Os Seresteiros Da Lua (CONTINENTAL CLP 9033) - (1968) - Pedro Bento e Zé Da Estrada

Recordando O Seresteiro
Sou aquele seresteiro que cantava em serenata
Eu e ela e meu violão e a lua cor de prata
O sereno vai caindo das folhas verde ao chão
E pra ela eu cantava esta saudosa canção

Abra a janela querida
Venha ver o luar cor de prata

E enquanto eu cantava encostado em sua janela
A lua com esplendor clareava o rosto dela
Sorrindo me dava um beijo e apertava minha mão
Murmurando eu cantava esta saudosa canção

Só a lua de mim tem piedade
Porque nunca me deixa sozinho

E as estrelas vão sumindo, vão sumindo lá no céu
A seresta vai partindo deixe sopro igual um véu
E junto comigo levo a grande recordação
Dos tempos que eu cantava essa saudosa canção

Como as nuvens que passam depressa
Foi assim que passou nosso amor

Minha Derrota
Para que me serve esta vida
Se a minha mulher querida me traiu sem compaixão
Foste mal agradecida
Eu te dei tanta guarida, me pagaste com a traição
Eu que tanto te queria
Não pensava que esse dia ela fosse me deixar
Tão sozinho e derrotado
Por me ver abandonado hoje me ponho a chorar

Já me vou, já me vou com a derrota
Vou dar meu amor à outra que me saiba compreender
Voltarei quando tudo já acabado
Quando eu tiver certeza de não voltar-te a querer

Sejas Sincero
Quem tem na vida um amor sagrado
Deve tratá-lo com muito carinho
Deve deixar as mentiras de lado
Pra ser feliz e sempre juntinho

Não pense nunca em lhe abandonar
Não pense nunca em fazer traição
O amor sincero nasce num olhar
E vai morar no coração
O amor sincero nasce num olhar
E vai morar no coração

Abandonei meu verdadeiro amor
Sem ter motivo, sem ter razão
Agora estou sofrendo a dor
Pagando caro minha ingratidão

Reconheci meu erro muito tarde
Por isso a todos quero aconselhar
Seja sincero, não sejas covarde
Se quiseres ter um futuro lar

Para Que Me Serve A Vida
Eu vivo triste na vida perdi a minha querida
Eu já não gosto da vida sem amor eu não sou nada
A vida é como a bebida
Depois da mesma ingerida logo se transforma em nada

Depois que meu bem partiu eu tenho chorando tanto
Eu fui à margem do rio para entregar meus prantos
O rio assim murmurou
Procure um novo amor pra não mais sofrer tanto

Não quero amar mais ninguém, eu quero viver sozinho
Não quero que outro alguém, venha me fazer carinho
Se ela não mais voltar
Eu vou aos pés do altar a minha jurar provar

Coração Que Chora
Estou sentindo a dor do ciúme
Torturando o meu coração
Fala mais alto a voz do despeito
Mais alto a voz da razão

Ai, ai, ai, ai
Ai como dói a ingratidão
Te ver sorrindo nos braços de outro
Enquanto chora o meu coração

Ai, ai, ai, ai
Ai como dói a ingratidão
Te ver sorrindo nos braços de outro
Enquanto chora o meu coração

Sei que breve, muito breve
Longe de mim tu vais ficar
Quero que saiba que em meu coração
Tua lembrança não vai se apagar

Ai, ai, ai, ai
Ai como dói a ingratidão
Te ver sorrindo nos braços de outro
Enquanto chora o meu coração

Ai, ai, ai, ai
Ai como dói a ingratidão
Te ver sorrindo nos braços de outro
Enquanto chora o meu coração

Companheiro Da Lua
Triste destino de um pobre boêmio
Que vive nas ruas em serenata
Cantando e bebendo pra disfarçar
O cruel desprezo de uma ingrata

Quem ouve o boêmio na madrugada
Não compreende a sua dor
Somente a lua no céu estrelado
É companheira de um sofredor

Lua minha companheira
Diz para o meu amor
Que se ela não voltar
Morrerei de paixão e de dor

Porém a lua de mim tem piedade
Sabe que o meu padecer não tem fim
Pois amo alguém com sinceridade
Que me despreza sorrindo de mim

Sou um boêmio que vive vagando
Nas ruas desertas cantando sozinho
Pois a mulher com que vivo sonhando
Por causa de outro não quis meu carinho

Lua minha companheira
Diz para o meu amor
Que se ela não voltar
Morrerei de paixão e de dor

Dia Mais Lindo Da Vida
Hoje eu quero ver todos bebendo
Ao brindarmos a nossa amizade 
Nesta data vocês estão vendo
Em meu rosto só felicidade

Eu não sei se eu canto ou eu choro
E tão grande a minha emoção 
Pois aquela que mais eu adoro 
Vai unir-se ao meu coração 

Hoje é o dia mais lindo da vida 
Com quem amo eu vou me casar 
Esta festa é a despedi 
Sinto a alma sorrir e cantar

Na igreja junto aos convidados 
Eu ela iremos passar 
O vigário todo entusiasmado
Nos espera enfrente ao altar

E assim será nossa união 
Seguiremos a vida juntinho 
Peço a Deus que derrama a benção 
Ilumine o nosso caminho

Hoje é o dia mais lindo da vida 
Com quem amo eu vou me casar 
Esta festa é a despedi 
Sinto a alma sorrir e cantar

Tu Sempre Tu
Me contaram que tu vais me desprezar
Me disseram que arranjaste um novo amor
Mas confesso que não posso acreditar
Se é verdade sei que vou morrer de dor

Penso em ti toda a hora e todo o dia
Tu bem sabes que te amo com loucura
Eu sem ti só terei melancolia
Morrerei de tristeza e amargura

Tu, sempre tu que amo
É teu o meu coração
Tu até em sonho eu chamo
Tu és a minha paixão

Quanto mais o tempo vai passando
Mais aumenta por ti o meu querer
Ao teu lado feliz vou caminhando
Porque tu és a luz do meu viver

Não se deixa um amor que é sincero
Nem destrói tão sublime esperança
E por isso ansioso eu espero
Ver meu nome em tua aliança

Tu, sempre tu que amo
É teu o meu coração
Tu até em sonho eu chamo
Tu és a minha paixão

Que Saudade
Que saudade, que saudade do recanto onde nasci
Do cantar da seriema, do gemer da juriti
Do meu velho pé de ipê, do angico e da palmeira
Do sabiá que cantava no galho da laranjeira
Do sabiá que cantava no galho da laranjeira

Que saudade, que saudade do luar da minha terra
Prateando o arvoredo e a casinha la na serra
Que saudade da pequena que chorando lá eu deixei
Não chore linda morena que um dia eu voltarei
Não chore linda morena que um dia eu voltarei

Que saudade, que saudade das festas de São João
Da quadrilha no terreiro, do churrasco e do quentão
Hoje longe, muito longe vivo de recordação
A saudade vive sempre ferindo meu coração
A saudade vive sempre ferindo meu coração

Adeus
Adeus minha terra adorada
Adeus minha companheirada

Eu vou embora por que já não posso mais viver aqui
Deixo a lugar onde eu nasci sou obrigado pra longe morar
Se eu ficar eu sei que todos verão meu fracasso
Por que não quero ver em outros braços
Aquela mulher que me ensinou a amar

Verás como é grande seu erro
Verá como é triste o desprezo

Chegando o dia em que o futuro tornar-se presente
Você terá o seu peito ardente pela grande dor do arrependimento
E nesse dia compreenderá que o amor não se vende
Pois quem despreza sempre arrepende
E não encontra o esquecimento

Quatro Anos
Quatro anos de cadeia
Passei com minha alma cheia de esperança e de saudade
Quatro anos de horrível penitência
Que sofri com paciência esperando a liberdade

Quatro anos entre as grades
Por tentar sem piedade matar quem roubou-me a sorte
Eu errei o meu alvo desejado
Mas fui preso e condenado por tentativa de morte

Ela sempre me esperava
E sorrindo me beijava não pensava em sua traição
Foi por ela num momento furioso
Que tornei-me um criminoso e fui parar na prisão

Minha pena foi cumprida
A libertar minha vida tive surpresa fatal
Encontrei em meu lar que construí
A mulher por quem sofri vivendo com meu rival

Apenas Um Pecado
Foi um erro nosso amor, mas não sinto pesar o remorso
Ninguém teve no mundo o que eu alcancei
Nunca houve um amor igual ao nosso

Recordas como foi belo nosso romance
Tu me amaste e eu te amei
Por isso eu sofro e em vão me esforço
Para esquecer o quanto te adorei

Tortura-me a lembrança do passado
Alucina-me a falta dos beijos teus
O teu carinho terno e apaixonado
E os doces momentos que o nosso amor viveu

Pequei, mas não fui o primeiro
Remorso eu não terei jamais
Pois se algum dia apresentasse o ensejo
Eu pecaria cem mil vezes mais

Músicas do álbum Os Seresteiros Da Lua (CONTINENTAL CLP 9033) - (1968)

Nome Compositor Ritmo
Recordando O Seresteiro Pedro Bento / Celinho Carrilhão
Minha Derrota Roberto Galle - Versão: Sebastião F. Da Silva Fox
Sejas Sincero Luiz De Castro / Sebastião Aurélio Rasqueado
Para Que Me Serve A Vida J. Monge Rancheira
Coração Que Chora Mistiça / Zumara Carrilhão
Companheiro Da Lua Pedro Bento / Oswaldo Galhardi Rancheira
Dia Mais Lindo Da Vida Nelson Gomes / Zé Da Estrada Rancheira
Tu Sempre Tu Luiz De Castro / Sebastião Aurélio Bolero
Que Saudade Luiz De Castro / Sebastião Aurélio Polca
Adeus Horizonte / Ouro Fino Rancheira
Quatro Anos Lourival Dos Santos / Nízio Rancheira
Apenas Um Pecado Zé Claudino / Goiá Guarânia
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