Canção Para Um Amor Eterno (CHANTECLER 211405705) - (1986) - Dino Franco e Mouraí

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Canção Para Um Amor Eterno
As gotas que caem dos meus olhos servem de orvalho
Molhando as flores que ela deixou no jardim
Sem pena e sem dó deixou nosso ninho
Nem mesmo deixou um bilhete dizendo-me adeus

Talvez pense que o meu coração é feito de pedra
É rocha que a dor e a saudade não podem furar
Que este meu pranto de dor é só fantasia
E as águas que caem dos meus olhos não são de chorar

Mas tenho esperança que um dia arrependida
A dor e a saudade lhe faça voltar
Talvez não me encontre, mas deixarei na porta
Estas frases pra ela saber que eu morri de chorar

Azul Do Cais
Quando aquele navio apitando partiu
Me deixando no azul do cais 
Eu chorei minha dor
Pois o meu grande amor motivou meus ais

Fiquei chamando seu nome a sofrer
Querendo entender qual era meu fim
A brisa fria da noite chegou
Parecendo me dizer assim

Vai, vai, vai, vai navio leve também a tristeza
Eu não quero ver ninguém chorar
O amor que você vai levando
É maior, bem maior que o mar

Caboclo Centenário
Não pretendo ser famoso nem quero ser milionário
Moro longe da cidade num ranchinho solitário
Não sou patrão de ninguém também não sou operário
O sertão me dá de tudo não dependo de salário

Pra vender minha colheita não tenho intermediário
Sei fazer os meus negócios não preciso de empresário
Eu não sou inteligente mas também não sou otário
Eu não caio em arapuca nem no conto do vigário

No meu rancho de barrote tenho só o necessário
Eu não uso anel de ouro nem relógio calendário
A floresta é meu jardim a lagoa é meu aquário 
A florada do ipê marca meu aniversário

Um cantinho do meu rancho me serve de santuário
Onde faço minha prece ao Bom Jesus do Calvário
Toda noite eu rezo um terço a intenção de um missionário
As dez cordas da viola são contas do meu rosário

Assim vou levando a vida e cumprindo o meu fadário
Canto moda sertaneja só de tema imaginário
Escrevo verso de amor sem pegar no dicionário
Todo mundo assim me chama de caboclo centenário

Flor Predileta
É fascinante, muito bonita a mulher carioca
Olhares meigos tem morena do Paraná
Porém eu amo a mato-grossense que traz na boca
Lindo sorriso tão cativante que igual não há
É muito culta e trabalhadora a mulher paulista
É destemida e é muito ativa a pernambucana
Mas para mim é a mato-grossense que mais conquista
Na simpatia pelos seus modos é a soberana

Pode ser linda qual uma joia a mulher goiana
Pode ter afama de sedutora a feliz mineira
Eu não desfaço da amazonense, nem da baiana
Sempre porem a mato-grossense será a primeira
É comentada por toda parte a beleza rara
Que dá renome à formosa vênus do maranhão
Pode ser vela, pode ser tudo, mas não compara
A flor morena de Mato Grosso dá sedução.

A morena de Fernando de Noronha tem a beleza contundente
Porém minh’alma sempre sonha com a flor mato-grossense

Ninguém esquece pois é lembrada constantemente
A formosura que tem a orquídea do Piauí
A cearense também é deusa pra muita gente
Mato-grossense é a flor mais bela que conheci
Honra o Brasil a mulher gentil do Espírito Santo
Muito me orgulho de sua flor, Santa Catarina
A de Sergipe também é dona de muito encanto
Mas para mim á mato-grossense que mais fascina

As belas filhas do Rio Grande do Sul e Norte
De Paraíba, de Alagoas e do Pará
Tem atrativos são descendentes de raça forte
Mas a rainha de Mato Grosso sempre será
As lindas moças de Rio Branco, Amapá e Rondônia
Também no Acre bela morena se faz presente
E convencido dessa beleza minh’alma sonha
Com o sorriso dominador da mato-grossense

Noite Negra
Ainda hei de conhecer teu ex-amado
Parabenizá-lo e parabenizá-lo
Ele foi dono das carícias, dos teus beijos
E tantas outras coisas que a ninguém eu falo

Que triste noite foi aquela negra noite
Noites dos teus risos e do meu padecer
Enquanto alguém te abraçava fingidamente
Eu já estava começando a te perder

Porque mentiste tanto, tanto a este amigo
Sendo que me amava, porém me enganando
Eu já teria dispensado teus carinhos
E ou teria decidido a viver sempre te amando

Teu ex-amado está sorrindo como antes
Desejando uma vitória que não pude obter
Enquanto ele te recorda com desprezo
Eu te abraço a chorar meu padecer

Sonho Real
Eu todas as manhãs desperto sorrindo mas hoje acordei muito apavorado
Sonhei que mamãe me chamou pra o trabalho sabendo que era dia de finados
Levantei da cama muito descontente estava tão quente meu colchão de palha
Assim eu lhe disse velhinha caduca domingo e feriado a gente não trabalha

Depois que mãezinha me ouviu cabisbaixa tentou convencer-me pelo seu engano
Desculpe meu filho, mas é que pra mim são indiferentes os dias do ano
Com sua meiguice naquele rostinho me deu um beijinho no rosto molhado
Arrumou na mesa meu café com leite e alguns bolinhos de milho ralado

Retirando a frase de velha caduca eu falei com jeito pra minha mãezinha
Por favor perdoa este malcriado e fique comigo a vida inteirinha
Me abraçando ela foi-se embora senti nesse hora quanto meu peito doeu
O sonho que tive foi uma visão pois faz quatro anos que ela morreu

Aquele que vive com sua mãezinha que deus os proteja e os queira bem
Conselho de mãe é uma graça divina pra uns até sobra, pra outros não tem
A primeira benção nos é dirigida pra mãe querida de amor sem igual
Minha pobre velha talvez com saudade veio visitar-me em sonho real

Sopro De Brisa
Sopro de brisa que vem lá das Campinas
Seu contato me fascina e me põe logo a cantar
Quanta ternura nesse afago tão suave
Como as plumas de uma ave me chamando pra voar

O teu perfume esse aroma indescritível 
Como alma invisível das florestas do Senhor
Brota em meu peito sentimentos tão dispersos 
Que eu vou compondo em versos a poesia do amor

Sopro de brisa se no mesmo nascedouro
Dos florais de teus tesouros eu fizesse o berço meu
E por castigo esse Deus que eu bem conheço
Me cobrasse um certo preço que um poeta mereceu

Eu certamente por roubar a natureza
Morreria na pobreza a dizer as coisas do céu
Ate que u dia esses versos que esbanjo
Ressonassem com os anjos no infinito azul do céu

Quando Arrependeres
Quando arrependeres dos teus erros
E viver os teus sonhos acabados
Voltarás, tenho certeza voltarás
Pedindo pra ficar sempre ao meu lado

Talvez isso aconteça muito breve
Pressinto a convencer-te a realidade
E do amor, o grade amor que destruímos 
Só nos resta recordarmos com saudade

A vida é mesmo assim, bem reconheço
Há muitos atrativos enganosos
Às vezes renunciamos o amor certo
Por sonhos passageiros mentirosas

Se acaso precisares deste amigo
Livrar-te outra vez de outras quedas
Não penses que irei fazer desforra
Terás o mesmo pão em vez de pedras

Caboclinha
Onde anda aquela caboclinha
De quem certo dia eu já fui namorado
Onde pairam seus olhos morteiros
Que um dia deixaram-me apaixonado
A visão do seu lindo sorriso
Seguindo-me sempre revive o passado
Nosso amor quando ainda em criança
No mundo da infância ficou sepultado

Caboclinha, caboclinha
Eis-me aqui a chamar por você
Caboclinha, caboclinha
Por favor não me deixe morrer

Numa tarde que nós nos amamos
Deixei no seu rosto um sinal de beijo
E jurando em casar com ela 
Eu disse que era meu maior desejo
Mais um dia seus pais se mudaram
Matando pra sempre o ensejo
Na mudança que ela fazia
Parece que eu via meu próprio cortejo

Caboclinha, caboclinha
Eis-me aqui a chamar por você
Caboclinha, caboclinha
Por favor não me deixe morrer

Retrato Falado
Foi por acaso num balcão de um certo bar
E nem sei mais o lugar onde eu conheci alguém
Um pobre homem que hoje vive ao abandono
A trocar noites de sono por lembranças de um bem

Como as comportas que libertam suas águas
Foi soltando suas mágoas e contando para mim
Muitos detalhes de uma história de amargura
E uma criatura porque vai chegando ao fim

Aquele homem me falou apaixonado
Que dois olhos azulados como as noites de luar
De um rosto lindo e um sorriso de menina
Com covinhas pequeninas e sotaque no falar

Falou ainda de uma pinta no pescoço
Que era quase um esboço do desenho de uma flor
Nesse momento eu lhe disse com surpresa
Meu amigo que tristeza eu conheço tua dor

Meu bem amigo somos dois amargurados
Pois amamos no passado quem não era de ninguém
O teu relato tão sincero e detalhado
Fez o retrato falado de quem foi minha também

Nuvem Branca
Oh! nuvem branca como dói manter segredo 
Deste amor que  tenho medo de um dia revelar
Esta loucura que se oculta em devaneio
Desde que quando você veio neste meu peito morar
Não fosse a vida um caminho desigual
Eu curava nosso mal com um jeito todo meu
Te buscava nas altura deste céu que não alcanço
E num voo bem alto e manso, te levava ao céu de Deus 

Nuvem branca nuvem branca como dói chamar-te assim
Como pode estar tão longe quem está dentro de mim
Nuvem branca nuvem branca como dói chamar-te assim
Como pode estar tão longe quem está dentro de mim

Oh! nuvem branca eu não sei se ela te avisa 
Mas eu mando pela brisa todo dia uma canção
Te mando beijo nos versinhos que eu te faço 
Sob a forma de pedaço do meu pobre coração
Esta mensagem só você que compreende 
Pois a brasa que te acende e transfere teu calor 
Me guardando este segredo que de mim ninguém arranca 
Vou chamar-te nuvem branca para não chamar-te amor

Nuvem branca nuvem branca como dói chamar-te assim
Como pode estar tão longe quem está dentro de mim
Nuvem branca nuvem branca como dói chamar-te assim
Como pode estar tão longe quem está dentro de mim

Pedaço De Chão
Eu vou cuidar, seu moço do meu pedaço de chão
Viver no mesmo rancho que deixei lá no sertão

Hoje na roça a minha vida é mais vida
Eu mesmo faço a comida dos frutos puros da terra
Pouco me importa que me chamem de quadrado
Quero viver sossegado sem ouvir rumor de guerra

Eu vou cuidar, seu moço do meu pedaço de chão
Viver no mesmo rancho que deixei lá no sertão

Minha viola que tem alma sertaneja
Sente que o sertão festeja meu regresso da cidade
Enquanto a vida vai correndo dia a dia
Eu descanso na poesia do seu canto de saudade

Eu vou cuidar, seu moço do meu pedaço de chão
Viver no mesmo rancho que deixei lá no sertão

Músicas do álbum Canção Para Um Amor Eterno (CHANTECLER 211405705) - (1986)

Nome Compositor Ritmo
Canção Para Um Amor Eterno Itapuã / Roquinho Toada
Azul Do Cais Dino Franco / Mouraí Rancheira
Caboclo Centenário Dino Franco / Nhô Chico Cururu
Flor Predileta Tertuliano Amaralha / Dino Franco Rasqueado
Noite Negra Dino Franco / Wilson Roncatti Guarânia
Sonho Real Dino Franco / Tenente Walderley Querumana
Sopro De Brisa Dino Franco / Tenente Walderley Toada
Quando Arrependeres Dino Franco / Sebastião Victor Guarânia
Caboclinha Dino Franco / Aparecida Mello Rancheira
Retrato Falado Dino Franco / Tenente Walderley Toada
Nuvem Branca Dino Franco / Tenente Walderley Polca
Pedaço De Chão Dino Franco / Décio Polônio Toada
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