Tangos E Boleros (CABOCLO 103405202) - (1976) - Pedro Bento e Zé Da Estrada
Dama De Preto
Garçom venha aqui na minha mesaÂ
Quero pedir um pequeno favorÂ
Não tenha medo, pagarei minha despesaÂ
Estou morrendo de tristeza e de dorÂ
Não tema se estou embriagadoÂ
Aquela dama é que me faz beber assimÂ
Se na estrada a vida não tem retornoÂ
Ela jamais irá retornar para mimÂ
Só que resta afogar-me na bebidaÂ
Embriagado de amor quero morrerÂ
Garçom amigo diga à quela fingidaÂ
Que foi por ela quando isto acontecerÂ
E amanhã quando souberes que morriÂ
Tenho certeza meu amigo eu te prometoÂ
Ela foi dama de vermelho e foi de brancoÂ
Mas amanhã ela era dama de preto
Mariposa Do Amor
Não sei por que é que eu vivo tão erradoÂ
Traindo sempre a companheira do meu larÂ
Sinto vergonha e reconheço meus pecados
Mas assim mesmo eu não sei me controlarÂ
As mariposas tem em mim uma influênciaÂ
E da clemência da esposa que adoroÂ
Sinto vergonha dos meus atos praticadosÂ
Disfarço a mágoa, nesta hora então eu choroÂ
Gosta da minha inseparável companheiraÂ
Somente a ela é que amo com ardorÂ
Mas como abelha rouba o mal de flor em florÂ
As mariposas do peito roubam amor
Desquite
Sonhava em me casar e ser felizÂ
Um dia por ventura me casei
Porém este meu sonho tão sublimeÂ
Foi tudo ao contrário que sonheiÂ
Aquela que um dia em frente ao altarÂ
Jurou me pertencer por toda vidaÂ
Jamais imaginei que ele fosseÂ
Hipócrita e mal agradecidaÂ
Somente com amor, amor se pagaÂ
Por que o amor é um forte sentimentoÂ
A minha solução foi desquitar-meÂ
Porque não fui feliz no meu casamento
Alucinação
Ontem à noite eu choreiÂ
Quando pro meu lar voltei ao entrar na minha sala
Te olhei cumprimentei
E depois te perguntei porque sorri, mas não fala
Vi os teus olhos morteiros
Perversos e traiçoeiros pareciam me amar
Mas notei falso sorriso
Mesmo não sendo preciso eu comecei a chorar
Contemplei teu lindo rosto quase morri de desgosto
De mim mesmo quis fugir
Tu disseste que me amava e depois me abandonavaÂ
Porque é que estás aqui
Compreendi a razão de tanta alucinação
Aquela imagem que via
Era quem estou amando, mas eu estava falando
Com sua fotografia
Prece De Amor
Aconteceu o que eu pressentiaÂ
Quem eu tanto queria resolveu me abandonarÂ
Oh, que tristeza eu sinto nesta horaÂ
Ao ver que vai embora quem eu sempre quis amarÂ
Mas que fazer se é outro que ela amaÂ
Na realidade ela não gosta de mimÂ
Nosso Senhor há de ouvir minha preceÂ
Um dia a gente esquece este amor que chega ao fimÂ
Eu dei a ela meu amor, meu coraçãoÂ
Dei carinho e compreensão só pensando em ser felizÂ
Porém nem tudo o que se espera a gente alcançaÂ
Vou viver só da lembrança deste amor que não me quisÂ
Mesmo sabendo que ela vai casar com outroÂ
Vai me deixar na mais triste solidãoÂ
Eu lhe desejo com toda sinceridadeÂ
A maior felicidade nessa sua união
Momento Do Adeus
Aos meus amigos nestes versos eu confessoÂ
Que é chegado o momento do adeusÂ
Quero explicar a razão que me despeçoÂ
Imaginando o que serão os dias meusÂ
A mulher que mais adoro nesta vidaÂ
É que me obriga a deixar minha cidadeÂ
O que eu sinto é deixar mamãe queridaÂ
Que sentirá as amarguras da saudadeÂ
Não suportando vê-la magoar-me tantoÂ
Passar por mim fingir que não me conheceÂ
Eis eu meu vou sufocando triste prantoÂ
Eis o motivo que minha alma entristeceÂ
Última seja a canção que me deliraÂ
Na ansiedade que me aperta o coraçãoÂ
Pois compreendam que a Deus é que me inspiraÂ
Infelizmente não merece uma canção
Dama De Vermelho
Garçom olhe pelo espelho a dama de vermelho que vai se levantar
Note que até a orquestra fica toda em festa quando ela sai pra dançar
Essa dama já me pertenceu e eu fui o culpado da separação
Hoje eu morro de ciúmes, ciúmes do perfume que ela deixa no salão
Garçom amigo apague a luz da minha mesa
Eu não quero que ela note em mim tanta tristeza
Abra mais uma garrafa hoje eu vou embriagar
Quero dormir para não ver outro homem lhe abraçar
Amor De Minha Vida
Dizem que quando a gente perde um grande amorÂ
Sente vontade de beber pra esquecerÂ
Porém eu que estou sofrendo esta dorÂ
Sinceramente pra vês eu vou dizerÂ
Um grande amor não se apaga na bebidaÂ
Não é na taça que se afoga uma paixãoÂ
Por que a lembrança de uma mulher queridaÂ
A gente guarda no coraçãoÂ
Para esquecer o grande amor de minha vidaÂ
Eu muitas vezes já bebi, mas não foi em vãoÂ
Agora vejo que as taças de bebidaÂ
Não apagam do meu peito esta paixão
Dama Da Noite
Amigo olhe lá naquela mesaÂ
Parecendo uma princesa, aquela linda mulherÂ
Abraçando e beijando aquele homemÂ
Mas fui eu que lhe dei o nome e hoje ela não me querÂ
Amigo ela vai dançar agoraÂ
E não viu que já faz horas que aqui eu vim sentarÂ
Amigo, sei que ela não está vendoÂ
O quanto que estou sofrendo vendo outro lhe abraçarÂ
Amigo meu sofrimento é profundoÂ
Me tornei um vagabundo que não devia existirÂ
Sei que ela só em colchas de cetimÂ
Dorme sem lembrar de mim que não tenho onde dormirÂ
Hoje é o dia da minha desgraçaÂ
Quero encher esta taça com meu pranto de dorÂ
Depois vou chegar pertinho delaÂ
Pedir de joelhos a ela um pouquinho de amor
Noites De Felicidade
Não me importa o que andam me dizendoÂ
Nem tenho medo se amanhã eu vou sofrerÂ
Pois na verdade todo mundo esta sabendoÂ
Que estou morrendo de amores por vocêÂ
Se hoje tenho os seus beijos e abraçosÂ
Não interessa o que possa vir depoisÂ
Sou um outro homem quando a tenho em meus braçosÂ
Até parece que o mundo é de nós doisÂ
Se a noite hoje é cheia de felicidadeÂ
O importante é ser feliz e nos amarÂ
Porque o mundo é sempre cheio de maldadeÂ
E amanhã a gente poderá chorarÂ
Por isso quero ficar hoje ao seu ladoÂ
Na emoção de seus beijos e carinhosÂ
Porque amanhã tudo já será passadoÂ
E novamente eu ficarei sozinho
Ninguém Lhe Quer Como Eu
Querida se vai me abandonarÂ
Saiba que vou chorar tenha pena de mimÂ
Querida não me maltrate tantoÂ
Este malvado pranto ainda vai ser meu fimÂ
Sou homem, mas confesso derrotado
Se não viver a seu lado que é todo meu desejoÂ
Vou ser um boêmio naufragadoÂ
Que ficou envenenado pelo seu ardente beijoÂ
Querida não vá emboraÂ
A vida é triste lá fora, ninguém lhe quer como euÂ
Muito que diz te adorarÂ
Breve vai lhe abandonar só para te ver sofrerÂ
Sei que não me ama, mas esta casa ainda é suaÂ
Não troque o lar pela rua para depois se arrepender
Sou homem, mas confesso derrotado
Se não viver a seu lado que é todo meu desejoÂ
Vou ser um boêmio naufragadoÂ
Que ficou envenenado pelo seu ardente beijoÂ
RidÃculo Papel
Quem conheceu a flor da lama de outroraÂ
Condenará o seu passado tão infameÂ
Hoje ela vive fantasiada de senhoraÂ
Na sociedade é chamada de madame
Mas para mim que conheci a sua históriaÂ
Porque sofri do seu golpe tão cruelÂ
Posso afirmar que seu triunfo e sua gloriaÂ
Foram os frutos de um ridÃculo papel
A sua alma aventureira e ambiciosaÂ
Era um domÃnio de ambição e de vaidadeÂ
Para atingir a vida rica e ditosaÂ
Cravou em mim o seu punhal da falsidade
Como no mundo existem tantos milionáriosÂ
Quem tem dinheiro par comprarem o que quiserÂ
Ele arranjou um fidalgo, velho otárioÂ
Que paga caro por um beijo de mulher
Hoje ela é da alta classe da cidadeÂ
Por que o dinheiro reergueu sua moralÂ
E conseguiu ludibriar a sociedadeÂ
Sendo madame do seu fulano de tal
Deixe que ela sempre engane toda genteÂ
Com prestigio e o dinheiro que ela temÂ
Mas para mim ela será eternamenteÂ
Um perdida, uma mulher de ninguém