Abel E Caim (1975) (CONTINENTAL LP 103405190) - (1975) - Abel e Caim

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Bonita e Rica
Oi menina bonita, oi não me trate assim
Posso arrombar sua casa e levar você pra mim
Posso arrombar sua casa e levar você pra mim

Estou virando a cabeça por causa de uma menina
Mora lá perto de casa num palacete na esquina
Ela tem muito dinheiro, eu sou um pobre coitado
Eu não sei porque razão, meu Deus fui ficar apaixonado

Oi menina bonita, oi não me trate assim
Posso arrombar sua casa e levar você pra mim
Posso arrombar sua casa e levar você pra mim

Eu sofro e ela sofre pois também gosta de mim
Seus pais não querem o namoro, mas vou lutar mesmo assim
Vou provar mais uma vez que o amor não tem preço
Eu me casando com ela, meu Deus do seu dinheiro eu esqueço

Oi menina bonita, oi não me trate assim
Posso arrombar sua casa e levar você pra mim
Posso arrombar sua casa e levar você pra mim

Meu coração quase para quando ela sai na janela
Estou comprando coragem pra um dia roubar ela
O dia que resolver vou tocar o pé na brasa
Se ela não casar comigo, meu Deus com outro também não casa

Oi menina bonita, oi não me trate assim
Posso arrombar sua casa e levar você pra mim
Posso arrombar sua casa e levar você pra mim

Retrato De Papai Noel
No dia de natal no jardim da catedral bem em frente um magazine
Vi um menino ali parado olhando admirado um retrato na vitrine
Era um Papai Noel colorido de papel que o lojista colocou
O menino soluçando com os olhos marejando ao retrato assim falou

Olá, papai Noel hoje eu encontrei com o Zezinho
Brincando com o seu caminhãozinho
Que o senhor mandou pra ele, achei tão bonitinho
Por que o senhor não mandou pra mim um carrinho igual aquele?
Olha eu moro ali na ladeira
Minha mãe é lavadeira e trabalha pra me tratar
Coitada da minha mãezinha
Ela é muito pobrezinha e não teve jeito de comprar
 
Eu comprei um presentinho e segui o garotinho a vagar pela calçada
E num beco da ladeira num barraco de madeira descobri sua morada
E a noite ali voltei o menino eu chamei tão contente ele ficou
Quando lhe dei o carrinho e menti ao pobrezinho que o Papai Noel mandou

Natal chegou trazendo paz e amor
Natal chegou trazendo paz e amor

Ingratidão de Filho
Eu morava no interior numa pequena cidade
Era uma simplicidade a casa que me criei
Minha mãe era viúva de filho só tinha eu
O meu velho pai morreu bem pequenino fiquei

Dia sete de setembro completei meus quinze anos
La na casinha chorando minha mãezinha deixei
E vim pra cidade grande no velho trem que desceu
Vinte anos transcorreu e nunca comuniquei
Até que um certo dia o destino me parou
E nos pés colocou aquele que abandonei

Andando pelo jardim daquela mesma estação
Onde um dia eu apeei da chegada do sertão
Uma velhinha esmolando pra mim estendeu a mão
Me pediu algum dinheiro pra poder comprar um pão

Me falou com a voz tremendo moço tenha compaixão
Há vinte anos meu filho me deixou num barracão
Reconheci no seu peito seu antigo medalhão
Quando disse eu sou seu filho foi grande sua emoção
Caiu beijando meus pés estendido ali no chão
Eis aqui a triste história de um filho sem coração

Navegante Sem Rumo
Sou igual um navegante perdido em alto mar
Que sem destino navega pra onde a sondas levar
No mar da desilusão vivo triste a navegar
O vento frio da saudade, e as ondas da falsidade
Sem dó e sem piedade só querem me naufragar

Por amar falsos amores muito tenho padecido
Ingratidão e desprezo é o que tenho recebido
Com a esperança morta e meu coração ferido
De morrer sinto desejo quando tristemente vejo
Lábios que teve meus beijos em outros lábios unidos

De tantas desilusões minha alegria morreu
Não sei até quando vai este sofrimento meu
A luz da felicidade para mim não acendeu
Nesta vida amargurada com a alma estraçalhada
Já quis ser mais do que nada, mas nada é mais do que eu

O dia que a fria morte de mim tiver piedade
E vier tirar esta dor que cruelmente me invade
Talvez lá no outro mundo encontro a felicidade
Ao partir deste universo deixarei meus tristes
Para os corações perversos de mim sentirem saudade

Conselho de Pai
Nasci na pobreza me criei sem vicio aprendi oficio e fui trabalhar
Enfrentando a luta no duro batente sempre sorridente e sem reclamar

Com nove anos perdi o meu pai e não esqueço mais quando ele morreu
Embora esse tempo eu fosse criança, mas trago ainda na minha lembrança
Todos os conselhos que ele me deu

Tudo que era bom ele me ensinou e sempre mostrou qual era o caminho
Dizia o filho que o mundo é enganoso eu sei que é penoso crescer sem carinho
Porem quando forem homem formado recorde o passado e o que eu digo agora
Seja obediente e a lei do Senhor enfrente a vida com fé e amor
Estando com deus alcançara a vitória

Hoje quando vejo meu filho brincando ao lhe conselhos o meu pranto cai
No mundo de sonhos vivo a meditar estou no lugar do meu finado pai.
Então me desperto pra realidade lembro com saudade que o tempo passou
E assim a vida vai continuando os meus cabelos estão branqueando
Daqui alguns anos já serei avô

Boiadeiro Valente
Em uma cidade do interior um boiadeiro ricaço vivia
A sua vida era sempre viajando comprava boiada e também vendia
De saída pra uma viagem de despedida abraçou a família
Ele disse pra esposa querida essa viagem é comprida não sei quantos dias

Quando a tarde já ia morrendo e o negrume da noite descia
A mulher já estava jantando quando viu que alguém na porta batia
Era um peão empoeirado que abrigo pra ela pedia
Sua vista já estava cansada e romper mais estrada ele não resistia

Explicou que estava sozinha e por este motivo aceitar não podia
Ele disse eu sou de confiança dou minha palavra como garantia
Passo a noite aqui mesmo na sala nesta minha baldrama macia
A senhora fique sossegada, pois eu vivo na estrada, mas tenho família

Pois os gatunos desta região bolaram um assalto durante o dia
Chegaram a noite arrombaram o telhado bem na direção que o peão dormia
O peão passou a mão no seu laço manejou com muita maestria
Um por um foi deixando amarrado e levou arrastado pra delegacia

Delegado abriu a gaveta e puxou um álbum de fotografia
Ficou constatado através do fichário diversos assaltos daquela quadrilha
O peão disse assim para eles vão ficar em boa companhia
Me desculpe ter lhe incomodado senhor delegado até um outro dia

O Carona
Hei, motorista me de uma carona
Que aqui por esta zona a vida esta tão apertada
Desde ontem meu amigo estou aqui na estrada
Esperando uma carona lá pra minha terra amada
Sem um cruzeiro no bolso, bem dizer sem comer nada
Minha mãezinha me espera desde a semana passada

Hei, motorista seja um camarada
Domingo é o aniversário, hei motorista, da minha mãe adorada

Hei, motorista me faça este favor
Eu prometo pro senhor não perturbar na viagem
De a pé não posso ir, não posso pagar passagem
Pedir eu tenho vergonha, roubar não tenho coragem
Meu patrão foi a falência me deixou de mãos pra trás
Tentei arranjar emprego, mas tá difícil demais

Hei motorista, veja lá o que você faz
Domingo a minha mãezinha, hei motorista, completa um ano a mais

Meu Cavalo é Bom de Sela
Adeus moçada, adeus que eu já vou embora
Meu cavalo e bom de sela não precisa de espora
Pula corgos e cancela, ele corre a noventa por hora

O dia já amanheceu, o baile já terminou
Eu vou embora, mas levo a morena, meu amor
Esta noite eu não dormi eu passei ao lado dela
Beijando o rosto lindo da morena cor de canela

Adeus moçada, adeus que eu já vou embora
Meu cavalo e bom de sela não precisa de espora
Pula corgos e cancela, ele corre a noventa por hora

O sereno está caindo molhando os cabelos dela
Amanha às nove horas estaremos na capela
Levo a menina comigo, vou viver ao lado dela
Vou dar o meu sobre nome pra morena cor de canela

Adeus moçada, adeus que eu já vou embora
Meu cavalo e bom de sela não precisa de espora
Pula corgos e cancela, ele corre a noventa por hora

O Barco
Lá vai um barco navegando sobre o mar
Sinto em meu rosto um pranto frio a deslizar
Naquele barco vai o meu mundo de esplendor
Vai levando pra bem distante o meu grande amor

Amor que perdi e outro ganhou
Um sonho de alguém que não despertou
Eu amei demais aquele amor judeu
Que me deixou no cais sem ter um adeus

Gaivotas voando sobre a praia a cantar
O suor do rosto tem o gosto das águas do mar
Pingos de lágrimas na areia branca a brilhar
E o barco sumindo, meu amor partindo pra não, mas voltar

Amor que perdi e outro ganhou
Um sonho de alguém que não despertou
Eu amei demais aquele amor judeu
Que me deixou no cais sem ter um adeus
Sem ter um adeus, sem ter um adeus, sem ter um adeus

Orgulhosa
Parece até que você não tem sentimento
Para estar assim comigo indiferente
Se você sofre nunca deu demonstração
Como é que pode esquecer tão de repente

Você levou o nosso caso em brincadeira
Não acredito em sua conformação
Enquanto eu sofro o amargor do nosso adeus
Você sorri pra magoar meu coração

Orgulhosa não sei por que procede assim
O seu capricho não tem fim sente feliz com minha dor
Orgulhosa, vou esperar com paciência
Que o tempo o seu orgulho vença e volte para o meu amor

Eu não devia lhe contar meu sofrimento
Pois isso só vai é lhe dar satisfação
Seu coração parece ser feito de pedra
Eu nunca vi alguém com tanta opinião

Mas felizmente nessa vida tudo passa
Também a sua indiferença irá passar
Será então momento de voltar pra casa
Em nossa cama está vazio o seu lugar

Orgulhosa não sei por que procede assim
O seu capricho não tem fim sente feliz com minha dor
Orgulhosa, vou esperar com paciência
Que o tempo o seu orgulho vença e volte para o meu amor

O Menino e o Cachorro
Na beira do Rio do Peixe num lugar bem retirado
Um casal lavrador com um ano de casado
Tinha um filhinho de colo que nem era batizado
Apesar de muito pobre vivia bem sossegado
E quando o dia raiava a canoa ele pegava
O rio ele atravessava pra cuidar do seu roçado

Certo dia o lavrador muito bem intencionado
Precisando terminar um serviço atrasado
Levou a mulher pra roça com matula e virado
Pensando em voltar mais cedo eles haviam deixado
Naquele ranchinho ausente um garotinho inocente
Que sonhava sorridente no seu berço mal forrado

Uma grande tromba d'água desabou daquele lado
O rio encheu de repente que ficou tudo alagado
O mais alto dos barranco também ficou transbordado
Quiseram voltar pra casa canoa tinha rodado
Que destino traiçoeiro do pobre casal roceiro
Olhando aquele aguaceiro gritando desesperado

Um cachorro policial esperto e bem ensinado
Dormindo em baixo da cama por sorte havia ficado
Quando viu que aquele rancho ia ser tudo inundado
Tentou salvar o menino pra não morrer afogado
Entrelaçou nos seus dentes o garotinho inocente
E num gesto de valente atravessou o rio a nado

O pobre casal chorava em prantos desesperados
A morte do seu filhinho que as águas tinham levado
Quando viram o cachorro completamente molhado
Arrastando o garotinho que ele havia salvado
Pela força do destino o cão salvou o menino
Este milagre divino foi por Deus determinado

Adeus Boiada
Adeus boiada, minha boiada carreira
Essa noite é a derradeira que aqui eu vou passar
Boiada o patrão me despachou
Meu cansaço já chegou, não posso mais trabalhar

Boiada sei que não vou resistir
O meu pranto vai cair quando estiver bem distante
Boiada tão valente companheira
A saudade a vida inteira vai me torturar bastante

Meu carro velho de ti vou levar lembrança
Desde o tempo de criança até hoje eu fui carreiro
Carro velho nunca mais eu voltarei
E jamais te esquecerei adeus carro companheiro

Deixo agora a casinha que eu morei
No recanto onde eu passei minha bela mocidade
Para sempre digo adeus companheirada
Adeus carro, adeus boiada, vou lavar muita saudade

Músicas do álbum Abel E Caim (1975) (CONTINENTAL LP 103405190) - (1975)

Nome Compositor Ritmo
Bonita E Rica Jack / Milton José Rojão/Balanço
Retrato De Papai Noel Jack / Gentil Rossi Toada
Ingratidão De Filho Jack / Caim Cururú
Navegante Sem Rumo Dino Franco / Jesus Belmiro Cateretê
Conselho De Pai Benedito Do Carmo / E. Carvalho Rasqueado
Boiadeiro Valente Scoth / Matogrosso Moda de Viola
O Carona Jack / Abel Rojão
Meu Cavalo É Bom De Sela Abel / Vingo Toada Balanço
O Barco Abel / Jack Ritmo Jovem
Orgulhosa Zé Do Rancho Rojão/Balanço
O Menino E O Cachorro´ Dino Franco / Caim Cururú
Adeus Boiada Nestor / Zeca Toada
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