Zé Carreiro E Carreirinho - 78 RPM 1953 (CONTINENTAL 16700) - (1953) - Zé Carreiro e Carreirinho

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Violeiro Disposto
Quando eu pego a viola de pau de candeia meu peito se abre meu dedo ponteia
Eu já sinto meu sangue fervendo na veia coração ingrato comigo pranteia

Quando eu chego na festa que o povo rodeia as mocinhas suspiram, as casadas proseia
No meio do povo as moças me campeia na minha chegada rojão bombardeia

Quando eu bato a viola os violeiros raleia já fica com a pulga por detrás da orelha
Violeiro de fama eu amarro na peia eu faço é ficar é no pé da correia

Quando eu bato catira tudo balanceia o assoalho estremece, cai caco de telha
Cantador invejoso comigo bambeia no braço da viola ninguém não me enleia

E pra certos violeiros que muito papeiam vai nosso endereço quem quiser que leia
Esses violeirinhos que só garganteiam podem vir aos montes ninguém dá pareia

Só vem meus ouvintes que nos apreceia falar e não ser é coisa muito feia
Sei que o nosso dueto é um enxame de abelha me aponte um violeiro que não garganteia

Preto Fugido
Do jeito que me contaram eu vou contar bem direitinho
Que um dia o pai de Suzana saiu passear no vizinho
Suzana ficou em casa companheiro um irmãozinho
E um preto tava sondando de dentro de um capãozinho
Aproveitou a oportunidade roubou a pobre mocinha

O preto disse à Suzana veja todos os seus vestidos
Bem depressa e bem ligeiro que o momento está vencido
Que de hoje por diante eu vou ser vosso marido
A Suzana vendo isso dava suspiro doído
Ela se viu obrigada acompanhar o preto fugido

Suzana se viu no aperto no momento ela pensou
Pegou um punhado de sal e consigo ela levou
Deixo sal esparramado por todo lugar que andou
Papai vem seguindo o sal e vem achar aonde eu estou
Justamente saiu certo como a Suzana pensou

O preto era indecente em feio estado ele estava
Já fazia muito tempo que nas matas ele habitava
Com a roupa toda rasgada quase sem roupa se achava
Cabelo tava comprido as unha ele não cortava
Parecia fera bruta que nas montanhas morava

O preto disse à Suzana eu sou de cor, mas sou de raça
Você vai morar comigo e sem comer você não passa
Eu tenho o meu trabuco que é meu matador de caça
Não pense em fugir de mim este papel você não faça
Se você tentar fugir ai, você deita na fumaça

Pra Suzana não fugir no colo dela ele deito
Ele já pegou no sono e seu querido pai chegou
Pois o revólver no ouvido e um tiro ele disparou
O preto tava dormindo como tava ele ficou
Tava com sono pesado e nunca mais ele acordou

Músicas do álbum Zé Carreiro E Carreirinho - 78 RPM 1953 (CONTINENTAL 16700) - (1953)

Nome Compositor Ritmo
Violeiro Disposto Carreirinho / Zé Fortuna Cururu
Preto Fugido Zé Carreiro Moda De Viola
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