Viola Materna (ALCD 00232) - (2011) - Adão Da Viola e Nene Carlos

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Meu Aconchego
Você é o meu aconchego o meu maior segredo não posso revelar
Confesso esse amor me dá medo tira o meu sossego mas eu quero te amar
Vou, vou vivendo assim descobri em você que este amor não tem fim
Vou, vou seguindo seus passos procurando um espaço pra ter você só pra mim

Sem você minha vida é tão triste confesso que não existe alegria e prazer
Me sinto numa encruzilhada procurando uma estrada que leve a você
Vou, vou vivendo assim descobri em você que este amor não tem fim
Vou, vou seguindo seus passos procurando um espaço pra ter você só pra mim

João Pedreiro
O sol de mansinho vai se retirando outra vez chegando vem o anoitecer
E o João pedreiro volta pra casa depois de um dia quente feito brasa
Que trabalho duro pra sobreviver
Só toma um tragado e logo vai embora não vendo a hora de ver sua amada
Depois de comprar doce pros filhos deixa o boteco e pega seu caminho
Agradece a Deus mais uma jornada
Esta é a rotina de um ser humano que descobriu a mais pura verdade
Na dura lida defendendo o pão bem sabe que cabe na palma da mão
Os ingredientes da felicidade

Agora em casa João virou rei em seu palácio sem acabamento
Fala do seu dia beijando as crianças plantando sonhos colhendo esperança
Tristeza não sente em nenhum momento
Sua fé ta presente na imagem e na prece João sempre agradece o pouco que tem
Sabe que Deus é pai da criação e que vale muito mais que um milhão
Cada minuto fazendo o bem
Esta é a rotina de um ser humano que descobriu a mais pura verdade
Na dura lida defendendo o pão bem sabe que cabe na palma da mão
Os ingredientes da felicidade

João ficou velho seu tempo passou e sua batalha já está vencida
Quando olha chora vendo o seu netinho bem sabe que Deus preparou com carinho
Lhe dando paz no fim da vida
Que dia bonito de sol radiante João se despediu e logo foi embora
Como se voltasse à tarde pra casa mas para o além ele bateu asa
E agora no céu é onde João mora
Esta é a rotina de um ser humano que descobriu a mais pura verdade
Na dura lida defendendo o pão bem sabe que cabe na palma da mão
Os ingredientes da felicidade

Morena Pantaneira
Numa tarde ensolarada ao som de um chamamé
Entrei na roda formada pra tomar um tererê
Vi uma flor pantaneira perdição da minha vida
Morena linda e faceira joia rara da fronteira mas foi paixão proibida

Aguenta meu coração que a distância é fatal
São muitas léguas de chão distante do Pantanal
Você tem que entender que foi paixão passageira
Eu vivo muito distante numa saudade constante da morena pantaneira

Numa fisgada do amor eu quase fui abatido
Coração de pescador voltou pra casa doído
Foi atração sorrateira que o destino comanda
Lembrarei a vida inteira a linda flor pantaneira das margens do rio Miranda

Aguenta meu coração que a distância é fatal
São muitas léguas de chão distante do Pantanal
Você tem que entender que foi paixão passageira
Eu vivo muito distante numa saudade constante da morena pantaneira

Viola Materna
O pura essência divina é uma dádiva suprema que bem poucos compreendem.
É tão soberano que não se compra, é tão raro que não se vende.
O dom é um sublime presente de Deus que escolhe entre bilhões de seres, 
um para cumprir sua missão.
Deus nos concedeu um moço pobre mas com uma riqueza enorme 
Incalculável no elo da inspiração dom é privilégio da minoria, dom não se aprende na escola,
Dom nasceu com você violeiro de todos os tempos que semeia talento, Adão da Viola.
E por você adão ter nascido algemado neste instrumento que fiz esta canção para homenagear vocês, por este perfeito casamento.
 
Viola ribalta que a tudo exalta e vive na pauta do meu coração
Viola profeta que pede aos poetas palavra discreta na composição
Viola andarilha centelha que brilha no rol da família da nossa nação
Viola amuleto que junto ao meu peito no cio do dueto gerou a canção

Viola primada que veio da mata e hoje é a nata do grande sucesso
Viola brejeira pura e brasileira sublime bandeira da rima e do verso
Viola materna rainha fraterna estrela eterna do meu universo
Viola candura raiz da cultura que estampa a moldura da ordem em progresso

Viola hoje embala as festas de gala nas mais altas alas que a fama lhe deu
Viola acalento do meu sentimento que a todo momento só me engrandeceu
Viola sonora que geme e chora quando vai embora um aluno seu
Viola brasão do nosso sertão filha e criação do supremo Deus

Entre Uma Pescada E Outra
Onde chora a ventania principia a solidão
Fiz um ranchão de madeira na sombra de uma figueira morada de assombração
Quando a lua desce cheia quase tocando o brejão
Caipora solta assovio chega a dar arrepio nas quebradas do grotão

Meu sertão é um paraíso onde mora a vida mansa
Entre uma pescada e outra é que o capiau descansa

Muitos dizem que é lenda mas digo não é mentira
Por incrível que pareça já vi mula sem cabeça brigando com o curupira
Mesmo assim dali não mudo outra vida não me inspira
No conforto da cidade eu vou morrer de saudade desse meu mundão caipira

Meu sertão é um paraíso onde mora a vida mansa
Entre uma pescada e outra é que o capiau descansa

Eu aqui vivo tranquilo sou meu patrão sou meu dono
Não dependo de salário não quero ser milionário dinheiro me tira o sono
Numa seva de traíra eu busco o meu abono
Na tulha lá do ranchão tem fartura de montão é ali que é meu trono
Meu sertão é um paraíso onde mora a vida mansa
Entre uma pescada e outra é que o capiau descansa

Macega Da Ilusão
Sem a chincha do aconchego de uma vida segura
Hoje relembro o passado vivendo uma vida dura
A selva de pedra fere leva o caipira a loucura
Essa a triste história que este poeta tortura

Eu nasci numa restinga num recantinho minado 
Onde a lua faz morada no céu todo prateado
Urutau lá canta triste nas quebradas do serrado
Sem a cerca do progresso eu vivia sossegado

Eu troquei a liberdade de uma vida caipira
Por um mundo de aflição onde até o medo transpira
E o medo do que da medo dessa loucura que inspira
A ganância da trincheira ela conta e sempre atira

Meu sítio virou saudade fonte de recordação
O trilho lá da rocinha tem asfalto sobre o chão
A rocinha hoje fábrica, que produz poluição
Minha enxada só capina macega da ilusão

Meu sertão me reconhece toda vez que eu vou lá
Me recebe em sinfonia o maestro sabiá
Na estradinha da chegada sinto a brisa me tocar
Então o despertador em um som assustador diz que é hora de acordar 

Casinha De Praia
Que doce saudade meu anjo adorado da casa ao lado da serra azul
Casinha de praia perdida no encanto de um lindo recanto dos mares do sul
Nas noites escuras o vento marinho festeja baixinho a nossa união
Meus lábios murmuram em forma de prece você adormece em meu coração

E eis que mais o mar se enraivece a casa estremece sob o temporal
Mas tenho nos braços você que me adora que ruja lá fora pior vendaval
Manhã de setembro de luzes e cores orvalho nas flores murmúrio do mar
Pezinhos descalços na praia comprida imagem querida do meu despertar

Mas hoje na praia da minha saudade a triste verdade se apresentou
A onda da inveja bateu no castelo e o sonho tão belo se desmoronou
Adeus companheira de alma criança a minha esperança perdeu sua cor
Porque do meu trono perdi a rainha adeus vida minha meu único amor

Saudade Dela
Eu mandei dizer pra ela, pra ela voltar pra mim
Mandei recado pra ela pra ela ligar pra mim
Estou aguardado a resposta não posso viver assim
Meu Deus se ela não voltar confesso vai ser o meu fim
Só sei que aqui distante de paixão estou morrendo
É tanta saudade dela que já estou enlouquecendo

Quando o telefone toca eu corro e vou atendendo
Eu ouço e não é ela então continuo sofrendo
Meu Deus mande ela de volta por favor mande correndo
Ou me mande uma luz dizer o que está acontecendo
Só sei que aqui distante de paixão estou morrendo
É tanta saudade dela que já estou enlouquecendo

Luzeiro
Vem lá do fim do mundo onde chora a ventania
Abraçado com o talento lá guiado de poesia
O som deste meu pagode luz diamante que irradia
Vem brigando com a tristeza espalhando alegria
Vem no escuro da noite acendendo a luz do dia
Viola minha viola, minha eterna mania

Meu pagode é sertão é matuto e roceiro
Capiau por excelência no compasso é pioneiro
É a luz da poesia é o brilho do luzeiro
Meu pagode é tradição é congada e catireiro
É a força da alegria desse povão brasileiro
Onde tem viola tinindo tem pagode e violeiro

Tristeza veio ao mundo sem sentido e sem razão
No rastro veio a viola empunhando emoção
A batalha foi vencida tristeza veio ao chão
O ponteio da viola é feito bala de canhão
Desmoronou a tristeza espalhou só diversão
Numa rajada certeira acertou a depressão

Pra resumir a história vou dizer sem vaidade
Vivo feito um rei na vida rodeado de amizade
A sorte mora comigo é minha cara metade
Tenho uma mente sadia sem inveja e maldade
Moro na rua alegria na casa da humildade
Vivo abraçado na paz ninando a felicidade

Viola Magia
Viola seu lindo tinido faz dueto sentido com seu cantador
Viola que veio da mata do luar de prata tem cheiro de flor
Viola origem da roço da humilde palhoça só fala de amor
Viola do analfabeto que hoje está no teto da mansão do doutor
Viola amiga eterna paixão raiz brasileira porta voz do sertão

Viola das madrugadas noites estreladas terreiro de chão
Viola do chapéu de palha conquistou medalha dentro do salão
Viola os seus ancestrais se orgulham demais da sua evolução
Viola e violeiro é o grande esteio da nossa nação
Viola amiga eterna paixão raiz brasileira porta voz do sertão

Fala Caipira
Pra minha fala caipira neste meu chão brasileiro
É a gíria do grotão lá nos confins do sertão nosso idioma verdadeiro
Eu nasci foi no Brasil sou matuto capiau
Sou da terá do catira, sou sertanejo caipira eu não sou de Portugal
Vai aqui o meu recado eu nunca falo errado o que falo é caipirês
No meu jeitão de prosear é fácil de analisar que eu não falo português

Lá nos tempos do zagaia depois que chegou Cabral
Surripiaram nosso ouro levaram nosso tesouro pros cofres de Portugal
Por isso digo e confirmo com clareza e decência
Que é do índio brasileiro meu ancestral verdadeiro toda minha descendência
Vai aqui o meu recado eu nunca falo errado o que falo é caipirês
No meu jeitão de prosear é fácil de analisar que eu não falo português

Até mesmo seu doutor não imita bacalhau
Porque a gíria da cidade a pura realidade não se fala em Portugal
Tá na hora da mudança no campo e na cidade
Esqueça o português ensine o caipirês no bancos da faculdade
Vai aqui o meu recado eu nunca falo errado o que falo é caipirês
No meu jeitão de prosear é fácil de analisar que eu não falo português

Carreador
Carreador já corroído pelo tempo as erosões de enxurradas que passaram
Foram apagando rastros fundos de boiada e o velho risco do meu carro que ficaram
Cruza em meu sonho sempre este carreador onde a saudade vai buscar aquele amor
 
Grita o carreiro bem cedinho com a boiada e o velho carro a cantar no carreador
Traz a colheita das sementes que um dia ele levou para o espigão se encher de flor
Cruza em meu sonho sempre este carreador onde a saudade vai buscar aquele amor
 
A minha vida hoje é carro triste que vai passando carregado de paixão
Rodando vai no carreador do meu destino pra despejar na folha do meu coração
Cruza em meu sonho sempre este carreador onde a saudade vai buscar aquele amor

Advogado Da Família
Meu pais vieram da roça residem na cidade
Proporcionando aos filhos estudo e prosperidade
Só eu sei om quanto eles passaram necessidade
Pra me manter estudado dentro de uma faculdade

Concluindo meus estudos foi grande a minha alegria
Promissor advogado o orgulho da família
Eu montei meu escritório do jeito que eu queria
Na avenida principal da cidade onde eu vivia

Em pouco tempo de luta a minha fama corria
Todas causas que eu pegava facilmente resolvia
Me tornei conceituado nos casos que defendia
Dediquei de corpo e alma com fé na advocacia

Quando voltava do fórum numa tarde que chovia
Mal entrei no escritório a secretária dizia
Que ali chegou um homem bem antes do meio dia
Uma consulta comigo com urgência ele queria

Ele entrou porta adentro reconheci num instante
Que havia desprezado aquele velho importante
Responsável do sucesso desta carreira brilhante
Me sentia envergonhado por dele viver distante

E de frente aquele homem a minha moral caia
Pois fazia muito tempo que a gente não se via
Meu diploma na parede para mim nada valia
Perante a seriedade do assunto que ele trazia

Papai disse com orgulho parabéns filho querido
Por confiar em seu talento é que trago este pedido
Com a sua eficiência quero o caso resolvido
Sua mãe pediu divórcio não quer mais viver comigo

Eu que era respeitado perante os tribunais
Perdi todo o argumento por questões emocionais
E na condição de filho sem querer chorei demais
Como um bom advogado tava sendo contratado para separar meus pais 

Carreiro Novo
Carreiro novo que não sabe carrear
Não passa carvão no eixo pra fazer carro cantar
O meu pai foi carreiro isto eu posso jurar
Cada vez que o carro canta dá vontade de chorar

Eu estudei medicina hoje sou doutor formado
Mas o meu pai foi carreiro famoso e respeitado
Na região do sul de Minas distante do povoado
Eu conhecia seu carro num cantar apaixonado
Hoje minha vida é amarga fiquei com peso da carga e a saudade do passado

Meu pai pitava paieiro feito só de fumo bom
Tinha um chapéu meia aba e um paletó jaquetão
E um facão jacaré pendurado num cambão
E o rastro da boiada deixava marcas no chão
Não usava candeeiro sua imagem de carreiro eu guardo no coração

Igual rodeiro de carro que escreveu pro chão afora
Carregado de café ou de madeira em toras
A minha caneta escreve enquanto meus olhos choram
É uma cata de saudade pro meu pai que foi embora
Numa estrada azulada sem carro e sem boiada lá nas campinas da glória

Carreiro novo que não sabe carrear
Não passa carvão no eixo pra fazer carro cantar
O meu pai foi carreiro isto eu posso jurar
Cada vez que o carro canta dá vontade de chorar

Músicas do álbum Viola Materna (ALCD 00232) - (2011)

Nome Compositor Ritmo
Meu Aconchego Peão Brasil / Sidinei Toada Balanço
João Pedreiro João Miranda / Francisco Ramos Querumana
Morena Pantaneira Batista Dos Santos / João Carvalho Rasqueado
Viola Materna João Miranda / Toni Gomide Toada Balanço
Entre Uma Pescada E Outra João Miranda / Francisco Ramos Cururu
Macega Da Ilusão João Miranda / Francisco Ramos Cururu
Casinha De Praia Goiá Guarânia
Saudade Dela Parentinho / Ismael Balanço
Luzeiro João Miranda / Francisco Ramos Pagode
Viola Magia Parentinho / Sidnei Toada Balanço
Fala Caipira João Miranda / Francisco Ramos Cateretê
Carreador José Fortuna / Paraíso Toada Balanço
Advogado Da Família João Miranda / Praense Moda De Viola
Carreiro Novo Tião Do Carro / Da Costa Toada Balanço
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