Caminhos Me Levem (SOMLIVRE 21282) - (1996) - Almir Sater

O Vento E O Tempo
Por mais que tente não entendo
Todo mundo enlouquecendo
Quem é que está com a razão

E tanta gente ainda lendo
Velho e novo testamento
Sem compreender a lição

Verdade é voz que vem de dentro
E mata a sede dos sedentos
O pior entre os meus sentimentos
De mim foi levado enfim pelo tempo

Mais um milênio vem nascendo
De repente se perdendo
A melhor das ocasiões

É só questão de investimento
Em vez de armas, alimento
Deixar viver, dar o pão

Nesse universo tão imenso
O meu caminho eu mesmo penso
E se um dia restar meu silêncio
É que as minhas canções
Se perderam no vento

Caminhos Me Levem
Amanhã bem de manhã
Vou sair caminhando ao léu
Só vou seguir na direção
De uma estrela que eu vi no céu

Pra que fingir que não devo ir
Caminhos me levem aonde quiserem
Se meus pés disserem que sim

Vejo alguém seguindo além
Eu aceno com meu chapéu
Pois tanto faz de onde ele vem
Pode ser algum menestrel

Que vai e vem, sempre sem ninguém
Caminhos te levem, aonde puderem
Se teus pés quiseram assim

Mesmo me afastando de você
Sei que não te deixo me esquecer
Mas tente compreender minhas razões

Já faz um tempo em que eu vivi
Feito linha de um carretel
Olhei em volta então me vi
Prisioneiro de um anel

Não resisti foi bem melhor partir
Perigos me esperam abrigos não quero
Que meus pés decidam por mim

Mesmo me afastando de você
Sei que não te deixo me esquecer
Mas é nosso dever fazer canções

Brasil Poeira
Ê, Brasil, poeira
Estradas de chão, violas, bandeiras
Terra de Tom, Tonico e Tião
E Nossa Senhora da Padroeira

Ê, paixão primeira
E os sertões nação das estrelas
Se o dia é luz e a noite seduz
O coração abre as porteiras

Quando o galo cantar, nos quintais do Brasil
E o sol clarear nosso chão
Vem a semente e o pão, água do ribeirão
E horizontes que ao longe se vão
Ao som dos bem-te-vis

Quem canta espanta seus males se diz
Quem planta é quem colhe é quem finca raiz
Quem canta espanta seus males se diz
Quem planta é quem colhe é quem finca raiz

Floresta Do Arco-Iris
Instrumental

Pagode Bom De Briga
Tem relógio hoje em dia que já nem faz tic-tac
Tem viola que afina e outras são meio Mandrake
Violeiros tem dos bons, mas também tem uns de Arake
Muita gente dá lição com cultura de almanaque
Eu não vou lavar as mãos que nem fez Pôncio Pilatis

Já cantei até no hospício pra levar a minha arte
Entre mil Napoleões fui eleito Bonaparte
Ciúme dessa menina pirulito que bate-bate
Quem gosta de mim é ela quem gosta dela é a SWAT
Os beijo dessa menina arde mais que merthiolate

O Brasil ganhou a copa só jogou no contra-ataque
Levou muito dirigente para muito pouco craque
Desse jeito o jogo é duro com a Argentina ou com o Iraque
E no último instante só não pode é dar empate
Quando em pênalti decide quase mata nós de enfarte

Tem político hoje em dia que só fala disparate
Tem banqueiro mafioso que não foi prá trás das grades
Valentão que fala grosso quando cão morde não late
Meu pagode é bom de briga isso foi amostra grátis
Só não vou lavar as mãos que nem fez Pôncio Pilatis

Milhões De Estrelas
Nesse Mato Grosso desde os tempos de menino
Quando eu comecei a percorrer os seus caminhos
Desse chão eu fiz o meu lugar nos meus sonhos quis plantar
E a colheita há de vir

Como as cachoeiras nos teus rios cristalinos
Toda essa pureza deve ser um bem divino
E pode a nossa sede saciar nosso campo abençoar
Gerações fazer florir

Sou feliz aqui terra de gigantes
Onde bravos índios viviam antes
Onde além de ouro e diamantes
Tem milhões de estrelas no horizonte

Viola Fora De Moda

Moda de viola
De um cego infeliz
Podre na raiz, ah, ah
Vivo sem futuro
Num lugar escuro
E o diabo diz, ah, ah
Disso eu me encarrego
Moda de viola
Não dá luz a cego, ah, ah

Cabecinha No Ombro
Encosta sua cabecinha no meu ombro e chora
E conta logo suas mágoas todas para mim
Quem chora no meu ombro eu juro que não vai embora
Que não vai embora, que não vai embora
Quem chora no meu ombro eu juro que não vai embora,
Que não vai embora, porque gosta de mim

Amor, eu quero o seu carinho, por que, eu vivo tão sozinho
Não sei se a saudade fica ou se ela vai embora
Se ela vai embora, se ela vai embora
Não sei se a saudade fica ou se ela vai embora
Se ela vai embora, se ela vai embora

Encosta sua cabecinha no meu ombro e chora
E conta logo suas mágoas todas para mim
Quem chora no meu ombro eu juro que não vai embora
Que não vai embora, que não vai embora

Quem chora no meu ombro eu juro que não vai embora
No meu ombro chora, porque gosta de mim

Sodade Matadeira
Ai, sodade ai, sodade 
Ai, sodade matadeira 
Quando eu caço e que num acho
Meu benzinho em minha beira 

No cercado da cancela Ia me encontrar com ela 
Eu passava a tarde inteira um tantão de tempo a nós se olhar 
Ai, ai Ai, ai Ai, ai Ai, ai 

Ela era bonitinha, ela era engraçadinha 
Eu chamava ela Coisinha, mas pro povo dela era Mariá 
Ai, ai Ai, ai Ai, ai Ai, ai

No cercado da cancela encontraram eu e ela 
Não gostaram do namoro faz um ano que levaram Mariá 
Ai, ai Ai, ai Ai, ai Ai, ai 

O cercado da cancela hoje tá sem eu e ela 
Tô morrendo de saudade pra viver sem ela custa acostumar 
Ai, ai Ai, ai Ai, ai Ai, ai 

Ai, sodade ai, sodade 
Ai, sodade matadeira 
Quando eu caço e que num acho
Meu benzinho em minha beira 
Ai, sodade

Mochileira 
Mochileira deite comigo essa noite
E conte aquela boa velha história
De como as noites são claras em Machu Pichu
E os dias dourados na Califórnia

Moça eu não vou precisar ler na sua mão
Pra saber que você não vai voltar
Pra vida maluca das pessoas do mundo
Das formigas tentando se esconder da chuva
Dance mochileira que eu toco a guitarra

Pedro saiu numa barca pro Nepal, Vera estava em Amsterdã
Porque não fazer algo mais divertido que casar com executivos
E acabar achando excitante
A reunião semanal da confraria dos amantes
Das delícias da boa velha tecnocracia
Dance mochileira que eu toco a guitarra

Moça eu sei que não é legal
Ficar sozinha quando o velho medo vem
E essa noite em Cuzco é tão fria
Me passe a garrafa de vinho
Sim, eu posso ver
Que os tempos tem sido maus com você

Mas os Deuses eles sabem que valeu a pena segurar essa barra
Moça o céu é seu amigo e enquanto durar essa farra
E depois você é mesmo do tipo de cigarra
Que canta na chuva
Dance mochileira que eu toco a guitarra

Músicas do álbum Caminhos Me Levem (SOMLIVRE 21282) - (1996)

Nome Compositor Ritmo
O Vento E O Tempo Almir Sater / Paulo Simões
Caminhos Me Levem Almir Sater / Paulo Simões
Brasil Poeira Almir Sater / Renato Teixeira
Floresta Do Arco-Iris Almir Sater
Pagode Bom De Briga Almir Sater / Paulo Simões
Milhões De Estrelas Almir Sater / Paulo Simões
Viola Fora De Moda Edu / Capinam
Cabecinha No Ombro Paulo Borges
Sodade Matadeira Dorival Caymmi
Mochileira Geraldo Rocca
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