Romper Da Aurora (SALP 60003) - (1979) - AmaraÃ
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Minha boiada
De vagar tocando a boiada na poeira que cobre a estrada
E o vaqueiro vai rodeando sem parar de quebrada em quebrada
Na frente vai o berrante vai chamando toda a manada
É bem triste longa jornada sem descanso e nenhuma parada
Boi, boi, boi, boi vamos boiada caminhando sem parar
Vai, vai, vai, vai a estrada é longa e a noite vai chegar
Na sina do boiadeiro com cigano é comparada
Passava a vida pelos caminhos onde faz a sua pousada
Assim vai levando a vida cumprindo a sina marcada
Hoje aqui amanhã muito além caminhando atrás da boiada
Boi, boi, boi, boi vamos boiada caminhando sem parar
Vai, vai, vai, vai a estrada é longa e a noite vai chegar
Canoeiro
Domingo de tardezinha eu estava mesmo a toa
Convidei meu companheiro pra ir pescar na lagoa
Levamos rede de lance, ai, ai, fomos pescar de canoa
Eu levei os meus preparos pra fazer pesca boa
Eu saà logo sereno remando minha canoa
Cada remada que eu dava, ai, ai dava um balanço na proa
Fui descendo o rio abaixo remando minha canoa
A canoa foi rasgando foi deitando as taboas
A garça avistei de longe, ai, ai chega perto ela voa
O rio tava enchendo muito borrifou tento a canoa
Eu entrei numa vazante fui sair noutra lagoa
Fui mexendo aquele lodo, ai, ai onde que o pintado amôa
 Â
Pra pegar peixe dos bons dá trabalho a gente sua
Eu jogo o timbó na água que a peixada atordoaÂ
Jogo a rede e dou um grito, ai, ai o dourado amontoa
O boiadeiro
De manhazinha quando eu sigo pela estradaÂ
Minha boiada pra invernada eu vou levar
São dez cabeças é muito pouco é quase nadaÂ
Mas não tem outras mais bonitas no lugar
Vai boiadeiro que o dia já vemÂ
Levo o teu gado e vai pensando no teu bemÂ
De tardezinha quando eu venho pela estradaÂ
A filhada tá todinha a me esperar
São dez filhinhos é muito pouco é quase nadaÂ
Mas não tem outros mais bonitos no lugar
Vai boiadeiro que a tarde já vemÂ
Leva o teu gado e vai pensando no teu bem
E quando eu chego na cancela da morada
Minha Rosinha vem correndo me abraçar
É pequenina é miudinha é quase nada
Mas não tem mais bonita no lugar
Vai boiadeiro que a noite já vem
Guarda teu gado e vai pra junto do teu bem
Céu de Goiás
Como é doÃdo viver distante de ti Goiás
Sentir no peito esta saudade que fere a gente e não larga mais
E recordando sinto a distancia daqui pra ali
Eu vou cantando linda Goiânia esta guarânia que fiz pra ti
Vejo em meus sonhos linda Goiânia sues arvoredos
Onde os pardais fazem seus ninhos e os namorados trocam segredos
Lembrando as noites do mês de outubro com seu luar
Eu vou cantando linda Goiânia esta guarânia pra disfarçar
Os olhos que te vêem não te esquecem jamais
Viu isso por mim lindo céu de Goiás
Debaixo deste céu tem o Brasil central
Que é do meu paÃs a linda capital
Os olhos que te vêem não te esquecem jamais
Tiro isso por mim lindo céu de Goiás
Debaixo deste céu tem o Brasil central
Que é do meu paÃs a linda capital
Cantinho do céu
Sei que na vida perdi a minha felicidade
Ficou somente amargura, paixão, tristeza e saudade
Lá no cantinho do céu sei que está me esperandoÂ
Aquele alguém que foi meu por quem eu vivo chorando
A noite quando eu rezo eu imploro ao senhor
Que lá no cantinho do céu, olhai pelo meu amorÂ
SenhorÂ
Se pudesse devolver-me aquele amorÂ
Que junto aos pés do altar imploramos ao Senhor
Dois anos somente foi nossa felicidade
E para o céu o Senhor a levou
Lá no cantinho do céu sei que está me esperandoÂ
Aquele alguém que foi meu por quem eu vivo chorando
Hoje eu sigo o meu caminhoÂ
De amargura e espinhos andando e vagando ao léuÂ
Quando o Senhor me chamarÂ
Contente eu vou encontrar meu amor lá no cantinho do céu
Zé Claudino
Vocês tão vendo lá na beira da estradaÂ
Uma tapera e uma roseira toda coberta de flor
Nunca me esqueço quatro anos que já fezÂ
Foi num domingo de mês que essa história se passou
Ali morava o caboclo Zé ClaudinoÂ
Mas o malvado destino castigou o pobre rapaz
Numa trovoada deu um raio no ranchinhoÂ
A mulher e seu filhinho Deus levou pra nunca mais
Às quatro horas dois caixões foram saindoÂ
Devagar foram sumindo na curva do cafezal
E Zé Claudino soluçava na janelaÂ
Enquanto o sino da capela não cessava de tocar
E a taperinha lá na beira da estrada
Hoje vive abandonada já não tem mais morador
Esta casinha tão humilde e tão modesta
Já foi um ninho de festa hoje é um recanto de dor
Romper da aurora
Ouvindo o murmurar da cachoeira
As águas que deságuam na pedreira
São as mais belas horas que existem em minha vida
Ver a madrugada nascer florida
As árvores balançam calmas seus fortes galhos
As flores de frio gemem sem agasalho
E os passarinhos põem-se a cantar e a deslumbrar
Quem de longe assiste o sol raiar
Quando o sol descamba calmo no horizonte
Os passarinhos voltam aos seus ninhos
A lua no céu tristonha além a serração
Enche de esperança meu coração
Quando o sol descamba calmo no horizonte
Os passarinhos voltam aos seus ninhos
A lua no céu tristonha além a serração
Enche de esperança meu coração
Couro de boi
Para o senhor se mudar, meu pai eu vim lhe pedirÂ
Hoje aqui da minha casa o senhor tem que sair
Leve este couro de boi que acabei de curtirÂ
Pra lhe servir de coberta aonde o senhor dormir
O pobre velho calado pegou o couro e saiu
Seu neto de oito anos aquela cena assistiu
Correu atrás do avô seu paletó sacudiu
Metade daquele couro chorando ele pediu
O velhinho comovido pra não ver o neto chorando
Partiu o couro no meio e pro netinho foi dando
O menino chegou em casa, seu pai foi lhe perguntando
Pra que você quer este couro que o seu avô ia levando
O menino disse ao pai, um dia vou me casar
O senhor vai ficar velho e comigo vai morar
Pode ser que aconteça de nós não se combinar
Esta metade do couro vou dar pro senhor levar
Cabocla Teresa
Há tempo eu fiz um ranchinho pra minha cabocla morar
Pois era ali nosso ninho, bem longe deste lugar
No alto lá da montanha bem perto da luz do luar
Vivi um ano feliz sem nunca isso esperar
E muito tempo passou pensando em ser tão feliz
Mas a Teresa doutor felicidade não quis
Pus meu sonho neste olhar, paguei caro o meu amor
Por causa de outro caboclo meu rancho ela abandonou
Senti meu sangue ferver jurei a Teresa matar
O meu alazão arriei e ela eu fui procurar
Agora que já me vinguei este o fim de um amor
Essa cabocla eu matei é a minha história doutor
Cabelos brancos
Não tenho nada no mundo o meu pai me desprezou
Minha mãe morreu tão moça minha mulher me deixou
O meu gado na invernada veio a peste e matou
Meu café de cinco anos a geada sapecou
Depois que eu tive esta quebra comecei nova empreitada
Eu podei meu cafezal comprei gado pra invernada
Mas a sorte foi madrasta desta vez foi a queimada
O que eu tinha virou cinza outra vez fiquei sem nada
Um restinho que eu tinha de reserva lá no banco
Tirei pra fazer negócios e tentar um novo arranco
Mas ainda não deu certo levei o terceiro tranco
Meu desgosto foi tão grande fiquei de cabelos brancos
Hoje eu vivo conformado com o que a vida me deu
Pois olhando para o mundo a quem sofra mais que eu
Apesar de perder tudo sou feliz nos dias meus
Só não perdi neste mundo é a fé que eu tenho em Deus
Seresteiro da luaÂ
Abre a janela oh! querida, venha ver o luar cor de prata
Venha ouvir o som deste meu pinho na canção de uma serenata
Sei que dorme sonhando com outro desprezando quem é teu amor
Quem tu amas de ti nem se lembra quem te quer você não dá valor
Só a lua de mim tem piedade porque nunca me deixa sozinho
E não sabe fazer falsidade ilumina sempre o meu caminho
O sereno das folhas das matas com sol vai caindo no chão
Vai sumindo como nosso amor foi-se embora do teu coração
Como as nuvens que passam depressa foi assim que passou nosso amor
Só te peço que nunca se esqueça tudo aquilo que você jurou
E quem falta com o juramento com o tempo vai se arrepender
Porque o mundo é grande escola pra ensinar que não sabe viver
Recordação
Amargurado pela dor de uma saudade
Fui ver de novo o recanto onde eu nasci
Onde passei minha bela mocidade
Voltei chorando com a tristeza que senti
Vi a campina que eu brincava com maninho
Vi palmeira que meu velho pai cortou
Chorei demais com saudade do velhinho
Que Deus do céu há muitos anos já levou
E onde estão meus estimados companheiros
Se foram tantos janeiros desde que eu deixei meus pais
Adeus lagoa poço verde da esperança
Meu tempinho de criança que não volta nunca mais
Meu pé de cedro desfolhado já sem vida
Final amargo de uma rósea esperança
Oh! monjolinho quero ouvir a sua batida
A embalar a minha alma de criança
Manso regato que brotava lá na serra
Saudosa fonte que alegrava o meu viver
Adeus paisagem céu azul da minha terra
Rincão querido hei de amar-te até morrer
E onde estão meus estimados companheirosÂ
Se foram tantos janeiros desde que eu deixei meus pais
Adeus lagoa poço verde da esperança
Meu tempinho de criança que não volta nunca mais
Músicas do álbum Romper Da Aurora (SALP 60003) - (1979)
Nome | Compositor | Ritmo |
---|---|---|
Minha Boiada | Nenete / Nardeli | Toada |
Canoeiro | Zé Carreiro / Alocin | Cururú |
O Boiadeiro | Armando Cavalcanti / Klécius Caldas | Toada |
Céu De Goiás | Palmeira / Mário Zan | Guarânia |
Cantinho Do Céu | Caçula / Marinheiro | Rancheira |
Zé Claudino | Carreirinho | Toada |
Romper da Aurora | Luizinho / Alcides Morais | Valsa |
Couro De Boi | Palmeira / Teddy Vieira | Toada |
Cabocla Teresa | Raul Torres / João PacÃfico | Toada |
Cabelos Brancos | Palmeira / Teddy Vieira | Toada |
Seresteiro Da Lua | Pedro Bento / Zé da Estrada / José Raia | Rancheira |
Recordação | Goiá / Nenete | Toada |