Chitãozinho e Xororó (1987) (COELP 12955) - (1987) - Chitãozinho e Xororó

Meu Disfarce 
Você vê esse meu jeito de pessoa liberada 
Mas não sabe que por dentro não é isso, eu não sou nada 
Tenho ares de serpente mas em caso de amor 
Sou pequeno, sou carente sou tão frágil, sonhador 

Eu me pinto e me disfarço companheiro do perigo 
Eu me solto em sua festa mas, sozinho, eu não consigo 
Digo coisas que eu não faço faço coisas que eu não digo 
Quero ser o seu amado não somente o seu amigo 

Cada vez que eu sinto um beijo seu na minha face 
Eu luto pra manter o meu disfarce 
E não deixar tão claro que eu te quero

Cada vez se torna mais difícil o meu teatro 
Não dá mais pra fugir do seu contato 
Estou apaixonado por você

Fogão de Lenha 
Espere minha mãe estou voltando
Que falta faz pra mim um beijo seu
O orvalho das manhãs cobrindo as flores
E um raio de luar que era tão meu

O sonho de grandeza, ó mãe querida
Um dia separou vocês e eu
Queria tanto ser alguém na vida
Apenas sou mais um que se perdeu 

Pegue a viola e a sanfona que eu tocava 
Deixe um bule da café em cima do fogão 
Fogão de lenha e uma rede na varanda
Arrume tudo mãe querida, o seu filho vai voltar 

Mãe eu lembro tanto a nossa casa
As coisas que falou quando eu saí
Lembro do meu pai que ficou triste
E nunca mais cantou depois que eu parti

Hoje eu já sei, ó mãe querida
Nas lições da vida eu aprendi
O que eu vim procurar aqui distante 
Eu sempre tive tudo e tudo esta ai

Pegue a viola e a sanfona que eu tocava 
Deixe um bule da café em cima do fogão 
Fogão de lenha e uma rede na varanda
Arrume tudo mãe querida, o seu filho vai voltar

Pé na Estrada 
Pé na estrada lá vamos nós outra vez
Foi tão bonito subir no palco e cantar pra vocês
Nossa canção vai ficando e a gente já vai
Deixando sempre um pedaço da gente pra trás

Bye, bye, bye, bye, adeus amigos
A gente vai partindo mas deixar com vocês o coração
Bye, bye, bye, bye, todos sorrindo
Foi muito bom cantar junto a vocês unidos na mesma emoção

Pé na estrada que a nossa vida é cantar
Em outra cidade o povo espera a gente chegar
Mão na viola, fé no aplauso e no amor
Que nunca falte de cada platéia o calor

Bye, bye, bye, bye, adeus amigos
A gente vai partindo mas deixar com vocês o coração
Bye, bye, bye, bye, todos sorrindo
Foi muito bom cantar junto a vocês unidos na mesma emoção

Contratempos
Faça um favor pra nós dois não destrua o que existe em nós
Não jogue tudo por terra não é esse o caminho
Sabe, talvez essa briga pode até ajudar
Nosso amor que precisa de um susto pra se renovar

Tudo é questão de entender que a gente não vive só
Somos feitos um pro outro e defeitos quem é que não tem
Deixe a mala na cama e me olhe nos olhos
Pra você sentir que nós dois temos muito em comum não precisa fugir

É só você pensar e deixar se levar pelos seus sentimentos
Não podemos matar nosso amor por alguns contratempos
Deixe estar como está não joguemos pro ar nossa vida
Tudo vai melhorar quando a gente acabar essa briga

Que Mundo é Esse 
Se Ele voltasse algum dia quem se lembrariam de falar Seu nome
Tudo que Ele ensinou pouca coisa restou na cabeça dos homens
Seu mundo está tão dividido, com tantos bandidos e falsos heróis
A tantas descrenças nos olhos de cada pessoa que olha pra nós

Se Ele voltasse a Terra declarava guerra as guerras do mundo
Jogava uma bomba de paz que explodia entre nós o amor mais profundo
Traria um afeto a criança e a desesperança teriam um fim
Nos campos com cheiro de luta seria soldado plantando jardins.

Que mundo é este de agora que o medo é presença constante no ar
Crianças crescendo trancadas sem ter liberdade de poder brincar
A vida é a maior riqueza e o homem só pensa em bens materiais
Um novo dilúvio se arma e não vai ter Noé pra tantos animais

Se Ele estivesse lá fora qual seria agora a sua aparência
Quem sabe até neste momento, Ele esteja lá dentro da nossa consciência
Talvez Ele esteja tão perto, que a gente por certo o alcançava com a mão
quem sabe Ele não seja este homem que pede com fome um pedaço de pão.

Que mundo é este de agora que o medo é presença constante no ar
Crianças crescendo trancadas sem ter liberdade de poder brincar
A vida é a maior riqueza e o homem só pensa em bens materiais
Um novo dilúvio se arma e não vai ter Noé pra tantos animais

Coração 
Vê se muda esse seu jeito inocente
Não se perca entre cortinas transparentes
Que a pureza de um amor possa esconder

Coração indeciso você veta o meu caminho 
E me fere como flor que tem espinho 
Deixa a dor e a marca tenta esconder

Coração vê se muda esse seu jeito sempre aflito
E me mostre um caminho mais bonito
Para que renasça em mim um bem querer

Coração me domine, pois lhe dou esse direito
Me preencha o vazio desse peito
Pra que possa desfrutar de um grande amor

Falando às Paredes 
Eu agora estou falando às paredes
Já não tenho mais você prá conversar
Na varanda está vazia aquela rede
Onde às vezes eu deitava prá te amar

Você foi o amanhecer mais colorido
Sem sentido se tornou entardecer
O vazio da saudade foi tirando
A vontade que eu tinha de viver

Só Deus sabe tudo o que eu estou sentindo 
A tristeza dói no peito sem parar 
Quantas noites mal dormidas já passei 
Na esperança de ouvir você chegar 

Foram tantas cartas que eu perdi a conta 
E nos muros, quantas frases escrevi 
Na esperança que você leia só uma
E me faça esquecer que te perdi

A Colheita 
Quando o cansaço do trabalho sem descanso
De grossos calos amarelam sua mãos
O lavrador quer transformar o verde em flor
E ver a flor se transformar em grão,

Se de chorar Deus se lembrou durante o ano
E o seu pranto se fez chuva sobre o chão
O lavrador já se prepara pra colheita
Sorrindo vê que seu suor não foi em vão

E a colheita que encheu a tulha
Da tulha o grão para cidade vai
A terra dorme e ele não descansa 
Sempre na esperança de colher bem mais

Para colher o que plantou com seu trabalho
O lavrador leva pro eito o mutirão
A sacaria e trazida aos carreadores
E pra cidade quem transporta é o caminhão

Com o dinheiro ele vai pagar o banco 
Não sobra nada e ele espera outro verão
Assim pensando o lavrador vai para a roça
Arar a terra para nova plantação

E a colheita que encheu a tulha
Da tulha o grão para cidade vai
A terra dorme e ele não descansa 
Sempre na esperança de colher bem mais

Entra colheita e sai colheita e nunca morre
A esperança deste homem do sertão
Chegando ao fim do carreador do seu destino
De sua luta não sobrou nem um tostão

Um simples nome fica em seu último leito
E tanto faz ser Antonio ou João
Ninguém se lembra de quem só viveu pra terra
E que um dia acabou virando chão

E a colheita que encheu a tulha
Da tulha o grão para cidade vai
A terra dorme e ele não descansa 
Sempre na esperança de colher bem mais
A terra dorme e ele não descansa 
Sempre na esperança de colher bem mais

A Mais Bonita das Noites 
Longe dos olhos e perto do meu coração
Onde você estiver com você estarei
Não há distância prá minha imaginação
Enquanto vida eu tiver de você eu serei
As suas cartas eu leio e releio porque
Elas me fazem pensar que eu estou com você

Quero, meu Deus com eu quero, essa mulher comigo
Como eu espero o momento de vê-la chegando
Choro só de imaginar e peço ao meu coração
Agüente firme não pare, não me deixe na mão

Quero, meu Deus com eu quero, abraçá-la de novo
E nunca mais dos meus braços deixá-la sair
Sem preconceito ser seu, na mais bonita das noites
Despida assim como a lua te amar e dormir

Eu te Encontrei 
Eu te encontrei e de repente quis falar da minha dor
Você me ouviu e me deixou desabafar e até chorei
Naquele instante eu senti uma emoção que há muito não sentia
E pouco a pouco fui perdendo aquela angústia que do peito não saía

Você falou que aquela noite também tinha que chorar 
E me pediu pra te seguir e continuarmos a falar
Fomos pro carro e pelas ruas sem sentido
Choramos juntos todos nossos desatinos
Depois paramos de falar e em algum lugar, dormimos

E a manhã chegou e a gente se olhava como velhos conhecidos
Um café depois do amor e um sabor de caso antigo
Como alguém volta de um sonho, acordamos pra viver

E sei que foi assim, esse amor em uma noite transformou as nossas vidas 
Esquecemos as tristezas e encontramos a saída
E nasceu um grande amor que nunca mais irá morrer

Nossas Divergências 
Somos duas partes de um quebra cabeça
Onde cada um procura o seu lugar
Um quer ir embora e não sabe pra onde
O outro quer a chance de recomeçar

Nossas divergências vão acumulando
Tanto desprazer em nossos corações
O que você pensa não é o que eu penso
E se a gente tenta fazer um balanço
A soma de tudo já não dá nós dois

Será que tudo terminou
Tudo é fato consumado 
O amor deixou de ser caminho
Onde a gente caminhou
Morreu a flor ficou o espinho
Tudo está determinado
A não trazer felicidade

Será que a gente quis assim
Por um fim no que restava
De carinho em nossos braços
O amor perdeu a força
Se quebrou em mil pedaços
E ficou só esse resto 
De ilusão e de saudade

Nesse vai e vem que a vida oferece
Somos duas cartas num jogo de azar
Um tem um receio de ser o que perde
O outro tem a certeza que pode ganhar

No final das contas dá tudo no mesmo
Um jogo perdido onde ninguém ganhou
O amor foi feito pra ser dividido
Se um dos dois partir então não tem sentido
Juntar os pedaços do amor que restou

Será que tudo terminou
Tudo é fato consumado 
O amor deixou de ser caminho
Onde a gente caminhou
Morreu a flor ficou o espinho
Tudo está determinado
A não trazer felicidade

Será que a gente quis assim
Por um fim no que restava
De carinho em nossos braços
O amor perdeu a força
Se quebrou em mil pedaços
E ficou só esse resto 
De ilusão e de saudade

Músicas do álbum Chitãozinho e Xororó (1987) (COELP 12955) - (1987)

Nome Compositor Ritmo
Meu Disfarce Carlos Colla / Chico Roque Balada
Fogão De Lenha Carlos Colla / Maurício Duboc / Xororó Toada
Pé Na Estrada Joel Marques / Xororó Country
Contratempos Joel Marques / José Homero Balanço
Que Mundo É Esse Joel Marques / Chitãozinho Balada
Coração Fátima Leão / Paulo Roberto Jurazo Rasqueado
Falando Às Paredes Virgínia Kheer / Xororó Toada
A Colheita Carlos César / José Fortuna Balanço
A Mais Bonita Das Noites Osmar Navarro / Sebastião Ferreira Da Silva Balada
Eu Te Encontrei Joel Marques / Chitãozinho Ritmo Jovem
Nossas Divergências Joel Marques / César Augusto / Wigberto Tartuce Bolero
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