Zé Carreiro E Carreirinho - 78 RPM 1951 (CONTINENTAL 16399) - (1951) - Zé Carreiro e Carreirinho
Carreiro Sebastião
O meu nome é Sebastião Rodrigues de CarvalhoÂ
Fui carreiro e com saudade lembro o tempo de trabalhoÂ
Hoje eu moro na cidade, mas nem de casa eu saio
Chego a sonhar com meu carro cortando pelos atalhos
Quatorze boi todos moiros desde a guia ao cabeçalho
Nome da minha boiada até hoje estou lembrado
Redondo e Marechal, Craveiro e Desejado
Jagunço e Violento, Estrangeiro e Numerado
Retaco e o Barão, boi baixo e reforçado
Maneiro e Rochedo, doze boi aparelhado
A junta de cabeçalho, Ouro Preto e Coração
José Martins de Azevedo o nome do meu patrão
Na fazenda São Luiz onde eu morei um tempão
Cortava aquele serrado lotadinho de algodão
Dava um dueto doÃdo o gemido dos cocão
Hoje eu moro na cidade, mais não posso acostumar
Em Outubro fez dois anos que eu deixei de carrear
Às vezes estou sozinho e começo me alembrar
Parece que estou escutando o meu carro a cantar
Eu nasci pra ser carreiro não nego meu naturalÂ
Violeiro Solteiro
Por eu ter notÃcia de um bom cantador
E uma linda moça do nosso interior
Pediu que eu cantasse ao menos por favor
Nem que fosse uns versos do mais inferior
Respondi pra ela eu não sou professor
Tudo quanto eu canto tem pouco valor
Mas meus versos servem pra acalmar a dor
De um peito que sofre ingratidão de amor
Afinal de conta fiz o seu mandado
Cantei um versinho muito bem cantado
Ela agradeceu com muitos agrados
Eu fiquei contente fiquei obrigado
Cantei um versinho do cabelo ondeado
Ela também tinha o cabelo cacheado
Deu cinco suspiros e me chamou de um lado
Perguntou se eu era solteiro ou casado
Menina, menina você se aperiga
Deixe de bobagem largue mão de intriga
Casar com violeiro é pra viver de briga
Você se aborrece da própria cantiga
Pra largar não pode porque Deus castiga
Pois eu sou violeiro e não faz mal que eu diga
Tome o meu conselho avise suas amigas
Que toque de viola não enche a barriga
Por isso que eu digo que um rapaz solteiro
Pra gozar a vida deve ser violeiro
Viajar embarcado sem gastar dinheiro
Se quer namorada tem até os milheiro
Entra no salão com os olhos morteiros
O cantar sereno de dois companheiros
Na mais bonitinha bate o desespero
Da meia-noite em diante tá no cativeiro
Eu falo a verdade não é intimação
Na festa que eu pego a viola na mão
Canto alguma moda é por inclinação
Toco na turina responde o bordão
Dois peitos serenos dentro de um salão
Já vê as morenas mudar de feição
Por que meus versinhos dói no coração
Quem sofre nervosa morre de paixão
Músicas do álbum Zé Carreiro E Carreirinho - 78 RPM 1951 (CONTINENTAL 16399) - (1951)
Nome | Compositor | Ritmo |
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Carreiro Sebastião | Carreirinho | Cateretê |
Violeiro Solteiro | Zé Carreiro / Carreirinho | Moda De Viola |