Aquele copo está cheio de tristeza e dissabor
Para quem a própria vida já perdeu o seu valor
Esse copo simboliza a derrota de um amor
Já não tem bebida alguma só tem lágrimas de dor

Prisão De Pedra
Quando estive na prisão sozinho me entristecia
Contemplando entre as grades tudo que acontecia
Que noites tão negras passei na prisão
Por ter me vingado de uma traição

Muitas vezes eu descia a escada da prisão
Despedir-me dos companheiros que tinham libertação
Que noites tão negras passei na prisão
Por ter me vingado de uma traição.

Toda noite por castigo com minha alma torturada
A visão aparecia da mulher que foi a culpada
Que noites tão negras passei na prisão
Por ter me vingado de uma traição

O clarim da sentinela nunca mais eu esqueci
Com os seus toques de alerta não me deixava dormir
Que noites tão negras passei na prisão
Por ter me vingado de uma traição

Coração Que Chora
Estou sentindo a dor do ciúme
Torturando o meu coração
Fala mais alto a voz do despeito
Mais alto a voz da razão

Ai, ai, ai, ai
Ai como dói a ingratidão
Te ver sorrindo nos braços de outro
Enquanto chora o meu coração

Ai, ai, ai, ai
Ai como dói a ingratidão
Te ver sorrindo nos braços de outro
Enquanto chora o meu coração

Sei que breve, muito breve
Longe de mim tu vais ficar
Quero que saiba que em meu coração
Tua lembrança não vai se apagar

Ai, ai, ai, ai
Ai como dói a ingratidão
Te ver sorrindo nos braços de outro
Enquanto chora o meu coração

Ladrão De Beijos
Vem aos meus braços minha querida
Vem aquecer-me com teu calor
Tu és meu sonho, és minha vida
Eu quero ser o teu grande amor

Não sejas doída me segurando
Deixe meus braços te abraçar
Porque minh'alma fica chorando
Se os teus lábios eu não beijar

Quero sentir os teus lábios quentes
Para matar meu febril desejo
Estou cansado de ser somente
Em tua vida um ladrão de beijos

Bem sei querida estou errado
Se os teus beijos vivo a roubar
De nossas brigas, eu sou culpado
Mas eu nasci para te adorar

Quero ser dono dos teus abraços
Não fujas nunca dos braços meus
A minha vida será um fracasso
Se eu ficar sem os beijos teus

Quero sentir os teus lábios quentes
Para matar o meu febril desejo
Estou cansado de ser somente
Em tua vida um ladrão de beijos

Boneca Cobiçada
Quando eu te conheci do amor desiludida
Fiz tudo e consegui dar vida a tua vida
Dois meses de aventura o nosso amor viveu
Dois meses com ternura beijei os lábios teus

Porém eu já sabia que perto estava o fim
Pois tu não conseguias viver só para mim
Eu poderei morrer, mas os meus versos não
Minha voz hás de ouvir ferindo o coração

Boneca cobiçada das noites de sereno
Teu corpo não tem dono teus lábios têm veneno
Se queres que eu sofra é grande o teu engano
Pois olha nos meus olhos vê que não estou chorando

Amanheci Em Teus Braços
Amanheci outra vez em teus braços
E despertei chorando de alegria
Acariciei teu rosto com ternura
O nosso amor é cheio de ventura

Sorrindo estavas tu quando acordaste
Beijei a tua boca com ânsia louca
E silenciosamente nos amamos
Assim passaram muitas, muitas horas

Quando a noite chegou e a lua apareceu
O mundo era de prata quando te iluminou
Senti na minha alma um ciúmes que maltrata

Tua voz estremeceu quase chorando
Beijando te acalmei toda amargura
A lua em seu fracasso foi embora
E amanheci outra vez em teus braços

Carta Do Pracinha
Na guerra, naquelas fortes metralhas, na encarniçada batalha muitos homens vão tombando
E é nesta mesma guerra bem longe de sua terra que um pracinha está lutando
E no campo de perigo não temia os inimigos o pracinha ia avançando
Ao passar de uma trincheira uma bala certeira atinge o pobre pracinha
Que caído no capim compreende que é seu fim e lembra de sua mãezinha
Com fervor e muita fé num pedaço de papel foi escrevendo essas linhas

Todas as cartas até agora que eu escrevi pra senhora levou somente alegria
Ao lhe escrever que beleza não pensava que a tristeza lhe magoasse um certo dia
Mas veja só minha sorte eu vim encontrar com a morte não tenho mais serventia

Se mãezinha estou deitado por uma bala varado eu sei que me vou agora
Mas com meu amor profundo não quero ir pro outro mundo sem despedir da senhora
Vai meu último abraço por causa de um balaço deste mundo eu vou embora

Minha mão está a tremer não posso mais escrever adeus minha mãe querida
Aqui será meu enterro perdoai todos meus erros se eu a magoei na vida
Os meus colegas me chamam minhas lágrimas derramam é a minha despedida

Vejo um caminho estreitinho todo cercado de espinho parece o raiar da aurora
Vejo uma nuvem e um véu se eu chegar até no céu bem lá no reino da glória
Pedirei neste segundo um lugar pras mães do mundo junto com Nossa Senhora

Mulher De Ninguém
Como posso ser feliz na minha vida
Viver ausente da mulher que mais amei
Com tristeza eu recordo a despedida
Daquela ingrata com quem eu tanto sonhei

E sozinho hoje eu entro em meu quarto
Esta saudade fazem meus olhos chorar
O meu consolo é beija o seu retrato
Enquanto os outros no seu rosto vão beijar

Ela teve tudo que sonhava neste mundo
O seu desejo era viver na liberdade
Dando em meu peito esse golpe tão profundo
Deixando em mim a cicatriz da falsidade

Vejo a aliança que ela ainda traz no dedo
Foi recebida de joelho em frente ao altar
A lei divina foi pra ela um brinquedo
Indo pra lama destruindo o próprio lar

Hoje ela vive de boêmios rodeada
Trocando abraços por um copo de bebida
Todos se afastam quando chega a madrugada
Fica sozinho maldizendo a própria vida

Vendo seu rosto não esconde mais a mágoa
Olha a aliança que é o espelho do passado
Chama o meu nome com os olhos rasos d’água
De pouco a pouco vai pagando seu pecado

Músicas do álbum Os Amantes Da Rancheira (1971) (VDLP 106) - (1971)

Nome Compositor Ritmo
Dois Corações Pedro Bento / Pererê Polca
Morrendo Aos Poucos Celinho / Zé Da Estrada Carrilhão
Maldito Dinheiro Léo Canhoto Rancheira
O Dia Mais Lindo Da Vida Nelson Gomes / Zé Da Estrada Rancheira
Copo Da Mesa Goiá / Zacarias Mourão Guarânia
Prisão De Pedra Cuco Sanches - Versão: Nelson Gomes Rancheira
Coração Que Chora Mistiça / Zumara Carrilhão
Ladrão De Beijos Nelson Gomes / Pedro Bento Rancheira
Boneca Cobiçada Bolinha / Biá Bolero
Amanheci Em Teus Braços José A. Jimenes - Versão: Pepe Ãvila Rancheira
Carta Do Pracinha Zé Paioça / Zé Capoeira Toada
Mulher De Ninguém Paiozinho / Benedito Seviero Tango
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